J. Bernardo Cabral (advogado, ex-deputado federal,ex-ministro da Justiça e ex-senador)
Feriado
nacional: dia 21 de abril, exatamente o da execução de Joaquim José da Silva
Xavier, o Tiradentes, considerado hoje herói nacional e mártir da Inconfidência
Mineira, o patrono cívico do Brasil e das Policias Militares dos Estados.
Salto
o capítulo da sua infância, mocidade, sua prática farmacêutica, dentária, de
minerador, até se alistar na tropa da então Capitania de Minas, da qual, apesar
de atingir o grau de Comandante do Destacamento dos Dragões, não conseguiu
passar do posto de Alferes (era a patente inicial, à época) equivalente hoje ao
posto de 2º tenente.
Pede
licença da tropa e vai morar no Rio de Janeiro, onde seu esforço não é
reconhecido onde trabalhava – abastecimento de água – o que lhe motiva o
retorno para Minas Gerais, mas precisamente Vila Rica (hoje Ouro Preto).
Começa
aí o seu desempenho pela Inconfidência – nome dado à rebelião ou movimento pela
Independência – aliando-se a expoentes do clero e da elite mineira – tendo como
exemplo a independência das colônias da América do Norte em face da Inglaterra,
das ideias liberais que circulavam na Europa e a decretação pelo Governo
Imperial Português da Derrama, medida administrativa que permitia a cobrança de
impostos, ainda que, para isso, fosse necessário prender aquele a quem era
feita a cobrança. A conspiração estava em marcha. (A senha era: tal dia – é o
batizado. O dia do batizado seria a data da derrama).
Para
encurtar a crônica, a conspiração foi abortada porque um dos inconfidentes,
Silvério dos Reis, traiu os seus companheiros, e a delação chegou ao
conhecimento do Vice-Rei, no Rio de Janeiro, que determinou a investigação
conhecida como DEVASSA. Uma traição mudou a História do Brasil.
Todos
os inconfidentes foram presos e julgados ( o processo foi ultimado em três
anos), uns condenados à morte e outros ao degredo, mas acabaram as sentenças,
pela clemência da Rainha, alteradas só para degredo. E é aí que avulta a figura
de Tiradentes: terminou por assumir toda a responsabilidade e inocentou os
companheiros.
O
resto foi o cumprimento da sentença naquela manhã de sábado, no Rio de Janeiro,
21 de abril de 1792: “Manda que com braço
e pregação seja conduzido pelas ruas públicas desta Cidade ao lugar da
forca e nela morra pela morte natural para sempre e que depois da morte lhe
seja cortada a cabeça e levada a Vila Rica, donde será conservada em poste alto
junto ao lugar da sua habitação, até que o tempo o consuma; que seu corpo seja
dividido em quatro partes e pregado em iguais postes pela estrada de Minas nos
lugares mais públicos”... e “que a casa da sua habitação seja arrasada e
salgada, para que nunca mais no chão se edifique”.
Na
atualidade, o País é que está sendo esquartejado!
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