sexta-feira, 10 de maio de 2013

Singular apresentação de armas irrita militares

A foto acima, tirada durante recente apresentação de armas ao ministro da Defesa do Brasil, Celso  Amorim, pelas tropas da Escola de Sargentos do Exército, na cidade de Três Corações, no Estado de Minas Gerais, causou irritação no âmbito militar.
Acompanhado do comandante do Exército, general-de-exército Enzo Peri, o ministro Celso Amorim apresenta-se desprovido de terno e gravata, atitude que, para muitos oficiais, revela seu desprezo ao cerimonial militar.
Ministro das Relações Exteriores durante os dois mandatos do Presidente Lula, o diplomata Celso Amorim foi nomeado para a pasta da Defesa em substituição a outro civil, o jurista e político Nelson Jobim, que também conseguiu desagradar aos militares, quando trajava farda em sua visita aos quartéis e em solenidades militares.
Durante o Governo Fernando Henrique Cardoso, foi criado o Ministério da Defesa, congregando os comandos do Exército, da Marinha e da Aeronáutica e entregue a civis, uma decisão que até hoje gera contestações no âmbito castrense.
Ainda há uma forte corrente militar, que defende, com nostalgia, a estrutura tradicional de três ministérios – Exército, Marinha e Aeronáutica – e um Estado-Maior das Forças Armadas - EMFA, além da Escola Superior de Guerra –ESG-,criada em 1949, como núcleo de altos estudos  de política e estratégia, congregando civis e militares brasileiros e estrangeiros,  funcionando, com sede no Rio de Janeiro, como órgão vinculado à Presidência da República.
Hoje subordinada ao Ministério da Defesa, como Instituto de Altos Estudos de Política, Estratégia e Defesa, a ESG, sob comando de um general quatro estrelas em rodízio das três forças singulares (atualmente, é o almirante Leal Ferreira), dispõe de campus avançado em Brasília e não desempenha função de formulação ou execução da política do País, mas  “destina-se a desenvolver e consolidar os conhecimentos necessários ao exercício de funções de direção e assessoramento superior para o planejamento da Defesa Nacional, nela incluídos os aspectos fundamentais da Segurança e do Desenvolvimento. Seus trabalhos são de natureza exclusivamente acadêmica, sendo um foro democrático e aberto ao livre debate”, segundo afirma o site da escola.
As transformações promovidas, contudo, não apagam o histórico protagonismo da ESG como laboratório refinado de planejamento político-estratégico e maior banco de dados sobre o Brasil, com repercussões no pensamento de lideranças civis e militares brasileiros, entre as quais se destacam figuras como as dos ex-presidentes Castello Branco, Ernesto Geisel e Tancredo Neves e do ex-vice-presidente Marco Maciel.
O atual ministro da Educação, senador Aluízio Mercadante Oliva, fundador do Partido dos Trabalhadores, é filho de um ex-comandante da ESG, general-de-exército Moniz Oliva. A escola consegue se adaptar ao jogo ideológico do poder, desde a sua criação, como notável centro de cratologia.
Atualmente, há um grande esforço do governo brasileiro em transformar o Ministério da Defesa em centro catalizador das exportações de armas para muitos países, juntamente com os Ministérios das Relações Exteriores e da Indústria e Comércio, tornando-se a Empresa Brasileira de Aeronáutica -Embraer- espécie de guarda-chuva do setor de produção e exportação com a participação de grupos empresariais , em especial megaempresas da construção civil com projetos internacionais.
O Brasil, em decorrência dessa ofensiva, se transformou num dos maiores produtores e exportadores de armas (em especial as leves), equipamentos militares, serviços e obras estratégicas, em parcerias com grupos internacionais. Um dos principais mercados e parceiros são os Estados Unidos.
Gerando empregos e divisas, esse projeto é um dos principais trunfos da Presidente Dilma Rousseff para sua reeleição em 2014,além de fator de composição com os militares, que, tradicionalmente, atuam na vanguarda do desenvolvimento  brasileiro.
 


     



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