terça-feira, 25 de novembro de 2014

Mais trabalho e menos golpismo


Pescadores de águas turvas sentem fortes comichões sintomáticos em sua inquietante ansiedade por um golpe de estado no Brasil, ainda que não saibam de quem e para que. Tem sido assim, nesses tempos de redes sociais mobilizadas no mundo inteiro e, de modo especial, no Brasil, que tem o quarto maior contingente de internautas.

É a cultura política brasileira, e de resto da América Latina, enraizada na tradição cultural autoritária ibérica, que cultiva a alternância de poder mediante o golpismo antidemocrático, vocação que levou Simon Bolivar a afirmar, em carta ao governador de Guayaquil, que pregar a democracia na América Latina semelha-se ao esforço de “arar no mar”. Para Bolívar, “o “George Washington  da  América Espanhola”, a região é um viveiro de ditadores.

Pelas redes sociais, reforçadas pela imprensa escrita, pululam propostas de golpe civil, golpe militar, impeachment de Dilma, manifestos militares, etc., mas não se vê uma justificativa plausível para tais ações antidemocráticas e desestabilizadoras. Não se apresenta um objetivo planejado e alternativo para o que consideram desgoverno do PT (é bom que se diga que o PMDB talvez seja o principal responsável pelas mazelas denunciadas, pois é a pedra de sustentação dos governos que sucederam ao regime militar instaurado em 1964, configurando a denominada “Nova República”).

Golpe por quem e para que? São perguntas-chaves, pois se propaga um suposto projeto de socialização/comunização/cubanização/bolivarização do Brasil, como se o Partido dos Trabalhadores tivesse esse poder e fosse apoiado nesse tipo de projeto pela sociedade e pelas demais forças políticas e seus partidos, entre as quais os majoritários PMDB e o PSDB. O PT, já oligarquizado, não tem essa força. Nenhum partido , atualmente,tem
A corrupção generalizada e a insegurança pública devem ser combatidas com ações de políticas  bem planejadas e executadas  de acordo com critérios éticos e morais  e padrões políticos, científicos, tecnológicos , econômicos, educacionais e culturais, que mobilizem as instituições sociais como um todo consciente  e uniforme. O potencial da comunicação deve ser direcionado para os fins colimados.
Os pescadores de águas turvas clamam por nova intervenção militar, sem ao menos esclarecerem em favor de que lado essa intervenção, pois os militares não são atrelados, axiologicamente,  a nenhum tipo de ideologia  ou doutrina política. As Forças Armadas cumprem seus deveres constitucionais, quais sejam zelar pela defesa da Pátria, pela garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa destes, da lei e da ordem. A menos que haja um clamor social inconfundível e condições claras de ruptura da instabilidade político-institucional pela anarquia, elas se manterão atreladas à sua missão constitucional. 
Essa desestabilização política, mediante alternância de poder com golpe, interessa a muitas forças ocultas e também não-ocultas dos centros de poder internacionais, ávidos pelas riquezas do solo e subsolo e do mar  brasileiro, em especial os minérios estratégicos, o petróleo e o patrimônio genético da flora e fauna .

Desde que o Brasil emergiu como potência econômica, um dos celeiros do mundo, ocorrem pressões no sentido de semear o divisionismo territorial, o separatismo na federação, a cizânia nas Forças Armadas e o conflito social interno. Liberdade, ainda que sem democracia, é o lema estimulado sorrateiramente pelas elites internas em sintonia com os interesses de grupos  internacionais, desde o período monárquico.

Não vejo outro caminho, senão o da alternância pelo voto, para a democracia e a liberdade brasileiras. Com muito trabalho, suor e fé no País. A frase “não desistiremos do Brasil”, proferida repetidas vezes pela Oposição, é uma declaração de entrega do País, de desistência, de resignação, de covardia de quem joga com os interesses externos e quer desarmar o ânimo dos brasileiros verdadeiramente patriotas.
Ao trabalho, à produção, que enobrecem o homem e enriquecem a Nação!

Golpe, modelo e dívida

 
 
Adriano Benayon *
 
O Brasil vive momento grave, com a grande mídia, pedindo golpe de Estado para derrubar a presidenta recém-reeleita.
 
2. Os golpes em nosso País são recorrentes, e já houve muitos além dos  mais conhecidos, que são os  de caráter predominantemente militar: 1937, 1945, 1954, 1961 e 1964.
 
3. O jornalista Luiz Adolfo Pinheiro intitulou seu bom livro, “A República dos Golpes”, publicado em 1993, que abrange somente os anos de Jânio Quadros a Sarney.
 
4. Não só no Brasil historicamente, mas cada vez mais no mundo atual, os instrumentos principais dos golpes inspirados pelas potências imperiais têm sido instituições civis, como o legislativo e o judiciário.
 
5. Foi no âmbito da polícia civil que se articulou a conspiração concluída na área militar, que depôs o presidente Vargas em 1954.
 
6.  A famigerada, desde o Estado Novo, Delegacia de Ordem Política e Social – DOPS, chefiada pelo simpatizante nazista, Cecil Borer, foi que armou o atentado da rua Tonelero, envolvendo a guarda pessoal do presidente e a ela atribuindo o crime.
 
7.  O alvo era o próprio major Vaz, para acender a revolta Aeronáutica e na opinião pública, e não, Carlos Lacerda, o encarniçado adversário de Vargas, com o simulado e inexistente tiro em seu pé.
 
8. Por que a DOPS? No auge da Guerra Fria, os nazistas e simpatizantes foram recrutados em massa pelos serviços secretos das potências angloamericanas, para reprimir os “comunistas”, rótulo ao qual buscavam associar todos os que, como os nacionalistas, desagradassem àquelas potências.
 
9. Voltemos a 2014: no período eleitoral, delegados da polícia federal, a que se atribui serem simpáticos ao PSDB,  vazaram informações do inquérito (operação Lavajato), em que investigam irregularidades em contratos entre a Petrobrás e  grandes empreiteiras de obras de infra-estrutura.
 
10. Há poucos dias, acabam de prender executivos dessas empreiteiras, as quais, além de atingidas pelo escândalo, com repercussões sobre futuras contratações, serão provavelmente condenadas ao pagamento de pesadas multas.
 
11. Desavisados moralistas exultam com essa suposta demonstração  de que as instituições do País estejam  combatendo eficientemente a corrupção. O PT louva a presidenta por ter sancionado nova lei, que permite agir também contra os corruptores.
 
12. O povo ilude-se e acredita que seja isso mesmo que está em causa. Desconhece a natureza do jogo  prevalecente nas altas esferas do poder, notadamente as do poder mundial. Para isso concorre o tsunami de ignorância gerado pelos investimentos que nela faz a oligarquia concentradora transnacional, há um século.
 
13.  A mega-corrupção exercida por essa oligarquia coopta colaboradores em todas as estruturas econômicas e institucionais e,     ironicamente, usa, a seu serviço, a corrupção derivada, a de menor porte, aumentada inclusive em decorrência do investimento na anticultura e na destruição dos valores éticos.
 
