Gélio Fregapani(Membro da Academia Brasileira de Defesa)
No Mundo
O mundo está envolto em tendências mal compreendidas e ausentes dos debates econômicos
em nosso País. As notícias de viabilidade do gás e óleo do xisto informam que a
produção as aproxima da produção de petróleo da Arábia Saudita e que pode
tornar os EUA o maior exportador mundial. Isto, por si só, significa o fim da
decadência estadunidense, a ruína dos exportadores do Oriente Médio, da América
do Sul e da África. A própria China já teria oferecido bilhões de dólares para
participar, de forma minoritária, na exploração do xisto americano.
Na evolução dos acontecimentos, o dólar tende a se fortalecer, mas ainda não se sabe o que
acontecerá com o “papel pintado” sem lastro que há no mundo todo. Apesar do
interesse geral em reaplicar o dinheiro nos EUA, é possível que aquele país
resolva se fechar em si mesmo, apenas importando o que lhe falta. É possível
também que, novamente com dinheiro com lastro, não tenha aprendido a lição e
volte a exportar suas fábricas e seus empregos.
E nós? Pode ser que o pré-sal perca a importância, mesmo assim será necessário para a autossuficiência.
As exportações de “commodities”
podem vir a ser reduzidas ou não, mas o Brasil sobreviverá. Contudo, é melhor
pensar no assunto.
Com a renúncia do Papa, a moda foi falar mal da
Igreja. Nenhum católico sério pretende
sustentar que os eclesiásticos tenham acertado em todas as decisões que
tomaram, mas por preconceito se omite que a Igreja Católica foi que configurou
a civilização em que vivemos e o nosso perfil moral. Neste último aspecto,
ainda não apareceu um substituto a altura.Agora, com a escolha do novo Papa, reclamarão
porque ele é argentino. Ora, ao menos escolham um motivo melhor.
Desarmamento civil. O Chávez distribuía fuzis. Seu sucessor fala em
desarmar. Os Estados Unidos, em face dos massacres nas escolas, recomendam que
os professores se mantenham armados. Enquanto o Brasil insiste em desarmar seu
povo, lá nos Estados Unidos os parlamentares pensam em obrigar o cidadão a
manter uma arma em casa para se defender. Quem está certo? Os índices de
criminalidade é que demonstrarão.
A Coréia do Norte ameaça aos EUA, que ameaçam retaliar .Bobagem. Ninguém atacará ou
pressionará demasiadamente um país com armas nucleares, e a Coréia do Norte
sabe que elas são mais úteis pela possibilidade de emprego do que quando usadas.
Se a Coréia do Norte ainda não as tivesse desenvolvido, aí sim, teria direito a
uma “primavera” conduzida pelas Forças Especiais da OTAN.
No Brasil
Separatismo incoerente por causa
dos royaties do pré-sal . Foi o
País como um todo que investiu e os poços são no mar. Os estados dito
produtores já têm o bônus extra da criação de empregos. Mesmo se assim não
fosse, o falar em separatismo tira-lhes toda a razão, toda a simpatia que seus
argumentos pudessem ter.
Para o bem do Brasil, o
governador do Rio deve ser alijado da vida pública, bem como todos que ousarem
falar em dividir o nosso País.
Chàvez - Grande parte de nossos patrícios interpretou a
morte do Chàvez como se fosse o desaparecimento de um inimigo. Erro Crasso! Ele
foi a principal barreira à independência da área ianomâmi, e era um bom
parceiro comercial.
Muitos não gostavam dele porque
era um ditador (apesar de eleito), mas não se importavam com as outras
ditaduras muito mais caracterizadas. Outros porque ele era (ou se dizia)
socialista, mas pouco ligavam para que a China e outros mais se declarassem
também socialistas ou até comunistas. Afinal, o que temos com isto? Bom
administrador certamente não era, mas visava sempre o interesse de sua pátria.
A verdade é que ele pôs fim à indiferença política na Venezuela, cultivada em
décadas de dominação econômica e cultural estrangeira, e despertou um orgulho
nacional que atingiu desde favelados à classe média e, naturalmente, os
militares. Este é seu verdadeiro legado.
Certo, entre os que sentiam
aversão ao venezuelano, haveria alguns que pensavam por si e teriam suas
razões, mas reconheçamos que a maioria foi conduzida como carneiros. Vamos ver
como é que fica. Certamente será pior do que estava.
Renan - A quase totalidade da nossa população deseja o
Renan fora da Presidência do Senado. Motivos não faltam, mas seria substituído
por outro melhor?
Ele começou por cortar salários
dos senadores. Se era para agradar, conseguiu. (Ao povo, não aos senadores,
claro). Esta atitude fez brotar uma tênue esperança: que., na ânsia de
neutralizar a aversão popular, ele passe a fazer coisas certas. Assim, reza a
tradição oral que na Revolução Francesa teria sido escolhido o maior ladrão de
Paris para chefe da polícia, e ele, para refazer a sua imagem, acabou com todos
os roubos da cidade, tornando-se um herói.
