quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Pílulas do Vicente Limongi Netto


FIAM

O superintendente da SUFRAMA, Thomaz Nogueira, e o prefeito da capital amazonense, Arthur Virgílio Neto, participaram da abertura da Feira Internacional da Amazônia (FIAM), em realização no Studio 5 Centro de Convenções.

A SUFRAMA apontou dez áreas no Distrito Industrial de Manaus que podem ser usadas pela Prefeitura para obras, das quais seis já pertencem ao município. “Existem seis áreas que já são nossas, então não tem mais qualquer trâmite, só precisamos definir onde serão feitas creches e onde serão unidades básicas de saúde”, disse o prefeito, que solicitou da assessoria providências para ocupação dos locais. 

Thomaz Nogueira ressaltou a importância do Distrito Industrial para a economia nacional. “Os recursos que saem deste polo são exportados para ações em todo o País. A Zona Franca é fundamental para o Brasil, mas qualquer investidor que olhar hoje para o Distrito Industrial vai colocar em dúvida a capacidade de gestão de seus administradores”, disse o superintendente, para quem deve ser feita uma requalificação completa da área.


O prefeito de Manaus defendeu maior aporte de recursos federais para a região. “Entendemos a necessidade do contingenciamento de recursos da SUFRAMA, mas é preciso definir um percentual mínimo de liberação. Manaus faz muito pelo Brasil e é preciso reconhecer isso”, defendeu Virgílio.
Graças à liberação de recursos federais, foi possível estabelecer um convênio com o governo do Amazonas para recuperação de 30 vias na região. A precariedade das ruas do Distrito foi um dos assuntos da conversa entre prefeito e superintendente e novos encontros deverão definir a melhor saída para atuação nas áreas não contempladas pelo convênio.

350 milhões em investimentos
Vinte e nove projetos industriais e de serviços, sendo quatro de implantação e 25 de ampliação, atualização ou diversificação, foram aprovados  durante  Reunião Ordinária do Conselho de Administração da SUFRAMA (CAS). Os projetos somam investimentos totais de US$ 350 milhões, com geração de 130 novos empregos no Polo Industrial de Manaus (PIM) ao longo dos próximos três anos.
 
 
Os maiores destaques da pauta aprovada  foram os projetos das empresas Samsung, com investimento total de US$ 121 milhões para produção de rádio com toca-discos digital a laser; Digiboard, para fabricação de subconjunto tampa traseira para televisores com tela de cristal líquido (LCD), no valor de US$ 22 milhões; Envision, para fabricação de televisor com tela de LCD e investimento superior a US$ 62 milhões; Sense Indústria de Bicicletas da Amazônia, que prevê investir US$ 19 milhões na fabricação de bicicletas com câmbio; e Videolar, que planeja investir cerca de US$ 21 milhões na fabricação de unidades de armazenamento de dados não volátil em meio semicondutor (SSD – Solid State Drive).  
 

Havelange
Do ex-presidente da Fifa, João Havelange, hoje achincalhado por hienas e hipócritas, brasileiro que realmente usou todo seu prestigio para trazer a copa do mundo e as olimpíadas de 2016 para o Brasil, em carta para o jornalista Vicente Limongi Netto:

"Caro amigo Limongi, com a chegada do dia 21 de novembro não desejava faltar com o sentimento de amizade, de cumprimentá-lo por esse momento que, para todos nós, é de felicidade. Em razão de meu estado de saúde ainda delicado, tenho restringindo minhas idas ao meu escritório. Mas isso não exclui de tê-lo sempre em meu pensamento como um amigo. Renovando aqui as minhas felicitações, envio o meu abraço amigo".


 

