sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Mercúrio em lâmina de vidro


A absolvição, ontem, pelo Supremo Tribunal Federal – STF-,de oito réus condenados no processo do “Mensalão” por crime de formação de quadrilha, durante o Governo Lula, para a compra de votos no Parlamento, entre os quais o ex-ministro do Governo Lula, José Dirceu, transmite à sociedade brasileira uma sensação de impunidade e abre precedentes para que a corrupção no Brasil continue a pleno vapor. Os réus terão suas penas reduzidas e alguns poderão até deixar a prisão em breve.

O próprio presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa, cujo nome vem sendo apontado pela mídia como um candidato em potencial à presidência da república, nas eleições de outubro deste ano, manifestou sua insatisfação com o resultado da votação – seis votos a favor e cinco contra a absolvição – afirmando que fatos novos poderão surgir a partir de agora, em face da maioria circunstancial de ministros na Corte nomeados por influência do Partido dos Trabalhadores - PT.

Um claro sinal de que os condenados conseguiriam reverter sua situação, livrando-se da cadeia o mais rápido possível, veio da facilidade com que obtiveram, através de sites ligados ao PT, recursos financeiros para pagar suas multas perante a justiça, a título de ressarcimento aos cofres públicos. A campanha de arrecadação de fundos foi  extremamente eficaz, em especial para dois personagens chaves do processo do “Mensalão”, o ex-ministro José Dirceu e Delúbio Soares, o ex-tesoureiro petista.

Em recente pronunciamento, o general da reserva Paulo Chagas afirmou que o Exército não teme e nem serve ao PT e denunciou “a baderna e a roubalheira” que, a seu ver, o partido trouxe ao Brasil, desde que empolgou o poder. Chagas alude a possíveis planos da esquerda brasileira de promover a instabilidade, a agitação pública, para implantação de uma ditadura socialista nos moldes da preconizada pelo Fórum de São Paulo. Nesse aspecto, a reeleição da Presidente Dilma Rousseff se transformaria numa imposição, pela via do voto ou do golpe.

O general Paulo Chagas não tem mais tropas sob seu comando, mas, seu pronunciamento teria eco junto a outros comandantes da ativa das Forças Armadas, que, silenciosamente, acompanham o cenário político, e, de modo especial ,a desenvoltura do ex-Presidente Lula da Silva, que, solidário ao presidente Maduro, da Venezuela, que vem podando as franquias democráticas, se reúne com empresários e políticos e procura monitorar a Presidente Dilma Rousseff, pregando mudanças na economia e na política.

Lula, hoje, para qualquer analista político atento, atua como articulador golpista. Ele conseguiu ficar de fora do processo do “Mensalão”, embora o Brasil inteiro saiba que ele, e até a Presidente Dilma, ministra na época, tinham conhecimento de tudo.

Assim, a estabilidade político-institucional no Brasil atual se compara ao efeito de mercúrio líquido numa lâmina de vidro: Ao menor movimento brusco, escorrega e se parte em múltiplos pedaços, facilmente reconstituíveis aos interesses de quem o manipula...

 

 

 

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Pílulas do Vicente Limongi Netto


Greve da Suframa
A juíza da 1ª Vara do Tribunal Regional Federal da Primeira Região, Dra. Jaiza Maria Pinto Fraxe, concedeu, no final da tarde do dia 25, decisão favorável ao mandado de segurança impetrado pelo Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), no último dia 21, contra a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa).

Em seu despacho, a magistrada solicita que a Impetrada, no caso, a Suframa, retome a prestação dos serviços de vistoria de mercadorias, concessão de licenças de importação (LI), análise, acompanhamento e aprovação de projetos econômicos, inclusão de itens na lista padrão de insumos (LPI), habilitação e renovação de cadastros às empresas associadas ao Cieam, e que, para isso, nomeie uma comissão de funcionários da autarquia a fim de garantir o cumprimento da decisão.

Caso não seja possível, a juíza determina que ficasse autorizado o canal Verde a cargas, e que a Secretaria de Estado da Fazenda deverá nomear três auditores fiscais, em regime de turnos, conferindo a eles a presente decisão, o direito ao acesso de sistema informatizado e documentos necessários uma vez que, por conta de um convênio firmado com a Secretaria da Fazenda referente à ação integrada de fiscalização e controle de entradas de produtos industrializados. A Suframa compartilha sistema informatizado com a entidade, o que possibilita os fiscais da Fazenda Estadual atuarem nos procedimentos da autarquia “em caso excepcional de sua inércia e paralisação total”.
Bolorento

É saudável a pluraridade editorial da Folha. Abrigam isentos, competentes e, também, como não poderia deixar de ser, os magoados, gaiatos e pretensiosos. Como o bolorento Ricardo Melo (Poder do dia 24), insaciável nas infâmias contra Collor de Mello.
Inveja

Juca Kfoury não se conforma. Delira, sua frio e morde os lábios  de raiva, porque José Maria Marin seguramente estará na linha de frente, em lugar destacado, como merece, na abertura da copa do mundo, em São Paulo. Kfoury precisa entender que o mundo é dos vencedores.
Mediocridade

Seguramente mestre Chico Anisio treme no túmulo, ao saber que os atuais humoristas brasileiros são farinha do mesmo saco. Dificil saber qual é o mais sem graça. Embora todos se achem o máximo. Fiz uma lista e dela não aproveito nenhum. Rafinha Bastos, Danilo Gentili, Gregorio Duvivier, e Marcelo Adnet. Tenebrosos e melancólicos.
Calma, Muricy
Como bom motivador, o técnico Muricy  resolveu brincar e provocar o jogador Ganso, a seu ver, produzindo pouco em campo. Muricy disse que quando foi jogador do São Paulo jogava mais do que Ganso. Meu receio é Muricy ficar empolgado nos blagues com Ganso e dizer que jogava mais do que Gerson, cerebral armador que foi bi-campeão pelo São Paulo.
Em causa própria
Alunos e até professores bradam o pretexto surrado da autonomia universitária contra a entrada da polícia no campus da UnB apenas para continuar queimando sua maconha em paz... E que se dane toda a comunidade universitária respeitadora da lei e amiga da ordem, às voltas com uma escalada de assaltos e estupros!...

