terça-feira, 26 de abril de 2016

Temer continua sendo a pedra angular


Questionando a legitimidade do  vice-presidente Michel Temer, a Presidenta Dilma  Rousseff, que teve seu impeachment aprovado pela Câmara dos Deputados, vem dizendo que Temer quer sentar-se na sua cadeira sem ter votos. Mas, Temer teve, sim, votos dentro daqueles 54 milhões da reeleição.

Aguardando a votação da admissibilidade de seu impeachment no Senado Federal, no próximo dia 10, Dilma ainda não se refez psicologicamente do impacto da derrota que sofreu na Câmara dos Deputados, o que se percebe pelas suas declarações erráticas de intenções de apelar para tentar uma reviravolta. Mas, como diria o filósofo, “Inês é morta”...

Dilma e Lula chegam a pensar no encurtamento do mandato para uma nova eleição presidencial ou continuam trabalhando nos bastidores para convencer senadores a se rebelarem contra a saída de Dilma. Mas, é tarde, porque Dilma não voltará e nem tem condições de retomar seu governo.

Não foi golpe. Dilma perdeu a governabilidade porque perdeu a eficácia de governo e junto com esta a legitimidade por conta da corrupção escancarada na política, que faz cerca de 200 bilhões de reais se escoarem para o ralo anualmente. Os 54 milhões de votos que ela e Michel Temer tiveram juntos já se dissiparam nas brumas da desconfiança por causa da situação  caótica em que o Brasil se encontra.

Tão caótica que o governo aceita o contraponto obsceno de uma mulher nua posar ao lado do seu marido, o novo Ministro do Turismo, em foto que viraliza nas redes sociais.  A corrupção e a obscenidade, a cusparada insana de petistas, quebrando regras da cidadania, constituem-se, sim, em golpes contra a democracia brasileira, pois não se ajustam à tipologia de cidadania adotada pela Organização das Nações Unidas –ONU- com base na proposta de T.H.Marshall.

Podem ser observados, em nichos institucionais suspeitos e insuspeitos do País, tentativas sutis de se inviabilizar a posse do vice-presidente Michel Temer, que aguarda o desfecho da votação do impeachment no Senado preparando-se para fazer o que tem que ser feito a ferro e fogo e que, no momento, só ele pode fazer: Resgatar o Brasil desse buraco negro em que foi lançado pelos pescadores de águas turvas do socialismo utópico. Esse governo de salvação pode se tornar mesmo uma ponte para um futuro, como propôs o PMDB, mas o País precisa recorrer com urgência à sua essência de nacionalidade e fugir desse vórtice inercial.

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