A doutrina da ação preventiva



 Manuel Cambeses Júnior *
Quando os criadores da primeira bomba atômica tomaram conhecimento dos terríveis efeitos devastadores do novo invento, assinalaram que o “relógio do dia do juízo final” havia começado a mover-se, inexoravelmente, para a meia-noite da Humanidade. Poucos anos depois, quando a União Soviética detonou o seu primeiro petardo atômico, esta afirmação veio a ser cabalmente corroborada.
 A partir daí, o mundo passaria a assistir, estupefato, a duas superpotências nucleares enfrentarem-se em um conflito existencial dispondo de uma imensa capacidade para destruírem-se reciprocamente e, por via de consequência, na esteira da destruição, o mundo inteiro.
 Curiosamente, o equilíbrio instável promovido pelo terror nuclear, daí resultante, conduziu a um dos períodos de maior estabilidade da história contemporânea. Ou seja, a paz nuclear conseguiu igualar a longevidade dos grandes modelos de estabilidade do Século XIX:  os sistemas internacionais de Matternich e Bismarck.
 Obviamente, sob a dinâmica da confrontação bipolar, o mundo não conseguiu superar as guerras. Muito pelo contrário, em decorrência dessa rivalidade dual, a humanidade assistiu a ocorrência  de várias contendas regionais, milhões de mortes e ao maior processo de criação de arsenais de destruição em massa da História. Entretanto, por mais paradoxal que possa parecer, a existência do equilíbrio do terror acarretou, como corolário, que fosse evitada uma confrontação direta entre os Estados Unidos e a União Soviética e, consequentemente, o desencadear de uma nova guerra mundial. O êxito do sistema bipolar teve uma explicação: o medo da destruição recíproca, por parte das monopólicas superpotências, ou seja, a lógica da dissuasão.
 O colapso da União Soviética fez a humanidade de certa forma respirar aliviada. Entretanto, a partir daí, começaram a surgir novos e intrincados problemas. A vulnerabilidade do portentoso arsenal de destruição em massa russo colocou em movimento, novamente, o “relógio do dia do juízo final”.
 Desde 1993, uma grande quantidade de material de fissão nuclear tem sido desviado da antiga União Soviética. Estima-se que este montante sobrepuja a produção dos três primeiros anos do Projeto Manhattan. Faz-se mister ressaltar que, além da subtração de material nuclear, a disseminação indiscriminada de know-how tecnológico tem contribuído para açular não somente o medo ao terrorismo nuclear, mas, também, ao químico e bacteriológico, em todos os rincões do planeta.
 Segundo William Anthony Kirsopp Lake, ex-assessor de segurança nacional do governo norte-americano, desde o ano de 1998, vinte e sete nações possuem armamento nuclear, biológico e químico. Como fazer para funcionar a lógica da dissuasão em meio a este tenebroso cenário fragmentado? Como dissuadir o terrorismo fundamentalista que poderá, a qualquer momento,  recorrer a armas de destruição em massa, em resposta a atos de retaliação perpetrados pelas superpotências mundiais?
 Para enfrentar essa nova realidade, os Estados Unidos declararam inoperante a velha doutrina da dissuasão – nascida no governo do presidente Harry S. Truman (1884-1972 - e passaram a adotar a tese da ação preventiva. Desta forma, fundamentalmente, quem se converter em uma ameaça potencial ou eminente para os estadunidenses deve ser imediatamente neutralizado.
 O problema mais evidente desta nova doutrina é a grande lista de países aos quais deveriam ser, a priori, neutralizados. Depois do Iraque, viriam o Irã e a Coreia do Norte, pois foram catalogados como países pertencentes ao malsinado “eixo do mal” e que, também, estão a caminho de dotarem-se de portentoso armamento nuclear. Igualmente caberia supor que, caso se produzam mudanças no regime do Paquistão - e que não estejam em consonância com os interesses ocidentais - poderia ser perpetrada uma intervenção preventiva. E mais, como definir os limites dessa ação? Por acaso a China seria incluída na “relação dos malditos” no caso de suspeitar-se de uma invasão desta a Taiwan? É necessário que a ameaça seja real e imediata, ou basta que seja simplesmente hipotética? Ou, uma vez aberto um precedente, como evitar que outros membros da comunidade internacional também o invoquem, alegando igual direito? Como negar à India a prerrogativa  de um ataque-surpresa ao Paquistão, em aplicação ao mesmo princípio?
 Toda política externa busca projetar graus razoáveis de certeza dentro das incertezas naturais que entranham uma ordem internacional complexa e em permanente estado de fluidez. Entretanto, quando a busca da segurança absoluta parece transformar-se no objetivo da megapotência dominante, existem razões válidas para preocupações.
 Como sabiamente enfatizava o ex-Secretário de Estado norte-americano Henry Kissinger, em célebre frase “a busca da segurança absoluta por parte de um Estado, acarreta  a insegurança absoluta por parte dos demais”. Este axioma de política externa assume caráter superlativo quando gira em torno de uma potência hegemônica.  O garrote discricionário da ação preventiva, não somente propicia paranóias e desconfianças, mas, certamente, introduz importantes elementos de desordem e anarquia dentro do sistema internacional.
Diante desta constatação podemos inferir que a dissuasão e sua irmã gêmea, a doutrina de contenção, não parecem estar sepultadas para sempre, como quiseram nos fazer crer alguns analistas políticos e polemólogos-estrategos estadunidenses. Definitivamente, a tese da ação preventiva poderá, em princípio, limitar-se a ser a desculpa conceitual para acabar, de forma peremptória, com uma tarefa inconclusa e iniciada no início dos anos noventa do século passado, durante a gestão presidencial de George Bush (pai) e que encontrou eco e aceitação nas administrações seguintes dos Estados Unidos.
  * O autor é Coronel-Aviador, membro emérito do Instituto de Geografia e História Militar do Brasil, membro da Academia de História Militar Terrestre do Brasil, conselheiro do Instituto Histórico-Cultural da Aeronáutica, membro do conselho editorial da Revista do Clube Militar e conferencista especial da Escola Superior de Guerra.                       (
 

