quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

PMDB assume comando total do Congresso Nacional


O ritual de mudança do comando do Congresso Nacional começa amanhã, quando o Senado Federal elegerá o senador Renan Calheiros,57 anos, do Estado de Alagoas, para a presidência, em substituição ao senador e ex-presidente da República José Sarney, do Estado do Maranhão, ambos pertencentes ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro–PMDB-, agremiação majoritária na Casa.
Renan Calheiros, ex-deputado federal e ex-ministro da Justiça do Governo de Fernando Henrique Cardoso, político experiente e considerado pelos seus pares como “excelente enxadrista”, conta com o apoio da coalizão que governa o Brasil, liderada pelo Partido dos Trabalhadores – PT-, da presidente Dilma Rousseff, e que tem como espinha dorsal o PMDB, do vice-presidente Michel Temer.
Outro político do Nordeste  brasileiro e do PMDB, o deputado Henrique Eduardo Alves, do Estado do Rio Grande do Norte, apoiado pela coalizão, é o virtual favorito na eleição à Presidência da Câmara dos Deputados, a ser realizada na segunda-feira.
Henrique Alves, 64 anos, nascido no rio de Janeiro,  um dos mais antigos deputados, no exercício de sucessivos  11 mandatos, pertence ao tradicional clã político do ex-governador e ex-ministro Aluízio Alves e consolidará a estratégia oficial de garantia da base de apoio ao governo no Congresso Nacional, no momento em que o PT sofre desgastes decorrentes do processo do “Mensalão” e da condenação de importantes figuras do partido envolvidos na compra de votos parlamentares durante o Governo do Presidente Lula.
Controlando as duas Casas, o PMDB assumirá a posição de fiador dos principais projetos do Governo Dilma Rousseff e da sua caminhada para a reeleição em 2014, mantendo na chapa seu atual vice Michel Temer.
Garantia de governabilidade, num momento de turbulências políticas, e de preservação da estabilidade democrática, o Congresso Nacional terá como primeira tarefa a aprovação do Orçamento para este ano, cuja votação será iniciada já no dia cinco próximo, e como um desafio a busca de entendimento com o Supremo Tribunal Federal – STF- em torno do controle da constitucionalidade.
 O STF quer a perda imediata dos mandatos dos parlamentares condenados pelo “Mensalão”, enquanto a Câmara dos Deputados entende que só ela tem a prerrogativa constitucional de, mediante votação secreta e por maioria de dois terços dos seus membros, determinar a cassação.
A menos que haja alguma rebelião ( probabilidade quase nula)  na base parlamentar de apoio ao Governo, os favoritismos de Renan Calheiros e de Henrique Alves tendem a garantir ao PMDB o comando do Congresso Nacional e confirmar a capacidade de adaptação das elites oligarcas brasileiras às transformações políticas, sociais e ideológicas experimentadas pelo Brasil nas últimas décadas, sob o vendaval da globalização e do avanço da tecnologia virtual.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Fatos velhos e novos,idéias, dívida,sem noção, mentiras,portos


Gélio Fregapani( Membro da Academia Brasileira de Defesa)
 
Fatos velhos e novos

A intervenção militar francesa no Mali, que, supostamente, a pedido do Governo de Bamako, visa suster o avanço radical islâmico e a ameaça à integridade de cidadãos franceses ( cerca de 5000) e outros ocidentais, traz velhas lembranças de uma epopéia ainda viva em nossa memória – as Cruzadas
Não há como deixar de comparar. O que provocou as Cruzadas, pelo menos inicialmente, foram os maus tratos aos cristãos pelos radicais islâmicos, tal como agora ocorre em todo Oriente Médio –perseguições, incêndio de igrejas, assassinatos e estupros. Dificilmente haverá um cristão que não sinta uma ponta de revolta ao ver essas notícias – e somos mais de dois bilhões.
Tal como nas Cruzadas, novamente os franceses se mostram mais dispostos a tomar a frente dessa reação. Já mostraram isto na Líbia; entretanto, há quem considere que, por trás da ação militar francesa (e ocidental), se escondem outros interesses, que, no caso do Mali, estariam relacionados com a Areva (empresa de extração de urânio).
Isto ainda nos lembra o passado; nem todas as Cruzadas foram motivadas por um ideal; a IV Cruzada então, financiada pelos venezianos, foi onde a cupidez se revelou mais forte e quebrou a espinha de Bizâncio, tornando impossível os nobres objetivos que em parte impulsionavam aquelas epopéias
As motivações de cada soldado podem ser variadas, mas a do Estado Francês é fácil de deduzir: relaciona-se com o urânio, do qual a França depende assim como do controle de ouro e de outras jazidas.
Melhor para nós. Há muito, suspeitávamos de descaminho de nosso minério radiativo via Guiana Francesa. Que vão buscá-lo em outro lugar!...
Há «grave risco de uma nova recessão mundial», se não forem adotadas medidas de combate ao desemprego.

O diretor do relatório da ONU sobre a «Situação e Perspectivas da Economia Mundial 201"3 afirmou que o «agravamento da crise na zona do euro, o abismo orçamental nos Estados Unidos e um abrandamento brusco da economia chinesa poderão causar uma nova recessão global. A ONU considera que as atuais políticas econômicas baseadas na austeridade fiscal e nos cortes orçamentais «não conseguem oferecer o que é necessário para incentivar a recuperação econômica e conter a crise do emprego».
Ideais anticapitalistas e / ou interesse estrangeiro

Sem a bandeira comunista para se opor ao capitalismo, aos esquerdistas restou o ambientalismo e o indigenismo, que,ao final do século XX, uniram-se formando um movimento contrário a qualquer projeto desenvolvimentista. No Brasil, isto é tão forte a ponto de seguir freando por mais de três décadas o processo de desenvolvimento do país.

Foram poucos os projetos de desenvolvimento no Brasil que não esbarraram e estagnaram ante alguma resistência, seja de terra indígena, unidade de conservação, comunidade quilombola ou comunidade local. Raramente, por reivindicações legitimas, mas são grupos se opondo de forma veemente e sistemática contra qualquer iniciativa ou obra de desenvolvimento por mais vantajosas que sejam para o País e para eles mesmos. Sempre contrários à aberturas de estradas, ferrovias, hidrovias ou usina hidrelétrica, em grande parte obras que os beneficiariam pessoalmente, paradoxalmente fazem o jogo do grande capital internacional, regiamente recompensados por ele. A progressiva conscientização da nossa gente já retirou a simpatia inicial que esses movimentos tinham conquistado através de uma imprensa estrangeira ou bem paga. Agora a sociedade brasileira, que quer e precisa do desenvolvimento, já sabe que esses ambientalistas/ indianistas sempre nos prejudicam.