Poderá acontecer com o Renan? É
difícil, mas quem sabe...
Belo
Monte - Mais do
que qualquer outro povo, nossa gente se preocupa com o meio-ambiente. Para poupar
a floresta Amazônica em 300 km² reduzimos em Belo Monte a capacidade do
reservatório em 80%. Os ambientalistas afirmam que a floresta que seria
inundada tira do ar 30 MIL toneladas de CO² ao ano, o que é uma falácia, pois
as florestas em seu clímax devolvem ao ar a mesma quantidade de CO² que
retiram. Tudo bem, vamos fingir que acreditamos.
Não se
fala que na seca teremos que ligar quatro termoelétricas a custos dobrados e
jogando mais 240 MIL toneladas de CO² no ar, oito vezes mais do que
alegam,mentirosamente, que a floresta poupar ia. Como se pode ver, os
ambientalistas não pensam seriamente, mas usam de um arsenal de mentiras e não
se importam em prejudicar o Brasil.
Marina - É difícil acreditar que a Marina Silva seja uma
pessoa ingênua e de boas intenções, que não tenha optado, conscientemente, por
defender os interesses das grandes potências que exercem o domínio econômico do
mundo e pretendem o império político sob o comando anglo-americano.
Só resta perguntar o porquê desse
internacionalismo dela, revestido da mensagem de salvar a natureza. Talvez seja
por ambição de poder, mesmo sem aptidão para exercê-lo. Talvez por desejo de
enriquecer, mesmo com corrupção, conforme já aventou o Deputado Aldo Rebelo em
público. Talvez ainda chantageada por malfeitos anteriores que não devem vir a
público.
Ela se tornou uma figura
homenageada pelos grandes do mundo, mas, sobretudo, do eixo Washington-Londres.
Seus admiradores lembram sua origem modesta, mas não se pode dizer que ela
tenha mantido a “consciência de classe” pois suas alianças são próprias dos
aproveitadores. Entretanto, isto pode ter influído no deslumbramento pelos
afagos e homenagens que recebe do exterior. Se ela mantivesse a consciência de
classe, desconfiaria desses mimos. Para dizer a verdade, bastaria a consciência
de Pátria.
Redução dos juros – Enganados ou de má fé os monetaristas afirmam
que, aumentando-se os juros da dívida governamental, se consegue controlar a
inflação por haver menos dinheiro nas mãos da população. Isto é extremamente
falacioso, na verdade aumenta o custo da produção e em consequência a inflação.
Diminui a atividade econômica e isto aumenta o desemprego. É tudo de ruim.
Deve-se levar ainda em conta a drenagem de riquezas causada pelos juros de
dívidas externas e mesmo das internas quando estrangeiros são proprietários de
títulos, como no nosso caso.
A maior parcela do orçamento é
para pagar os juros. A redução dos juros imposta pela Presidente Dilma permitiu
tocar obras de infraestrutura, ampliar um assistencialismo já exagerado e até
mesmo reduzir alguns impostos. Foi corajosa, mas foi uma medida arriscada. Os
rentistas internacionais e mesmo nacionais não a perdoarão. Farão tudo para não
dar certo, da propaganda negativa à sabotagem. Se não tiverem chance nas urnas
pensarão em como afastá-la.
A baixa dos juros, até agora
continua, foi interrompida. Será que deu medinho?
No Exército
Novo Comando - Em sintonia com a Estratégia Nacional de Defesa,
o nosso Exército adensa a presença na região amazônica e nas áreas
de fronteira. Criará um novo Comando de quatro estrelas, o Comando Militar
do Norte que cuidará dos estados do Amapá, Maranhão e Pará, uma área de
cerca de 1,722 milhão de quilômetros quadrados. O estabelecimento do novo c
omando, na Amazônia Oriental, criará melhores condições para as ações de
planejamento, gestão e execução das atividades de defesa, segurança e proteção
na região. As unidades do Exército existentes na área - 8ª Região Militar, 8ª
Divisão de Exército e 23ª Brigada de Infantaria de Selva, com sedes nas cidades
de Belém e Marabá - passam a se subordinar ao novo Comando.
Não sem razão, aumentou-se o
número de caciques, mas é importante aumentar também o número de índios.
Escolha da Arma, na AMAN- Foi noticiado que a Intendência foi a escolha
preferida dos novos cadetes. Isto causa estranheza pois, apesar da extrema
importância da Intendência, falta-lhe o glamour das armas básicas, e nunca
havia sido a preferida anteriormente.