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Notícias, boas e más, Os militares e as revoluções,



 Gélio Fregapani (Membro da Academia Brasileira de Defesa)

Boas Notícias
Apesar de Ministros nomeados politicamente, inclusive com evidente incompetência em concurso, o STF nos trouxe duas alegrias:

1- Após sessão conturbada, STF decidiu pela prisão de José Dirceu e outros 21 mensaleiros.

Obs: Cada vez que se pune um corrupto, se inibe cem outras corrupções.

2 – O ministro Luiz Fux suspendeu a ampliação de uma terra indígena, até o julgamento da ação. Até lá está impedida anexação de terras à área indígena.

Obs: A ampliação da reserva causaria efeitos sociais similares aos da Raposa –Serra do Sol, mas esse último é mais perigoso por ser na fronteira e prenhe de minerais raros e preciosos, além das malditas ONGs estarem procurando uni-la à área Ianomâmi criando outra reserva, a Anaro.

Más Notícias

1 - Quando o Plano Real foi lançado, em julho de 1994 a dívida mobiliária federal interna era R$ 65,6 bilhões de reais e a dívida externa era de US$ 73,6 bilhões.Nos anos FHC (dezembro de 1994 a dezembro de 2002), a dívida mobiliária cresceu para R$ 841 bilhões (12,8 vezes), e a dívida externa aumentou para US$ 212 bilhões apesar das privatizações desnacionalizantes. Os juros impedem novos investimentos.

Nos oito anos de Lula a dívida mobiliária interna federal subiu para R$ 2,3 trilhões (2,7 vezes). Com a Dilma, no final de 2012 e chegou a R$ 2,8 trilhões.

2 – A facilidade com que os EUA espionam nossas comunicações é causada por algo mais do que a ineficiência da nossa contra-espionagem. Eles tiveram prestimosa ajuda do governo FHC que entregou o sistema de telecomunicações ao capital privado, especialmente o norte americano, durante o período de desmonte do estado nacional, que ele chamava de “reformas modernizantes. Até bem pouco tempo se jactava disso. Ficou mudo. Seu servilismo, seu pouco amor a pátria, facilitou ainda mais a invasão da vida privada de todos nós e não apenas dos mandatários. Em outras palavras, demos o galinheiro para a raposa tomar conta.

Agora talvez fique claro porque combatemos a privatização das telecomunicações. Não era uma questão apenas econômica. Estava em jogo questões de segurança e soberania nacional.

Surpreendente

Vazou a informação que políticos condenados teriam pedido para serem presos em quartéis do Exército. O motivo seria o medo de serem mortos pelos outros detentos, o que seria possível, pois a “justiça “ dos bandidos é mais severa do que a oficial, mas...Não eram eles que alegavam tortura nos quartéis?

Afinal, será isto mesmo que querem? Há algum plano por trás disto? A propósito, o pedido foi do pessoal do Waldemar Costa Neto.

Há males que vem para o bem.

Em 2005, Dirceu dominava o governo e o PT, tinha Lula na mão, era o candidato natural à sua sucessão Se o mensalão não tivesse existido ou se Roberto Jefferson não o denunciasse, muito provavelmente não seria Dilma, mas Zé Dirceu o atual ocupante do Palácio da Alvorada.