 Exortação
Dia 28 de junho de 2013 ,exortei,  no meu bloglimongi.blogspot.com ,a necessidade do governo colocar nas ruas as Forças Armadas , decisão que agora, finalmente, tudo leva a crer,  será tomada por Dilma. Reproduzo o texto completo, sem alterar nada, porque parece que tudo foi escrito ontem:
“Basta. Encheu. Cansou. Não tem perdão. Hora de colocar nas ruas as Forças Armadas para conter, de vez, a ousadia e a crescente irresponsabilidade dos malfeitores. Cadeia neles. As autoridades precisam se impor. A situação tornou-se insuportável, temerária e perigosa. É preciso agir rápido e com rigor. As manifestações estão sendo contaminadas pela  ação covarde dos arruaceiros e vândalos. Os governantes precisam transmitir confiança à população. A esta altura perplexa e preocupada com a sanha dos patifes, que insistem em transformar o país numa imensa praça de guerra.”
Collor defende produtores rurais
Em discurso, o senador Fernando Collor, do Partido Trabalhista Brasileiro -PTB-, alertou para as dificuldades que os produtores rurais de Alagoas estão enfrentando para pagar ou renegociar suas dividas.O fato, segundo Collor, contraria duas leis de 2013 que instituíram benefícios com essa finalidade.
Afirmou que a SUDENE atendeu todos os municípios de Minas Gerais e Espirito Santo, enquanto em Alagoas 42 cidades, das 102 do Estado, foram preteridas. De acordo com Collor são 10 mil agricultores prejudicados, sendo que a maioria deles, pequenos proprietários rurais do setor canavieiro. "São mais de 32 mil pessoas desesperançadas, sem nenhuma perspectiva ou certeza de um futuro ao menos promissor", concluiu.
Ana Amélia critica decisão orçamentária
O corte de R$ 44 bilhões do orçamento deste ano, para destinar esse valor ao pagamento dos juros da dívida pública, anunciado pelo governo,foi criticado pela senadora Ana Amélia (Partido Progressista, do Rio Grande do Sul-). Na opinião da parlamentar, a decisão significa menos investimentos em setores importantes para o cidadão, como saúde, transporte, educação e infraestrutura.
Mesmo que o governo tenha anunciado, na mesma ocasião, a destinação de R$ 1 bilhão aos municípios, Ana Amélia lembrou que esse valor não cobre as perdas que os prefeitos tiveram nos repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) por causa de desonerações.
A senadora ainda defendeu a aprovação de proposta de sua autoria que muda a Constituição para aumentar o montante destinado ao FPM (PEC 39/2013). Ela também pediu que o Senado vote logo o projeto que define um novo índice de correção das dívidas dos estados e municípios (PLC 99/2013).







 

No Mundo, no País e outras notícias


Gélio Fregapani(Membro da Academia Brasileira de Defesa)
No Mundo
Apesar da relativa diminuição de sua hegemonia, não há dúvida que os EUA seguirão sendo, por muito tempo, a principal potencia militar e uma das principais economias do mundo. Contudo, na medida em que as imensas quantidades de dólares sem lastro, até agora entesouradas por outros governos, sejam usadas e lançadas em circulação a moeda estadunidense sofrerá um colapso e as consequências serão apocalípticas.
 
Evitar tal cenário ou ao menos retardá-lo é a estratégia que orienta a política norte-americana, deste início de século. É fundamental compreender este quadro para colocar as peças no quebra-cabeça geopolítico, ainda mais  que os EUA, as principais potências ocidentais seguem em depressão econômica, com aspectos perversos que lembram a  iniciada em 1930. A depressão econômica daqueles tempos apresentou invasões e conflitos localizados, além de sangrenta guerra civil na Espanha, com participação de forças militares estrangeiras e culminou na terrível II Guerra Mundial.
O mundo nunca foi um lugar tranquilo, mas não se espera, por hora, guerra entre nações, muito menos uma nova guerra global. As tensões no Oriente Médio continuam estáveis, com os EUA menos decidido a atacar a Síria e o Irã e o conflito Israel x Palestinos sem imediatas perspectivas  de escalada.
]
No Extremo Oriente, a divergência China x Japão, apesar do potencial de confronto, tende a estabilidade, pois a última coisa desejada pelos EUA seria uma guerra naquela região, onde teriam que se envolver por força de tratado com o Japão. Na verdade ninguém quer a guerra pela guerra e mesmo que haja algum infeliz incidente será mais provável o prevalecimento do bom senso.
Entretanto, guerras internas podem eclodir, principalmente na Ucrânia e na Venezuela. A Ucrânia tende a se aproximar da OTAN ou se dividir e a Venezuela a mudar para um governo menos hostil aos EUA, que como prováveis vencedores nessas disputas levarão as principais vantagens. Pululam notícias ainda não confirmadas de tropas chinesas e cubanas para auxiliar o governo venezuelano se isto for confirmado pode-se esperar uma escalada, com intervenção estadunidense, que forçosamente será bem sucedida.
Em termos gerais, o futuro imediato apresenta-se risonho aos EUA, principalmente se o gás do xisto corresponder ao anunciado mas, é claro, se o dólar perder a credibilidade, tudo pode desmontar.
No País
Com a economia declinante em função da corrupção, da má administração e da sabotagem da oligarquia financeira internacional, a população está descontente. As invasões indígenas, do MST e quilombolas afastam os produtores rurais do Governo. A falta de Segurança Pública aliena a população urbana, que desesperada com a simpatia governamental pelos malfeitores começa a fazer justiça pelas próprias mãos.
 
