Francisco visita
o Brasil, de 23 a 28 de julho, como o primeiro Papa jesuíta e segunda cabeça do
sétimo “reinado”, iniciado por Bento XVI, no Vaticano, desde 1929, quando foi
assinado o Tratado de Latrão e constituído o Estado.
Interpretações
apocalípticas à parte, sua missão primordial é revigorar o processo de
evangelização na América, onde tem havido decréscimo no número de católicos,
particularmente no Brasil, e promover a integração regional em busca da unidade
política adequada à Nova Ordem Mundial. Missão pastoral e política, embora não
deva visitar Brasília, sede do governo.
Considerando-se a obra dos jesuítas no Brasil, talvez o mais bem sucedido projeto de evangelização e conquista religiosa da Igreja Católica, nos últimos 500 anos, é natural que esse processo de integração americana seja desencadeado por um jesuíta, a partir do Brasil.
A Igreja
Católica, Apostólica e Romana conta, atualmente, com 1,2 bilhões de fiéis no
mundo inteiro e, segundo recentes estatísticas, 49,4% na América, cerca de 600
milhões de uma população de 907,1 milhões de habitantes.
O Brasil, com 194 milhões de habitantes (IBGE/2011), é o país que tem
o maior número de católicos, cerca de 124 milhões (64,6% da população), mas, nos
últimos 30 anos, tem perdido espaço para os evangélicos, que já somam 42
milhões (22,2% da população).
A programação do
Papa Francisco prevê suas atividades com os jovens, na Jornada Mundial da Juventude,
com apoio do arcebispo da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, Dom
Orani João Tempesta, e visita ao Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida,
em Aparecida, considerada como “a capital espiritual do País”, situada no
Estado de São Paulo.
Aparecida é,
praticamente, geminada com Guaratinguetá, cidade onde nasceu o primeiro santo
brasileiro, São Frei Galvão, cuja estátua será abençoada pelo Papa. O cardeal-arcebispo
de Aparecida, Dom Raymundo Damasceno, presidente da Confederação Nacional dos
Bispos do Brasil – CNBB-, é um dos principais confidentes de Francisco, como foi
de Bento XVI. Dom Damasceno é um dos principais articuladores da Conferência
Episcopal Latino-Americana - CELAM-, devendo ser importante interlocutor da
missão pastoral de Francisco.
Sem visitar
Brasília, Francisco receberá, no Rio, a Presidente Dilma Rousseff, alvo de
manifestações de mais de um milhão de pessoas nas ruas das principais capitais
brasileiras, em junho passado, e atualmente com popularidade em queda.
O “Anonymous”, movimento atuante na web,
promete novas manifestações em favor de reivindicações do povo brasileiro por
melhores condições sociais e combate à corrupção política. O movimento quer
aproveitar a presença de milhares de jornalistas para obter maior repercussão
mundial, mas avisa que o alvo não será o Papa, que, mesmo assim, tem seu
esquema de segurança reforçado pelo governo brasileiro.
Quando João
Paulo II visitou o Leste Europeu, em 1993,dizia-se que o continente nunca mais
seria o mesmo, o que de fato aconteceu com mudanças políticas e econômicas e a
derrocada do comunismo. Da visita de Francisco, pode se esperar o mesmo: O continente
americano sofrerá grandes mudanças com vistas à unificação política das
Américas do Norte, Central e do Sul.
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