14. É essa, a derivada a que aparece,  quando sua exposição serve aos objetivos da estratégia imperial, produzindo grande comoção em amplos segmentos da população e desviando o foco dos reais problemas e de suas fontes geradoras.
 
15. Sem acesso às informações sobre como a oligarquia financeira  envolve os poderes constituídos do Estado, infiltrados por seus interesses,  o povo concentra seu ódio sobre os corruptos expostos pela corruptíssima grande mídia. Deveria desconfiar de que, se são expostos, é porque são os que estão causando menor dano ao País.
 
16. Por que as grandes empreiteiras estão sob o fogo da repressão? Elas constituem o principal núcleo de poder econômico no País que ainda não foi controlado pelo capital estrangeiro. São exportadoras de serviços, ocupam pessoal qualificado e se tornaram conglomerados, que investem até mesmo em tecnologia de uso militar.
 
17. Ademais, o escândalo que domina as atenções envolve também a principal estatal do País, ou seja, uma das poucas empresas gigantes sob controle nacional, apesar de infiltrada por quadros ligados às transnacionais do setor e a bancos da oligarquia financeira angloamericana.
 
17. Para fechar, convém ter presente a penetração de ideias e a cooptação por parte de entidades estrangeiras na Polícia Federal, notória desde que a Delegacia Antitóxicos recebe ajuda de sua congênere norte-americana.
 
18.  Não se deveria tampouco ignorar a política das numerosas agências de inteligência dos EUA de atrair as simpatias de quadros das instituições-chave do País, como a Polícia Federal.
19. O foco na corrupção, ignorando a fonte da mega-corrupção, é  instrumento do poder oligárquico mundial.  Em geral, estão alinhados com este, os que mais gritam contra a corrupção.
20. Um dos fatos fundamentais obliterados é que, no âmbito dos carteis financeiros e econômicos, a ética pode ser tema de discurso, mas não faz parte do objetivo central, o poder, nem do objetivo imediato, o lucro, independentemente de como seja obtido.
21. Expor as reais razões do escândalo  das relações entre grandes empreiteiras e a Petrobrás não é dizer que nelas houve corrupção. Isso, porém, está sendo usado para favorecer grupos transnacionais, tradicionais comitentes de n tipos de corrupção.
22. Entre eles, os permitidos pelas leis e políticas impostas aos países, tais como tolerar as práticas monopolistas e demais formas de abuso do poder econômico.
23. Não menos danoso para o Brasil é ferir de morte as empresas privadas e públicas em que se mantém os últimos bastiões de autonomia tecnológica no País, alvo que é do “apartheid tecnológico”, decorrente de  os carteis transnacionais dominarem o mercado, reforçado por acordos internacionais, como o TRIPS  no âmbito da OMC.
24. Os promotores da desestabilização da presidenta da República e do golpe em curso são de dois tipos:
a)  os colaboradores do sistema imperial, que nos impõe, desde 1954, o modelo de dependência financeira e tecnológica, e utilizam hipocritamente o pretexto da moralidade para desnacionalizar e desindustrializar ainda mais a economia;
b) os enganados pelo alienado discurso moralista e são arregimentados para solidarizar-se com a repressão destinada a eliminar as empreiteiras e acabar de desnacionalizar a Petrobrás.
25. Isso não significa que não se deva expurgar a estatal de seus quadros corruptos. Se isso for feito, como se deve, vai-se notar que a maior parte deles é ligada a grupos e a interesses das transnacionais estrangeiras, lá colocados.
26. Isso ocorreu principalmente no governo antipátria de FHC, e a maior parte dos corruptos permaneceu na Petrobrás e na ANP, nos governos petistas, conciliadores em relação àqueles grupos. Esse é o caso, inclusive, do pivô do escândalo, o delator premiado.
27. Enquanto a operação Lavajato ocupa o centro das atenções, e avança em direção favorável ao objetivo de enfraquecer o já fragilizado poder econômico nacional, são esquecidas as causas fundamentais dessa fraqueza.
28. Estas se situam no binômio modelo pró-imperial-envidamento público. A propósito, o Brasil está com déficit recorde no balanço de transações correntes com o exterior: US$ 85 bilhões por ano. 
29. Essa sempre foi a causa do crescimento da dívida externa, desde que JK (1956-1960) aplicou a política entreguista do golpe udenista-militar de 1954, que cumulou de favores os carteis transnacionais para monopolizarem os mercados industriais do País.
30.  A dívida externa ascendeu a U$ 541,42 bilhões, em agosto último (R$ 1,4 trilhão, ao câmbio atual). A dívida pública interna, a R$ 3,067 trilhão.
31. O serviço da dívida (juros e amortizações) consome 42% das despesas da União, e realimenta-se  com as taxas de juros absurdamente altas e que, por isso, não podem ser pagas só com recursos dos tributos.
32. A parte do serviço da dívida que o Tesouro paga com as receitas corresponde ao “superávit primário”.  Elaborei uma tabela, no programa Excel, lançando  o montante da dívida pública interna em 1994,  e  taxa de juros de 3% aa.
33. Por que 3% aa.? Essa taxa supera a de  muitos países, e não há base para a ideia, sempre impingida ao público, de que se têm de combater a inflação com juros elevados. 
34. No Brasil, os preços são altíssimos, porque os carteis impõem os que desejam, mais ainda que em outros países. Fosse outra a política, a inflação seria moderada, e não ficaria ao sabor de farsas, como a do Plano Real.
35. Além dos juros 3% aa., inseri na tabela os montantes do superávit primário, para resgatar dívida,  implicando que não haveria novas emissões de títulos para isso.
36. Resultado: mesmo sem  superávit primário de 1995 a 1997, pois ele só ocorreu em 1994 e de 1998 a 2001,  a União já teria eliminado a dívida interna, e sobrariam R$ 22 bilhões, em 2001.
37. Ora, com as absurdas taxas de juros comandadas pelo cartel dos bancos e cumpridas pelo BACEN, e, apesar de superávits primários totalizando, de 2002 a 2013, em valores correntes, R$ 1,082 trilhão, a dívida interna cresceu para quase R$ 3 trilhões.
 * - Adriano Benayon é doutor em economia e autor do livro Globalização versus Desenvolvimento.
 
