quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Corporativismo rege o poder no Brasil


O Corporativismo é uma instituição sólida, que rege o poder no Brasil, tanto no âmbito estatal quanto na esfera societária. Ele garantiu a absolvição do deputado Natan Donadon, que pertenceu ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro do Estado de Rondônia.

Condenado pelo Supremo Tribunal Federal e preso, desde junho, na penitenciária da Papuda, em Brasília, sob acusação de corrupção, o parlamentar teve seu mandato mantido pelos seus colegas em votação realizada na Câmara dos Deputados.

Agora um parlamentar-presidiário, Donadon é o símbolo das contradições existentes no controle da constitucionalidade, onde o Poder Executivo, mais uma vez, desequilibra a balança manobrando para que muitos parlamentares da sua base de apoio se ausentassem da sessão negando o quórum de dois terços para a cassação do mandato.

Prevalecendo a primazia do Legislativo na cassação de mandatos parlamentares, conforme estabelece a Constituição Federal, há o risco de que os deputados condenados pelo STF no rumoroso processo do “Mensalão”, mas no exercício do mandato (casos dos petistas João Cunha e José Genoíno e de Waldemar Costa Neto, do Partido Liberal, e Pedro Henry, do Partido Progressista), recebam da Câmara o mesmo procedimento corporativista.

A bancada do governo dificilmente deixará de manobrar para inviabilizar a cassação do mandato dos referidos deputados já condenados e com suas penas confirmadas pelo STF, presidido pelo ministro Joaquim Cardoso, o homem que conduziu com mão-de-ferro, como relator, o julgamento dos 25 acusados de envolvimento na compra de votos  parlamentares durante o Governo Lula e que tem seu nome citado como "candidatável"  à Presidência da República, nas eleições de 2014.

O que se tem, por conseguinte, no Brasil é um STF que reclama para si o controle da constitucionalidade, como Corte Suprema; um Poder Legislativo que reclama a constitucionalidade, quando se trata da defesa de seus membros, e um Poder Executivo com poder de fato sobre a constitucionalidade, pois o Presidente da República é o Supremo Magistrado e chega até a influenciar na indicação dos membros do STF e fazer o que quer num Parlamento sem oposição expressiva.

Em resumo, manda quem pode e obedece quem tem juízo – como afirma o adágio recorrente nos meandros da expressão do poder político. E o corporativismo impera também na sociedade, onde siglas como a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), ABI (Associação Brasileira de Imprensa), AMB (Associação Médica Brasileira), a FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), etc. impõem seus rituais em defesa dos afiliados, em detrimento dos direitos do cidadão.

A teoria do Corporativismo é ampla, iniciando-se nas corporações de ofício, na Idade Média, mas é comum a associação dessa instituição milenar com os regimes fascistas e com a história da própria Igreja Católica. Corporativismo é, por essência, antidemocrático.

 

 

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

O Egito eclodido


Ramez Philippe Maalouf*
 
A crítica situação do Egito está longe de ser definida. A mobilização popular permanece. A repressão governamental está acirrada. Há acenos para que haja uma acomodação do novo governo com alguns integrantes da Irmandade Muçulmana, mas as relações obscuras do atual vice-presidente ElBaradei com ex-integrantes do governo de Mubarak são um péssimo sinal para uma radical mudança de regime.
 
Não há qualquer perspectiva no presente momento de que se estabeleça de fato um governo soberano no Egito e, a persistir a violenta repressão, confrontada com uma oposição cada vez mais mobilizada e enfurecida, há uma real possibilidade de que ecloda uma guerra civil no Egito.
 
Se os EUA entenderem que não há chances de manter a total submissão do Egito à sua geoestratégia de poder global, a opção de fazer eclodir uma guerra civil (a via indireta) pode se tornar concreta. Uma opção que já havia sido vislumbrada por estrategistas israelenses, em 1982, às vésperas da invasão do Líbano.
 
Desde a derrubada  de Mubarak, em 2011, o Egito se converteu em mais um campo de batalha da guerra travada pelos EUA contra o resto da humanidade (segundo a Teoria do Choque de Civilizações do falecido politólogo Samuel P. Huntington) em busca da hegemonia global absoluta por meio do cerco e da contenção da China e da Rússia.
 
Uma guerra mundial que foi iniciada na década de 1990, sendo travada no Panamá, no Iraque, na antiga Iugoslávia, na Somália, na República Democrática do Congo, na Líbia, no Afeganistão, no Iêmen, no Paquistão, na Coréia, no Mali, na Palestina, na Síria, na América do Sul (na Colômbia, na Venezuela e, mais recentemente, no Paraguai).
 
Várias batalhas de uma só guerra. Uma derrota imperialista no Egito, com a vitória de uma revolução popular, seria um duro golpe para os EUA, com consequências imprevisíveis em todo espaço afro-asiático. Aguardemos os novos acontecimentos no País do Nilo.
 
*Historiador e doutorando em Geografia Humana pela USP.
 


 

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Mais uma crise


Adriano Benayon *
01. Transcorreu agora o  59º aniversário  do modelo dependente, implantado a partir de 24 agosto de 1954, data da deposição do presidente Getúlio Vargas.

02. O atual quadro da economia brasileira deixa clara a iminência de mais  uma devastadora crise externa, tão ou mais profunda que as anteriores, como a que levou à moratória submissa em setembro de 1982 (cessaram os pagamentos por falta de divisas), e a do  final de 1998 com o mesmo problema.

03. É o déficit (saldo negativo) com o exterior nas transações correntes (mercadorias, serviços e rendas) que faz explodir a dívida externa e suscitar a incapacidade de fazer face ao serviço dela sem sofrer a intervenção dos bancos estrangeiros e de seus colaboradores, como o FMI e o Banco Mundial.

04. De janeiro a julho de 2013, esse déficit ascendeu a U$ 52,5 bilhões, quantia quase  igual à do déficit total de 2012 (US$ 54,2 bilhões). Em 2013, ele já corresponde a 4% do PIB, sendo que no caso do Brasil sequer o PIB é nosso, pois a economia tem sido grandemente desnacionalizada.

05. O déficit cresce demais nos últimos anos. De 2008 a 2012, somou US$ 204,1 bilhões. No atual ritmo, 2013 poderá ultrapassar 50% do total acumulado nesses cinco anos.

06. Os déficits nas transações correntes são causados pela volúpia das empresas transnacionais de transferir lucros às suas matrizes,  nas sedes destas e em paraísos fiscais. 

07. Os lucros transferidos como lucros, embora imensos, são muito menores que os transferidos disfarçadamente em contas do balanço de serviços e no de mercadorias, através do subfaturamento das exportações e superfaturamento das importações e até mesmo de operações fictícias.

08. A característica do modelo dependente é a progressiva entrega dos patrimônios nacionais às empresas transnacionais. O mercado foi o primeiro desses patrimônios doados, através de incríveis privilégios, ao capital estrangeiro, começando com a liquidação da indústria automobilística nacional e a entrega do mercado às montadoras transnacionais no governo de Juscelino Kubitschek.

09. O senador Vasconcelos Torres (1920/1982) publicou em 1977 o livro “Automóveis de Ouro para um Povo Descalço”. Decerto “ouro” referia-se, não à qualidade dos automóveis, mas ao preço deles.

