quarta-feira, 12 de junho de 2013

Os perigos que rondam Dilma Rousseff

A pesquisa  recente da Confederação Nacional da Indústria –CNI- e do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística - IBOPE-, que aponta uma queda de 6% no índice de popularidade da Presidente Dilma Rousseff, não altera sua condição de favorita à reeleição em 2014, quaisquer que sejam os candidatos que ela deverá enfrentar.
As pesquisas e demais sondagens de tendências da opinião pública têm seu valor indicativo, principalmente no mercado publicitário, mas em política seus efeitos são modeláveis para quem domina o poder e tem a caneta para nomear e demitir funcionários públicos, prender e soltar cidadãos e contingenciar ou liberar recursos orçamentários para os políticos, além de outros poderes quase imperiais característicos dos Executivos da América Latina.
 
O perigo maior para a reeleição de Dilma não vem, portanto, das estatísticas, mas, sim, de dois fatores negativos de seu relacionamento com o Congresso Nacional. Em primeiro lugar, o distanciamento que mantem com as lideranças dos partidos da base de apoio parlamentar, que não se entusiasmam com a coordenação política da ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti.
 
Não que faltem a Ideli Salvatti qualidades para efetuar negociações e cumprir sua missão, mas o fato é que os acordos de liderança no Congresso são instituições do procedimento legislativo que ganharam, ao longo dos anos, uma força que ultrapassa às formalidades do processo legislativo e comanda as comissões e  os plenários, em especial nos dias de votação de matérias delicadas, como os vetos presidenciais às medidas provisórias, as decisões orçamentárias e matérias específicas, como a lei dos portos.

Os líderes não se contentam em negociar com uma ministra, quando querem ser prestigiados pela Presidente, até mesmo por uma questão de prestígio dentro dos partidos e junto aos seus correligionários e nas bases eleitorais. E Dilma tem governado à distância dessas lideranças, cometendo a mesma imprudência que derrubou o Presidente Fernando Collor.
Outro fator negativo é que, por conta desse distanciamento, o Partido do Movimento Democrático Brasileiro – PMDB-, que controla as duas casas, o Senado e a Câmara, se transformou no peso decisivo do governo de coalizão com o Partido dos Trabalhadores.
O vice-presidente Michel Temer, do PMDB, tem prestígio no Congresso Nacional e, graças ao mesmo, o PMDB socorreu a Presidente Dilma na aprovação da lei dos portos. Nem a presença do ministro da Educação, Aloisio Mercadante, do PT, nas viagens oficiais da Presidente Dilma ao exterior, tem conseguido compensar a perda de substância de poder do PT, principalmente a partir do processo do “Mensalão” do governo Lula.
A sinergia do  governo de coalizão vai se esvaindo nesse “buraco negro”  que engole Dilma no Congresso Nacional, e com ela o próprio PT, e não há solução à vista para esse problema, diante dos problemas econômicos que vão se avolumando: Aumento da inflação, carestia da cesta básica, crescente e elevado custo do assistencialismo  via diversas bolsas e gastos elevados com a Copa do Mundo.
 

 

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