Disputa eleitoral de segundo
turno é semelhante à prova de velocidade em corrida de curta distância, 100
metros rasos, na qual é importante sair na frente na largada, pois um passo a
mais pode significar a diferença para a vitória na chegada.
O desafiante Aécio Neves, do Partido da Social
Democracia Brasileira - PSDB-, registra 51% das intenções de votos na primeira
pesquisa divulgada pelos institutos,
enquanto a presidente Dilma Rousseff, que tenta sua reeleição, fica com 49% das
intenções.
Sim, Aécio agora é o favorito a
vencer as eleições no próximo dia 26, pois vem recebendo boa parte dos votos
que seriam destinados à sua concorrente Marina Silva, do Partido Socialista
Brasileiro PSB-, no primeiro turno. Se colocar mais dianteira sobre Dilma, nas
próximas pesquisas sobre intenções de votos, Aécio garante sua vitória de forma
irreversível, embora se saiba, como afirma o dito popular, que “eleição e
mineração, só na apuração”.
Mas, porque Aécio está na frente
agora? Há várias razões, mas as
principais seriam as denúncias de corrupção na Petrobrás e a situação econômica
do Brasil, que registra um crescimento econômico muito baixo, além de certa
exaustão do PT como partido transformador da realidade brasileira.
Quem assistiu o debate entre o
ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o professor Armínio Fraga - cotado para
ser o comandante da economia, em caso de vitória de Aécio -, no programa da
jornalista Miriam Leitão, da TV Globo News, no último dia 9, pode entender porque Dilma começa perdendo
nas pesquisas desse segundo turno.
Guido Mantega, que é um bom
comunicador, fez uma grande ginástica para imputar o baixo crescimento econômico
do Brasil para 2014 (estimado pelo Fundo Monetário Internacional –FMI – em 0,3%)
a problemas conjunturais da economia internacional. Mas, se as perspectivas de
melhora da economia para o próximo ano (expansão de 1,4%, ainda conforme o FMI)
são reais, o fato é que a situação atual deve refletir contra Dilma nas
eleições. Espertamente, Fraga não precisou de se esforçar muito para dizer que,
eleito, Aécio garantirá o crescimento com mais investimentos estratégicos. Fraga
deixou para Mantega o ônus do jus esperniandi...
Esse debate começou com viés
desfavorável a Dilma: De um lado, o seu ministro (Mantega) que será trocado, mesmo
que ela venha a ser vitoriosa nas eleições, conforme Dilma anunciou na sua
campanha no primeiro turno. Do outro lado, Armínio Fraga, ex-presidente do
Banco Central, com a bola cheia para ser o czar da economia de Aécio. Ficou no
ar algo parecido como dois galos de briga na rinha, mas um deles ferido. Fraga
foi até cavalheiro, evitando tripudiar sobre Mantega...
No segundo turno eleitoral, disputa
rápida, vence quem erra menos e sai na frente. Vamos aguardar os candidatos Dilma e Aécio nas
propagandas de rádio e televisão. Aécio tem mais desenvoltura pessoal, mas
Dilma tem do seu lado o maquiavélico marqueteiro João Santana, que sabe
desconstruir adversários. A briga agora será entre Aécio e João Santana...
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