10. A p. 94 relatava o senador:

“a)  No exercício de 1962, foi registrado, no balanço  consolidado das onze empresas produtoras de veículos automóveis e caminhões, lucro de 65% em relação ao capital socialconstituído  por máquinas usadas, e aumentado posteriormente, com incorporações de reservas e reavaliação dos ativos.”

11. De fato, como tenho mencionado, as empresas estrangeiras da indústria automotiva e de outras indústrias -  favorecidas por instruções da SUMOC, o banco central à época) -puderam, a partir de janeiro de 1955, importar equipamentos usados, de valor real zero, pois estavam há anos amortizados, e registrá-los, como se fossem investimento em moeda, pelo valor que declarassem.

12. Isso significa que o Brasil lhes deu um privilégio incrível, semelhante ao dos bancos, que ganham dinheiro criando dinheiro do nada, com lançamentos contábeis, ao conceder empréstimos.  Além disso, beneficiadas pelo custo real zero do capital e da tecnologia, as transnacionais esmagaram a concorrência de empresas locais.

13. Vasconcelos Torres, op. cit. p. 95, apresenta uma tabela referente aos balanços de 1963, comparativa de preços de venda da fábrica à distribuidora com os preços de venda do distribuidor ao público, abrangendo quatro montadoras, entre elas a Volkswagen, já então a maior produtora no Brasil.

14. O preço nas distribuidoras era mais de três vezes o preço na fábrica, valendo notar que os donos desta são os mesmos daquelas ou, no mínimo, têm participação naquelas.

15. Como se fosse pouco o que as transnacionais ganharam no Brasil nos anos 60, no final desse decênio, elas foram agraciadas com novos e colossais subsídios, através de isenções de IPI e ICM, nas importações de seus bens de capital e insumos, além de créditos fiscais,  na proporção das exportações.

16. Até hoje, novos subsídios juntam-se aos antigos e caracterizam o modelo dependente como aquele em que as empresas transnacionais recebem imensos prêmios, doações e dinheiro para explorarem o mercado sem concorrência, com seus carteis e oligopólios.

17. Por enquanto, as reservas no exterior se mantêm em US$ 370 bilhões e acima da posição da divida externa, de US$ 314 bilhões.  Mas isso significa desnacionalização galopante, pois decorre do brutal ingresso líquido de investimentos estrangeiros diretos (US$ 62 bilhões de janeiro a julho) e mais US$ 24 bilhões de investimentos estrangeiros em carteira (participações de capital).

18. Além disso, só é possível o balanço de pagamentos com saldos positivos, em vez de com enormes déficits, devido às aplicações estrangeiras em títulos de renda fixa.

19. Elas totalizaram US$ 20 bilhões de janeiro a maio. Dados os sintomas de crise, o Executivo suprimiu, em 04.06.2013,  o imposto sobre operações financeiras  - IOF  sobre essas aplicações, além de aumentar a taxa de juros. Com isso elas atingiram US$ 7,1 bi em junho, mas voltaram a declinar  para US$ 3,9 bilhões em julho. De janeiro a julho: US$ 31 bilhões.

20. Apesar de a maior parte das economias estrangeiras praticarem juros reais baixos e até negativos, no Brasil voltou-se a elevar a taxa básica dos títulos públicos: em julho, ela já foi para 8,5% aa, depois de ter baixado em 2012, ficando em 7,25% aa. até abril de 2013.

21. Nada pode justificar as elevações verificadas desde então, a não ser o fato de as autoridades monetárias agirem como serviçais dos bancos e dos aplicadores estrangeiros,  ou a dependência de ingressos de capital para fechar as contas externas, devido ao déficit nas transações correntes, causados pelo modelo desnacionalizante.

22. Parece claro, sem excluir a primeira hipótese, que a segunda desempenha influência determinante. Tal como ocorre com os viciados em cocaína e outras drogas, o Brasil, submetido ao modelo dependente, agrava cada vez mais a dependência, recorrendo a doses cada vez maiores de  drogas (capital estrangeiro).  Para isso, oferece a ele cada vez mais benesses para atraí-lo.

23. A usual desculpa da inflação é mais furada que queijos Emmenthaler e  Gruyère, pois, além de ela apresentar-se em queda antes dos aumentos na taxa de juros, estes não levam à redução da alta dos preços.

24. A maligna dependência não se limita a produzir crises externas, como as que contribuíram para pôr de joelhos os submissos governos brasileiros, como em 1982, culminando com os inqualificáveis Collor e FHC a entregar de graça às transnacionais patrimônios públicos inalienáveis, conforme exigiram os governos imperiais, coadjuvados por Banco Mundial e FMI. A política submissa continua sob os governos petistas.

25. Por que os desastres produzidos pela dependência não se limitam a isso? Porque ela faz crescer exponencialmente a dívida pública interna, o que ocorre não só quando o capital estrangeiro aplica em títulos do Tesouro - e este os emite -  mas também em função das altas taxas de juros, expediente “justificado”  pela “necessidade de atrair aquele capital”.

26. Terminou o espaço, e assim não posso aditar ao que tenho escrito sobre a imperiosidade de se anular o último leilão de petróleo e de cancelar o marcado para outubro, na área do pré-sal. Tenho só de conclamar os compatriotas a participarem das ações dos  que estão lutando nessa direção. Não só as ações judiciais, mas também as que transcendam as atuais regras legais.

27. E ainda não é desta vez que resumirei a fraude em que os governos entreguistas transformaram o setor de energia elétrica, criando um caótico sistema de preços, “de mercado”, com o intuito de favorecer grandes empresas, principalmente estrangeiras, as quais, enquanto sugam o País, extinguem o seu futuro, acabando com sua infraestrutura.

* - Adriano Benayon é doutor em economia e autor do livro Globalização versus Desenvolvimento.

 

 

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Governo é vaiado na AMAN


Em artigo anterior, afirmo que “há generais com pólvora no fuzil”, descontentes com o governo Dilma Rousseff e com o ministro da Defesa, Celso Amorim. Mas, não poderia deixar de mencionar um fato público, que me foi comunicado por amigos, ocorrido na tradicional cerimônia de entrega de espadins aos cadetes da Academia Militar das Agulhas Negras, no último dia 25, Dia do Soldado, quando se reverencia a figura do Patrono do Exército, Luiz Alves de Lima e Silva – o Duque de Caxias.

O vice-presidente Michel Temer, representando a presidente Dilma Rousseff, o ministro da Defesa, Celso Amorim, e o comandante do Exército, general-de-exército Enzo Peri, além do atual comandante da AMAN, general-de-brigada Júlio Cesar de Arruda, foram vaiados pelos familiares dos cadetes e militares da reserva presentes. Um fato inédito naquela academia, localizada na cidade de Resende, no Estado do Rio de Janeiro.

O atraso de mais de uma hora no início da cerimônia e a ausência da Presidente Dilma, sob um sol escaldante, foram o estopim revelador da efervescência no meio militar, em especial pela atuação da Comissão da Verdade em detrimento da Lei da Anistia, pelas limitações orçamentárias impostas às Forças Armadas e pelo caráter anárquico das manifestações de ruas, com respaldo em legítimas reclamações contra a corrupção e a falta de políticas públicas relacionadas ao transporte, educação, saúde e segurança pública.