Dívida histórica e / ou interesse estrangeiro

Interessante esta nova maneira de perturbar o Brasil.
Quilombolas, que não são quilombolas nem mesmo seus descendentes, sempre reivindicando terrenos estratégicos, tais como o, centro de lançamento de foguetes de Alcantara e a base naval de Aratu, além de terra de outros e de uma cidade inteira (S. Mateus ES) .
Indígenas, que nem sempre são indígenas sempre fazendo manifestações e impedindo a construção de hidroelétricas, reivindicando terras alheias e outras sobre ocorrências de ricos minérios, fechando estradas, cobrando pedágios etc., Tudo a comando de ONGs ligadas ao estrangeiro.
A política indigenista no Amazonas é ditada pela COIAB, uma ONG anglo-americana que oferece dinheiro para quem se declarar índio e paga aos pais que registrarem os seus filhos como indígena. Os municípios de Benjamin Constant, Atalaia do Norte, Tabatinga, Tapauá, Autazes, estão quase todos tomados por territórios indígenas, onde não tem índio, só existe índio na mente dos dirigentes da COIAB e da FUNAI.

Na Marambaia (área de experimento de armamento do Exército) tem uma reivindicação quilombola patrocinada pela ONG Koinonia, apoiada por: “Christian AID Norwegian Church Aid, Church World Service, Canadian International Development Agency, United Church of Canada e Church Development Service” (pode ser conferido no site www.Koinonini.org.br).

Sem noção

No Poder legislativo - A Câmara decidiu ter atividade propriamente parlamentar em apenas um dia na semana, o que permite aos deputados chegar a Brasília na terça, para a sessão da tarde, e cair fora na quinta. Para passarem duas noites em Brasília a Câmara vai reformar os 463 apartamentos e modernizar-lhes os equipamentos. O País gastará na reforma de apartamentos. A reforma dos apartamentos usados por deputados federais, em Brasília, vai custar pelo menos R$ 280 milhões aos cofres públicos. Os amplos imóveis têm até banheira de hidromassagem. No Senado, tivemos senadores recebendo cerca de meio milhão para cobertura de pequenos gastos no correr do ano. Estão chegando às raias do insuportável.

No Poder Judiciário - O TSE gasta R$ 3,7 milhões em horas extras/ mês e paga a servidor até R$ 64 mil. Há noticia de que 567 funcionários da Justiça Eleitoral em novembro receberam valores que superam ate os salários dos ministros. Uma averiguação preliminar teria sido pedida pela ministra Carmen Lucia. Em consequencia, dois altos funcionários teriam deixado seus cargos.

Em Minas - O governo estadual lançou um cartão para auxiliar famílias de dependentes químicos:o ´bolsa-crack´, vai liberar R$ 900,00 para internações e transporte. Mais do que ganha um professor e muito mais do que ganha um soldado do Exército

Malandragem “indígena”A antiga sede do museu do índio no Maracanã será demolida para as obras da copa. Índios e falsos índios que se apoderaram do imóvel há poucos anos declaram que é sua terra sagrada e que não sairão, mas... parece que aceitariam uma indenização ou um “aluguel social...eternamente.Certamente a indigna Funai apoiará a causa e o covarde governo do Rio cederá em todos os pontos.

As nevascas cobrem metade da Europa. Ano a ano, o frio aumenta no Hemisfério Norte, mas sem noção insistem no aquecimento global.

Mentiras

Diz-se que na guerra a primeira vítima é a verdade. Pior ainda na política partidária. Todos os lados mentem, mas as piores mentiras são as que, para prejudicar aos adversários, prejudicam o País.Felizmente as mentiras tem pernas curtas, algumas muito curtas. Vimos mentiras afirmando o fracasso do pré- sal visando à entrega do petróleo às multinacionais, serem desmentidas pela ampliação da produção, mas a mentira de pernas mais curtas foi o anuncio do próximo apagão, por conta do baixo nível dos reservatórios. Exatamente quando chuvas torrenciais em todo País causam inundações.

Pode até haver apagões no futuro, por culpa dos radicais ambientalistas que impedem as barragens, mas não agora.

O gargalo nos portos e a privatização

O lançamento do PAC em 2007 representou um esforço para alavancar o desenvolvimento econômico e social do Brasil, obliterado ao longo de 12 anos pela ideologia então dominante. Entre os gargalos a serem equacionados teríamos os portos, muito importantes para o escoamento da produção. Na última década a movimentação de contêiners cresceu à taxa de 14%, exigindo medidas que incluem o capital privado, além de desonerar a carga tributária sobre os investimentos de infra-estrutura. Naturalmente os principais interessados serão os armadores.

É importante manter a privatização sob controle regulatório, que impeça formação dos oligopólios estrangeiros, o que poderá ocorrer com a proposta dos terminais privativos de "uso misto". Para concessões haverá competição. É necessário que ela continue depois das concessões. Isso exige regulação antecipando o oligopólio que pode ocorrer em leilões de "preço mais conveniente" quando podem ser manipulados os "preços seguintes", que estarão fora do alcance da agência reguladora.

No caso das concessões portuárias, armadores estrangeiros podem oferecer preços "simbólicos", porque manipulariam na frente o custo do frete, o que escapa a qualquer controle a não ser ao da concorrência. No final teríamos a entrega dos portos a um oligopólio de armadores sobre os quais não haveria controle. Mas, por que então só falar em armador "estrangeiro"? Apenas porque os nossos ou foram à falência (Netumar), ou foram liquidados (Lloyd Brasileiro) ou foram vendidos a estrangeiros (Aliança) por problemas próprios ou criados pelos governos.

Se o Governo não prestar atenção teremos nossos portos na mão de estrangeiros e um oligopólio controlando os fretes, a nossa revelia.
Informo aos meus correspondentes que mandarei novos comentários somente a partir de fevereiro .

Que Deus guarde a todos nós

 

 

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Corrupção na estrutura estatal.Até quando?



· Manuel Cambeses Júnior*

O povo brasileiro, ultimamente, de forma avassaladora, tem tomado conhecimento, cada vez com maior assiduidade, de fatos e situações que, por sua sordidez, confirmam a existência de destacados e numerosos focos de corrupção incrustados na estrutura estatal.