 

domingo, 23 de novembro de 2014

Shale Gás, Estado Islâmico e Gayzismo

 
 Gélio Fregapani (Membro da Academia Brasileira de Defesa)
No Mundo
Os EUA fizeram recentemente uma venda de petróleo bruto para a Coréia do Sul.  Muitos viram o fato como indício de que o shale gás seria um sucesso, que os EUA  seriam novamente  exportadores de petróleo.  Entretanto, talvez seja apenas uma operação de guerra comercial para baixar o preço e quebrar a economia da Rússia, Irã, Venezuela e de outros exportadores que lhe são hostis, mesmo com sacrifício momentâneo. Quem sabe?
O Estado Islâmico (ISIS) já demonstrou que não será facilmente dominado. Com seu barbarismo sem limites, nos dá ímpeto de nos aliarmos aos EUA em uma nova Cruzada, mas temos algumas indagações: Como podem os terroristas do Estado Islâmico (ISIS) vender petróleo no mercado internacional, tão controlado por Washington? Haverá alguma aliança secreta entre eles? O que há por trás  disto tudo?
Como todos sabem, o comunismo (ou marxismo) tem como alvo central a extinção da propriedade privada. Na leitura marxista, a família tradicional monogâmica (homem, mulher e filhos) é a causa do surgimento da propriedade privada, é o que Engels escreveu em seu livro "A origem da família, da propriedade privada e do Estado.” Em consequencia, para eles, a instituição da família deve ser destruída.
Deu para perceber a origem do “gayzismo” militante? Não é bem coisa de gays, esses preferem a privacidade. É coisa de comuna mesmo.
 
No nosso País
Impeachment?
Aparentemente ,derrubar um Presidente filiado ao maior partido do Congresso não seria fácil, mas não se trata apenas dos 48% dos votos da oposição, mas também da “rebelião” do PT e da base aliada na Câmara, apavorada com os desdobramentos da Operação Lava-Jato , que ,tudo indica, tem potencial para implicar uma centena de deputados do governo e uns quantos da oposição.
Muito do que está impulsionando o “impeachment” tem intenção de forçar a Presidente a brecar as investigações, coisa que ela não conseguiria fazer e talvez, nem deseje, já que nunca se afinou muito com a turma do Zé Dirceu. Somando os “rebelados” com boa parte da oposição que prefere afundar o País a ficar por mais quatro anos fora do governo, fica fácil prever que haverá embates no Congresso, como também na  opinião pública, pois a sabotagem da economia pela oligarquia financeira, com os investimentos secando e a mídia promovendo o pessimismo,  tende a conferir legitimidade ao afastamento da Presidente. O STF até poderia tentar barrar um impeachment, mas a falta de credibilidade faz com que, mesmo com legalidade, lhe falte legitimidade.
 Nem tudo ficaria bom. Um processo de impeachment poderia demorar meses para tramitar. Os negócios seriam paralisados por conta da incerteza à espera do desfecho, afundaria ainda mais a economia e poderia trazer outros efeitos colaterais inconvenientes para a politicalha, incluindo convulsões sociais e o “quem” assumiria o governo, que acabaria nas mãos dos militares, os únicos com credibilidade. Só neste caso os corruptos teriam o que merecem.
Perspectivas

A suspeita de fraude vinha de antes da eleição e se fundamentava pelo passado partidário de influentes pessoas do TSE, de qualquer forma, a intensa campanha ampliou a suspeita, deixando prever que uma derrota não seria aceita pela oposição. Salta aos olhos a analogia com a situação política de 1930.

 Afinal, teria havido fraude? Certamente. Provavelmente tem havido fraudes em todas as eleições em nosso País. É claro que fraudes muitas vezes podem não ter sido decisivas, mas sempre houve e talvez tenham sido reduzidas na medida em que se aprimoraram os métodos de fiscalização. A eleição está terminada. Preocupante é que poderá acontecer no futuro próximo, pois parece evidente que as dificuldades do novo período governamental serão imensas.
Para reconquistar o apoio da população, Dilma terá que reiniciar para valer faxina que uma vez ensaiou e interrompeu em nome da “governabilidade”, mas isto jogaria os sanguessugas aliados e partidários nos braços da oposição, o que resultaria em impeachment certo.
Poderia ela talvez apoiar-se nas Forças Armadas pedindo-lhes apoio (intervenção a pedido de um dos três poderes, conforme a Constituição), mas como faria isto enquanto apóia a revanchista Comissão da “Verdade”? Ela teria que enfrentar com força e firmeza as invasões do MST e dos movimentos indigenistas, teria que dar um basta no excesso de ambientalismo que trava o progresso, mas como faria isso contra as proprias bases de seu partido?
E com as dificuldades econômicas causadas pela queda de preços das nossas commodities somadas as dificuldades impostas pelas oligarquias financeiras internacionais, que fará a economia declinar e aumentará o nível de desemprego?  Isto provavelmente colocará  a população contra o Governo reforçando o setor da oposição que não aceita acordos.
Enquanto isto, com o governo enfraquecido e o País convulsionado, as pressões estrangeiras para a tomada dos recursos naturais e até mesmo para a independência das áreas indígenas terão reforçadas as condições para desmanchar o País que juramos defender.
Esperanças

Se o País conseguir se equilibrar até lá, já a partir do segundo semestre de 2015 começarão a entrar em funcionamento grandes obras como a transposição do São Francisco; as Hidrelétricas de Belo Monte, de Jirau e de Santo Antônio; a expansão de metrôs, dezenas de pontes, grandes trechos da Ferrovia Norte Sul; ampliação e modernização de vários aeroportos e de portos, de plataformas de petróleo e até a refinaria Abreu e Lima, que, se controlada a roubalheira, será a mais moderna do país.

O futuro senador Antonio Reguffe (DF) prometeu na campanha que não usaria o carro oficial com motorista se eleito. Como deputado já não tinha assessorias e não aceitou receber auxilio Moradia nem os 14° e 15°  salários.

A editora Capax Dei lança o magnífico livro “Como se Constrói uma Nação” Vale a pena ler. Telefax 21 25103656
Desesperanças
Prisioneiro da base parlamentar, governo tende a caminhar para a mesmice.
Enquanto no plenário do Senado, o senador Aécio Neves fez duro discurso condicionando a aceitação do diálogo à apuração e  punição dos crimes  do Petrolão, numa reunião dos dirigentes do PT e PSDB, ficou combinado assim: “Vamos excluir os agentes políticos e os citados nas delações premiada. Todo mundo concordou, e os grandes acusados, mais  envolvidos no Petrolão sairão livres da CPI. Nem ouvidos serão, sejam eles do Governo ou da Oposição. Punição? – Não, pizza.
De juros e encargos da dívida em 2013 o nosso Brasil pagou R$ 156 bilhões. Com os juros dos mais altos do mundo, só em 2014  pagamos R$ 825 bilhões credores da dívida, o que equivaleu a 51% dos gastos públicos até 9 de setembro de 2014.
É infantil acreditar que juros altos controlem a inflação,eles apenas encarecem a produção. Ainda temos a remessa de lucro, que em 2013 alcançou quase US$ 40 bi.  Não pode dar certo, pois não sobra recurso algum para investimento. As despesas com o assistencialismo e mesmo com a corrupção desenfreada se eclipsam diante do montante de jurosNossas veias estão abertas.
A fortuna que sai do Brasil anualmente está impedindo que a maior parte da riqueza gerada pelo nosso trabalho e pela generosidade do nosso solo (incluindo as jazidas minerais, que dão “uma safra só”) seja empregada no desenvolvimento humano e social, que deveria ser o verdadeiro objetivo da atividade econômica.
Noventa e seis quilombolas reivindicam área maior do que Sergipe na Amazônia, cada quilombola teria uma área de 45 parques Ibirapuera, A área reivindicada pertence ao parque ecológico do Jaú, portanto é uma área inútil enquanto for vedada a exploração econômica.  Só para comparar, na Raposa/ Serra do Sol, cada índio dispõe de “apenas” meio Ibirapuera.