A rendição da Dilma às exigências internacionais, as incríveis doações a países estrangeiros irritam a todos que pensam no bem do País. A condescendência com a corrupção e as provocações inconsequentes às Forças Armadas criam um clima fértil até para um movimento militar. Realmente, o País está mal,  mas, ainda pode piorar; aliás, vai piorar.
Certamente, o STF libertará os mensaleiros, cuja prisão havia lavado a alma de significativa parte do povo. Breve ,o ministro Lewandowisky assumirá a presidência do STF, causando  a perda dos últimos pontos de esperança na Justiça. O MST anuncia que passará a fazer invasões urbanas ( Carnaval Vermelho) e o entrar nas residências, incendiará até a pacata e acovardada classe média.
O banditismo generalizado atinge também a classe baixa, que desprotegida, já anseia pela repressão. Em todos os segmentos sociais existe a sensação que cada um só pode contar com sua própria segurança e os linchamentos de bandidos se espalham.O cenário está pronto, agora a dois passos da guerra civil.
Com a Pátria dividida em etnias hostis e posições políticas irreconciliáveis e radicalizadas, pouca energia sobrará para a defesa dos interesses nacionais e tudo indica que as diferentes facções políticas procurarão apoio externo para suas pretensões, causando sério risco até para a unidade nacional.É bom ficarmos alertas.
Outros assuntos
-É imperioso reduzir o número de senadores, deputados e vereadores pelas incríveis despesas que causam. No Executivo um Presidente tem que existir, mas 39 ministérios? Claro que é para comprar alianças. O pior é a inutilidade, tanto   do número de ministérios quanto do número de parlamentares. Ambos são apenas sorvedouros de recursos. Quanto ao STF, não merece confiança. Foi ele quem determinou a entrega da Reserva Raposa do Sol. Todo mundo sabia que a Funai havia demarcado com laudos fraudulentos com base nas riquezas do seu subsolo,  a serviço das ambições estrangeiras.  Por algum tempo,  a direção de Barbosa nos deu esperança de que um dos Três Poderes cumprisse a sua missão, mas tudo indica que esse período áureo acabará já no julgamento dos recursos do mensalão. Não sobra nada nos altos escalões do Governo.
 - A elite pensante do País já tem conhecimento da mutreta do subfaturamento do Nióbio, onde há quem veja isto as digitais do Zé Dirceu Em outras mutretas não se fala, por exemplo, numa época em que se teme o colapso do dólar e quando todos que podem juntam o ouro, cadê o ouro de Serra Pelada? E os diamantes da reserva dos indios Cintas Larga. No Brasil é que não estão. Seria, inicialmente um trabalho para a ABIN, se ela recebesse ordem ou se tomasse a iniciativa como seria o dever dela.
- As leis que proíbem o porte de armas desarmam apenas àqueles que não são inclinados nem determinados a cometer crimes. Essas leis tornam a situação pior para a vítima e melhor para os assaltantes pois servem mais para encorajar que para prevenir homicídios, onde um homem desarmado pode ser atacado com mais confiança do que umhomem armado
- Após a descoberta da ação de "justiceiros" dispostos a fazer justiça com as próprias mãos no Rio de Janeiro, outros casos de linchamentos em praça pública e punições decididas à revelia da lei começaram a surgir pelo país. Na periferia de Teresina, no Piauí, um homem acusado de assalto foi amarrado e colocado em um formigueiro. A cena de barbárie foi filmada e publicada nas redes sociais. Nos últimos dias, casos semelhantes foram registrados nos Estados de Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Goiás e no Rio de Janeiro.
- Insatisfeitos com as imposições da presidente nas votações na Câmara, e sobretudo com a distribuição de cargos, a base aliada se articula em “blocão” informal, com PMDB, PP, PROS, PSD, PR, PDT e PTB, para medir forças com o Planalto. O Governo, que nos últimos tempos tem governado mal e sido condescendente com os vândalos, com as invasões dos índios, com as estripulias do MST e congêneres e com as exigências da oligarquia financeira internacional agora ficará inteiramente refém do grupo mais corrupto que temos notícia e terá que ceder tudo.  Senhora presidente, seu governo acabou. Se quiser ressuscitá-lo junte-se aos militares e atenda as recomendações da Escola Superior de Guerra – o único órgão que estuda as soluções para os nossos problemas. Lembre-se que boa parcela da população já está pedindo aos mesmos para por ordem no caos de seu governo.
- Seguindo a tradição legalista de Caxias, os militares procuram não se imiscuir em assuntos do Governo. Se o País escolheu um mau governo foi porque quis. Podem, até certo ponto, aguentar calados as provocações da inconsequente Comissão da (in) Verdade, mas a divisão do País em etnias indígenas ultrapassa o limite. Retire, senhora presidente, o trapalhão do Min. da Justiça e extinga a Funai enquanto é tempo. 
- As mais modernas maneiras de avaliação do poder nacional baseiam-se na “formula de Cline”, onde se considera que o poder é a multiplicação do potencial  nacional pela “vontade nacional”. Vontade nacional? Se é assim estamos mais perdidos que cego em tiroteio. Há uma divisão ideológica evidente que fragmenta a nossa vontade, sem contar que a herança cultural não nos dá arcabouço de nacionalismo (ou patriotismo como queiram) que consolide essa Vontade (ou mesmo que dificulte essa fragmentação).
 
Hoje, ela praticamente não existe em termos estritos de nação. A própria "guerra ideológica" está destruindo valores que são fundamentais na construção e sustentação dessa Vontade. As vezes a vontade nacional de algum país é estimulada aproveitando um Pearl Harbour ou simulando um ataque inimigo, mas a “vontade” só pode ser forjada pela educação. Lembro que já tivemos uma “vontade “ forte nos tempos do Getulio, do Juscelino e do Médici, mas sob a batuta do atual governo a educação se esforça apenas para destruir os valores da Pátria e da família.
O “Potencial”, mesmo que muito grande, multiplicado por zero,  resultará em zero.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Pílulas do Vicente Limongi Netto


Sabotadores da ZFM
Chega a ser estarrecedor o cinismo dos canalhas que trabalham contra a prorrogação da zona franca de Manaus por mais 50 anos, como é desejo da Presidenta Dilma. O mais novo sabujo da tucanada chama-se Carlos Sampaio, deputado por São Paulo. Detalhe: O calhordão é coordenador jurídico da campanha de Aécio Neves. E não é Aécio que tem declarado amor profundo pela Zona Franca de Manaus?
Sabemos que, geralmente, o jogo politico é rasteiro e imundo. Mas até mesmo a imundice precisa ter limites. Fica constrangedor para o prefeito Arthur Virgílio ter que conviver com jogadas torpes e rasteiras de parlamentares do PSDB. Logo Arthur ,que não admite e nunca permitiu que correligionários seus do PSDB insultem e bombardeiem o modelo vitorioso da Zona Franca de Manaus.
Dilma precisa impor sua autoridade junto à base governista no congresso, para que a PEC seja votada e aprovada. O ano é de eleições gerais. Os abutres e pingentes querem tirar lasquinha do sucesso da zona franca para fazer média em São Paulo e arredores. Deputados, senadores, empresários e o governador do Amazonas, por sua vez, não podem arrefecer o ânimo. É necessário continuar na cruzada pela vitória, dentro e fora de Manaus, enfrentando com firmeza o arsenal de leviandades e terrorismo contra a ZFM.
União Européia contra zonas francas
Europeu também é burro, mal intencionado e pessimamente informado. A noticia é tão imbecil, maluca e sem –pé- nem- cabeça, que não merecia uma vírgula. O melhor destino para mais uma cretinice contra a Zona Franca de Manaus é a lata do lixo.