Mesmo participante da corrupção, Roberto Jefferson salvou o nosso País de um perigo talvez ainda maior do que havia em 64. A prisão, Jefferson merece, mas a nossa gratidão também.

Alerta:  Pode ser o primeiro sangue

As ONGs estrangeiras e o Cimi induzem os índios a avançarem mais e mais sobre fazendas produtivas. Produtores rurais, descrentes de um judiciário que só os prejudica, juntam recursos para resistir. As ONGs instigam os índios a reagir com violência.

A Funai e o Ministério Público forçam tanto a barra que  parecem desejar um primeiro sangue” que dê origem a uma convulsão social.

Os Governantes, os Militares e as revoluções

1 - O melhor governante que tivemos foi Pedro II e foi tirado por uma revolução militar-palaciana.

2 -  O Getúlio trouxe um grande avanço, mas foi, duas vezes, retirado por revoluções palacianas, que conseguiram a adesão das Forças Armadas.

3 - O Juscelino, dentro das circunstâncias de então, foi o melhor que poderíamos ter. Agiu como estadista geopolítico e terminou seu governo com grande aprovação popular. As reações palacianas-militares foram pequenas e antes de sua posse.

4 - O Jânio Quadros saiu por avaliar erroneamente que as Forças Armadas exigiriam sua permanência. Seu substituto, o Jango, era uma nulidade completa. Nenhum país aguentaria as greves permanentes que provocou. Foi retirado por uma revolução militar-palaciana-popular.

5 – O “saneamento” do Castello Branco foi indispensável na época, mas ele pensava mais em termos da Guerra Fria do que em termos nacionais.

6- O nacionalista Costa e Silva, lamentavelmente ,durou pouco. Morreu logo.

7 - Bons presidentes foram somente o Médici e o Geisel. Terminaram seus governos com grande aprovação popular, especialmente o Médici. Os governos militares, quase sempre tiveram aprovação popular.

8 - O Figueiredo completou a transição para a Democracia. Era um tanto relapso, mas ao menos era honesto, como também foram os outros governos militares. Terminou seu governo sem aprovação popular, mas seria garantido pelas Forças Armadas se necessário.

8 - O Sarney tinha todos os defeitos e as pouquíssimas virtudes da política de currais eleitorais, mas por isto mesmo não houve interesse palaciano em retirá-lo do poder, apesar de forte desaprovação popular. Os militares se mantiveram alheios à política.

9 - O Collor foi retirado por uma revolução exclusivamente palaciana. O motivo foi amparar o monopólio de seus companheiros no saque das finanças públicas, excluindo os demais corruptos quando fora de seu grupo. Tendo cedido às pressões estrangeiras na questão ianomâmi não teria mesmo o apoio militar, e o alheamento das Forças permitiu sua retirada em uma revolução palaciana sem interferência militar.  .

10 – O FHC foi o maior desastre. Não se sabe quais suas razões, mas trabalhou intencionalmente para destruir o País. Conseguiu, em manobras bem sucedidas, neutralizar e mesmo emascular as Forças Armadas, que continuaram alheias à política partidária. Apesar de ter apoio palaciano e estrangeiro, terminou seu segundo governo com tal repúdio popular que só concluiu seu segundo governo pela certeza de mudança com as eleições.

11 – O Lula era apenas um sindicalista que procurava vantagem até onde desse para si e seu grupo, mesmo em detrimento do futuro do País. Cedia quando pressionado, inclusive pelo estrangeiro, entretanto, teve sorte. Algumas das medidas tomadas, eleitoreiras e certamente erradas, devido às circunstâncias se revelaram mais benéficas do que a expectativa. Apesar de escândalos de corrupção terminou seu governo com aprovação popular e elegeu quem quis. Os militares continuaram alheios à política.

12 - A Dilma, ainda que tenha deficiências, é bem melhor do que todos os outros governantes de pós revolução. Naturalmente, há alguma oposição palaciana e a continuidade de uma série de greves pode retirar-lhe o ainda forte apoio popular.  Tem provocado, inutilmente, as Forças Armadas com revanchismos e por isto pode não contar com o apoio delas, que estão sendo assediadas pelos opositores palacianos.