É um festival de absurdos, mas ao menos nenhum quilombola falou , até hoje, em independência como uns quantos índios incitados pelas ONGs o fazem.
Ainda nos anos 80, a jornalista belga Cláudia Andujar maquinou a farsa da nação ianomâmi e o governo federal desencadeia uma operação secreta de espancamento de garimpeiros para contentar as pressões anglo-americanas. Já neste século a rendição do governo às exigências estrangeiras foi ainda mais grave, pois retirou a força os brasileiros que secular e legitimamente e cultivavam a terra na Raposa-Serra do Sol e para a criação dessa reserva utilizou laudos fraudulentos conjugados à violência terrorista.
Agora, temos nova farsa em estado de gestação: a nação Cué-Cué Marabitanas entre a ianomâmi e a S. Marcos, (esta colada na Raposa), em conjunto abrangendo praticamente toda a fronteira Norte. O arco indigenista de 3.000 km de extensão se fecha sobre a Amazônia, exatamente sobre a área mais mineralizada do mundo.
O que se pode deduzir da manobra indigenista, com pleno apoio da Funai e do Cimi e de milhares de ONGs, tanto nacionais quanto estrangeiras, o problema no norte de Roraima e Amazonas é muito mais grave do que imaginamos. Estamos ameaçados de perder um território precioso e enquanto isto ficamos discutindo reeleição ou não e financiamento público de campanhas políticas.

 Brasil, desperta!
Petrobrás
A campanha pela nossa autonomia no campo do petróleo foi das mais polêmicas da história A partir. de 1947 o país dividiu-se entre aqueles que achavam que o petróleo deveria ser explorado por uma empresa estatal brasileira os que defendiam que deveria ser  explorado por empresas privadas, estrangeiras ou brasileiras. Os nacionalistas argumentavam que se o Brasil não criasse uma empresa estatal, aquele produto estratégico para o desenvolvimento econômico, seria oligopolizado pelas grandes corporações internacionais. Pelo país afora os debates se ascenderam. A campanha nacionalista foi liderada pelo escritor Monteiro Lobato.

 

Em 1953 encerrava-se uma CPI que desvendou centenas de assassinatos, ligações ocultas da ESSO com políticos e as propinas pagas a colaboradores que a ajudaram a ocultar por duas décadas a descoberta do petróleo. A ESSO recebera fortunas para pesquisar o petróleo no solo brasileiro. Mapeou o petróleo do Recôncavo, mas negou a sua existência por 20 anos.
Os nacionalistas, a favor do monopólio estatal, foram taxados de comunistas pela grande imprensa que defendia os interesses privatistas, mas mesmo assim a oficialidade do Exército mostrou-se simpática a estatização do petróleo,. Finalmente, depois de uma batalha parlamentar de 23 meses, o Senado terminou por aprovar a criação da Petrobrás, sancionada por Vargas em outubro de 1953.   

Sob ataques, a Petrobras:  quase virou  Petrobrax . FHC encaminhou ao congresso a alteração do estatuto da Petrobras para possibilitar a posse de um presidente estrangeiro (Reischtull), que colocou cerca de 35% das ações da Petrobras a baixos preços na bolsa de Nova Yorque, fazendo um início de “desnacionalização" .
Entre 1996 e 2002 a Petrobras  teve a terrível baixa nos quadros de funcionários. Cerca de 15 mil profissionais experientes, pressionados por ameaças de demissões, saíram em  desligamentos voluntários, desmontando a estrutura organizacional. Forçada pelo genro David Zilbersztajn ( presidente da ANP)  "  a Petrobras teve que entregar para a ANP os mapas do petróleo que a empresa lutou mais de 40 anos para obter e a investiu bilhões nas descobertas e os mapas foram dados de graça para as companhias estrangeiras, que compraram os blocos a preços de banana nos leilões dos blocos petrolíferos. Mais um pouco de tempo daquele governo a Petrobrás teria o mesmo destino da VALE – a desnacionalização.

Durante os governos do PT, diminuíram, significativamente, as desnacionalizações, mas se iniciou a era das grandes corrupções e gestão deficiente. Entretanto, a Petrobrás tem avançado, e ainda há muito idealismo em seus quadros. Na gestão de Graça Foster, contra as expectativas, alguns dos malfeitos vão sendo corrigidos. A exposição das milionárias corrupções claro que lhe abalou a credibilidade, mesmo assim tem seguido avante.
A guerra contra a Petrobrás tem sido contínua, mas ao que pesem os superfaturamentos, fez muitos investimentos para se preparar para o pré-sal. Ultrapassará a atual crise e as extrações de Petróleo devem se quadruplicar nos próximos três anos. É importante que não se permita a desnacionalização, especialmente agora que estamos próximos da vitória.

Incoerência

Não se comemora a Revolução de 30, movimento popular que rompeu com o atraso da política do café com leite. Proíbe-se comemorar a Revolução de 64, um movimento popular legítimo que elevou o nosso País a uma potência. Certamente se comemorará a Proclamação da República, uma traiçoeira sedição militar que vergonhosa e ilegalmente acabou com o melhor governo que já tivemos e lançou o nosso País no caos, causando diversas revoluções e rebeliões, inclusive genocídios.
Contudo, serve para lembrar que nenhum governo se sustenta sem ao menos o consentimento de suas Forças Armadas. Fiquem cutucando a onça com as falsidades da Comissão da “Verdade”e vejam o que acontecerá
Separatismo
É assustadora a força pela implosão do País – Brasil.
Só insensatos duvidam que a união faz a força. Quanto mais dividido um país, mais fraco ele fica.  Os ambiciosos sempre usaram a estratégia de dividir os povos a conquistar Quando o nosso Brasil, vítima da predação comercial, exportava suas mercadorias sob direção das casas comerciais britânicas e tinha as finanças externas e a infra-estrutura controladas por bancos e empresas estrangeiras, não havia pressões para separatismos, mas ao aparecer, com capitais nacionais,  a promissora industrialização depois da Revolução de 1930, começa o fomento ao divisionismo, que aumenta a cada passo que damos em direção a soberania, com ligeiros intervalos como quando precisaram de nossa aliança na II Guerra e na Guerra Fria
A partir do colapso da União Soviética, desnecessário o nosso apoio, surge outro tipo de pressão: as gigantescas reservas indígenas para se tornarem independentes a longo prazo, visando agora o roubo das fantásticas jazidas minerais de seu subsolo.  Mais de 10% do território já está dividido em áreas indígenas fugindo ao espírito de integração. Reavivam-se línguas pré colombianas no esforço para afastar os diferentes grupos da comunidade nacional 
Esses são os antecedentes do presente tsunami de ambição que leva os pró-imperiais de hoje a fomentar a divisão entre as regiões Norte / Nordeste e o Sul, atribuindo a uns as misérias do País e ao outro o papel de explorador,  quando elas  provêm do modelo dependente, adotado, quando a política passou a favorecer os cartéis transnacionais entretanto, um exame de nossa História mostra que o separatismo não vingará.
Separatismo porque votam mal? Quem não vota mal neste nosso Brasil  A gauchada mesmo, volta e meia, coloca um “comunopetista” no governo do estado. Mas lá , Caxias conclamou “Marchemos ombro a ombro e não peito a peito” e quando o estrangeiro ofereceu auxílio aos Farroupilhas recebeu como resposta: “O primeiro soldado de vossas tropas que atravessar a fronteira, fornecerá o sangue com que será asnada a paz de Piratini com os Imperiais. Acima do nosso amor à república colocamos o nosso brio, a integridade da Pátria.
Analisando com profundidade concluímos que as oligarquias financeiras internacionais sabem que não conseguirão separar o Sul do Norte/Nordeste e as pressões visam mesmo é enfraquecer a união nacional para tornar mais palatável a independência indígena. Isto e o acovardamento oficial desarmando as pessoas de bem formam um eficiente conjunto de Operações Especiais capazes de nos amputar a parte do território com as mais ricas jazidas. Eles não conseguirão  seus intentos.
Que Deus nos inspire na luta pela nossa integridade!