Há algum tempo a imprensa tem dado destaque a algumas revelações verdadeiramente escandalosas sobre o envolvimento de políticos e autoridades governamentais em atos desairosos e denunciado o enriquecimento ilícito de maus patriotas no exercício da função pública.

Dentre os casos mais recentes e mais retumbantes, destacam-se os escândalos envolvendo políticos de diversos níveis, mancomunados com empresários inescrupulosos.

Se adicionarmos a estes lamentáveis casos as denúncias e investigações que envolvem, em diferentes oportunidades, funcionários do setor administrativo, inclusive colaboradores diretos da Presidência da República, chega-se à conclusão de que a maré de anomalias, torpezas e suspeitas está profundamente enraizada nos Três Poderes do Estado.

É correto que muitos desses deploráveis acontecimentos estão sendo investigados pela Justiça, numa pálida tentativa de dar conta à opinião pública do que tem sido realizado para coibir atos desta natureza. Entretanto, é importante salientar o efeito desmoralizador que tal acúmulo de irregularidades e canalhices produzem no ânimo coletivo.

É muito difícil para a opinião pública assimilar o caudal de informações deprimentes que golpeiam, diariamente, a sensibilidade dos cidadãos, sem que seja experimentado um profundo desalento moral e observado, com um fundo de incredulidade, o funcionamento das instituições sobre as quais repousa a ordem republicana.

Ante esta dura realidade é imprescindível criar-se, o quanto antes, as condições que permitam reconstruir o prestígio da Organização Estatal, hoje fortemente afetado pela sordidez desses maus brasileiros.

Uma sociedade que não confia em suas instituições dificilmente poderá caminhar com passo firme na direção de metas perduráveis de progresso, justiça e bem-estar. A honorabilidade dos homens públicos, qualquer que seja o nível e a natureza de sua função, é um oxigênio insubstituível para o desenvolvimento da capacidade criativa do corpo social, que dificilmente mobilizará, com profundidade, suas energias espirituais e materiais, se considerar que o fruto de seu esforço será aproveitado, desavergonhadamente, pela voracidade, ambição, vileza e falta de escrúpulos de uns poucos.

À imprensa lhe corresponde uma missão fundamental nesta empreitada de reconstrução nacional. Na maioria das vezes tem sido a mídia o instrumento de denúncia de manejos ilícitos por quem exerce o poder (seja de quem tenha chegado à função pública pelo voto popular ou de quem desempenha cargo de confiança em virtude de nomeação). É alarmante imaginar quantos focos de corrupção teriam permanecido ocultos se os profissionais de imprensa não lhes houvesse focado a luz. Daí ressalta-se o valor estratégico da liberdade de expressão como pilar da ordem constitucional.

Frente à onda de seguidos fatos e focos de corrupção que ameaçam erodir os alicerces do Estado, toda a sociedade brasileira deve pôr-se de pé, para exigir que os atos ilícitos identificados e denunciados pela imprensa – desde que devidamente comprovados –, sejam punidos exemplarmente, e que os controles do sistema democrático funcionem com eficácia e em plenitude, na salvaguarda da transparência moral, que é a virtude suprema da República.

* O autor é Coronel-Aviador Reformado da Força Aérea Brasileira; membro emérito do Instituto de Geografia e História Militar do Brasil, membro da Academia de História Militar Terrestre do Brasil, conselheiro do Instituto Histórico-Cultural da Aeronáutica e conferencista especial da Escola Superior de Guerra.

 

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Tirania financeira




Adriano Benayon *

Michael Hudson, professor da Universidade Misouri-Kansas, escreveu excelente artigo, “O enganoso abismo fiscal dos EUA em 2012”. A enganação diz respeito a que o déficit orçamentário não precisaria existir (mas existe) e às suas reais causas.
2. Ele está em US$ 14 trilhões, o equivalente a quase um PIB anual dos EUA e menos que seu governo gastou para salvar os bancos. Nouriel Roubini aponta que o recente acordo entre Obama e parlamentares do partido “republicano” prenuncia novo colapso, pois prevê reduções fiscais, e não há como abrir mão de receitas tendo que cobrir um déficit dessa magnitude.
3. Os economistas do sistema clamam que, para reduzir os déficits públicos, há que: 1) cortar despesas sociais, obrigando os trabalhadores a financiarem seus planos de saúde e aposentadorias; 2) fazer que o Estado deixe de investir nas infra-estruturas econômicas e sociais; 3) demitir servidores; 4) privatizar as propriedades e os serviços públicos.
4. O Brasil seguiu, mais de uma vez, esse caminho, o que intensificou os malefícios da desnacionalização, encetada em 1954, e causa primordial de o País estar muito atrás de países, antes, muito mais pobres. O serviço da dívida e as privatizações acabaram de inviabilizar o desenvolvimento, de modo irreversível até que sejam substituídas as atuais estruturas econômicas e políticas.
5. A Europa - desprovida de soberania - pois o Banco Central não emite moeda para financiar os países membros, arruína-se através das políticas de “austeridade”,que agravam a depressão a pretexto de reduzir os déficits públicos gerados pelo colapso dos derivativos.
6. Os EUA só não estão de todo afundados, por empregarem a força para obrigar produtores de petróleo a vendê-lo em dólares e por emitirem-nos à vontade para pagar importações e o serviço da dívida.
7. Os analistas não submissos mostram que os déficits não provêm das despesas sociais nem dos investimentos públicos nas infra-estruturas. Na verdade, os orçamentos do Estado foram onerados pelas operações de socorro aos grandes bancos, que ficaram em dificuldades quando os derivativos se revelaram títulos podres, após terem gerado lucros fantásticos para seus controladores.
8. Em suma, a oligarquia financeira, dona desses bancos e de outras indústrias dominantes, comanda, através de títeres políticos, os governos das “democracias”, bem como os formadores de opinião em cátedras e nos meios de comunicação.
9. Ela subordina a todos, por meio das políticas fiscal e monetária. Os 0,01% da oligarquia (incluindo executivos) são privilegiados por isenções fiscais e como credores, com o endividamento do Estado e de mais de 90% da população.
10. Por isso não admitem que os Tesouros nacionais emitam moeda para financiar o de que precisa a economia. Criou-se a mentira – aceita como verdade – que isso seria inflacionário. O sistema exige que o próprio o Estado, endividado por ter socorrido os bancos, dependa do crédito deles.
11. O cartel dos bancos, nos EUA, recebe dinheiro emitido pela Reserva “Federal” a juros de 0,25% aa, muito abaixo da taxa da inflação, e aplica em títulos especulativos e nos de países, como o Brasil e a Austrália, que se deixam tosquiar pagando juros elevados nos títulos públicos.
12. Como assinalei em artigo, “No Limiar de 2013”, não interessa à oligarquia acabar com a depressão, que dela se serve para quebrar o poder e a resistência de quantos pretendam equilibrar a sociedade e promover seu bem-estar.
13. O orçamento equilibrado é um dos instrumentos ideológicos para arranjar depressões. Falam da economia como se esta devesse ser gerida por quitandeiros ou políticos demagogos, na linha de Cícero (século I AC): “não gaste mais do que arrecada”.
14. Michael Hudson recorda que as depressões coincidiram com períodos de superávit orçamentário. Este precedeu e/ou acompanhou as seis depressões iniciadas em 1819, 1837, 1857, 1873, 1893 e 1929. A atual, iniciada em 2007, é efeito retardado dos superávits de Clinton (1998/2001), postergada em consequência das bolhas da internet e dos imóveis residenciais, com inusitada explosão do crédito.
15. Quanto mais obtém maior concentração de riqueza – reduzindo assim o poder relativo inclusive dos ricos fora do topo da pirâmide – mais a oligarquia se converte em tirania
16. Discordo de Hudson quando conclui que isso é não é capitalismo, mas sim feudalismo. Na verdade, o capitalismo converte-se em algo pior que o feudalismo, porque nele não há limites à concentração.
17. Quanto ao Brasil, lembrou, há pouco, Carlos Lessa, ex-presidente do BNDES: "Não estamos sequer reproduzindo a República Velha. Esta República atual praticamente universalizou a desnacionalização."
18. Enquanto isso, o sugado povo brasileiro é distraído pelo “combate à corrupção”, como se essa não fosse sistêmica. Milhões indignaram-se com o mensalão e aplaudem o STF.
19. Entretanto, até hoje, dormem, engavetados nos tribunais superiores, os processos em foi provada a colossal roubalheira das privatizações (Vale Rio Doce, elétricas, telecomunicações, siderúrgicas, bancos estaduais), após terem esses tribunais cassado as liminares concedidas para sustá-las. Elas já completaram, impunes e consolidadas, quinze anos em média.
20. Mais tragicômico: os atuais “governantes”, além de nada terem feito para mudar a triste estrutura formada conforme o Consenso de Washington, usam o BNDES e a política fiscal para cevar ainda mais os concentradores, principalmente transnacionais, que desviam renda nacional, em quantias crescentes, para o exterior.
21. Isso é pouco para a mídia e demais alienados - antinacionais, desde antes do primeiro golpe contra Getúlio Vargas, 1945. Trabalham pela volta dos perpetradores do desastre em mega-doses. Mais: mesmo fora dos dois partidos ocupantes do Planalto nos últimos 18 anos, falta espaço, sob as instituições presentes, para lideranças capazes de oferecer alternativa real.
* - Adriano Benayon é doutor em economia e autor do livro Globalização versus Desenvolvimento.