13 -  Ainda pode vir algo bem pior do que qualquer dos que passaram: a Marina

Opiniões diferentes sobre a Democracia

- de Winston Churchill

“A Democracia é a pior forma de governo, com exceção das outras formas”  

- de Millôr Fernandes

“Democracia é quando eu mando em você. Ditadura é quando você manda em mim”

- de Alexander Tyler, (professor de história na Universidade escocesa de Edimburgo)

"A democracia é sempre de natureza temporária; Ela não existe como forma permanente de governo, permanecerá apenas até o momento em que os eleitores descobrem que podem beneficiar-se de generosas doações do tesouro público. Daí em diante, a maioria escolherá os candidatos que prometem o máximo de benefícios a partir do erário público e como consequência a democracia entrará em colapso por casa da política fiscal frouxa e será sempre seguida por uma ditadura. "

Os EUA e o mundo

Desde o final da Guerra Fria os EUA detêm tal supremacia militar que lhes permite não ter escrúpulos em defesa de seus interesses. Isto não é novidade na História, quem tem o poderio de um Império Romano costuma agir como um Império Romano. Entretanto, nos próprios EUA se ouvem alertas de que esse rumo é insensato e que estariam sendo vistos como um Estado criminoso e até mesmo como "a grande ameaça externa às suas sociedades".

Um novo cenário global vislumbra, se não uma redução do poderio dos EUA, ao menos a consolidação de outros centros de poder. Outros países desenvolverão armas nucleares próprias ou exigirão sua destruição total, pondo limites no poder absoluto norte-americano, até agora isento de seguir as normas que impõe aos outros.

A relativa ausência de notícias pode indicar que os EUA desistiram de interferir diretamente na Síria ou mesmo de atacar o Irã. Ainda é cedo para saber se é uma mudança de mentalidade ou o sinal de um maior equilíbrio de força .

Que Deus oriente o nosso País!

ADENDO

Quando a gente quer, a gente faz: Embraer prestes a lançar KC-390

 

Por Carlos Cardoso

 Em 1954 saiu das linhas de montagem da Lockheed um dos aviões mais bem-sucedidos de todos os tempos, o Hércules C-130. Por quase 60 anos ele tem servido admiravelmente bem dezenas de países, obliterando terroristas em sua versão AC-130, transportando mantimentos para zonas de desastre, resgatando cidadãos israelenses em Entebe ou brasileiros, no Peru (ou Bolívia, não estou lembrando) pousando na cabeceira da pista e recuperando os refugiados sem desligar os motores, decolando em seguida sob fogo inimigo. Sim, a FAB faz essas coisas também.

Só que 60 anos, mesmo com modernizações, é muito tempo para um avião. Nenhuma eletrônica consegue renovar um projeto tão antigo, ainda mais com o Hércules, sendo turbohélice, não sendo capaz de acompanhar os aviões mais modernos. Em países com dinheiro sobrando (hoje em dia, nenhum) dá para dividir as missões entre várias aeronaves, é preciso que uma única seja capaz de reabastecimento aéreo, reconhecimento, transporte de tropas, passageiros, carga e se for o caso, ataque.

Todo mundo está de olho nesse nicho, e um dos principais candidatos é… a Embraer. O avião que ela está desenvolvendo é esse bicho da foto aí de cima, o KC-390. Ele voa a 850 km/h, contra 592 km/h do Hércules, e carrega 23 toneladas de carga, contra 20 do modelo americano. A autonomia do Hércules é maior, mas o KC-390 não tem exatamente pernas curtas:

Com 11 toneladas de carga ele faz Brasília-Miami, sem escalas. Mais que suficiente para transportar uma brigada paraquedista até Buenos Aires, não que eu esteja sugerindo algo.

A unidade custará US$ 50 milhões, contra US$ 30 milhões do Hércules, mas não dá para competir com uma aeronave com 60 anos de amortização de custos. O programa de desenvolvimento vai custar US$ 2,25 bilhões, com o governo brasileiro botando boa parte da grana. É isso ou gastar bem mais financiando o programa de desenvolvimento de outros países, já que não há ainda concorrentes à altura do KC-390. A própria Boeing está se tornando parceira da Embraer, não duvido que ele ocupe um nicho de transporte de passageiros (configuração para 80) em regiões remotas, já que pode operar em pistas de terra com buracos de até 40 cm.