 

 

 

 

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Pílulas do Vicente Limongi Netto


Canastrão
Saindo das profundezas do inferno, o paladino de barro FHC afirma ter "vergonha de ser brasileiro”. O canastrão oitentão além de tudo é cínico e deve achar que a maioria dos brasileiros esclarecidos é trouxa para entrar no teatrinho demagógico dele. Quem não se lembra da iniciativa indecorosa de sabujos de FHC, que compraram a reeleição do asno "príncipe dos sociólogos?” O boçalíssimo FHC  vai dizer o quê? Que não sabia? O segundo mandato dele foi comprado. E ponto final. Volta para a tumba, cretinão! Deixa de conversa fiada! Quer enganar quem?Ou, então, coloque o rabinho entre as pernas e deixa de botar banca de Santo e isento.
Música no Museu
O Museu Histórico e Artístico do Maranhão será palco para apresentação da edição de 2014 do projeto Música no Museu, promovido pela Carpex Empreendimentos e Promoções, com apoio dos Correios e MHAM, tendo o Teatro Apolônia Pinto como local da apresentação do show Duo Spielmann-Zagury, que teve como convidados os músicos Daniela Spielmann (sax tenor e sax soprano) e Sheila Zagury (piano), na noite de ontem, com entrada franca.
Juiz truculento
Creio que a OAB do Rio de Janeiro faz muito bem em exigir o afastamento do truculento e arrogante juiz João Carlos de Souza Correa,que deu voz de prisão a uma agente de trânsito que o parou numa blitz da lei seca.
O carro usado pelo indecoroso juiz não tinha placa e ele não portava os documentos pessoais nem os do veículo.  O cúmulo da prepotência e boçalidade do juiz não parou por aí: A  agente do Detran ainda foi condenada a pagar 5 mil reais de indenização ao juiz ignorante. Motivo: a funcionária do Detran teria dito ao histérico magistrado que "juiz não é Deus". E não é mesmo: Deus é bondoso, justo e acolhedor. Enquanto o juiz, flagrado na blitz em situação totalmente irregular, mostrou-se grosseiro, pretensioso e autoritário.
Também lamentável, patético e grotesco que os paladinos de barro do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro tenham decidido pela manutenção da punição imposta cretinamente à agente do Detran. Tenho ânsia de vômito...
Adib Janete
No facebok, o senador Fernando Collor destacou os traços marcantes do médico Adib Jatene: "perdi o amigo e o país, um grande brasileiro. quando o nomeei para o ministério da saúde, já sabia da sua competência e de seu compromisso com o serviço público, sobretudo com o sistema de saúde".
Beócio
O beócio Xico Sá foi demitido da Folha de São Paulo porque só escrevia sandices.  O imbecil agora rosna bobagens na rede Globo. Xico Sá aprecia e delira quando o programa "Amor e Sexo" mostra rapazes apenas de sunga
O sacripanta Xico Sá tem o péssimo hábito de falar de assuntos dos quais não entende bulhufas. Fantasiado de humorista, vomita bobagens pelos cotovelos. No "Redação Sportv," o pacóvio Xico Sá  resolveu criticar o ex-presidente Collor. Fez comparações absurdas, totalmente fora do contexto do tema que se discutia. O idiota Xico Sá deveria primeiro se informar antes de dizer asneiras.
Collor é o único homem público brasileiro absolvido duas vezes pelo STF de todas as levianas acusações de seus detratores e foi reeleito senador nas eleições de outubro com votação consagradora. Canalhas como Xico Sá ladram e Collor trabalha, vai em frente, sem se intimidar com frustrações de decaídos de espirito.
Poeta Manoel de Barros
Manoel de Barros vai para o infinito trajando luz e ornamentado com flores, sentimento, emoção, pássaros, vento, chuva, ternura e beleza.
 Já vai tarde...
O governador Agnelo Queirós deixará o cargo de maneira melancólica. Decepcionou a todos. Seguramente aos próprios correligionários. Tudo indica, pelo descalabro em  que se encontra Brasília, que Agnelo não assimilou os  golpes da avassaladora derrota sofrida nas urnas. Resultado: a população está pagando impiedosamente pela incompetência administrativa e politica do governador.
Mais do que nunca falta de tudo bastante, em todos os setores de atividade da cidade. O povo é prejudicado por greves de ônibus, os hospitais não têm médicos nem alimentação para servidores e pacientes, o lixo se acumula em todos os lugares, as escolas estão caindo aos pedaços.  O brasiliense é penalizado pela colossal ineficiência do governador e seguidores. É um escárnio que o bom senso não pode nem deve tolerar.
ZFM
O Diário Oficial da União publicou a portaria 764, da Casa Civil da Presidência da República, exonerando, a pedido, Thomaz Afonso Queiroz Nogueira do cargo de superintendente da Zona Franca de Manaus. Com a saída de Nogueira, o cargo passa a ser exercido interinamente pelo superintendente adjunto de projetos da autarquia federal, Gustavo Adolfo Igrejas Filgueiras, servidor de carreira da instituição.
Incentivos
A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) comemorou decisão da União Europeia de não incluir a Zona Franca de Manaus (ZFM) nas contestações que apresentou à Organização Mundial do Comércio (OMC), questionando os incentivos fiscais que o governo.
De todos os brasileiros
Fico feliz e aliviado, como milhões de brasileiros, que a presidenta Dilma concorde e endosse com este pobre escriba, em um ponto que considero fundamental para pavimentar o segundo governo dela.
Na edição do último dia 3, o Correio Braziliense publicou carta de minha autoria onde afirmo textualmente: Dilma precisa passar a ser presidente de todos os brasileiros, e não apenas de facções, de grupelhos partidários ou do PT. Nesta linha, em entrevista aos jornais no dia 6, Dilma foi taxativa; "Eu não represento o PT. Eu represento à Presidência da República. A opinião do PT é a opinião de um partido. Sou presidente dos brasileiros".
Teto salarial
A Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público (CTASP) da Câmara dos Deputados aprovou, por unanimidade, os projetos de lei 7.917/14 e 7918/14, de autoria do Supremo Tribunal Federal e do Ministério Público, que garantem o aumento do teto constitucional para R$ 35.919,05. A aprovação da proposta contou com articulação do Sindilegis, que atuou inclusive na escolha dos relatores das propostas.
À luta Oposição!
Aécio recebido como um rei, no Senado, pela claque tucana. Enorme emoção. Lágrimas e gritos por todos os lados. Mas é hora de Aécio começar a trabalhar de verdade. Ficar sentado nos milhões de votos que ganhou, jogando conversa fora, voltada para a plateia, não vai levá-lo ao lugar nenhum.
Ao contrário do que diz Aécio, as oposições também têm obrigação de apresentar propostas de interesse da coletividade. É saudável que Aécio e seguidores permaneçam atentos, com a faca nos dentes, como guerreiros que não fogem ao bom combate. Oposição forte e unida, tomara que desta vez seja esta a real disposição, pois  faz bem à democracia. Estimula o governo a trabalhar com rigor e vigor. Quem lucra é a população e engrandece o país aos olhos do mundo.
Falabella
Vida de repórter é mesmo dura. Não tem como fugir dos rigores da pauta. O jeito é entrevistar todo tipo e laia de gente. Inclusive, e, sobretudo, moleques e patifes fantasiados de isentos. Mas que não passam de recalcados gênios de plástico. Corja que não têm espelho em casa...
Como Miguel Falabella. O coitado se acha o Oscar Wilde do meio artístico.  No máximo, é uma reles tiazona venal e sórdida.  O ordinário e moleque Falabella não tem autoridade pessoal nem profissional para jogar as patas em Sarney e Collor.  Nem ele nem ninguém. Quem diz o que não deve, ouve o que não quer. É a lei da vida.
Sarney foi o condutor da abertura democrática no Brasil, conquista que abriu caminhos para o debate de ideias. Com serenidade e respeito. Acontecimento auspicioso e tão aguardado que também possibilitou espaços para que ratazanas de esgoto como Falabella vomitem rancor e sandices.
“Diário do Poder"
Muito bom saber que, novamente, a excelente coluna de Cláudio Humberto, "Diário do Poder", é finalista do 11* Prêmio Engenho de Comunicação. Cláudio Humberto foi o vencedor do prêmio versão 2013.  A coluna do autor do bordão "Bateu, levou", é publicada em dezenas de jornais brasileiros e tem edição online. Raramente, Cláudio Humberto  é desmentido. Suas notas costumam revelar os verdadeiros bastidores da noticia, com informações exclusivas. Escritas com picardia, clareza e ironia. Marcantes características do autêntico jornalista.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Morre Leandro Konder,filósofo marxista brasileiro