 

Fatos novos portadores de futuro

Gélio Fregapani(Membro da Academia Brasileira de Defesa)

Foi descoberta na China uma das maiores reservas de urânio do mundo, na região da Mongólia Interior. Com essa descoberta, a China passa a ter uma mina de urânio em escala mundial. Naturalmente o urânio aumentará a autonomia energética chinesa e reforçará seu arsenal nuclear.

Foi anunciada a existência de grandes jazidas de xisto na Argentina, ainda maiores do que as dos EUA e do Canadá. Caso a exploração se torne economicamente vantajosa o Oriente Médio islâmico perderá importância e só encontrará mercado na China e no Japão...É provável que os EUA, paulatinamente se retirem do Extremo Oriente, inclusive de Taiwan.

A questão do nióbio está começando a chamar atenção da sociedade nacional, ainda não tanto pela questão econômica e estratégica, mas pelas notícias (ainda não confirmadas) de envolvimento de políticos como o Zé Dirceu e o Aécio Neves em relação ao subfaturamento do minério de Araxá. Na medida em que o nosso País desperte e sinta que pode impor o preço desse estratégico metal.

Na Raposa-Serra do Sol se fala em descaminho de nióbio usando índios, e que a própria Funai esteja envolvida. A maior reserva de nióbio do mundo, a do Morro dos Seis Lagos, em São Gabriel da Cachoeira (AM), é conhecida desde os anos 80, mas nunca foi explorada, pois o nióbio de Araxá e o contrabando da Raposa tem sido suficientes para suprir o mundo, a preços de banana.

Esse escândalo talvez esteja para estourar, afinal, o segredo sobre o nióbio como moeda de troca, não está resistindo às pressões da mídia esclarecida e patriótica.

Ambientalistas radicais – Burros ou traidores mesmo?

Será que eles não sabem que os nossos rios cortam o País em centenas de milhares de quilômetros? Que um montinho de represas, canais e eclusas, possibilitariam fantástico transporte fluvial em todas as direções, Afora regularização de enchentes, incremento de peixes e de enorme armazenamento energético?

Todos no mundo se preocupam com o desenvolvimento de acumuladores de energia, e aqui, onde a topografia fornece armazenagem hídrica espetacular intrínseca, criam-se os obstáculos ambientais esotéricos para impedir o nosso desenvolvimento .

Está mais moderno falar em gás de xisto do que em água acumulada. Os desvios de verbas e orçamentos podem ser ainda maiores, mais velados e mais velozes. É mais um prato cheio, digo, uma bandejão, para os ladrões e seus laranjas.

Uma última observação, o complexo energético incluindo Belo Monte, está sendo construído com menos de 10% da capacidade de armazenagem ótima possível, bem ao gosto do príncipe inglês, cuja mãe homenageia o Lula e a Marina, certamente por serviços prestados.

(Resumido de texto de Thomas Fendel)

Sem noção

Prioridade errada - A aplicação de recursos da ordem de R$ 7 bilhões por ano em subsídios para custear o Vale-Cultura em detrimento das obras de infraestrutura, da educação e da Defesa Nacional.

A evasão de divisas é pior do que algum subsídio - É certo que os custos da Bandeira Brasileira, na navegação de longo curso são superiores aos das bandeiras de conveniência, principalmente por questões salariais, mas todos os navios que atuam em nossa importação e exportação são estrangeiros e isso não pode continuar. Algo tem de ser feito para conter essa enorme evasão nos fretes internacionais.

Uma fria - A Petrobras concorreu e venceu o recente leilão de bloco de exploração na Bolívia. A empresa parece não ter noção ao colocar a Bolívia nos seus planos, tendo em vista a insegurança jurídica daquele país A Petrobras deveria se mancar e concentrar os recursos no território nacional, de preferência no pré sal, antes que seja disputado por outras nações.