A estimativa é que o KC-390 faça seu primeiro vôo em 2014 e entre em operação em 2016. Há vários países bem interessados, e no Brasil um dos principais clientes será… os Correios.

Os números envolvidos são impressionantes, tanto em investimento quanto em perspectivas de faturamento. Principalmente, servem para mostrar que apesar de não conseguirmos fazer uma simples estante pra Estação Espacial Internacional, e nossos foguetes competirem com os de Robert Goddard, ficando atrás dos de Von Braun (e dos indianos), temos uma indústria aeroespacial real, que só precisa de menos cabides, menos caciques e mais responsabilidades reais junto aos acionistas. Aí funciona. E muito bem

domingo, 24 de novembro de 2013

Estado no Brasil deve reagir ao cerco neoliberal




Este é um libelo a favor do Estado brasileiro e contra a virulenta investida que vem sofrendo da parte do neoliberalismo globalizante invejoso, rapace e empenhado em conter o desenvolvimento do Brasil, hoje a sexta economia mundial. Globalização que é a nova forma de colonização, onde poucos são os globalizantes – o Grupo dos Sete – e muitos os globalizados.

Comparo o Brasil a um trem, onde o Estado é a locomotiva e a Sociedade os vagões. O Estado é determinante, a Sociedade coadjuvante. O núcleo pensante do estatismo brasileiro – não vou aqui identificá-lo para os inimigos internos e externos – vem negligenciando no monitoramento dos governos que se instalaram no Brasil, nas últimas décadas - Collor, Fernando Henrique, Lula e Dilma -.

Sequazes do sistema colonizador, esses dirigentes  cumpriram e cumprem os ditames dos centros de poder como Organização das Nações Unidas -|ONU-, Fundo Monetário Internacional-FMI-, Banco Mundial, Banco Interamericano do Desenvolvimento - BID -, Organização dos Estados Americanos - OEA-, Organização Mundial do Comércio - OMC-, etc.,

Cumpriram e cumprem o mesmo papel de Herodes em relação a Roma, promovendo a desestatização, a privatização entreguista de setores estratégicos e o desmonte do serviço público, que é a espinha dorsal do Estado brasileiro, em especial pelo aviltamento da política de cargos e remuneração.

O  Estado  antecedeu à Sociedade, na formação do Brasil, como salientam Afonso Arinos de Mello Franco e outros autores, observando que a vinda e instalação da Família Real no Rio de Janeiro com Dom João VI, entre 1808 e 1820, marcaram a construção da ordem antes mesmo que houvesse um mercado significativo. Leia-se "A Construção da Ordem", de José Murilo de Carvalho.)

O protagonismo estatista tivera início, então, com importantes medidas adotadas por Dom João VI, tais como a fundação do Banco do Brasil, a criação da Imprensa Régia, a criação da Academia Real Militar, a instalação de Faculdades de Medicina no Rio e em Salvador, a fundação de uma fábrica de pólvora e de metalúrgicas em Minas Gerais e São Paulo, a fundação da Academia de Belas Artes, da Biblioteca Real, do Jardim Botânico, do Museu Real e Museu Nacional, etc.

A cultura do Brasil é estatista e o processo de privatização da economia e demais setores, nas últimas décadas, notadamente após o Governo Fernando Henrique Cardoso, não passa de investidas dos neoliberais, à frente o FMI, o Banco Mundial e os demais centros de poder globalizantes, para quebrar a espinha dorsal do Brasil e transformá-lo em repasto das potências tradicionalmente aliadas no empreendimento colonialista ocidental, como Estados Unidos e Grã-Bretanha.

Além da privatização, a estratégia colonialista procura contaminar a eficiência e a eficácia do Estado brasileiro por meio da desvalorização dos serviços públicos, em todos os poderes e níveis territoriais, estimulando a mídia a questionar de forma permanente a sua qualidade e desencadear campanhas em favor da redução de cargos e vencimentos dos servidores, além de implantar, nos diversos escalões de direção da administração pública, nova geração de funcionários de nível médio inocentes úteis e capazes de fazer o jogo da submissão sem questionamento. Ortega y Gasset explica, em sua "Rebelião das Massas", o tipo de homem ideal para servir de massa de manobra.