Meu tempo é precioso para perder com sandices. Custa a crer que a União Européia saia de seus afazeres para cuidar de tema mesquinho como o propagado via online: Acabar com as zonas francas brasileiras, que zelam pelo desenvolvimento não apenas da região Norte, mas de todo o imenso Brasil.
Essa turba ignara de beócios deveria vir ver e constatar de perto a importância real legitima e incontestável da Zona Franca de Manaus. Governos e empresários não brincam com (na) a zona franca. Tudo é trabalho, é geração de empregos e dividendos para o Brasil. Seguramente, o governo Dilma, o governo do Amazonas, empresários e políticos, vão repudiar, energicamente, mais essa vil, covarde e estúpida intimidação e agressão contra o modelo econômico vitorioso, que é o da Zona Franca de Manaus.
Visita
O embaixador plenipotenciário da Suíça no Brasil, André Regli, visitou a SUFRAMA, onde foi recebido pelo superintendente em exercício, Gustavo Igrejas. Na reunião, o diplomata ouviu um breve histórico do modelo Zona Franca de Manaus (ZFM) e falou sobre a possibilidade de incluir estudantes de Manaus em um projeto de intercâmbio entre Brasil e Suíça para formação e especialização da mão de obra nacional.
“Fechamos o ano de 2013 com valores superiores a R$ 83 bilhões de faturamento e mais de 120 mil empregos diretos. Mas, o que mais gostamos de destacar é que, graças ao funcionamento do modelo, 98% da floresta nativa do Amazonas estão preservadas”, ressaltou Igrejas.
O embaixador suíço falou sobre a excelência técnica da mão de obra suíça, com a maior parte dos investimentos em formação bancados pelas empresas, sem precisar de incentivo do governo. “Isso também explica porque a Suíça tem um baixo percentual de jovens fora do mercado de trabalho”, frisou.
Ócio de Gilmar
O ministro do STF, Gilmar Mendes, realmente anda sem nada de útil para fazer, porque se trocar, dar cartaz para sandices de Eduardo Suplicy... É o fim da picada! Francamente.
Exploração da criança
Aprovado, por unanimidade, na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado , projeto do senador Alfredo Nascimento, que inclui na Lei de Crimes Hediondos (Lei 8.072/1990) a exploração sexual de criança, adolescente ou vulnerável.
O objetivo do projeto (PLS 243/2010) é punir severamente o crime, aumentando o prazo mínimo para a concessão de benefícios legais, como o livramento condicional e a progressão de regimes, e impossibilitando fiança e anistia.
Segundo Alfredo Nascimento, “poucos comportamentos suscitam tanto repúdio social, sobretudo quando resulta em atentado à liberdade sexual e se revela como a face mais nefasta da pedofilia. Eu, como pai e avô, estou convencido de que o crime de exploração sexual de crianças ou adolescentes, pela repulsa que desperta no meio social, precisa ser tipificado como crime hediondo”.
Para o senador Magno Malta relator do projeto na comissão, “o projeto de Nascimento é digno de todos os elogias, afinal, a limitação da legislação brasileira tem sido um dos obstáculos para punir, adequadamente os agentes de exploração sexual de crianças e adolescentes”.
Black Blocs
Um dia o Brasil terá que evoluir. Parece que chegou bom momento. Fora com calhordas, hipócritas, oportunistas, incompetentes e demagogos. Nesta linha, creio que foi saudável avanço nenhum magistrado vir a público tentar relaxar as prisões temporárias dos dois crápulas envolvidos no assassinato do cinegrafista Santiago Andrade. Não sobrou espaço nem para o senador Eduardo Suplicy sair das trevas dos holofotes fáceis para defender os irresponsáveis do black blocs.
Já imaginava que as arruaças e vandalismos promovidos por marginais têm, no fundo, o objetivo de desestabilizar o governo e desmoralizar as instituições. Agora,é preciso que se apure, com urgência e firmeza, declarações do irresponsável que matou o cinegrafista com um rojão, de que costuma receber dinheiro para promover badernas nas manifestações de ruas. A afirmação é grave e preocupante. A meu ver, são figuras tão ou mais canalhas e covardes quanto os ordinários que fazem confusão nas ruas, causando pânico, ferindo e matando cidadãos de bem.
É a velha, cretina, hipócrita e incompetente mania brasileira: corta-se o mal pela raiz tarde demais. Depois que a tragédia acontece, adotam-se as providẽncias. Nesta linha, é estarrecedor, precisou ser assassinado um cinegrafista, humilhando o Brasil aos olhos do mundo, para que as tais forças vivas da nação saíssem da letargia em busca de medidas concretas, através de leis duras que realmente punam malfeitores e irresponsáveis. Antes tarde do que nunca. Paradoxalmente o clima pesado  de indignação ,que tomou conta das famílias e dos cidadãos de bem, é bom pretexto e excelente inspiração para que,  sob o comando de Dilma, o Congresso Nacional saiba impor sua autoridade e aprove medidas severas que realmente coloque bandidos e arruaceiros na cadeia por longo tempo. Basta de benevolência com vândalos e patifes. Caso contrário, a resposta da população será avassaladora nas urnas.
A meu ver são dois patifes e irresponsáveis que têm tudo em comum: o que deu o rojão e o que jogou o artefato que matou o cinegrafista na manifestação de rua no Rio de Janeiro. Diante das leis frouxas que deixem homens de bem a mercê de bandidos, a nação inteira já sabe o que acontecerá com a dupla de ordinários que causou a morte do profissional da imprensa: ficarão presos por alguns dias, responderão o processo em liberdade e os advogados jurarão que seus clientes crápulas estão arrependidos. São nestas horas que tenho vergonha de ser brasileiro.
Titia amarga
Os pessimistas de plantão não sossegam. Merecem o troféu da amargura, da má-vontade e da falta do que fazer. A cronista Maria Paula parece querer ser a porta-estandarte do timeco que torce pelo fracasso da copa do mundo no Brasil. Maria Paula, que se acha engraçadíssima, debocha da Fifa, de Blatter e de Dilma, torcendo, em tom de amargura, para que Dilma volte a ser vaiada, como foi na Copa das Confederações. Coisa mais feia, titia.
Agnaldo Timóteo
Marcante presença do cantor Agnaldo Timóteo na Tv-Record. Realmente a matéria com Timóteo tornou mais ainda o domingo espetacular da emissora. Agnaldo é artista consagrado que tem luz própria. Canta como poucos. Como cidadão, não se omite. Manifesta suas opiniões com clareza e firmeza. Jamais faz média com ninguém. Virtudes que também fazem Agnaldo Timóteo ser diferente da maioria dos artistas brasileiros.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

A oligarquia deseja a depressão


Adriano Benayon *

É hora de abrir o olho. Estamos, no Brasil e no Mundo, em situação especialmente perigosa, de que há copiosas manifestações, cujas causas são sistematicamente ocultadas,  pois,  os que estão por trás delas querem operar despercebidos.

2. As potências hegemônicas, suas associadas e satélites seguem em depressão econômica, com aspectos mais perversos que os da  iniciada em 1930 e que só terminou, em 1943, nos EUA - com a mobilização de dezenas de milhões de combatentes na Segunda Guerra Mundial, mais os vultosos investimentos para produzir armas. Na Europa e na Ásia, a depressão foi substituída pela devastação.

3. A terrível Guerra de 1939 a 1945 não foi desencadeada para acabar com a depressão, pois sempre os móveis são obter mais poder, arruinar potências vistas como rivais e desviar o foco dos reais problemas sociais e econômicos.

4. Agora, desde a contra-revolução liberal dos anos 80, a financeirização e a concentração do poder econômico e da renda deram grandes saltos, enquanto decai o patrimônio e a renda real, no caso da grande maioria dos que trabalham e no da crescente  massa dos desempregados.

5. Essa iniquidade jamais poderia ser tolerada sob sistemas democráticos. Assim, quase nada resta do pouco de democracia, antes presente nos sistemas políticos representativos, hoje mera embalagem, com rótulo falso,  de um sistema tirânico, que investe massivamente em contracultura, desinformação e alienação, há mais de século. 

6. Assim,  institucionalizou-se  a mentira, e a verdade é reprimida através de instrumentos totalitários, radicalizados desde os ataques  11.09.2001.

7.  O terrorismo de Estado dirige-se contra os cidadãos e é  usado para marquetar, como justas, agressões militares genocidas contra países alvos da geopolítica da oligarquia angloamericana: Afeganistão, Iraque, Somália e Líbia.

8. Além disso, EUA, Reino Unido, Israel e satélites têm intervindo em numerosos países com golpes e pretensas revoluções suscitadas por serviços secretos, mercenários e organizações terroristas. Síria e Ucrânia são alvos preferenciais dessas agressões, sem falar nas permanentes pressões e falsas acusações contra o Irã.