Se não queres que ninguém saiba, não o faças. Hoje as operações da PF já não conseguem esconder a “farra” realizada entre pareces, licitações esquisitas, acordos discutidos entre quatro paredes e muito mais no Porto de Santos, favorecendo a grupos em detrimento da ordem institucional, jurídica, moral e ambiental do País.

O efeito do ambientalismo - As ONGs tanto pressionaram que conseguiram impedir a construção de várias hidrelétricas, retardar a construção de outras tantas e diminuir a capacidade das principais, obrigando a aumentar o tempo de uso das termoelétricas. Em consequencia as emissões de CO2 das térmicas em operação vão superar as emissões provocadas pelos desmatamentos. Tudo em nome da proteção ao meio ambiente.

Na verdade o CO2 não faz mal algum. É o gás da vida. Plantas não comem terra. Comem CO2, mas as ONGs parecem não saber disto. Se opõem ao desenvolvimento para evitar emissão desse gás. Estão completamente perdidos.

Democracia cara demais – Precisamos de três senadores por estado ou apenas um representaria melhor aquela Unidade Federada? - O nosso País precisa mesmo ter mais deputados do que os Estados Unidos? Para que? – Parece que somos quase o único país que remunera vereadores, e muito caros. Está na hora de uma reformulação.

Enquanto isso:

- O Ministro Lobão, agraciado com o título de “Homem do Ano” pela Câmara de Comércio Brasil-Inglaterra, saiu falando em leilões do pré-sal, que é o que esse pessoal quer. Estão “massageando” o ego dele, uma forma de pressionar os vaidosos, e criar situações favoráveis aos interesses estrangeiros em detrimento dos interesses dos brasileiros. Já vimos esse filme antes, com outros atores: Marina Silva, FHC e Lula.

- Está assegurado aos índios, desde que estejam aos cuidados de alguma ONG estrangeira, o transporte aéreo para a capital, à fim de serem tratados e o retorno até as suas aldeias. Também se assegura o tratamento dentário, bem com o a prótese de membros superiores e inferiores. Em contrapartida, os índios deverão ser dóceis às ordens das ONGs para as manifestações étnicas e sociais que se fizerem necessárias, constituindo-se de protestos, denúncias, entrega de documentos e até ocupações violentas. Nós pagamos.

- Está assegurado aos animais selvagens, de terra ou de água, tratamento veterinário imediato, com direito ao uso de equipamentos de última geração e até mesmo próteses dentárias ou de membros. Tudo isso tem sido frequentemente mostrado em todas as TVs. Nós pagamos.

- Não está assegurado aos produtores rurais com propriedades produtoras legitimamente constituídas e pagando impostos, nem mesmo a posse sobre sua terra, que pode ser entregue para “os índios” - leia-se ONGs estrangeiras ou serem invadidos pelo MST, com destruição do que ali existir, sejam edificações, pasto ou agricultura. Surgirão no local barracos de lona, sem água, sem energia, sem esgoto mas “ecologicamente corretos”. Os invasores terão apenas que cumprir as ordens do MST, para terem o “direito” de receberem um lote na área. Depois disso, poderão vender os “seus direitos”, e partirem para outra invasão em prol do “uso social da terra€ .

- Está programado o emburrecimento da juventude e a destruição da família- O Ministério da Educação,tentou emplacar um programa para “emburrecer” aos estudantes, fazendo cartilhas e proselitismo do falar errado como sendo “certo” . Depois tentou a aceitação do homossexualismo, como sendo atitude “normal”, distribuindo cartilha e filme incentivando a pornografia infantil. O que esperar agora do Haddad em São Paulo e da Marta no Ministério. Nós pagaremos.

- Está em execução o programa de acovardamento nacional – “ Desarme-se; não resista mesmo que violem suas filhas. Confiem na misericórdia de bandidos sem alma, eles talvez nem o matem se você não resistir” . Se nossa gente nem pensar em resistir a assaltos, a Nação também não resistirá a ameaças. Nós pagaremos, e não será só com dinheiro. Devíamos saber que a luta é a realidade da vida, mas os covardes preferem medidas psicológicas que visam transformar nossos filhos em dóceis Bambis. Lembram dele? Aquele gentil veadinho saltitante de olhos meigos .... Uma vítima inerme à espera do predador.

Chantagem internacional

Recentemente o Lula teria recebido uma exigência milionária de um hacker para não publicar escandalosos “malfeitos” que abalariam sua já combalida imagem. O dinheiro deveria ser depositado numa conta na Chechênia, dando a entender que se trataria da máfia russa. Os malfeitos podem até serem reais; a vida do Lula nos dá margem a essas desconfianças, mas por que agora? Porque o dar a entender que se trata da máfia russa? Será uma manobra de despistamento?

Provavelmente visa mesmo é atingir o pré sal e a manobra lulista de retomada da posse do petróleo, doado por FHC às multinacionais do ramo, uma das poucas coisas em que o Lula não cedeu às pressões estrangeiras. Cabe a nós separar as coisas: Lula que pague pelo que fez de errado, mas que isto não seja pretexto para novamente entregarmos o pré sal, como o fez o FHC

Coronel Hiram Reis

A maioria de nossos correspondentes o conhece; cientista de valor, está navegando a remo todos os grandes rios da Amazônia, sem apoio oficial, corrigindo os mapas e anotando os dados antes desconhecidos. Um verdadeiro herói.

Transcrevo seu pedido de apoio. Ele o merece:

Caros amigos já descemos o Rio Juruá (aproximadamente 710 km) desde a Foz do Breu até Cruzeiro do Sul. Infelizmente não temos suprimento de fundo para isso. Continuamos solicitando vosso apoio financeiro. Ainda faltam aproximadamente de 3.590km do total de 4.300 km até Manaus. Senhoras e senhores a situação é desesperadora. As implicações físicas e logísticas dessa grandiosa expedição são enormes, por isso, esperamos poder contar novamente com vossa imprescindível colaboração e se possível de seu empenho em conquistar novos investidores.