Rondó político-diplomático-militar digno de cinema

A demissão do ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, motivada pela operação que trouxe o senador boliviano Roger Pinto Molina ao Brasil, conduzida pelo embaixador brasileiro interino em La Paz, Eduardo Sabóia, sem consulta ao Itamaraty, é a consumação da insatisfação da Presidente Dilma Rousseff com Patriota, que ocupava o cargo desde o início do governo e era considerado por alguns dirigentes do Partido dos Trabalhadores como um ministro muito simpático a Washington.

As denúncias de espionagem dos Estados Unidos no Brasil continuam repercutindo nas relações entre os dois países, devendo ser objetos de conversações a serem mantidas nesta semana pelo ministro da Justiça do Brasil, José Eduardo Cardozo, com autoridades  estadunidenses. A recente visita do vice-presidente Joe Biden a Brasília só agravou a irritação do Governo Dilma com a espionagem praticada pelos Estados Unidos.


Molina, que faz oposição ao Presidente Evo Morales e vinha sendo acusado de atos de corrupção, fugiu de carro até a cidade de Corumbá, no Estado de Mato Grosso do Sul, e apanhou um jatinho em companhia do senador brasileiro Ricardo Ferraço, vindo para Brasília e refugiando-se na casa de um amigo advogado, onde permanece como asilado. Sabóia também foi exonerado.


Difícil acreditar que toda essa trama política, diplomática e militar, envolvendo dois senadores, tenha sido feita sem conhecimento do chanceler Patriota e dos órgãos de informação do governo brasileiro, mas, de qualquer forma, pouco se sabe o quanto Molina sabe ou fez na Bolívia para receber esses cuidados diplomáticos e políticos, pois a própria Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado esteve envolvida, na pessoa do senador Ferraço.

O novo ministro das Relações Exteriores, embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado, de 57 anos, embaixador de carreira, tem fama de estrategista e conquistou a admiração da Presidente Dilma pela sua participação como negociador-chefe da Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, a Rio +20, realizada em junho passado, no Rio de Janeiro.  Vinha atuando como representante do Brasil na ONU, cargo que será ocupado por Patriota.

Luiz Alberto conhece bem a política de meio-ambiente e energia e poderá ser um valioso conselheiro da Presidente Dilma, caso esta tenha que enfrentar, para sua reeleição em 2014, a ex-ministra e senadora Marina Silva, segunda colocada nas pesquisas de opinião e considerada a mais perigosa adversária de Dilma. Marina tem fortes ligações com Organizações Não- Governamentais estrangeiras da área ambiental que atuam no Brasil.

Ainda a ser investigada é a participação do assessor internacional da Presidência, Marco Aurélio Garcia, e do ex-chanceler Celso Amorim, atual ministro da Defesa, nesta operação, que contou com a escolta de dois fuzileiros navais ao carro que conduziu o senador boliviano até Corumbá.

Neste rondó político-diplomático, digno de um roteiro de cinema,o tema principal parece ser a sucessão presidencial, tendo por temas secundários a espionagem dos Estados Unidos e o “affaire” provocado pelo asilo concedido ao senador Roger Pinto Molina.

Há generais com pólvora no fuzil...


Fala-se numa possível candidatura do ministro Joaquim Barbosa, atual presidente do Supremo Tribunal Federal, STF- à presidência da República, nas eleições de 2014, pelo Partido Militar Brasileiro, PMB-, cujo registro está sendo providenciado junto ao Tribunal Superior Eleitoral –TSE pelos criadores da legenda, entre os quais o capitão Augusto Rosa.

Na hipótese de Barbosa não aceitar disputar a presidência, um nome que acredito viável para enfrentar Dilma, Marina e outros candidatos é o do general-de-exército da reserva Augusto Heleno. Matéria aqui postada, em 6 de janeiro de 2012, continua sendo procurada para leitura pelos internautas brasileiros e estrangeiros.

Mesmo na reserva e sujeito ao Regulamento Disciplinar do Exército, o general continua sendo alvo de interesse, pelas suas opiniões francas reveladas mediante “tuitadas”. Seu nome não é descartado pelos próprios militares da ativa, como opção, caso o ministro Barbosa rejeite de fato a sua filiação ao  PMB e  o lançamento de sua candidatura.

Oficiais de alta patente da ativa e da reserva estão insatisfeitos com a Comissão da Verdade, constituída pelo governo, no Congresso Nacional, para apurar eventuais abusos contra direitos humanos praticados no período do regime militar instaurado em 1964. Entendem que os atos dos dois lados foram zerados pela Lei da Anistia, editada em 1979 pelo Presidente João Figueiredo.

Recentemente, membros dessa comissão  no Rio de Janeiro foram barrados na entrada de  um dos prédios onde funcionavam as instalações do DOI-CODI (órgão repressor) e onde, supostamente, teriam sido praticadas torturas a presos políticos. O Comando Militar do Leste vetou o ingresso, alegando que as instalações são federais e a comissão estadual não tem autorização legal para fazer diligências naquele  âmbito.

 Há uma longa lista de nomes de chefes militares circulando pela Internet com declarações de insatisfação com a tal Comissão da Verdade e o Governo Dilma. As relações entre os militares e o governo podem azedar a qualquer momento, diante do clamor popular contra a corrupção disseminada e os atos de vandalismo nas manifestações de ruas, visivelmente dissociados das intenções da sociedade  pela moralização do País e melhores condições na saúde , transporte, educação e segurança pública.

A Comissão da Verdade é agora a gota d’água e o marco delimitador do clima de tolerância da parte de  influentes oficiais da ativa e da reserva com a situação política atual, com os atos de corrupção e as limitações orçamentárias para as Forças Armadas. Em suma, há muitos generais com pólvora no fuzil...

sábado, 24 de agosto de 2013

A atual política denorex no Brasil


Esse monitoramento estatístico da política, feito pelos institutos de pesquisas de opinião pública, como o Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística - Ibope-, o Instituto Sensus e a Datafolha, e por entidades estranhas ao meio, como a Confederação Nacional dos Transportes e órgãos da imprensa (Organizações Globo e  O Estado de S. Paulo), tem esvaziado o processo democrático brasileiro e  dificultado o surgimento de novas lideranças políticas.

Vejamos o caso da sucessão presidencial de 2014, já deflagrada e em pleno recrudescimento: A Presidente Dilma Rousseff, que sofreu uma queda brusca de popularidade, após as manifestações de protesto contra o governo, em junho, sobe agora ao patamar de 38%, como num passe de mágica, que confere legitimidade ao que afirma Maquiavel – que o povo é matéria-plástica na mão do príncipe.

Estatísticas que são manipuláveis ao bel-prazer do governante de plantão, não só no Brasil, mas em quase todos os países; a diferença aqui é a presença marcante dos marqueteiros na determinação dos atos de governo que possam promover o Presidente, o que chega a ter reflexos ate na formulação das políticas públicas.

Recentemente, o Brasil recebeu com susto a notícia de que o Tribunal Superior Eleitoral - TSE-, que está obrigando os 120 milhões de eleitores a fazerem seu cadastro biométrico, fez um convênio com a SERASA, entidade manipulada pelos bancos para monitorar o setor de crédito, para repassar os dados dos eleitores.

A Presidente do TSE, ministra Carmem Lúcia, disse que não sabia desse convênio, e mandou sustá-lo, quando a informação vazou. Não se tem falado mais no assunto, mas ficou claro que os bancos querem ter influência direta no processo eleitoral. Será que a SERASA não chegou mesmo a receber os dados? É a indagação de muitos eleitores.

