domingo, 21 de julho de 2013

Francisco vem para mudar a América



Francisco visita o Brasil, de 23 a 28 de julho, como o primeiro Papa jesuíta e segunda cabeça do sétimo “reinado”, iniciado por Bento XVI, no Vaticano, desde 1929, quando foi assinado o Tratado de Latrão e constituído o Estado.

Interpretações apocalípticas à parte, sua missão primordial é revigorar o processo de evangelização na América, onde tem havido decréscimo no número de católicos, particularmente no Brasil, e promover a integração regional em busca da unidade política adequada à Nova Ordem Mundial. Missão pastoral e política, embora não deva visitar Brasília, sede do governo.

Considerando-se a obra dos jesuítas no Brasil, talvez o mais bem sucedido projeto de evangelização e conquista religiosa da Igreja Católica, nos últimos 500 anos, é natural que esse processo de integração americana seja desencadeado por um jesuíta, a partir do Brasil.

A Igreja Católica, Apostólica e Romana conta, atualmente, com 1,2 bilhões de fiéis no mundo inteiro e, segundo recentes estatísticas, 49,4% na América, cerca de 600 milhões de uma população de 907,1 milhões de habitantes.

O Brasil, com 194 milhões de habitantes (IBGE/2011), é o país que tem o maior número de católicos, cerca de 124 milhões (64,6% da população), mas, nos últimos 30 anos, tem perdido espaço para os evangélicos, que já somam 42 milhões (22,2% da população).

A programação do Papa Francisco prevê suas atividades com os jovens, na Jornada Mundial da Juventude, com apoio do arcebispo da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta, e visita ao Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida, considerada como “a capital espiritual do País”, situada no Estado de São Paulo.

Aparecida é, praticamente, geminada com Guaratinguetá, cidade onde nasceu o primeiro santo brasileiro, São Frei Galvão, cuja estátua será abençoada pelo Papa. O cardeal-arcebispo de Aparecida, Dom Raymundo Damasceno, presidente da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB-, é um dos principais confidentes de Francisco, como foi de Bento XVI. Dom Damasceno é um dos principais articuladores da Conferência Episcopal Latino-Americana - CELAM-, devendo ser importante interlocutor da missão pastoral de Francisco.

Sem visitar Brasília, Francisco receberá, no Rio, a Presidente Dilma Rousseff, alvo de manifestações de mais de um milhão de pessoas nas ruas das principais capitais brasileiras, em junho passado, e atualmente com popularidade em queda.

O “Anonymous”, movimento atuante na web, promete novas manifestações em favor de reivindicações do povo brasileiro por melhores condições sociais e combate à corrupção política. O movimento quer aproveitar a presença de milhares de jornalistas para obter maior repercussão mundial, mas avisa que o alvo não será o Papa, que, mesmo assim, tem seu esquema de segurança reforçado pelo governo brasileiro.

Quando João Paulo II visitou o Leste Europeu, em 1993,dizia-se que o continente nunca mais seria o mesmo, o que de fato aconteceu com mudanças políticas e econômicas e a derrocada do comunismo. Da visita de Francisco, pode se esperar o mesmo: O continente americano sofrerá grandes mudanças com vistas à unificação política das Américas do Norte, Central e do Sul.
 

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