9. O prelúdio da Segunda Guerra Mundial, nos anos 30, também apresentou invasões e conflitos localizados, e a ascensão de regimes fascistas (Itália, Alemanha e Japão), além de na Espanha, após sangrenta guerra civil, de 1936 a 1939, com participação de forças militares estrangeiras.

10. No presente, a depressão econômica prossegue, bem como suas trágicas consequências sociais. A oligarquia financeira está cada vez mais concentrada e tem cada vez mais poder sobre os governos – à exceção dos demonizados, por não se submeterem -  pela mídia e pelas demais instituições formadoras de opinião.

11. A oligarquia não deseja acabar com a depressão -  tarefa fácil, se fosse decidida – e visa concentrar mais poder e tornar irreversível o controle totalitário sobre o Planeta, seus recursos e habitantes.  Isso envolve desumanizar os seres humanos, inclusive acabando com as sociedades nacionais.

12. As soluções para recuperar a economia podem ser entendidas por qualquer pessoa sensata, não bitolada por lugares comuns disseminados pelos economistas mais renomados (justamente por agradarem a oligarquia).

13. A depressão dos anos 30, explodiu com violência, notadamente na Alemanha, exaurida pelas reparações da 1ª Guerra Mundial. Ali o desemprego atingiu 6 milhões em março de 1932.

14. Economistas competentes, como Lautenbach, alto funcionário do ministério da economia, mostraram o caminho correto, apoiado pela federação das indústrias, semelhante ao plano de Woytinski, sustentado por sindicatos de trabalhadores.

15.  Em 1931, Lautenbach apresentou o memorandum “Possibilidades para reviver a atividade econômica, através do investimento e da expansão do crédito”. Afirmou:

O curso para superar a emergência econômica e financeira não é limitar a atividade econômica, mas aumentá-la, porque o mercado não mais funciona nas condições de depressão e crise monetária mundial.”

 “Neste momento, temos situação paradoxal, na qual, apesar dos cortes extraordinários na produção, a procura ainda está defasada em relação à oferta. Assim, temos excedentes crônicos da produção, com os quais não sabemos lidar. Encontrar algum modo de transformar esses excedentes em valor real é o problema real e o mais urgente da política econômica.”

“Excedentes de bens físicos, capacidade não-utilizada dos equipamentos produtivos e força de trabalho não-aproveitada podem ser aplicados para satisfazer uma nova necessidade, a qual,  do ponto de vista econômico, representa investimento de capital. Podemos conceber tarefas como obras públicas, ou obras realizadas com apoio público - que para a economia significariam aumento da riqueza nacional -  e que teriam de ser feitas de qualquer modo, quando se voltasse a ter condições normais (construção de estradas, expansão do sistema ferroviário, melhoramentos na infra-estrutura, etc.)”

“Com tal política de crédito e investimentos, será remediado o desequilíbrio entre a oferta e a procura no mercado interno, e toda a produção terá ganhado direção e objetivo. Se, todavia, deixarmos de instituir tal política, estaremos encaminhados para inevitável e continuado colapso e para a completa destruição da economia nacional, levando-nos a uma situação que nos forçará, para evitar uma catástrofe, a assumir dívidas de curto prazo meramente para fins de consumo; enquanto que hoje, está ainda em nosso poder obter esse crédito para fins produtivos e, assim, recolocar em equilíbrio tanto a economia como as finanças públicas.”

16. Woytinski recomendou explorar oportunidades de complementar as iniciativas das empresas privadas com a criação de empregos, através de investimentos públicos. Propôs, ainda, a liberação de fundos, via políticas de expansão monetária para a reconstrução da Europa.

17. Em janeiro de 1932 foi apresentado o plano de criação de empregos WTB (Woytinski, Tarnow e Baade) para criar 1 milhão de novos empregos, com investimentos financiados por créditos  de longo prazo, a juros baixos,  pela Reichskredit AG, descontáveis no Reichsbank.

18. A Confederação Geral dos Trabalhadores Alemães aprovou esse plano, recusado, entretanto, conforme o parecer dos “peritos economistas” Hilferding, Naphtali e Bauer, pelo Partido Social-Democrata..

19. Schäffer,  secretário de Estado do ministério das Finanças, apoiou o plano de Lautenbach.  Moção similar partiu de  Wagemann,  chefe do Escritório Nacional de Estatísticas, que, em janeiro de 1932, publicou seu plano, que incluía emitir 3 bilhões de  reichsmarks para criar empregos.

20. Nada disso foi adiante, pois não interessava à oligarquia angloamericana. Esta armava a subida de Hitler ao poder, mesmo tendo os nazistas perdido 2 milhões de votos nas eleições de 6.11.1932.

21. Após essas eleições, o presidente, marechal Hindenburg, nomeou chanceler o chefe do Estado-Maior, general von Schleicher, que propunha pôr em execução as políticas recomendadas por Lautenbach, Woytinski e Schäffer, e apoiadas por entidades de classe patronais e  dos trabalhadores.

22. A oligarquia financeira tratou de evitar que von Schleicher sequer as iniciasse, minando-lhe  a sustentação política, enquanto conspirava na chantagem junto ao marechal-presidente para nomear Hitler, consumada em 30.01.1933.

23. O objetivo era a Segunda Guerra Mundial, pois Hitler anunciara no “Mein Kampf” seu desígnio de atacar a União Soviética. Finalidade: empregos e recuperação econômica só mediante a mobilização para a guerra, que destruiria  mutuamente Alemanha e Rússia.

24. Hoje, o Estado é enfraquecido como agente de desenvolvimento econômico e social. Ele  serve, nos  países-sede da oligarquia, para erguer enormes arsenais de armas destrutivas e hipertrofiar órgãos de repressão, serviços secretos e  meios tecnológicos de desinformar.

25. Nos países periféricos, como o Brasil, o Estado, empobrecido pelo serviço da dívida e pelas privatizações, funciona para arrecadar recursos para a dívida e subsidiar empresas transnacionais.

26. Com a política econômica dominada pela oligarquia financeira, a concentração não cessa de crescer. No  trabalho  The Network of Global Corporate Control, publicado em 2011, os matemáticos suíços, Vitali, Glattfelder e Battiston, demonstraram a interligação das corporações econômicas e financeiras por laços diretos e indiretos de propriedade. 

27. Com dados sobre 43.000 transnacionais (ETNs), chegaram a 1.300 maiores companhias com fortes elos entre si, núcleo refinado para um de só 737 companhias, que controlam 80% das 43.000. Mais  elaboração permitiu chegar a 147, detentoras da propriedade quase total sobre si mesmas, mais 40% das 43.000.

28. As 147 são basicamente controladas por somente 50, das  quais 48 são financeiras. Apenas duas envolvem-se diretamente com a economia real (Walmart e China Petrochemical Group).

29. Susan George, do Transnational Institute, Amsterdam, conclui: “Nossos problemas originam-se do 0,1%, na verdade do 0,001%.” Mas essa fração não retrata a dimensão infinitesimal, em relação à população da Terra, da minoria que concentra o poder econômico, financeiro e político. 