A criação de partidos de conveniência, para abrigar figuras que despontam no cenário político à margem de ideologias e linhas programáticas consolidadas pelo processo político, é outro vício da política atual no Brasil. O Presidente Collor foi eleito pelo desconhecido Partido da Renovação Nacional - PRN.

A ex-senadora Marina Silva, que pertenceu ao Partido dos Trabalhadores e ao Partido Verde, chegando a disputar por este as últimas eleições presidenciais e recebendo expressiva votação, deve obter o registro para a Rede Sustentabilidade, legenda que viabilizará sua candidatura para as eleições de 2014, pois seu nome surge nas pesquisas com significativa intenção de voto, transformando-a na principal adversária de Dilma Rousseff, cujo nome continua atrelado cada vez mais à figura carismática do ex-presidente Lula.

Mas, indivíduo de mediana inteligência pode concluir que, no Brasil, os eleitores votam na pessoa, e não na legenda partidária, o que induz à prática da infidelidade partidária, embora a legislação eleitoral venha tentando sustar o processo de migração partidária, que dá margem a verdadeiro balcão de negócios no Parlamento.

O voto nulo, nas urnas eletrônicas, tem uma configuração que dificulta ao próprio eleitor anular seu voto, pois, quando ele aperta a tecla para esse fim, aparece a palavra “error”, que ele deve confirmar, caso queira mesmo anular seu voto. Mas, a maioria dos eleitores não sabe que tem que apertar essa tecla e acaba mudando sua decisão, com medo de votar errado. Falta esclarecimento (ou é intencional essa configuração?).
 
O voto nulo, nas urnas eletrônicas, tem uma configuração que dificulta ao próprio eleitor anular seu voto, pois, quando ele aperta a tecla para esse fim, aparece a palavra “error”, que ele deve confirmar, caso queira mesmo anular seu voto. Mas, a maioria dos eleitores não sabe que tem que apertar essa tecla e acaba mudando sua decisão, com medo de votar errado.

São tantas as manipulações contra a legítima representação política no Brasil - aquela que expresse realmente os anseios, as reivindicações, as necessidades e os interesses do povo, através do sistema eleitoral-partidário - que  podemos aplicar a ilustração acima  para a situação do eleitor. É a política “denorex”, que parece, mas não é...
 
 
 
 



 

 

 

 

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Arte política: "O outro lado do Paraíso"


O regime militar no Brasil, de 1964 a 1985, continua inspirando temas para a literatura, a música, o teatro, a televisão e o cinema, incorporando ao consciente coletivo e à cultura nacionais a leitura e mesmo o revisionismo críticos de um período ainda relativamente desconhecido por uma parte da atual geração de brasileiros que vivenciam a presente democracia.

O livro do jornalista, escritor e editor Luiz Fernando Emediato, intitulado “O outro lado do Paraíso”, que virou best-seller infanto-juvenil, com mais de 120 mil exemplares vendidos, está sendo adaptado ao cinema, através de filme de longa metragem  rodado em Brasília, no Polo de Cinema e Vídeo de Sobradinho.

Na obra, lançada em 1981 (quando eu e Emediato éramos colegas no jornal O Estado de S. Paulo), Nando, um menino de 11 anos, descreve a saga de sua família de garimpeiros de Bocaiúva, em Minas Gerais, no início dos anos 60, que migrou para Brasília, movida pelo sonho do seu pai Antonio, em busca de melhores condições de vida, nos primórdios da inauguração da nova capital, e foi colhida pelo vendaval político gerado pela deposição do presidente João Goulart, em 1963, e a instauração do movimento revolucionário de 64.

Antonio, Maria, Silvinha, Nando e Tuniquinho viram frustradas suas tentativas de encontrar em Brasília “o país de Evilath, onde nasce ouro”, e Antonio acabou sendo preso, acusado de simpatizante do Comunismo..  

O filme, dirigido pelo laureado e jovem cineasta André Ristum (de “O meu País”), é da Geração Filmes/Mercado Cultural e tem orçamento de sete milhões de reais e retrata, como obra de ficção, com flashes-backs em fatos e personalidades daquela época, as vicissitudes impostas àquela família de mineiros e, por extensão, a muitos outros brasileiros discordantes do novo regime.

No elenco, estão presentes atores consagrados junto ao público nacional, como Eduardo Moscovis, Jonas Bloch, Simone Iliescu , Flávio Bauraqui e Murilo Grossi, além do jovem ator Davi Galdeano, como um dos protagonistas, interpretando o menino Nando, em narrativa que faz do drama vivido pela sua família. Marcelo Muller assina o roteiro, e a produção é de Nilson Rodrigues, Luiz Fernando Emediato e Marcio Curi.


É a mais importante película filmada no Polo de Cinema e Vídeo de Sobradinho, construído em 1984 e agora resgatado de um longo período de abandono, reflexo da própria condição anêmica e incipiente do empreendimento cinematográfico na capital.

Convidado pela agência de modelos Magneto Elenco, de Brasília, a participar como figurante nas filmagens, tenho acompanhado as cenas reproduzindo os acampamentos dos pioneiros ou “candangos” que povoavam os canteiros de obras de Taguatinga, hoje uma próspera cidade-satélite do Distrito Federal.

Figurantes mais jovens, meninos e meninas, participam das filmagens com diversas interrogações na cabeça, acerca de uma ficção que retrata a realidade daqueles tempos ,quando  trabalhadores e migrantes de todos os quadrantes do Brasil, a maioria pouco instruída ou analfabeta, tentava exercer a árdua tarefa de sobreviver no trabalho pesado e se alimentar debaixo  do sol, chuva, calor, frio, vento e poeira inclementes, para consolidar a nova capital.

Parte do folclore, naquele tempo, vento contínuo nas construções soprava a poeira fina que entupia os olhos, as narinas e os ouvidos dos “candangos”. Era o “lacerdinha”, alusão a Carlos Lacerda, governador do Estado do Rio de Janeiro, jornalista polêmico e político pertencente à União Democrática Nacional - UDN-, partido das elites urbanas, que fazia feroz oposição à transferência da capital brasileira, da litorânea cidade do Rio de Janeiro para a nova cidade no Planalto Central, iniciativa do Presidente Juscelino Kubitscheck, do Partido Social Democrático-PSD-, partido das elites rurais.

Os “candangos”, que veneravam Juscelino, não perdiam a oportunidade de amaldiçoar Carlos Lacerda, diante de cada “lacerdinha” que rodopiava poeira vermelha e detritos gerados pelo desbaste  da vegetação do cerrado para início das edificações.

O diretor André Ristum aceitou o desafio de fazer o filme inspirado na sua própria história, pois teve sua família perseguida pelo regime militar e foi obrigado a crescer e viver longo tempo fora do Brasil.
Li a obra de Emediato, que interpreto como uma transposição dos mineiros do Romantismo para o Realismo, e acompanho parte das filmagens, como figurante, com a impressão de que o diretor André Ristum e sua equipe têm o grande desafio de fazer o caminho inverso de Emediato, ou seja, o do Realismo do ambiente árido do cerrado nas filmagens para o Romantismo sublimado da estória na tela, com seus tons cinzentos.