O último livro dele “Desafiando o Rio-Mar – Descendo o Solimões” está sendo comercializado, em Porto Alegre, na Livraria EDIPUCRS – PUCRS e na rede da Livraria Cultura (http://www.livrariacultura.com.br). Para visualizar, parcialmente, o livro acesse o link:


Tendo vontade de o ajudar com algum recurso, a conta dele no B do Brasil é 117889X, agencia 4848 8. Será um investimento em soberanis

Que Deus guarde a todos nós

Gelio Fregapani

 

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

De Tancredo Neves a Hugo Chàvez, o risco da instabilidade


Essa preocupação do Governo brasileiro com a sucessão na Venezuela, caso o presidente eleito Hugo Chàvez venha a falecer em Havana, antes de tomar posse, tem alguma relação com a recente história política brasileira, quando Tancredo Neves foi eleito em 15 de janeiro de 1985,ficou de tomar posse em 14 de março, mas adoeceu e morreu no dia 21 de abril, o que levou o vice-presidente eleito José Sarney a assumir a presidência da República.
Chàvez, que se encontra em tratamento em Havana (especula-se que em coma), foi eleito para 2013/2019, em outubro passado, e tomaria posse dia 10, mas o Tribunal Superior de Justiça teve que adiar a sua posse, e o vice-presidente Nicolas Maduro exerce o governo interinamente. Caso não venha Chàvez a ser empossado, o presidente da Assembléia Nacional exercerá a presidência interinamente e novas eleições serão convocadas em 30 dias.
A sucessão de Tancredo com a posse de José Sarney não foi pacífica e teve que contar com respaldo das Forças Armadas ( leia-se ministro do Exército ,Leônidas Pires Gonçalves, que exigiu que fosse seguido o “livrinho”, ou seja, a Constituição), enquanto o Presidente da Câmara, deputado Ulysses Guimarães, queria a convocação de novas eleições – esta mesma linha que o governo brasileiro vem sugerindo às autoridades venezuelanas.
Maduro está para a sucessão de Chàvez como Sarney estava para a sucessão de Tancredo, e o governo brasileiro defende a convocação de novas eleições como ato de respeito à Constituição, mas é evidente que está implícita nessa posição o temor de que Maduro assuma a presidência e atiçe a oposição, liderada por  Henrique Capriles, e nesse caso a Venezuela ver-se-á engolfada numa instabilidade política que pouco interessa a Brasília, ainda que uma nova eleição possa levar o líder oposicionista Henrique Capriles (o Ulysses Guimarães de lá) ao poder.
A disputa pelo poder preocupa o Governo brasileiro, pois a instabilidade ameaça as boas relações de cooperação econômica e comercial que os dois países vêm mantendo, principalmente no setor petrolífero, embora a Venezuela chavista esteja se armando e se transformando em potencial ameaça militar na fronteira. Um vizinho fortemente armado é sempre objeto de preocupação para qualquer país.
Em resumo, novas eleições conferem legitimidade e governabilidade, mesmo que o chavismo perca sua força sem o seu criador e a oposição aumente sua chance de conquistar o poder. Para o governo brasileiro, o retrato é secundário, desde que a moldura seja a estabilidade política e a manutenção das boas relações entre os dois países.
Penso que o “chavismo” morre com Chàvez, pois vejo- o mais como artifício de exercício do poder (uma ditadura populista e demagógica) do que propriamente como ideologia. Um bolivarianismo que talvez fosse rejeitado pelo próprio Simón Bolívar, para quem, conforme escreveu em várias cartas a amigos, pregar a democracia nas Américas é o mesmo que tentar “lavrar no mar”.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Para evitar a crise,políticos terão que "escorregar para cima"


Não se trata de bravata eleitoral do candidato à Presidência da Câmara dos Deputados, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN),quando afirma à imprensa que, se eleito, não cumprirá a decisão do Supremo Tribunal Federal pela cassação automática dos mandatos dos deputados condenados pelo “Mensalão” e sua subsequente prisão, sem que o Plenário vote a matéria, nos termos do art.55 da Constituição Federal.
Henrique Alves reafirma o que disse o atual Presidente Marco Maia (PT-RS), e creio que outros pretendentes ao cargo de Presidente da Câmara, terceiro   no esquema sucessório presidencial, seguirão a mesma linha de resistência, nutrida pelo corporativismo escorado  na Lei Maior, não obstante o clamor da opinião pública pela punição dos parlamentares condenados.
Há o vício corporativista na redação do art.55 da Constituição promulgada em 1988? Evidente que sim, mas o texto nunca foi questionado para sua alteração.” Vale o que está escrito” -como se diz no jogo-do-bicho, e os condenados e seus respectivos advogados investem na perspectiva de ganharem uma sobrevida política, ainda que fugaz.
O deputado João Paulo Cunha (PT-SP), um dos condenados e que presidiu a Câmara dos Deputados, no curso do “Mensalão”, seu colega de partido, José Genoíno (PT-SP), ex-assessor do Ministério da Defesa, e os deputados Waldemar Costa Neto (PR-SP) ,ex-presidente do PL, e Pedro Henry(PP-MT),ex-líder do PP na Câmara, são parlamentares com fortes raízes na cultura orgânica da Casa.
Genoíno, particularmente, tornou-se um profundo conhecedor dos meandros do processo legislativo e do procedimento legislativo, atuando como um “guerrilheiro regimentalista” conhecedor de cada palmo do Plenário e das Comissões. Se havia no “Mensalão” a intenção de um golpe de estado, como afirmou o ministro Ayres Brito, do STF, esses quatro deputados faziam parte do comando e tinham seus fiéis comandados, que ainda exercem mandato.
Uma votação no Plenário da Câmara teria alto índice de imprevisibilidade, se não houvesse um consenso entre os três poderes, como observei em matéria anterior, quando apontei a disputa que se avizinha pelo controle da constitucionalidade, entre a Câmara e o STF. Estaria o Executivo a favor da Câmara ou do STF?
 Nesse quadro de denúncias de corrupção, Dilma perderia eleitores em 2014 apoiando a Câmara, mas cortaria na própria carne apoiando o STF, pois, além de ter sido eleita pelo PT, foi ministra do governo Lula, e o ex-presidente encontra cada vez mais dificuldades para se livrar das acusações de que era o chefe da operação, acima do ex-ministro e condenado José Dirceu.
Nesse tipo de sinuca-de-bico na política, a jogada é errar menos, aproveitando-se a boutade que o senador Mário Covas gostava de repetir:” Em política, acerta mais quem erra menos.” Errar menos ,no caso em tela, seria para Dilma não se meter nessa disputa.
O vice-presidente Michel Temer, emérito constitucionalista, com fortes ligações no Judiciário e inquestionável respeitabilidade e trânsito entre seus pares deputados, seria a pedra angular para a articulação de uma saída pacífica – uma “legislative override”-.Até que ponto estaria influenciando ou não na posição manifesta pelo deputado Henrique Alves, de seu partido, o PMDB, ou sinalizando, em projeção da influência paulista nos tribunais superiores, como será feita pela coalizão governamental a “travessia do Cambaio”?
Qualquer que venha a ser o desfecho desse processo em curso para uma potencial crise político-institucional, a Oposição -em especial o PSDB e o DEM - não terá munições para sua artilharia em 2014,porque ambos os partidos têm telhado-de-vidro. Portanto, essa questão não envolve a disputa partidária pelo poder, mas, sim, a preservação da estabilidade política e da democracia, sem as quais o Brasil sofreria desgastes em sua imagem internacional, em plenos preparativos para a realização da Copa do Mundo e das Olimpíadas.
Em Minas Gerais,dir-se-ía que é "hora de escorregar para cima..."