30. De fato, existe hierarquia entre os donos das companhias mais poderosas, e, entre esses, muito poucos exercem comando sobre bancos centrais, instituições financeiras multilaterais e mercados financeiros.

31. George aponta as interligações entre a finança e as corporações de petróleo e gás, e seus vínculos com a indústria automotiva,  gastadora de combustíveis fósseis.

32. O poder dos concentradores financeiros manifesta-se, inclusive,   pelo fato de o 1% do topo pagar percentual de tributos inferior ao de qualquer época desde os anos 20, apesar da enorme elevação de seus ganhos e de seu patrimônio nos últimos 35 anos.

33. Mais: dezenas de trilhões de dólares/euros das emissões dos bancos centrais e das receitas tributárias foram usados para salvar da bancarrota instituições financeiras cujos controladores e executivos haviam lucrado dezenas de trilhões com jogadas financeiras, em operações alavancadas, sobre tudo com o quatrilhão de derivativos criados a impulsos de chips, antes do colapso de 2007/2008.

34.  Pior: o dinheiro posto nos bancos é aplicado em novas especulações, criando novas bolhas, prestes a estourar. A conta fica para os cidadãos dos países endividados, inclusive dos EUA, e maior para os dos menos privilegiados que não podem emitir dólares. 

35. No Brasil, recordista mundial de juros altos, só dois bancos, Itaú e Bradesco registraram R$ 28 bilhões de lucros em 2013.

* - Adriano Benayon é doutor em economia e autor do livro Globalização versus Desenvolvimento.

 

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

A Nação na Encruzilhada



                                                                 Dercio Garcia Munhoz, Economista. (*)

               As decisões governamentais na área da economia incorrem na tentação pela busca de soluções agradáveis, que tragam dividendos políticos imediatos, sem levar em conta as implicações, e o alto preço a pagar no futuro, no momento da verdade.

              O caso brasileiro atual é disso exemplo fragrante, já que desde os primeiros anos do milênio,  com a mudança de governo, os novos dirigentes resolveram repetir a frustrada experiência tucana de 1994-98, iniciando um longo período de valorização da moeda brasileira – o Real;  para isso mantendo, num ilusório coquetel neoliberal, além da liberdade de ingresso e saída no país dos capitais de curto prazo, e de taxas de juros elevadas para serem atrativas, também  um sistema de câmbio flexível, ao sabor das pressões do mercado. Reconstruía-se, assim,  o conjunto de condições que faz as delicias do capital especulativo.  Com isso, entre 2003 e 2010, nos oito anos de um governo que surpreendia pelo divórcio entre a retórica e a práxis – ingressaram no país, buscando ganhos de curto prazo,  mais de 1,1 trilhão de dólares, num incessante vai-e-vem mais próprios das  meias-portas dos saloons do Velho Oeste.

              Agindo livremente na manipulação do mercado cambial, o objetivo do especulador era entrar e sair do país com dólares negociados a uma mesma taxa de câmbio, o que lhe permitia ganhos em dólares, isentos de impostos, de 10% ou 12% ao ano – a depender da Selic.   Quando, com entradas maciças de dólares  os especuladores faziam recuar ainda mais a taxa de câmbio – uma queda do Real em dez por cento, por exemplo – que o Governo festejava com frases tais como “o mundo acredita no Brasil -   então os especuladores iam à loucura;  com os ganhos saltando para  taxas entre 20% ou 22% ao ano - ou apenas quinze vezes o que obteriam no mesmo tempo nos maiores mercados financeiros mundiais.  Foi assim que o Brasil se transformou no grande centro de especulação financeira mundial  -  uma Las Vegas Latina.  Sem riscos, porém. Como um pôquer de cartas marcadas.     

                    O  cassino brasileiro funcionaria a todo o vapor por quase uma década – hoje menos atraente dada a desconfiança dos banqueiros – tendo conseguido sobreviver com poucos solavancos mesmo à crise financeira mundial de 2008.   E naturalmente que um país assim  aberto e indefeso, com sua formidável roleta fazendo fortunas aqui e alhures, passa a cultivar um amplo circulo de “amigos”, interna e externamente.  O que sempre garantiu, em contrapartida, aos milagrosos dirigentes locais – como vem acontecendo desde o Plano Real – charmosos tapetes vermelhos tão logo saltassem  nos  aeroportos de Nova Iorque, Londres ou Davos.   E como prova da gratidão do mercado sempre contaram os milagreiros brasileiros, para si e para os sábios na gestão da economia e das finanças,  com  uma barreira permanente de elogios na mídia local e internacional,  apontando o modelo brasileiro como exemplar. 

(*) Egresso do Banco do Brasil, foi Professor Titular da UNB e ex-Presidente do Conselho Federal de Economia e do Conselho Superior da Previdência Social.

 

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Início do ano no País,Outras notícias

Gèlio Fregapani(Membro da Academia Brasileira de Defesa)
 