A previsão é de que o filme seja lançado entre janeiro e março vindouro, quando transcorre o cinquentenário  da instalação do regime militar em 64.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Marina sobe e Barbosa aparece como "azarão"



Uma breve resenha do noticiário sobre as eleições presidenciais de 2014,segundo recentes pesquisas de intenções de voto da Datafolha, aponta a Presidente Dilma Rousseff com 35% dos votos, disputando em segundo turno com Marina Silva, que subiu para 26% é já é considerada um nome “presidenciável”.

Associada à figura do ex-presidente Lula, do Partido dos Trabalhadores – PT -, Dilma continua jogando pesado para recuperar seu prestígio abalado, e seu lance mais atual foi a liberação de vultosa soma de verbas orçamentárias para parlamentares dos partidos da base aliada no Congresso Nacional.

A ex-senadora Marina Silva, beneficiada pelas manifestações de rua contra o Governo, subiu nas pesquisas no vácuo da queda de Dilma e vem contando com apoio de alguns empresários, banqueiros (entre os quais o Grupo Natura e o Banco Itaú), e artistas consagrados.

A Rede Sustentabilidade , de Marina, tem até o dia 1 de outubro para se registrar como legenda, perante o Tribunal Superior Eleitoral  –TSE-, mas só obteve   pouco mais de 250 mil assinaturas válidas, das 451.569 necessárias. Pelo sim e pelo não, a Presidente do TSE, ministra Carmen Lúcia, prometeu se dedicar mais ao registro da Rede, mas não disse como, na falta de assinaturas suficientes.

Estive em São Paulo e pude constatar que Marina tem se encontrado com empresários e especialistas em marketing para viabilizar sua candidatura, tentando esclarecer suas metas, caso seja eleita, mas terá, no entanto, que enfrentar  numa campanha algumas contradições, segundo críticos de sua carreira política me passaram por e-mail.

Como, por exemplo: Por que Marina não deixou o PT, quando estourou o caso do “Mensalão”; por que não deixou o cargo de ministra do Meio Ambiente, quando foi aprovado o uso de transgênicos no País?; por que dividiu o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente –IBAMA- para a criação da Fundação Chico Mendes, medida que teria enfraquecido o combate ao desmatamento no País? ; e por que não se definiu ainda sobre a união entre pessoas do mesmo sexo?

A novidade é o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa, marcando o aparecimento do seu nome, com 11%, entre os candidatáveis, em pesquisas induzidas, embora não confirme sua intenção de se candidatar pelo Partido Militar Brasileiro – PMB-, idealizado pelo capitão Augusto Rosa, que pretende convidar oficialmente o ministro, em audiência na próxima semana.

Segundo Rosa, o PMB já recebeu 300 mil manifestações de apoio à criação da legenda, mas necessita, até setembro, de angariar 485 mil assinaturas. Joaquim Barbosa continua calado, sem manifestar interesse pela disputa de algum cargo eletivo, apesar do destaque nacional obtido no julgamento do processo do “Mensalão”, condenando parlamentares supostamente envolvidos na compra de votos de apoio ao Governo Lula.

Em recente entrevista à Folha de S.Paulo, a ex-senadora Marina Silva, omitindo sua base religiosa evangélica, alertou sobre o caráter messiânico representado por eventual candidatura do ministro Joaquim Barbosa, com amplo apoio na internet.

Barbosa continua sendo o enigma, espécie de "azarão", que incomoda os demais candidatos para as eleições presidenciais de 2014, embora seus críticos considerem seu temperamento  como mercurial e inadequado para um governante.

Desgoverno Mundial Totalitário


Adriano Benayon *
01. Estamos diante de mudança qualitativa na situação mundial, tanto no plano econômico como no político.

02. Depressão, desemprego crescente, concentração e financeirização absurdamente elevadas -  incompatíveis sequer com o pouco que restava do estado de direito -  têm levado ao Estado totalitário, cujas instituições aplicam meios e armas tecnológicas, nunca dantes vistas, para desinformar, espionar e reprimir as pessoas.

03. Poucos países, como Rússia, China e Irã, não se comportam como capachos do império anglo-americano, sofrendo, por isso, pressões militares, políticas e constante campanha denegridora, apesar de com ele colaborarem em muitos terrenos e questões . Nem esses se desvencilharam plenamente da oligarquia financeira anglo-americana, absoluta em numerosas nações subjugadas, de todos os continentes.

04. Isso, inclusive, porque o império logra manter seu sistema financeiro fraudulento, inclusive o dólar e o euro no grosso das transações mundiais  e constituindo mais de 90% das reservas de divisas (só o dólar, mais de 60%).

05.  Sem a ameaça do poder militar e sem as incríveis manipulações nos “mercados financeiros” pelos bancos da oligarquia, o dólar teria, de há muito, perdido toda credibilidade.

06. Essa moeda é emitida em quantidades colossais, mais de vinte trilhões tendo sido passados aos bancos da oligarquia financeira anglo-americana e a alguns europeus a ela vinculados, para livrá-los do colapso criado por esses próprios bancos, com a orgia dos derivativos.

07.A injeção de dinheiro no sistema financeiro oligárquico, por parte dos tesouros nacionais e dos bancos centrais, através da criação de moeda, levou os tesouros a se superendividar, e os bancos centrais a exceder os limites toleráveis de emissões.

08. Por isso, não haverá como usar o mesmo “remédio” no próximo colapso, que terá consequências ainda piores que as do anterior, de 2007/2008, inclusive, como já aconteceu em Chipre, o confisco de haveres dos depositantes.

09. Desde o anterior, com as empresas produtivas e as pessoas em dificuldades, os bancos quase não emprestaram aos que produzem, e geraram a bolha do dólar e as dos mercados de títulos e de ações.

10. De fato, os governos títeres fizeram o contrário do que recomenda a ciência econômica não pautada pela submissão ideológica à oligarquia:  deixar falir os grandes bancos e aplicar recursos financeiros na produção em bases saudáveis, desmontando carteis e oligopólios e fomentando pequenas e médias empresas, bem como fortalecendo as estatais e investindo na infraestrutura.

11. O montante dos derivativos não registrados em bolsas (over the counter), que  havia ultrapassado 600 trilhões de dólares  no auge da “crise” em 2008, voltou a fazê-lo em 2011 (dados do Bank for Internacional Settlements – BIS).

12. Grande, se não a maior,  parte dos derivativos revelou-se podre, por serem pacotes de obrigações securitizadas, em cuja base estavam  instrumentos de crédito-débito sem condições de serem adimplidos.

13. Os vultosos prejuízos resultantes desencadearam o colapso e deveriam ter causado a falência dos grandes bancos, cujos controladores, executivos e acionistas haviam obtido ganhos bilionários com as fraudes.

14. A sequela do colapso financeiro foi a depressão e o desemprego nos EUA, Inglaterra, Japão e na quase totalidade da Europa, com reflexos em todo o Mundo.

15. Aí entra a desinformação. Nos EUA, os órgãos oficiais falseiam  as estatísticas de diversas formas, inclusive superestimando a  produção, ao aplicar aos preços deflatores muito inferiores à inflação verdadeira, e subestimando o desemprego.

16. Mas as pessoas sentem a deterioração de suas condições de vida e protestam. Diante disso, a oligarquia recorre à repressão policial, reforçando cada vez mais a natureza totalitária do poder público que controla. É o inelutável reverso político da medalha econômica e social.