O filósofo brasileiro marxista Leandro Konder faleceu, ontem, no Rio de Janeiro, vítima do “Mal de Parkinson”. Nascido em Petrópolis e autor de mais de 21 livros, foi um dos principais  estudiosos da obra de Karl Marx, havendo quem lhe conferisse no meio acadêmico também a fama de um dos principais “marxólogos”. Era ainda o principal  divulgador das idéias do filósofo húngaro marxista  Georg Lukács.
É autor obrigatório nos cursos de Ciência Política, onde pude, como aluno e professor, estudar diversas obras de Konder, fixando minha atenção em sua “As idéias socialistas no Brasil” (1995), quando analisa a influência de Marx sobre a intelectualidade brasileira.
Valho-me de Raymond Aron (O Marxismo de Marx, 1962) e da Wikipédia para lembrar as diferenças entre “marxista”, “marxiano” e “marxólogo”.
Marxistas - São os ortodoxos. Aqueles que acreditam piamente na dialética da luta de classes.
Marxianos - São os indivíduos ou proposições que se remetem ao pensamento de Marx sem pertencerem à interpretação ortodoxa do marxismo.
Marxólogos- Os especialistas no conhecimento e na interpretação científica do pensamento de Marx.

terça-feira, 11 de novembro de 2014

País dividido?