No País
- Continuou o forçamento governamental para uma utópica integração da América do Sul sem ter o consenso da nossa sociedade, que é a mais prejudicada, nem das outras, as beneficiadas, mas que nos acusam de imperialismo.
A América do Sul não se unirá. É uma região dividida pelo o gigantismo brasileiro, pelo chavismo venezuelano, pela mística indígena e cocaineira boliviana, pelo esquerdismos  uruguaio, o populismo argentino, o enclave dos EUA na Colômbia e o contrabando endêmico do Paraguai. A tentativa de  integração regional só atrapalha a defesa dos interesses do Brasil como ator global, mas estranho e ilógico mesmo é o entranhado amor por Cuba, que nem faz parte da América do Sul.
- A Dívida Pública manipulada continuou a nos impor uma sangria de quase a metade do orçamento somente com os juros. Enquanto, não baixarmos os juros e não nos livrarmos da dívida nenhum governo pode dar certo. Caso forcemos a baixa, a oligarquia financeira internacional apoiará uma revolução. Aliás, parece que já “decretou” a mudança de governo.
-Agravando a pressão dos juros, nem se fala em reduzir o número de ministérios nem de senadores, deputados, vereadores, nem de reduzir as mordomias, assessores, carros, motoristas e o que é pior: continua o repasse de verbas para  ONGs, que em grande parte trabalha para paralisar o progresso.
- Os partidários do Genuíno teriam mandado dinheiro para que ele pagasse a multa. Como ultrapassou o necessário, a sobra teria sido repassado ao Delúbio. Foi publicado que um dos contribuintes entrou com quase meio milhão. Socialista rico? Talvez, mas houve uma transferência de 50 mil euros na Europa para a conta, no Brasil, do ex-tesoureiro petista. O dinheiro veio em nome de italianos e marroquinos usados como “laranjas”. Nesse mato tem coelho...
- A reeleição do atual governo já não é mais uma certeza, quer em função da atuação da oligarquia financeira internacional, quer em função de eterna leniência com a corrupção e dos erros da atual política. De qualquer forma, ganhe quem ganhar, prenuncia-se grandes dificuldades para o futuro governo, pois as tropas de choque petistas em caso de derrota tenderão a inviabilizar a administração e o funcionamento do Governo e em caso de vitória petista a oligarquia financeira internacional procurará inviabilizar a economia. Ambas as atitudes são capazes de levar o País à ruína. Aliás, a Presidente Dilma que inicialmente pareceu disposta a enfrentar a oligarquia internacional, nos últimos tempos passou a contemporizar com suas exigências, numa tentativa de diminuir-lhe as restrições à sua reeleição. Isto indica que, se reeleita cederá tanto quanto cederiam seus adversários. Em resumo, ambas as candidaturas tanto a do PT como a do PSDB tem pouco a ver com o  interesse nacional ou mesmo com ideologias. Elas são basicamente consequência dos pactos entre forças econômicas internas e externas com cada uma delas. Naturalmente falta aos nacionalistas um lado para apoiar, de uma parte temos o entreguismo explícito e do outro lado o entreguismo disfarçado. Para piorar o quadro podemos esperar por uma disputa pelos votos que a Marina alardeia ter, por ambas as principais candidaturas, com rendição à maligna agenda ambientalista e evidente aporte de forças externas. Como antídoto a essa agenda antinacional, a candidatura ruralista de Ronaldo Caiado propondo a reação às invasões e o fim do acovardamento pode ainda repercutir na opinião pública revoltada com a insegurança e com a política oficial de acovardamento. 
- É hora de acabar com o indigenismo antes que incendeie o Brasil. As divergências cada vez mais irreconciliáveis, estimuladas por ONGs estrangeiras e pelo próprio Governo e conflitos podem estourar a qualquer momento. Há focos de conflito iminente em pelo menos sete Estados, todos ligados a disputas entre os índios e proprietários rurais. As disputas de terras entre índios e fazendeiros deverão ser algo mais do que dor de cabeça para a Presidente Dilma neste ano eleitoral. O conflito tende a se agravar e a assumir uma proporção de guerra civil.
- Como boa notícia a provável substituição do Ministro da Defesa, o inconsequente que assinou a convenção dos direitos dos povos indígenas e dando crédito ao publicado na internet, teria ainda distorcido um trecho prejudicando ainda mais o País. Seja bem-vindo futuro Ministro Gabas. Empunhe a bandeira nacionalista que o seguiremos.
No mundo
- Embora seja previsível o desdobramento da crise financeira, não são previsíveis suas consequencias. Por enquanto o 'Fed' tem tentado perpetuar a ilusão de que o sistema está solvente, ocultando os dados para esconder a debilidade do dólar. Claro, a exploração do gás de Xisto pode alterar essa situação e se for bem sucedida haverá mais um século de hegemonia dos EUA, que tenderão a se afastar do Oriente Médio. Para o caso do gás de Xisto não corresponder a expectativa os EUA contam com o nosso pré-sal, que deve duplicar a nossa produção em médio prazo.
- Caso, com o sucesso do gás do Xisto, o petróleo deixe de ser uma necessidade crítica é provável que as atenções se voltem para certos minérios essenciais e pouco comuns como as “Terras Raras” o Manganês e o Nióbio. Deste último, possuímos 98% de todas as reservas conhecidas, mas oficialmente exportamos apenas 40% do consumo mundial e a preço meramente simbólico. Caso o nosso País resolva usá-lo politicamente ou mesmo para ganhar o que pode certamente terá retaliações ou mesmo guerra. 
- De alguma forma se observa que as principais ameaças de conflito tendem para um arrefecimento, quer no Oriente Médio entre os EUA e o Irã, quer no Extremo Oriente entre a China e o Japão. As guerras quentes de Terceira geração cedem espaço para as de Quarta geração, todos mantendo consideráveis meios militares mais como elemento de pressão ou de dissuasão. Isto vale também para nós, sendo que a defesa do Meio-Ambiente e a proteção aos povos indígenas serão os prováveis pretextos para as pressões.
- Apesar da desmoralização do aquecimento global, o movimento ambientalista mundial não desiste. No nosso País o Greenpeace nos sugere por o pré-sal de lado e a explorar apenas vento e sol, a desistirmos de Belo Monte, a não asfaltarmos estradas na Amazônia nem melhorarmos os portos. Nas isto só vale para o nosso País. Na Holanda, sede das principais ONGs, fazem-se aterros a todo momento, há inúmeras refinarias, e o porto de Rotterdam acaba de realizar uma enorme expansão. Danem-se os impactos no ambiente..

Que este ano, aconteça o que acontecer, possa o nosso País continuar dono do território que herdamos. Que Deus nos ajude e que façamos por merecer.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Pílulas do Vicente Limongi Netto


Venais não apagam trabalho vitorioso de Havelange

O bom repórter pergunta. Não procura conduzir declarações do entrevistado, com insinuações  cretinas,  mentirosas e levianas. Como fez o senhor Leandro Colon, na Folha de São Paulo, entrevistando o francês Jérôme Champagne.

A certa altura, o calhorda Colon, que deve se achar o inventor da imprensa, chama João Havelange de corrupto. Resposta de Jérôme ao sábio de meia pataca Colon: "Não sei todos os detalhes. Eu cheguei à FIFA em 1999. Eu não sabia do caso ISL, que faliu em 2001. Tenho respeito pelo que fez o presidente Havelange, ao derrotar o dirigente inglês (Stanley Rous) na disputa em 74, adotar uma visão não racista do futebol, universalizá-lo.

Ele lançou os programas de desenvolvimento, expulsou a federação da África do Sul por causa do apartheid em 76. Apesar das criticas, temos que render homenagens ao que ele fez".  Depoimento isento e justo de Jérôme, que conheceu e conviveu com Havelange.

Não são palavras de moleques, patifes, recalcados, parasitas e canalhas, alguns deles ainda nem nascidos, quando Havelange já dedicava a vida ao desenvolvimento do futebol.  Nesta linha, já que a CBF completa este ano 100 anos de existência, é oportuno destacar e recordar a passagem de João Havelange pela entidade, que nasceu com o nome de CBD.

Havelange entrou na CBD como diretor de esportes aquáticos. Em 1957 assumiu a presidência. Sob o comando de Havelange, o Brasil foi campeão do mundo de futebol em 58, 62 e 70. A boa coluna "Há 50 anos", do jornal O Globo, assinada por José Figueiredo, salienta noticias da CBD de 16 de janeiro de 1964. Destaca, por exemplo, os 6 anos da administração de Havelange, de 58 a 63, ressaltando os títulos conquistados nesse período: 43 de campeão e 15 de vice para o Brasil, entre os quais, um bimundial de futebol, um bimundial de clubes e um bimundial individual de caça submarina. Na parte financeira, prossegue a coluna do Globo, o relatório apresentado pelo presidente Havelange mostra que no final do exercício de 1963, a CBD tinha superávit de 118 milhões de cruzeiros.

Havelange ficou na CBD até 1974, quando foi eleito presidente da FIFA, que dirigiu por 24 anos. Como presidente de honra da FIFA e membro decano do COI , Havelange contribuiu decisivamente para que o Brasil fosse escolhido para sediar a copa de 2014 e as olimpíadas de 2016.  Fatos que deixam a escória dos sórdidos, fracassados e covardões  em vias de atear fogo às vestes. Inutilmente, jogam as patas em Havelange. Ordinários sem moral nem autoridade para diminuir, desfazer ou apagar a longa e vitoriosa jornada de trabalho do brasileiro João Havelange, unindo povos e nações pelo futebol.