17. O  Estado policial, a serviço da oligarquia, já estava consolidado antes da implosão das Torres Gêmeas, em Nova York,  e do míssil disparado contra o Pentágono, em Washington, em 11.09.2001, pois praticar um golpe dessa magnitude, conseguir ocultá-lo na “investigação”, reprimir os que demonstraram a verdade e impor à mídia a difusão da mentira oficial, são façanhas só possíveis sob instituições totalitárias.

18. Esse golpe -  vale recordar  – foi perpetrado para aterrorizar a população, obter do Congresso mais leis repressoras e “justificar” ações de guerra de grande envergadura, no Oriente Próximo e no Norte e Leste da África, no Afeganistão, Iraque,  Líbia, e mais recentemente Síria.

19. Muita gente  imagina que a oligarquia não tem como evitar a depressão e crê que ela não entende como a política econômica a poderia suprimir.  20. Entretanto, a recorrência das depressões e a continuidade das guerras demonstram que elas não são catástrofes naturais, mas, sim, deliberadamente cultivadas, além de consequência da concentração extrema do poder econômico, causada pelas políticas públicas comandadas pela oligarquia.

21. A oligarquia tem por objetivo central aprofundar e tornar absoluto seu poder econômico e político. Para isso, nada melhor que tornar pobre a grande maioria dos razoavelmente prósperos e a totalidade dos trabalhadores, que, em situação de vida menos desfavorável,  contariam com recursos financeiros e tempo para organizar-se e resistir à concentração do poder e aos desmandos da repressão totalitária.

22. Um exemplo disso ocorre com os brasileiros, que, se empregados, têm de desperdiçar cinco horas diárias estressando-se no trânsito. Além disso, o lazer é arruinado pela anticultura, e pela promoção de vícios e pela destruição  de valores inculcadas pelos meios de comunicação e de entretenimento.

23. Os moderníssimos e cada vez mais poderosos instrumentos da eletrônica e da informática são intensamente empregados a serviço disso,  como também da espionagem  industrial e a repressiva, causando danos às economias nacionais  e  à privacidade e à segurança de cada indivíduo.

24.  O Brasil, transformado em zona passiva da exploração e da opressão imperiais,  tem o “privilégio” de votar na urna eletrônica menos confiável do Mundo, e agora seus eleitores vão ser submetidos pela “Justiça” ao cadastramento biométrico, ficando, assim, expostos a mais abusos contra seus direitos.

25. Por mais absurdo que pareça às mentes sadias, infere-se o objetivo de dizimar a população mundial, por parte da oligarquia instituidora da  “nova ordem mundial”. Basta, para isso, ver o que ocorre,  há decênios.

26. Percebe-se mais um “sentido” da depressão econômica: favorecer o aumento da subnutrição, da má nutrição e das doenças, inclusive através do estresse, fonte da intoxicação endógena e da perda da imunidade.

27.  O fomento das doenças, além de fonte de lucros das indústrias da “saúde”, faz “controle demográfico”, complementando o controle da natalidade.  Para tanto, estão aí os transgênicos, agrotóxicos, o lançamento de rastros químicos por aviões, a gigantesca poluição de produtos como  petróleo e seus derivados, carvão,  xisto, os da indústria química e n outros.

28. Na mesma direção,  refrigerantes, fumo, drogas, antibióticos, quimioterapia, radioterapia e os hormônios, inclusive administrados ao gado e aves. Ademais, a medicina orientada pelos interesses financeiros da indústria farmacêutica e da de equipamentos médicos.

(1) O caso emblemático do analista Snowden provocou a fúria dos agentes imperiais, tendo o presidente Putin agido com exemplar firmeza, ao lhe conceder asilo, em contraste com a atitude dúbia da China, que rapidamente o despachou para a Rússia.

* - Adriano Benayon é doutor em economia e autor do livro Globalização versus Desenvolvimento.

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Pílulas do Vicente Limongi Netto


Fernando Collor
 
Posso dizer, sem medo de exagerar ou cometer blasfêmia, muito menos temo a ira dos ressentidos, que uma das páginas mais sombrias, melancólicas e absurdas dos 190 anos do Parlamento brasileiro foi quando os torpes, oportunistas e covardes patrocinaram  uma  pantomima que arrancou da Presidência da República um idealista, então com 40 anos de idade: Fernando Collor, eleito com mais de 35 milhões de votos. O impeachment foi um golpe certeiro e profundo na Constituição.

 À época, muita gente boa sugeriu que Collor fechasse o Congresso. Democrata verdadeiro, Collor fez de conta que nem ouviu a barbaridade. O tempo passou, Collor foi absolvido pelo STF de todas as acusações de seus levianos detratores.

Ao contrário do que dizem os sábios por correspondência, Collor não foi arrancado do cargo por corrupção, mas graças a um imundo e rasteiro jogo politico. Sobretudo porque Collor não tinha sustentação parlamentar no Congresso.

Hoje, nem os mais rancorosos negam que Collor deixou enormes benefícios ao cidadão. Foi ele quem abriu a economia brasileira ao mercado internacional. Tirou o Brasil das amarras do atraso. Criou leis, acabou com dezenas de ministérios. Reduziu a frota de carros oficiais, mandou vender as mansões usadas por ministros.

Neste dia 12, Collor faz 64 anos de idade. Com a consciência do dever cumprido. Jamais dobrou a espinha para cretinos fantasiados de isentos. Aprendeu com a vida, calejado pelas lições da experiência. É senador atuante. Respeitado e respeitador. Operoso e diligente. Mais do que nunca, atento, zeloso e preocupado com os destinos do Brasil.

Repórter exemplar

Todo repórter que se preza, mesmo afastado das redações, como é meu caso, vibrou com o "furaço" do jovem e talentoso Gerson Camarotti, entrevistando o Papa Francisco. O trabalho de Camarotti enche de orgulho o jornalismo brasileiro. Desde já, merecedor de todos os prêmios que apareçam ou já existentes. Covardia disputar com Camarotti.

 
Registre-se a correção e delicadeza do Papa, que poderia ter escolhido um repórter argentino, ou italiano, para conceder sua primeira entrevista. A entrevista foi magnifica. As respostas do Papa foram marcantes, profundas e dignas de aplausos e reflexões. O trabalho de Camarotti  serviu para mostrar aos telespectadores do mundo inteiro, que o Papa Francisco, além de Santo, também é Sábio. Que Deus continue iluminando Francisco!

Bernardo Cabral

O Senado Federal aprovou projeto demagogo e hipócrita, dando nome de Ulisses Guimarães a medalha que vai comemorar os 25 anos da Constituição.

A meu ver, o nome da comenda deveria ser Bernardo Cabral. Este sim, trabalhou feito um mouro, incansavelmente, deu suor, sangue e muito esforço e dedicação para o sucesso da nova Carta Magna, aprovada em 1988.

Ulisses Guimarães, por sua vez, entrou com o nome. Com a fama. Jamais pegou no pesado. Quem trabalhou com Bernardo Cabral, diariamente, todos os dias, sem descanso, foram os relatores-adjuntos, José Fogaça, Nelson Jobim, Adolfo de Oliveira (já no céu) e Antônio Carlos Konder Reis.