 
Adriano Benayon *
 
Só insensatos duvidam que a união faz a força. Quanto mais dividido um país, mais fraco ele fica.  Por isso, os impérios, sempre usaram a estratégia de dividir os povos a conquistar.
2. “Divide et impera” foi o lema da Roma Antiga, durante os setecentos anos em que dominou o mundo, e de outros, antes dela. Tem sido seguido, com   semelhante perfídia e brutalidade, pelo império britânico e por seu sucessor e associado, o angloamericano,  nestes 350 anos.
3. O Brasil é vítima da predação imperial, desde quando exportava suas mercadorias sob direção das casas comerciais britânicas e tinha as finanças externas e a infra-estrutura controladas por bancos e empresas estrangeiras.
4. Ao aparecer, com capitais nacionais,  a promissora industrialização, na 1ª metade do século XX, antes, durante e depois da Revolução de 1930, o império, descontente com isso, fomentou o divisionismo em nosso País, justamente em São Paulo, onde despontara a industrialização, e de onde saía o café e outros produtos  exportados.
5.  No início dos anos 30, tendo as receitas da exportação caído 2/3 em relação a 1929, sobreveio a falsamente denominada revolução constitucionalista de 1932.  De fato, o governo chefiado por Vargas já organizava eleições e o processo que culminou na Constituição de 1934.
6. O movimento de 5 de julho de 1932, de conotações separatistas, visava, na realidade, sustar a industrialização e reamarrar o comércio exterior à finança e à direção imperiais.
7. Foi liderado pelos  barões da pseudo-elite agrária da Av. Paulista, econômica e culturalmente vinculados a Londres, juntamente com a grande mídia prostituída.
8.  Atitude irracional, pois o  retrocesso ao modelo colonial prejudicaria os industriais e até os cafeicultores, que estavam sendo salvos da ruína pela política do presidente Vargas, através da compra pelo governo dos invendáveis estoques de café e de sua queima.
9. Esse é um  dos antecedentes do presente tsunami de ignorância, que leva os pró-imperiais de hoje a alimentar mentiras, como a que atribui as misérias do País ao Nordeste e ao Norte,  quando elas  provêm do modelo dependente, adotado a partir da queda de Vargas, em 1954, quando a política passou a favorecer os carteis transnacionais. 
10. É por causa desse modelo que a economia do Brasil se desnacionaliza e se desindustrializa, que as transferências de renda das transnacionais para o exterior só aumentam e que se criaram mecanismos para fazer crescer, sem parar, a dívida pública.
11. Para poder encobrir os fatos importantes,  o império, desde os anos 50,  investe bilhões de dólares, em contracultura, desinformação e aviltamento dos padrões éticos e culturais, além de cooptação de pessoas em todas as instituições públicas e privadas de maior porte.
12. Essa é a corrupção da grossa, incrementada aceleradamente nos mandatos de FHC (1995-2002),  que a mídia sequer menciona. É a que faz dezenas de milhões de brasileiros crerem  que um governo do  PSDB,  vinculadíssimo aos interesses imperiais reduza, e não aumente, a  corrupção.
13.  Apesar do tsunami de ignorância gerado pelo império e das fraudes eleitorais, o povo brasileiro escapou da radicalização do entreguismo. Entretanto, não escapou de seu avanço, impregnado que está na estrutura econômica e nas instituições. 
14. A presidente é alvo de intensa campanha de desestabilização, visando, no mínimo, a acuá-la a fazer concessões mais radicais que as que têm feito a banqueiros e transnacionais.
15.  As influências imperiais estão dentro do próprio Executivo e suas agências reguladoras, e também  no PT, que nunca mostrou consciência clara da questão nacional em face das transnacionais e das potências que as representam.
16. Além disso, o Congresso e os executivos e legislativos estaduais têm composições cada vez menos favoráveis aos interesses do País, e  os demais poderes e instituições da República estão grandemente infiltrados  pelos esquemas pró-imperiais.
17. Ilustrativa de não ter cessado a campanha de desestabilização da presidente, sequer no dia das eleições, foi a balela proclamada nas grandes redes de TV, na mesma noite do resultado, segundo a qual o País estaria dividido, diante do apertado o resultado das urnas.
18. Logo a seguir, comentaristas e pseudocientistas políticos passaram a difundir a estória de que a divisão do País se manifesta ao longo de linhas de classes sociais e de áreas geográficas.
19. Mais relevante do que fomentar a divisão entre as regiões Norte e Nordeste e o Sul, seria reconhecer a falta de acesso do grosso da população do País inteiro a condições de vida condizentes com os excelentes recursos naturais do País e com as possibilidades tecnológicas dele, se não tivesse sido alijado do real desenvolvimento, devido ao modelo econômico dependente.
20. Esse modelo causa o endividamento,  os juros absurdos, as transferências de renda ao exterior, o atraso tecnológico e tudo mais que enfraquece o País. 
21. Ele vem de  meados dos anos 50,  sendo, pois, ridículo atribuir suas mazelas só ao presente Executivo federal. Cabe, condenar, em primeiro lugar, governos que mais contribuíram para acentuá-las.
22. O ridículo chega ao absurdo, quando os entreguistas acusam o Executivo de que sua política econômica afugenta os investidores. Ora, o montante dos investimentos, mormente os estrangeiros, nunca foi tão alto. Entretanto, mais que proporcionalmente crescem as transferências de renda e de supostas despesas para o exterior, e mais ainda as de recursos reais.
23. É o modelo de dependência financeira e tecnológica que faz minguar verbas para os investimentos produtivos e sociais, e também direcionar erradamente boa parte deles.
24. Ora, quanto maior o espaço geográfico do mercado nacional, mais cada região tem a ganhar com o comércio e a interação financeira internos.
25. De todo o exposto, decorre que o império, primeiramente tratou de desestruturar o País como um todo. Isso o amoleceu para a etapa seguinte: desmembrá-lo, como se delineia, em face das demarcações de supostas terras indígenas, sobre tudo na Amazônia, entregando-as ao controle de fundações, ONGs e igrejas controladas pelos oligarcas donos dos carteis mineradores de âmbito  mundial.
26. Outra vertente do projeto separatista parece ser a radicalização da ignorância política e econômica, que investe nas diferenças regionais e de classes de renda.
27. Essa está imbricada com o divisionismo ideológico direita/esquerda. O império angloamericano o tem fomentado, em todo o mundo,  desde os tempos da revolução francesa. No Brasil, muito contribuiu para acirrá-lo, a tentativa de golpe comunista em 1935.
28.  Especialmente em função da geopolítica, nunca foram altas as chances de o partido comunista chegar ao poder, mesmo em curtos períodos pós-2ª Guerra Mundial, em que contou com recursos e teve apreciável  penetração eleitoral. De qualquer forma,  a suposta ameaça comunista encaixou-se como uma luva na estratégia imperial para fazer abortar o desenvolvimento do Brasil.
29. Assim, qualquer coisa que implicasse modificar a arcaica estrutura social e que não fosse favorável aos carteis econômicos e financeiros transnacionais, passou a ser associada ao comunismo, na versão da grande mídia e dos demais instrumentos da intervenção imperial angloamericana.
30. Não só empresas transnacionais, mas também industriais e outros empresários nacionais investiram para derrubar os governos voltados para o desenvolvimento industrial e tecnológico.
31. Mas os proprietários brasileiros foram expropriados - não, como temiam, pelos comunistas - mas, sim, pelo capital estrangeiro, privilegiado com favores inacreditáveis por governos egressos de golpes cuja direção, como, em 1954, era orientada de fora do País.
32. Esse resultou da armação por serviços secretos estrangeiros de atentado para supostamente matar um adversário do presidente, no qual foi morto um oficial da Aeronáutica.  Os comunistas não apoiavam Vargas e até o criticavam.
33. Em 1964, a par das provocações suscitadas para envolver o governo em atos de indisciplina de militares, houve intensa campanha para que fossem vistos como de molde comunista os projetos de reforma econômica e social de Goulart.
34. Apesar de o PT não representar resistência séria à intensificação do modelo dependente, ele nasceu sob falsas bandeiras vermelhas, para dividir a esquerda e, em última análise, participar dos golpes do sistema para cortar as chances de Leonel Brizola.
35. Apesar também da política externa simpática a governos vizinhos  de inclinação bolivariana, embora não partilhando dela, a retórica e os clichês do PT e sobre ele oferecem campo fértil ao império angloamericano para pressionar a presidente  e intensificar as ações para a sua desestabilização.
* - Adriano Benayon é doutor em economia e autor do livro Globalização versus Desenvolvimento