 

 

 

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Confiabilidades, Falta de Noção, Futuras eleições e Notícias


Gélio Fregapani(Membro da Academia Brasileira de Defesa)
 
 
Instituições , confiáveis?

Corretamente, nós brasileiros confiamos mais nas Forças Armadas, do que em outras instituições, mesmo nas que têm importância bem maior no seu dia a dia. O Exército já aparecia como a instituição mais confiável, mas sua aprovação saltou para 75%, seguido pela Igreja Católica. Distantes, na sequência, aparecem o Ministério Público, a imprensa, a polícia, o Judiciário, o Governo e o Congresso, e longe, na lanterna, os partidos políticos, com apenas 7% de confiabilidade. Considerando que há pouco o PT alardeava 30% de seguidores, deve ter perdido muito com o mensalão.

A desmoralização das Instituições se agrava com o conflito entre o desgastado Poder Legislativo e o Poder Judiciário, e ficará pior quando, por rodízio, o Lewandovski ou o Toffoli assumirem a presidência do STF. – Que falta faz um “Poder Moderador” como o de Pedro II.
Sem Noção

Vendo fantasmas - homens que administram o patrimônio público, têm apelado para o “além” para tomar suas decisões.. como Eduardo Paes e Cezar Maia , que pedem ao “cacique” Cobra Coral que decida por eles.

Congresso - Além do orçamento de 2013, o ano legislativo do Congresso Nacional terá inúmeras medidas provisórias pendentes de votação. Parece não ter noção de suas obrigações, entretanto tem importância. Só ele pode repudiar a maligna Convenção dos Direitos dos Povos indígenas assinada pelo Executivo. Só ele pode melhorar as iníquas leis existentes e modificar uma Constituição prolixa e incumprível. O que é certo é que este Congresso é caro demais. Melhor seria reduzir o número de parlamentares para um terço do número atual.

Campanha falaciosa: Proteja sua família. “Desarme-se" – Aí é que você não terá como proteger a sua família. Melhor seria anunciar: “Senhor bandido, poder vir que não haverá resistência. Leve o que quiser e faça com minha mulher e com minhas filhas o que lhe apetecer. Inclusive matá-las.

Esses programas de controle da venda de armas legais estão a postos para serem colocados em prática sempre que algum evento de apelo emocional ocorre. E o resultado: elevação e não a diminuição da criminalidade. A segurança só aumenta para os criminosos e não para população de bem.

Independente da necessária auto proteção, nossas autoridades deveriam saber que há uma campanha mundial contra a possibilidade de resistência dos “futuros alvos”. A ONU endossa o engodo e compara o desarmamento civil de armas leves aos acordos de não proliferação de armas nucleares entre países. É fácil entender o porquê.

Com que intenções? – A Europa, sem olhar seus problemas financeiros, se propõe a gastar dinheiro para preservar toda a vegetação nativa da Amazônia, mesmo que isto impeça o desenvolvimento da produção. A imprensa européia, esquecendo suas próprias crises, produz artigos sobre a situação dos Guarani Kaiowá e sobre o “Acampamento Internacional de Observadores dos Guarani-Kaiowá em Mato Grosso do Sul”. Que caras de pau.


O motivo errado - O aumento da capacidade militar do nosso País visaria viabilizar a aspiração a um lugar permanente no Conselho de Segurança da ONU. Isto pouco interessa. Só cumpre decisões desse Conselho quem quer. O verdadeiro motivo é dissuadir aventuras estrangeiras e defender os interesses do nosso País quando necessário. Alguns ingênuos imaginam que o Brasil, ao contrário de países como Rússia e China, não enfrenta nenhuma ameaça de origem externa, capaz de justificar níveis elevados de gastos militares. Ledo engano. Nada há e mais perigoso do que riquezas que não se pode defender.

Pode acontecer...nas eleições

2014 ainda está longe, mas isto não nos impede de pensar: A atual corrente política dominante , unida ou desunida, certamente ganhará as próximas eleições pois o entreguismo é ainda mais repudiado do que a corrupção. Porem, afastada a ameaça da oposição, certamente aflorarão as divergências internas da corrente atualmente dominante, pois o discurso anticorrupção da atual presidente, mesmo com medidas mínimas, atinge profundamente o governo anterior, enlameado pela exposição de sua corrupção generalizada.

Poderíamos, grosseiramente, vislumbrar como provável um confronto entre a facção sindicalista do Lula e a facção nacionalista da Dilma. Com os dados de hoje, provavelmente, a facção nacionalista teria vantagem em relação ao apelo popular, mas no interior do partido, os políticos prefeririam Lula que lhes concedia boquinhas e era mais tolerante com a corrupção. Isto significa que se ambos “postularem”, não havendo um fato novo e chegarem saudáveis às eleições, o PT escolheria o Lula como seu candidato, isto é, Dilma não teria chance dentro do PT, a menos que o Lula resolvesse não disputar a eleição. Num cenário de enfrentamento, só restará à Dilma trocar de partido antes do prazo da desincompatibilização.

Poderíamos ainda cogitar em que se apoiariam os prováveis postulantes: O Lula, caso o PT o escolha, certamente nos sindicatos e nos políticos da boquinha; a Dilma, caso saia do PT, nos nacionalistas e nos militares. O candidato da atual oposição, nem contará se mantidas as atuais condições. Entretanto, se nossa economia degringolar como deseja o “Estabelecimento Financeiro Internacional”, o discurso anticorrupção e anticomunista pode tornar o candidato competitivo, mas somente se ele conseguir se desvincular do entreguismo de FHC .

O momento é apenas de observação. Muita água ainda vai rolar. No mundo tudo pode acontecer inclusive uma guerra que, se não nos envolver diretamente, envolveria nossos mercados. Caso haja paz no mundo, paz garantida, pior para nós, pois as pressões para a independência indígena será ainda mais forte. Aguardemos.