Tomara que o bom senso ilumine a cabecinha dos senadores para não se esquecerem de, pelo menos, condecorar Bernardo Cabral com a medalha  agora criada, Ulisses Guimarães, mas que, por justiça, méritos e competência deveria se chamar Bernardo Cabral.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Atualidades no Mundo, no País e no Meio Ambiente, Espionagem e intervenções e Os seis passos para destruir rival sem recorrer à guerra

 

Gélio Fregapani(Membro da Academia Brasileira de Defesa)
 
Atualidades no Mundo
 
Mercado de Energia – Aparentemente, tudo está calmo e o futuro se mostra risonho. A histeria do aquecimento global já foi desmoralizada, e os países mais adiantados voltaram a utilizar a energia barata do carvão, além da descoberta de novas fontes.
 
A utilização do gás de xisto gerou um excedente de carvão nos EUA, que foi vendido a preço baixo aliviando a economia européia. Caso sejam confirmadas as melhores expectativas sobre o gás do xisto, haverá uma revolução na economia mundial.
 
Os EUA ressurgirão como potência industrial, o preço do petróleo cairá, talvez inviabilizando projetos como o do pré-sal e o do etanol. Entretanto, persiste a desconfiança  de que o propalado gás não seja tão barato como foi anunciado e que a guerra pelo petróleo possa recrudescer.
 
Mercado Financeiro - Além da imensa quantidade de dólares sem lastro no mundo, está havendo novas emissões, com o valor sustentado por informações que podem ser falaciosas, e o mercado acionário poderá passar por um derretimento.
 
Cresce a consciência de que os grandes problemas mundiais são, em grande parte, manipulados por um pequeno grupo de grandes financistas internacionais.
 
Situação geopolítica – Cada vez mais ninguém consegue competir com as industrias da China. Os EUA baseiam suas esperanças no gás do xisto. Se não der certo, não saberão o que fazer. Detroit, que já foi o símbolo da indústria, está às moscas. Notícias não confirmadas de que o gás do xisto esteja sendo subsidiado põe em dúvida a sustentabilidade da recuperação norte-americana, enquanto o Euro permanece na  Unidade de Terapia Intensiva-UTI.
 
Para as potências ocidentais, a única saída parece ser o protecionismo, mas isto não impedirá a perda de seus mercados no Terceiro Mundo para a China, e não terão como pagar pelos recursos naturais que necessitarem para suprir sua protegida indústria, mesmo restrita ao mercado interno.
Mais do que possível, este é o cenário mais provável. Acontecendo, poucos países sobreviveriam em boas condições, entre eles o nosso, se conseguir dissuadir aventuras desesperadas do estrangeiro. Tudo pode acontecer, inclusive uma guerra. Enfim, o mundo nunca foi mesmo um lugar tranqüilo como gostaríamos que fosse.
 
Atualidades no Brasil
Observa-se, com tristeza, o esvaziamento das esperanças no Governo. Algumas das decisões já causavam contrariedades, mas não haviam lhe abalado a aprovação. Os leilões do pré-sal e outras privatizações aproximaram a administração do entreguismo tucano e o aumento dos juros, agravando os custos e corroendo a produtividade, isto já era percebido como inútil para conter a inflação; apesar da rendição aos rentistas, a aprovação do Governo ainda mantinha-se alta, principalmente em relação aos governos anteriores.
 
Aí vieram as manifestações... Não eram, em principio, contra a pessoa da Presidente, mas contra a corrupção, muito mais em evidência no Legislativo e no Judiciário. Seria o momento ideal para a “faxina”, desejada e pedida nas ruas, mas, provavelmente assessorada pelo Lula, a Governante, preferiu distribuir benesses para garantir o apoio parlamentar de seus interesseiros aliados políticos, e perdeu, em grande parte, a folgada aprovação que tinha.
 
Os conflitos no campo recrudescem e, por pressão dos “aliados” esquerdistas, a solução não está à vista. As Forças Armadas, com seu já precário orçamento contingenciado, não tem como estar satisfeitas em ver debilitada sua força de dissuasão para que o Governo pague mais juros, distribua benesses e mesmo permita os mais descarados  roubos. Pior ainda, assistir a progressiva secessão das áreas indígenas, orientada do estrangeiro. Já se fala até em nova revolução.
 
Na verdade, o que sustenta a Dilma é seu apoio popular (declinante, mas ainda grande) e o fato de que todos os postulantes ao cargo são ainda piores.Estamos mal!
 
Atualidades no Meio Ambiente
 - Nevascas e o aquecimento global -  O Oceano Ártico está derretendo, é certo, mas no Hemisfério Norte, no inverno boreal, as nevascas avançam cada vez mais.
 
Em nenhum registro da História, houve tanta neve como neste ano, no sul do Brasil.
 
 
 
O clima está mudando, sabemos. Aliás, sempre esteve, mas atribuir o frio ao aquecimento global parece burrice demais... parece, mas não é, pois trata-se de campanha muito bem pensada para auxiliar os ambientalistas a travarem a nossa agricultura. Só o Governo ainda não entendeu.
 
Espionagem e Intervenções
 
As revelações de Snowden provocaram reações, ainda que tal atuação já fosse conhecida há muitos anos. Pior que a espionagem foram as sabotagens e as intervenções, e não somente dos EUA, para abortar programas capazes de incrementar o nosso desenvolvimento tecnológico ou econômico. Vale tudo para evitar um novo “Japão” ao sul do Equador.
 
É claro que, muitas vezes, essas intervenções contaram com a cegueira e mesmo com a colaboração dos governantes que elegemos. Nisso, além da fraquejada do fim do governo militar, tivemos a traição do período  Fernando Henrique Cardoso- FHC-.Com a privatização da Embratel, as comunicações telefônicas ficaram na mão de firmas estrangeiras que, ao contrário de algumas nossas, costumam serem leais às suas nações. Mesmo antes do “Echelon”, já não podíamos mesmo manter segredos de Estado.
 
Entre as intervenções, acredita-se terem feito explodir o míssil da missão espacial brasileira, na base de Alcântara, matando seus mais de 20 membros, no momento do lançamento.  Além disso, os  EUA pressionaram a Ucrânia para não transferir tecnologia ao Brasil, como havia sido combinado.
 
Por momentos, tivemos vislumbre de independência durante o governo militar, vislumbre que se esvaiu com o choque do petróleo e a fraqueza do governante.  Depois, vivemos o período das traições, do desmanche deliberado da Pátria, seguido pelo da corrupção desenfreada, só por instantes ameaçada pelos ensaios de faxina da Presidente.
 
Agora, retornam em força as intervenções estrangeiras. Sentindo-se enfraquecida, Dilma se rendeu. Atendeu seus gulosos aliados em busca de apoio político e, pior, cedeu às pressões do sistema financeiro internacional com os juros e retomou as traições estilo FHC no pré-sal e em Alcântara.
 
Estamos mal. O sonho acabou. A coragem que a Presidente exibia era um mito e não mais podemos segui-la. Entretanto, chegamos a um impasse: Seguir a quem? A que? – Aos entreguistas do time do FHC? – À Marina, a serviço da casa real inglesa? Estamos em um beco- sem- saída e não podemos voltar. Teremos que romper essas paredes que nos impedem o caminho, se quisermos ir adiante.
 
Seis passos para destruir um rival potencial sem guerra
 
1º- Criar dependência
Há milênios que se sabe: podemos domesticar um animal, se o acostumamos a comer da nossa mão. Isto também vale para um povo inocente e crédulo. Assim, pode ser em termos de créditos desnecessários, assistência militar ou de qualquer outro tipo, mas principalmente acostumá-lo a depender de firmas estrangeiras para sua subsistência e seu emprego.
 