 Amores  de FHC

A trajetória de FHC é  palmilhada por amores. Belo exemplo de quem realmente nasceu para amar o próximo. Sobretudo as mulheres. Agora, com o vistoso fardão de imortal, FHC faz  questão de viver a vida ainda com maior intensidade. A maioria dos homens gostaria de viver o papel do amoroso FHC.  Nesta linha, lamentei que o longa matéria da Folha de São Paulo(Poder do dia 6), anunciando para o mundo a união estável do atleta do amor, FHC com a jovem Patricia, tenha omitido o filho que FHC tem com a jornalista Miriam Dutra. Fato que na época desagradou muito dona Rute Cardoso. Aliás, raros sabem onde andam e o que fazem da vida , a ex-repórter da Globo e o filho, salvo engano chamado Rafael, seguramente já um rapagão. Fernanda Lima deveria convidar FHC para ir ao programa "Amor e Sexo". O ibope ultrapassaria o Cristo Redentor.

Pela democracia

Sou completamente apartidário, mas defendo até a morte o direito do contraditório. O debate, além de fortalecer a democracia, também serve para esclarecer fatos nebulosos ou escamoteados pelo cinismo e pela hipocrisia. O importante é  que a verdade prevaleça. Doa a quem doer. A verdade, como a noticia, não tem dono. Santos? Pois sim. Só conheço aqueles das igrejas. Embora alguns façam uma força danada para parecer que são.      

Senadora Vanessa quer apuração de crime sexual

Em discurso no Senado, a procuradora da Mulher na Casa, senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), comunicou que enviou ao presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas (TJ-AM), desembargador Ari Moutinho da Costa, ofício solicitando informações e rapidez na apuração das denuncias envolvendo o prefeito de Coari, Adail Pinheiro, em crime de exploração sexual de menores.

Assim como a CPI da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes da Câmara dos Deputados, a senadora disse que a Procuradoria da Mulher no Senado está acompanhando de perto o desenrolar do caso.

Pato e Jadson

Ao contrário de alguns açodados e sabidões analistas, que nunca jogaram nem pedra em mangueira, creio que foi excelente, tanto para o Corintians como para o São Paulo, a troca envolvendo os jogadores Pato e Jadson. Ambos são excelentes jogadores.  Pato voltará a marcar gols  e Jadson vai comandar o meio-de-campo do timão. Tem horas que é preciso mudar de ares. Com atletas não é diferente.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

A política como "bem de produção"


Revista “Forbes” publicou, recentemente, a relação dos cinco políticos brasileiros mais ricos: Lírio Albino Parisotto (1,9 bilhão de dólares), suplente do senador Eduardo Braga, do Estado do Amazonas e investidor no mercado de ações; Blairo Borges Maggi (960 milhões de dólares),senador pelo Mato Grosso e maior produtor de soja do mundo; Marcelo Beltrão de Almeida (200 milhões de dólares), ex-vereador , candidato ao Senado em 2015 pelo Estado do Paraná e construtor civil; Otaviano Olavo Pivetta (100 milhões de dólares),prefeito de Lucas do Rio Verde, em Mato Grosso, e produtor de grãos; e Paulo Salim Maluf (33 milhões de dólares), ex-governador de São Paulo, deputado federal e acionista da Eucatex, fornecedora de materiais de construção.

Há um dado curioso na matéria publicada pela “Forbes”: As informações sobre o patrimônio dessas personalidades, colhidas junto ao Tribunal Superior Eleitoral Brasileiro-TSE-, revelam que elas já eram ricas antes de ingressarem na política, detalhe que suscita boas reflexões sobre a relação entre o poder financeiro e a política no Brasil.

É elementar que não se faz política sem dinheiro. O voto, para o exercício de um mandato eletivo, é a moeda corrente da política, mas ele custa caro. Para se ter uma idéia, o custo de uma campanha para vereador, deputado estadual, deputado federal e senador, em valores oficialmente declarados, varia de 600 mil reais a 15 milhões de reais, dependendo da região eleitoral e da fama do candidato. Para governador, os gastos podem variar de 30 milhões a 200 milhões de reais, e para presidente da república podem se aproximar de 500 milhões de reais.

São valores declarados pelos candidatos como arrecadações e doações de campanha obtidos junto aos partidos políticos  e organizações empresariais, mas, evidentemente, essa questão hoje suscita prolongados debates sobre a existência de caixa dois e outros recursos menos transparentes oriundos até mesmo de organizações criminosas.

A onda de denúncias sobre a corrupção na política brasileira, frequente nas redes sociais da internet, cria a imagem da política como seara de corruptos e oportunidades de enriquecimentos ilícitos, o que nos remete à teoria sobre a corrupção de Samuel Huntington, um dos conhecidos polítólogos norte-americanos, que deu consultoria aos governos Geisel e Figueiredo nos processo de descompressão, distensão e abertura política do regime militar.

Huntington afirma, em várias conferências, que a corrupção nos países em desenvolvimento decorre da falta de espaço de sobrevivência para o empresariado nativo diante das pressões do capital internacional. A concorrência dos grupos externos é tão grande, que o empresário nacional busca a política como meio de sobrevivência, ao contrário do empresário de um país desenvolvido, como os Estados Unidos, que já tem dinheiro e busca a política como ideal complementar de sua carreira. Em resumo, o empresário brasileiro vê a política como um meio de enriquecimento, enquanto o empresário dos Estados Unidos, muitas vezes com o sacrifício de seu próprio bolso, vê a política como um fim.

Quando se analisa a notícia da “Forbes”, essa teoria um tanto simplista e ingênua de Huntington desaba, pois nenhum dos milionários brasileiros mencionados serviu-se da política como trampolim para o seu enriquecimento, embora não se possa garantir que não tenham amealhado mais patrimônio após ingressarem na política. Homens astutos, que sabem ganhar dinheiro na iniciativa privada, ganham com mais rapidez na política, que, pela sua natureza reprodutiva de poder, é por si mesma, o mais eficaz "bem de produção".

Há várias fontes de poder político, mas eu destacaria, para esta análise, o patrimônio e a tradição, nem sempre conjugados. Várias oligarquias exercem influência política no Brasil e não se situam no topo da pirâmide patrimonial. Geralmente, possuem grande poder econômico nas cidades e no campo, e transmitem por várias gerações seu gene dominante (os Alves, os Caiado, os Collor, os Neves, os Sarney, os Magalhães, etc.).

Há grupos, de ascensão vertical, com grande poder financeiro, sem tradição nenhuma de mando, mas que, hoje, possuem capacidade de eleger bancadas parlamentares, governadores e até presidentes. Esse poder financeiro transformou parte do poder político no “balcão de negócios” a que se refere Ruy Barbosa, mas, na prática parlamentar, as duas correntes, da tradição e do patrimônio, fluem como rios paralelos cujas águas não se misturam.