quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Janela de Brasília(XVIII)


1. O calor escaldante e a secura do clima em Brasília aumentaram consideravelmente o consumo de água-de-coco, rica em sais minerais. Caminhões procedentes do Nordeste estacionam às beiras das rodovias vendendo coco natural a 1,50 real, enquanto outros vendedores ambulantes  vendem a  três reais. Nos supermercados, a água-de-coco vendida em caixa custa de seis a sete reais. Ainda é um produto acessível ao assalariado, mas a tendência é que venha a custar mais caro neste verão que promete ser um dos mais causticantes do Brasil.

2. Impressionante a quantidade de belas repórteres tomando conta dos programas policiais de televisão no Brasil inteiro. Dá gosto vê-las em ação, sempre impecavelmente vestidas com elegância e maquiladas, entrevistando policiais e bandidos em locais de difícil acesso e marcados por tragédias. As TVs Bandeirantes e Record em Brasília colocam essas repórteres na linha de frente e conseguem belas audiências.

3. Os nortistas e nordestinos de Brasília matam a saudade da culinária regional na Feira da Torre de Televisão, onde, na área de alimentação, se servem o sarapatel, o caruru, o tacacá, o tucupi e outras iguarias, como o açaí e o cupuaçu, tudo a preços módicos. O acarajé baiano é um caso à parte, pois há vários pontos em que é vendido, inclusive nas feiras do Guará, Sobradinho e Núcleo Bandeirante, e nada deve em sabor ao vendido nos tabuleiros da Bahia.

4. Uma cena que era muito comum em Brasília era a reunião de babás com crianças nos parques. Mas, estes hoje se tornaram perigosos, porque têm manutenção precária, são desconfortáveis e se transformaram em recantos de marginais. Mais fácil hoje é encontrar criadores de cães passeando com seus amiguinhos nos gramados das quadras e batendo papo com seus vizinhos.

5. As floriculturas (uma das principais do Distrito Federal é a São José, no Polo Verde, perto da Ponte da Bragueto) estão vendendo legumes, couves e outras hortaliças em vasos de plástico, para quem não tem terra e espaço para compor uma horta. A verdura pode ser consumida de imediato e demora um pouco mais para a rebrota, mas oferece ao freguês, pelo menos, o prazer da vida rural. As hortas comunitárias também vêm sendo testadas por diversos condomínios urbanos do Plano Piloto. Em Paris, planta-se nos terraços, e no Japão no miolo das praças. Colhe-se arroz em Quioto ao lado do trânsito de automóveis e motocicletas. É o uso do espaço vital otimizado...
6. Muita gente fala com saudades do ex-governador Joaquim Roriz, que não deixava muita greve criar raiz, como vem acontecendo hoje no Distrito Federal. Roriz, “o Rei do Cerrado”, se recolheu da vida pública, mas continua acompanhando atentamente a política local, orientando amigos e familiares. Não haverá tão cedo um governador como Roriz, o melhor de todos que passaram

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