Para isto, naturalmente, é preciso bloquear toda iniciativa local que possa levar a algum desenvolvimento autônomo. Na esfera privada, progressivamente, a atividade produtiva vai sendo transferida para o domínio de empresas estrangeiras.
 
Firmas nacionais que não puderem ser bloqueadas devem ser compradas ao preço que for e posteriormente fechadas. As firmas estatais que não puderem ser sabotadas devem ser privatizadas, seja lá o que tiver que ser pago aos governantes corruptos. Se forem muito lucrativas, continuarão vivas, talvez até mais dinâmicas, mas sob o controle estrangeiro.
 
Quando grande parcela da população depender de estrangeiros para seus empregos e sua subsistência, o País estará pronto para ser domesticado. Até que será um jugo suave. A mais cruel das “dependências”, propositalmente criada e a História registra, foi praticada pela Inglaterra contra a China por meio do ópio.
 
2º - Quebrar a autoestima do país-alvo
 
Idealizando-se um way of life estrangeiro em detrimento dos valores locais, se consegue criar um complexo de vira-lata, de tal forma que mesmo os melhores valores chegam a ser desprezados, criando a desafeição pela própria terra.
 
Não se trata, em Guerra de 4ª Geração, de aperfeiçoar uma cultura, mas sim de cortar as ligações emocionais com a própria pátria. O cinema americano, nem sempre propositalmente, foi eficiente nesse papel. A imprensa e a televisão, mais objetivamente dirigidas, cuidam de destruir toda autoestima do povo-alvo, ressaltando somente seus defeitos.
É difícil se contrapor, pois o poder da influência é incomensurável. Controlando os meios de comunicação, se elegem políticos comprometidos  para o  Executivo e o Legislativo e influencia até no Judiciário, mas isto é só a consequência, A verdadeira conquista foi do coração e da mente da população vítima.
 
3º-  Quebrar  a vontade de resistir
A moderna ciência da Polemologia nos ensina que o Poder é o Potencial multiplicado pela vontade, ou seja, pela disposição de lutar. Não havendo disposição para lutar, por maior que seja o potencial, o resultado da multiplicação será igual a zero. A História nos mostra alguns exemplos: As hordas de Gengis Kan ameaçando a todos com morte horrível conseguir rendições sem luta. A sutil chantagem atômica contribuiu para a fraca resistência nas Malvinas.
 
Entretanto, nenhum dos exemplos históricos se compara ao maquiavelismo empregado contra o Brasil para quebrar a vontade de resistir às pressões e às ameaças. Iniciou-se, inocentemente, com a obrigatoriedade do uso de cinto de segurança – não se arrisque, sua vida é preciosa. Prosseguiu com a campanha do desarmamento – possuir armas é perigoso. Mais seguro é ceder. O importante é a vida. E prosseguia a campanha de acovardamento – não olhe para o bandido. Leve algum dinheiro para que o ladrão não fique aborrecido e faça represálias. A vida é o bem mais precioso (mais que a honra, certamente).
 
Quebrada a disposição das pessoas para resistir mesmo às mínimas ameaças, como esperar que a nação resista se ameaçada? Que se defenda com unhas e dentes, se a vida é o bem maior? E todo um povo, outrora valente, fica pronto a ser escravizado, pelos bandidos daqui e de fora.
 
4º - Dividir as pessoas em segmentos hostis
Divide e impera, já diziam os antigos romanos. Esse procedimento, usado por todos os conquistadores ao longo da História, foi a estratégia da União Soviética para a expansão de seu império: incentivar a luta de classes  para enfraquecer os adversários, quando não para tomar o  poder. Superada (ou quase superada) a fase da luta de classes como na queda da União Soviética, os anglo-americanos se viram livres para investir na principal vulnerabilidade dos países emergentes – a multiplicidade étnica e religiosa.
Cada um dos atingidos se defende como pode. A China controla as minorias a ferro e fogo, como só uma ditadura pode fazer. A Rússia faz a guerra aberta, a Índia usa sua cultura sem abdicar o uso da força. O  Brasil, mais tolerante, mais miscigenado e, portanto, menos vulnerável ainda não percebeu a extensão do problema. Entretanto, o aparato internacional investe fundo na divisão étnica e se revelou realmente perigoso. Com o auxílio de traidores, já separou 15% do território em “nações” indígenas, das quais várias reivindicam abertamente a independência.
O caminho da secessão está aberto e também o da guerra civil. Daqui a uma intervenção militar será irresistível, principalmente com as Forças de Defesa desmanteladas.
 
Vale a pena aprofundar-se nessa questão que muito influenciará nossas vidas, A melhor análise está no livro “Quem Manipula os Povos Indígenas”, da Capax Editora,tel.0 21 25103656, que magistralmente, expõe o aparato internacional que controla esta guerra.
 
5º Reduzir a taxa de natalidade do país-alvo
Todo estrategista sabe que as fronteiras não são sagradas nem foram traçadas por Deus. Que são resultado de pressões; pressões militares, culturais, econômicas e demográficas, sendo esta última a única capaz de garantir que uma conquista dure para sempre. Pois bem, na medida em que uma população diminui, seu poder se esvai.
 
Se for verdade que as taxas de natalidade dos países desenvolvidos estão diminuindo espontaneamente, nos emergentes e nos subdesenvolvidos isto é incentivado, por motivos óbvios. Com apenas dois filhos por casal, a população já diminuirá e, baixando a 1,3 crianças por casal, é a condenação à extinção do grupo social.
Quem dispuser de um vasto território, como o brasileiro, e não o povoar, mais cedo ou mais tarde, vai perdê-lo .
 
6º - Detonar as Forças Armadas.
No fundo, o Direito se ampara na força que o sustenta. Não só o Direito como tudo o mais. Sem seus duros lanceiros não haveria nem a cultura grega, berço da civilização Ocidental.
 
O ideal de qualquer conquistador é eliminar completamente qualquer força de reação, mas como isto é quase impossível, o objetivo passa a ser reduzir ao máximo sua força bélica, mantendo os militares com as suas reservas baixas, tanto de munição, víveres e combustível e com seu armamento tão obsoleto e sucateado quanto possível. Ao mesmo tempo, procura-se desviar as Forças de sua missão primordial, orientando-as para missões policiais, combate ao narcotráfico e de outros desvios, esquecendose de suas reais finalidades.
 
Seguindo este modelo, nossas Forças, sem recursos e com equipamento obsoleto, chegaram a imaginar a suspensão de suas atividades nas sextas-feiras, porque nos quartéis, nos navios e nas bases aéreas não há dinheiro nem para o almoço dos soldados ,enquanto  aviões da FAB transportam políticos para o seu lazer....
 
Não foi a primeira vez que ocorreu a destruição da nossa força bélica: já aconteceu no início da República pelo distorcido positivismo de Benjamin Constant e agora, maquiavelicamente, desde que os militares deixaram o poder,em 1985. Por momentos, o governo atual pareceu reverter esse rumo, mas ,certamente ,as pressões foram grandes demais e ele se rendeu. Aliás, a grande rendição foi  quando renunciou unilateralmente a desenvolver armas nucleares.
 
Sem Forças Armadas com poder dissuasório, o Brasil jamais será uma nação realmente independente, soberana e com chances de se desenvolver. Detonar as Forças Armadas  é acabar  com a última esperança. E ela está acabando.
Que Deus proteja a todos nós!