Brasil
apresenta um quadro epidêmico de violência nas grandes cidades, onde os
homicídios, por motivos passionais banais, uso e tráfico de drogas e assaltos a
mão-armada a pessoas e estabelecimentos comerciais, em especial bancos, supermercados
e postos de combustíveis, se transformaram nas melhores atrações dos programas
de televisão e manchetes de jornais e revistas.
Conforme
dados da Organização Mundial da Saúde, referentes a 2012, o Brasil registrou 64
mil homicídios, liderando a estatística mundial, que apresenta o total de 475
mil, dos quais 52 mil na Índia (segundo lugar) e apenas 17 mil nos Estados
Unidos (oitavo lugar), mesma posição da Venezuela.
Quem
assiste na televisão ou lê nos jornais os principais noticiários policiais do
Brasil não tem como deixar de manifestar seu repúdio à banalização do crime e da
própria morte, em razão da impunidade e do favorecimento da legislação aos
bandidos, muitos desses menores de idade, cuja inimputabilidade, até os 18
anos, atualmente, pode cair, se for aprovada no Congresso Nacional nova
legislação que permite a punição ao criminoso a partir dos 16 anos de idade.
Em
março passado, a Presidenta Dilma Rousseff sancionou lei que tipifica o
feminicídio como crime hediondo, em face do elevado índice de violência
doméstica e discriminação de gênero contra a mulher. Mas, também nas festas (”baladas”),
e eventos noturnos que reúnem multidões, o perigo ronda os frequentadores, quase
sempre envolvendo uso de drogas e bebidas alcoólicas.
O
projeto se justifica pela estatística registrada entre 2000 e 2010, período em
que foram assassinadas no Brasil 43,7 mil mulheres, das quais mais de 40%
dentro de suas casas e pelos seus companheiros ou ex- companheiros, “machões”
cruéis que a os órgãos de comunicação e as redes sociais mostram diariamente.
Crimes
em sua maioria praticados por razões passionais e motivos banais, como o
recente assassinato, com requintes de crueldade, que deixou até a polícia
assustada, de uma dançarina de funk no bairro de Posse, em Nova Iguaçu, Estado
do Rio de Janeiro. Amanda Bueno, 29 anos, foi assassinada pelo seu companheiro
Milton Severiano Ribeiro, 32 anos, a tiros de pistola e escopeta, depois de ter
sido espancada. As cenas foram gravadas por câmeras instaladas na residência do
casal.
Outra
imagem que correu o mundo foi a chacina, no último dia 18, de oito jovens
torcedores do clube de futebol Corinthians, em São Paulo. Na sede do clube, três
homens renderam os torcedores e executaram-nos com tiros na nuca. A Polícia diz
que a motivação foi tráfico de drogas, e não rixa entre torcidas.
São
dois exemplos pontuais da violência nas principais cidades brasileiras, que
especialistas atribuem a diversos fatores: Abismo entre ricos e pobres, falta
de oportunidade e de emprego para jovens, deficiências do sistema educacional,
etc. Mas há quem veja o instinto natural do homem para matar ou morrer, como teorizou
Freud, estimulado por vários fatores ambientais no mundo inteiro.
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