Notícias

Pré Sal - A produção de petróleo e gás natural na região do pré-sal aumentou 25,6% de outubro para novembro, atingindo média de 227,6 mil barris diários de petróleo e 7,1 milhões de metros cúbicos de gás natural. O aumento se deveu à entrada em operação de mais dois poços, (Jubarte e Marlim Leste. Ainda no início deste ano está previsto o início de operação do piloto de Sapinhoá, outro grande campo do pré-sal, de petróleo, aliás com melhor qualidade .

Venezuela – Tudo indica que o Chavez está a beira do óbito. Isto talvez seja festejado por muitos, atentos a imprensa americanófila, mas o nosso País perderá, se não um aliado, sua primeira linha de defesa na Amazônia. A área Ianomâmi, um verdadeiro “Curdistão” entre o nosso País e a Venezuela, somente ainda não se uniu,numa só região autônoma, pela firme recusa do Chavez. Continuará o sucessor dele com a mesma política? Quem dera...

Fretes Marítimos - Nosso País paga US$ 20.000.000.000,00 / ano em fretes. Uma evasão de divisas que poderia comprar 100 navios por ano e fazer uma frota verdadeiramente nacional que traria competição aos fretes cartelizados (claro, a frota nacional teria de ter gestão eficiente e idônea). Hoje, só a frota da Petrobras é verdadeiramente brasileira. A VALE tem a dela sob bandeira de conveniência (Cingapura), a ALIANÇA pertence à HamburgSud, a LIBRA a CSAV, a NORSUL a grupo dinamarquês e assim são todas. Dilma, desperta!

Contratação suspeita – O Clube de Engenharia, em defesa da capacidade dos técnicos nacionais, pediu cancelamento da contratação de engenheiros militares dos EUA para a prestação de estudos visando à navegabilidade na bacia do rio São Francisco. Mesmo desconsiderando o aspecto estratégico, não havia mesmo razão para tal contratação. Deve haver aí algum jogo de corrupção, se não de traição.

Perigo – A reduzida taxa de natalidade - A Grécia já está condenada. A cada 25 anos perde um terço de sua população e o que sobra envelhece cada vez mais. É o resultado da taxa de natalidade de um filho por casal. Se, de agora em diante, cada casal em idade fértil decidir ter cinco filhos, aquele infeliz país ainda levaria cem anos para recuperar a população atual. Neste meio tempo terá tão poucos jovens trabalhando que não terá como investir nem como sustentar sua massa crescente de idosos.

Agora chegam notícias do Japão: Desde 2007, a população japonesa não para de diminuir. Em um ano o país perdeu 212 mil pessoas. Nesse ritmo, em três gerações os japoneses, hoje 128 milhões, estariam reduzidos a 86 milhões. Hoje se vendem lá mais fraldas geriátricas do que fraldas para crianças. Breve também não terão nem como sustentar sua massa crescente de idosos.

Que isto sirva de alerta para o nosso País. Uma boa medida foi o programa Brasil carinhoso, por mais corrupção e vagabundagem que possa gerar, mas só ele não basta. São necessárias creches. Também são necessários estímulos morais: - condecorações ás mães, homenagens, apoio às normas religiosas que valorizem a natalidade e o que mais for possível. Isto se quisermos ao menos conservar o nosso território.

PS – A baixa taxa de natalidade atinge também aos EUA, mas eles tem se beneficiado da imigração ibero-americana, cristã e facilmente assimilável. Isto pode até mudar a composição étnica deles, mas não os ameaça como nação, ao contrário da Europa, cujos imigrantes são islâmicos inassimiláveis que, antes mesmo de se tornarem maioria, tendem a criar Estados próprios.

Ambientalismo em queda

Embora a presidente Dilma tenha confrontado a maquinaria ambientalista que obstaculiza os projetos de infraestrutura do PAC, ela ainda não parece com coragem para contrariar frontalmente certas pressões do aparato ambientalista-indigenista internacional. Essas atitudes de submissão a pressões externas tinham sido constante nos governos anteriores, desde o Collor, que entregou a reserva ianomâmi, exigida pela agenda da "Nova Ordem Mundial" até o Lula, que admitiu ter homologado a reserva Raposa Serra do Sol, por pressão internacional.

Não obstante, o cenário está em mudança. A agenda ambientalista global experimenta um processo de desmoralização e retrocesso, pelos efeitos dos choques de realidade, pela evidente falsificação dos dados pseudo-científicos dos seus cenários catastrofistas, como pela cada vez mais evidente inviabilidade socioeconômica da sua agenda de restrições ao desenvolvimento, a começar pela insana proposta de "descarbonização" da economia mundial. Com a economia no vermelho, não há muito espaço para os delírios "verdes"

Assim, em face desse enfraquecimento do discurso ambientalista, o adiamento da votação do Código Florestal permitirá que o processo decisório possa transcorrer sob menos pressões externas. E, com um pouco de otimismo, pode-se esperar que, com cabeças mais frias, o Planalto não venha considerar como uma afronta pessoal a aprovação de um texto mais próximo ao já aprovado pela Câmara dos Deputados - que, sem dúvida, representa um consenso majoritário dos setores relevantes da sociedade.

Em 1992, a desmedida soberba de Collor fez da Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (Rio-92) a sua versão do Baile da Ilha Fiscal. Na época, houve quem se deixou enganar pelas insidiosas aparências do movimento ambientalista-indigenista internacional. Duas décadas depois, havendo uma maior compreensão de que se trata de um instrumento neocolonial de interesses supranacionais, não é crível que se repitam erros semelhantes e primários.

Mais uma da Funai


A Justiça Federal de Ilhéus mandou reintegrar quatro propriedades que haviam sido invadidas por supostos índios A primeira delas, invadida pela 3ª vez em julho deste ano, foi encontrada com a sede destruída. Tudo roubado. Num gesto insensato, um coordenador da Funai sugeriu ao proprietário que se cadastrasse como índio, a exemplo da sua vizinha Isabel que se cadastrou. Assim se pode aumentar a área indígena sem conflitos..

Os agentes cumpriram mais dois mandados. Ao Chegar noutra fazenda (Grupo Chaves), os “índios” invasores correram. Entre os evadidos, foi reconhecido o “Cacique” Cleildo, um ex-sem- terra, assentado do INCRA, que do nada virou índio e passou a ser cacique, infernizando aquela região.


Que Deus proteja a todos nós