terça-feira, 4 de novembro de 2014

PT,PMDB e PSDB fecham cimeira do poder


A bela recepção ao senador Aécio Neves, em seu retorno hoje ao Senado, teve do candidato à Presidência da República derrotado por Dilma Rousseff resposta igualmente bela aos militantes do Partido da Social Democracia Brasileira - PSDB-: ”Olha, eu não sou golpista, sou filho da democracia... Não acho que exista algum fato específico que leve a impeachment.”
Aos que pediram intervenção militar no País e o impeachment de Dilma Rousseff, em passeata de quase 2,5 mil manifestantes em São Paulo, no último sábado, Aécio Neves, o novo líder da oposição brasileira, ressaltou que é radicalmente contra os que agem de forma autoritária e truculenta.
Seguindo os passos do seu avô, o ex-senador e Presidente eleito Tancredo Neves, que comandou a oposição ao regime militar, Aécio promete fazer uma oposição sem adjetivos ao governo Dilma, o que em si revela dificuldades enormes para a presidenta reeleita, que será empossada em janeiro, com o Partido dos Trabalhadores –PT- prometendo o comparecimento de grande massa de militantes na solenidade em Brasília, para comemorar um ciclo de quase 16 anos de governo petista.
A legitimidade da reeleição de Dilma não foi em nenhum momento questionada pelo senador Aécio Neves, embora o PSDB tenha pedido ao tribunal auditoria nos resultados das eleições. Aécio foi um dos primeiros a reconhecer a vitória de Dilma, ligando para ela após a apuração dos resultados. O inconformismo do eleitorado anti-petista ante a derrota não é estimulado pela cúpula partidária e pelo próprio senador, que fareja oportunismo de golpistas de outros matizes infiltrados na massa.
Aécio percebe que muitos que querem derrubar Dilma são pescadores de águas turvas, dispostos a desestabilizar o quadro político-institucional e criar condições para outras forças interferirem no atual equilíbrio estabelecido, de um lado, pelo governo Dilma, e, de outro, pela oposição liderada por Aécio. Assim, PT, PSDB e PMDB procuram manter o controle do processo político, como têm feito nos últimos anos, sem permitir condôminos novos na cimeira do poder.

A crônica de um fracasso



Heitor Scalambrini Costa(Professor da Universidade Federal de Pernambuco)

Governos têm sucesso quando executam políticas públicas que respondem aos desafios apresentados, e criam assim condições para um futuro melhor. No caso do que se convencionou chamar da crise de desabastecimento de água em São Paulo, algumas características deste evento foram sendo delineadas, e hoje estão bem definidas.
O sistema Cantareira, que abastece 364 municípios paulistas, de um total de 645, atendendo 27,7 milhões de pessoas que respondem por 73% da receita da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico de São Paulo, a Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo detém 50,26% das ações da companhia, e os outros 49,74% estão nas mãos de acionistas privados), poderá deixar 6,5 milhões de paulistanos sem água em suas torneiras. A culpa é menos de São Pedro do que do governo de São Paulo que administra a Sabesp, e que subestimou os impactos das mudanças climáticas, da extração desordenada e descontrolada de recursos hídricos, da falta de conservação e proteção dos mananciais, e, não menos relevante, da poluição.
Faltaram planejamento estratégico na gestão integrada e compartilhada dos recursos hídricos, e os investimentos necessários em obras que poderiam ter amenizado o racionamento existente (sobre o qual o presidente da Sabesp demonstrou descaso ao dizer que “Não existe racionamento, existe uma administração da disponibilidade de água”).
Em 2004, uma série de seminários com especialistas debateram a crise de 2003 do sistema Cantareira, e apontaram para a necessidade de ampliar a disponibilidade de água do sistema, indicando que o melhor caminho para isso era buscar água no Vale do Ribeira através de uma obra que demoraria aproximadamente 10 anos para ser estudada, projetada e concluída, mas que, caso tivesse sido realizada, provavelmente não haveria problema de escassez de água como ocorre atualmente.
E a falta de transparência ficou evidenciada, mais do que nunca, quando foi tornado público um relatório de 2012 da própria Sabesp, revelando o risco de desabastecimento no sistema Cantareira, e alertando investidores da Bolsa de Valores de Nova York para a estiagem prevista e seus impactos nas finanças da empresa. Somente encarou o problema a partir do inicio de 2014, quando criou um bônus para quem economizasse água.
A irresponsabilidade técnica e gerencial da empresa merece ser destacada. O plano enviado a ANA (Agência Nacional de Águas) para operar o sistema Cantareira até abril de 2015 não tem amparo adequado na realidade. A probabilidade de recuperação do sistema é altamente arriscada, com um cenário traçado que já não se confirma neste mês de outubro (2014).
A arrogância e soberba dos gestores da água em São Paulo levaram a Justiça Federal a proibir a captação da segunda cota do volume morto do sistema Cantareira, já que a empresa vinha captando mais água que o autorizado. Tudo se faz para não decretar oficialmente o racionamento, nem prejudicar o valor de suas ações na bolsa. A água é tratada como um mero “negócio”, não como um bem coletivo.
Apesar dos problemas verificados nos anos 2000, o que se constatou foi um aprofundamento ainda maior da política da água como mercadoria, e da empresa a serviço do mercado e de interesses políticos escusos, com diretorias indicadas por estes interesses inconfessos, sem nenhuma abertura para um planejamento técnico sério, vinculado às necessidades da população. Prova disso é o quadro funcional da Sabesp, reduzido de 21 mil trabalhadores para 14 mil. Em particular, o setor de engenharia e operação foi diminuído a ponto de, atualmente, várias unidades terem um quadro de técnicos capacitados abaixo da necessidade para a atividade fim da companhia. Por outro lado, no último balanço divulgado foi comemorado um lucro de 1,9 bilhões de reais da companhia, mostrando que do ponto de vista mercadológico a empresa vai bem.
O centro da questão está na malfadada gestão dos recursos hídricos de responsabilidade do governo do estado de São Paulo. Não por acaso o Ministério Público possui, segundo a Promotoria de Justiça do Grupo de Atuação Especial do Meio Ambiente, 50 investigações sobre a gestão da água feita pela Sabesp.
A mercantilização de um bem essencial a vida, cujo lucro, ao invés de usar na realização de obras, paga dividendos a acionistas e especuladores é que tem provocado uma crise de tal dimensão,  e consequentemente o sofrimento da população paulista.

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Novo fuzil da Imbel dispara 600 tiros por minuto

Armamento é fabricado pela Indústria de Material Bélico do Brasil (Imbel).De uso exclusivo do Exército, arma pode disparar até 600 tiros por minuto.

O primeiro fuzil 100% brasileiro passou a ser produzido em Itajubá(MG). A arma é resultado de três anos de pesquisa da Indústria de Material Bélico do Brasil (Imbel), que é ligada ao Ministério da Defesa. O fuzil IA2, calibre 556, já foi aceito pelas Forças Armadas. A expectativa é de que sejam fabricadas 200 mil armas.
 
O novo fuzil, que pode ser semi-automático e automático, é mais leve, pesa pouco mais de três quilos. A arma também é mais precisa. Ele é capaz de atingir um alvo a 600 metros de distância e pode dar mais de 600 tiros por minuto. Ao todo, foram investidos cerca de R$ 50 milhões no projeto. Para construir a nova arma, a fábrica da empresa precisou ser modernizada em Itajubá. Oficinas foram reformadas e máquinas substituídas.
 
O IA2 é o mais moderno entre os 40 modelos de armamentos que são fabricados exclusivamente para o Exército na fábrica de Itajubá. Ele será o sucessor do FAL, que ainda é usado nas Forças Armadas brasileiras e que pesa um quilo a mais. A diferença entre os dois também está na utilidade. O novo fuzil é mais apropriado para combates com distâncias menores entre os inimigos.
 
O fuzil calibre 556, de exclusivo do Exército, tem custo estimado a partir de R$ 5,5 mil (cerca de 2.200 dólares). Outra arma da mesma família do IA2 está em fase de testes. A arma, ainda mais potente, terá calibre 762.