A grande evasão de quadros bem
treinados do Exército já acendia um sinal de alerta e o fato era totalmente
atribuído a defasagem dos salários em relação aos outros servidores do Estado,
mas se julgava que essa evasão ocorreria apenas quando os encargos de família
obrigava, contra a vontade, ao oficial ou ao sargento a procurar uma carreira
melhor remunerada do que a dos seus ideais. Agora, com a preferência pela
Intendência na escolha da arma, constatou-se que as matérias desse curso
facilitavam de muito a aptidão para os concursos públicos melhor remunerados, o
que indica, de forma meridiana, que muitos já ingressam na carreira militar
visando se preparar para outras melhores. No Curso
de Intendência estuda-se muita coisa que cai em concursos- Contabilidade,
legislação das licitações, etc.
Nenhuma censura a quem quer
progredir na vida, mas isto não interessa ao Exército. A falha talvez esteja no
sistema de recrutamento.
Sabemos que o Exército foi o
primeiro a instituir concurso público honesto em nosso País. Ótimo, mas um
concurso apenas intelectual classifica apenas os mais estudiosos, e que
raramente os mais vocacionados para o combate, naquela fase da juventude, serão
os mais estudiosos. Não se nega o valor do concurso intelectual, mas insistir
em um recrutamento apenas livresco para os que se pretende guerreiros é como
comprar um quadro pela moldura ou um brilhante pela armação. O fato é que sem
certa índole guerreira em seu pessoal nenhum Exército se dará bem em combate.
Tem solução? Claro! Hoje dispomos
de testes psicológicos que traçam com precisão o perfil de qualquer um,
inclusive a adequação para as diferentes funções em serviço. É só fazer uma
média ponderada entre a avaliação psicológica e o concurso intelectual.
Sem noção
A quase desconhecida “Polícia
Legislativa”, criada
por Sarney, tem autorização para escutas telefônicas, rastreamento e
monitoramento que nem a ABIN, (que deveria ser o órgão maximo de Inteligência),
possui.
Já foi flagrada efetuando prisões
até fora da área do Legislativo. Alem de fornecer informações ao presidente do
Senado. Existe a suspeita que seja usada para resolver os pequenos problemas
que envolvam filhos de parlamentares, evitando as dores de cabeça que teriam os
cidadãos comuns.
Inocentes úteis? - A maioria das
ONGs locais finge não ter
conhecimento que trabalham contra o seu país, contra seu povo, como se
desconhecessem os objetivos da ONU que é a testa de ferro dos mais poderosos do
mundo. Infelizmente o pior cego é o que aparenta não ver .
Desarmamento – A violência cresce, de forma alarmante, e já se
encontra num patamar insuportavelmente elevado e extremamente preocupante. A
impunidade não é o principal motivo, mas sim a política de “não reação” e o
desarmamento da população honesta. Implantado por pressão internacional, sob o
pretexto e evitar a violência, conseguiu em pouco tempo dobrar o número de
assaltos e aumentar de muito o de homicídios. Motivo: a expectativa de que não
haverá reação armada.
Injustiça - Adolfo Esbel, hoje com 86 anos, foi o último a
ser expulso da Raposa / Serra do Sol, em 2009. Já passados quase 4 anos, com a
garantia de que todos seriam reassentados em áreas de reforma agrária ou de
regularização fundiária. Até hoje, claro, não foi. Adolfo nasceu lá e lá passou
toda a sua vida. O chamam de invasor. Já que lhe restava pouco tempo de vida,
devia ter resistido até a vitória ou a morte. O mesmo acontecerá com os
produtores rurais do Mato Grosso, se não resistirem.
A mania de falar mal de nós
mesmos - políticos e analfabetos
políticos , inclusive professores não se cansam de repetir que "a nossa
desgraça “foi termos sido colonizados pelos portugueses". Ao comparar, não
sabem analisar as circunstâncias especiais da colonização norte-americana. Não
lhes ocorre olhar a República da Guiana nem o Suriname.
Mercosul - O governo argentino pretende arrancar mais
vantagens do Brasil, em mais uma revisão do acordo automotivo assinado em 2000
para acabar em 2005, mas a partir daí só tem sido prorrogado.
Desde o final dos governos
militares que nossos dirigentes pensam que são “cidadãos do mundo”, como se
fossem apátridas. Já estava em tempo de nos retirarmos de um Mercosul que só
nos prejudica, bem como de qualquer organização internacional que nos
prejudicar.
Desnacionalização - Transnacionais adquirem, num processo crescente,
ativos no Brasil e se estabelecem aqui sem nos permitir a absorção de
tecnologia e do know-how vitais para o desenvolvimento e ainda contam
com financiamentos do BNDES, a juros baixos, ou negativos, e isenção de
impostos por vários anos, e ainda tem os ‘entendidos’ que ousam dizer que somos
a 6ª. ou a 7ª. economia do mundo... parecem não ver que o nosso parque
industrial e parte considerável de nossas fazendas de soja, milho, cana e
laranja já se encontram na posse, mansa e pacífica, desses 'investidores'
alienígenas . Ou aprendemo s com o pragmatismo chinês ou continuaremos a ver
aquele país crescer vertiginosamente enquanto, mambembes, engatinhamos, nos
reduzindo a uma expressão geográfica.
Que Deus guarde a todos nós
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