É o que vem ocorrendo desde o Governo Fernando Henrique Cardoso, com movimento crescente nos governos petistas, quando  milhares (mais de 40 mil funcionários) foram nomeados, muitos despreparados para o exercício virtuoso das funções que lhe são confiadas. Carecem de formação, treinamento e aperfeiçoamento para o desempenho de suas atribuições, o que resulta em gastos maiores, prejuízos à qualidade dos serviços e deterioração da imagem do serviço público.

Brasília é o locus da política nacional, abrigando as sedes dos três poderes-Legislativo, Executivo e Judiciário –, dos ministérios e de quase todas as empresas componentes do aparato estatal. Irradiando para todo o Brasil as diretrizes de funcionamento do Estado, em todas as expressões do Poder Nacional, todas as sedes de órgãos têm a sua pujança arquitetônica, objeto de críticas sistemáticas como obras faraônicas. Mas, fica a indagação: Teriam que ser obras medíocres, com funcionários medíocres e mal remunerados?

A capital é alvo de sistemática campanha da imprensa qualificando-a de” paraíso dos marajás”, mas é o Estado que a mantem, com seu aparato funcional, porque é a sede  nacional do governo e não dispõe das mesmas condições que  o Rio de Janeiro e São Paulo para manter sua economia. Não há cabimento em se  querer nivelar a remuneração dos servidores públicos federais, sem a diferenciação dos residentes em Brasília.

Na visão neoliberal, com apoio dos governos do PSDB e do PT, sim, mas os empresários que alimentam esse novo processo colonialista dentro do Brasil, por meio da mídia cúmplice, omitem os gastos nababescos para a construção das sedes de suas empresas (bancos em especial) e a imensa cornucópia de incentivos auferidos junto ao governo. Só o que é estatal no Brasil é exagerado, corrompido e inútil, para esses críticos.

A culpa desse crescente desgaste do Estado é do núcleo pensante do estatismo brasileiro, que tem se omitido e permitido que a influência estrangeira paralise cada vez mais o Estado no desempenho dos seus projetos de interesse nacional em todas as expressões do poder nacional.

Quando a Presidente Dilma Rousseff afirma, como nesta semana, que não permitirá que os empresários influenciem as decisões do Estado, fá-lo por ingenuidade ou malícia, porque os empresários e agentes do neoliberalismo no mundo inteiro se encontram em franca investida para captura do Estado brasileiro, por meio de investimentos externos ou parcerias vantajosas em setores estratégicos da economia.

Desde os seus primórdios, o Partido dos Trabalhadores lançou seu programa em defesa do trabalhador em seu discurso geral, e conseguiu estendê-lo ao funcionalismo público, mas a verdade é que sempre defendeu apenas os trabalhadores da iniciativa privada, acionando os seus sindicatos para reduzir a margem de remuneração do servidor estatal e permitir que os patrões aumentassem seus lucros com menor concorrência do Estado nas planilhas salariais. É um engodo que foi engolido pelo núcleo estatista e pela sociedade. O PT é contra o servidor público e, como tal, tem colaborado para a desmoralização da categoria.

Nas denominadas “carreiras de Estado” – diplomacia, receita federal, polícia federal e forças armadas-, há uma sistemática tentativa colonialista de contaminação, com políticas de baixa remuneração, escassez orçamentária e controle político interno e externo. A própria criação do Ministério da Defesa e da Força Nacional de Segurança Pública fazem parte do plano colonialista de enfraquecimento do Estado brasileiro. Na Polícia Federal, aumenta o número de casos de suicídio entre os funcionários. Na diplomacia, há muitos insatisfeitos com a interferência de “especialistas” de fora da carreira, e na receita federal os fiscais começam a se preocupar com o ônus familiar e social das suas atribuições no cumprimento das metas de arrecadação.

Vamos a casos políticos emblemáticos. Os tribunais superiores vêm adotando decisões ao sabor dos interesses do Executivo monitorado pelo FMI e ao arrepio de direitos adquiridos e da segurança jurídica dos trabalhadores públicos e privados brasileiros. A fixação de contribuição previdenciária dos aposentados e pensionistas durante o Governo Lula ,a criação da previdência complementar dos servidores, o aumento de impostos e da carga tributária e o corte abrupto dos vencimentos dos servidores ativos, aposentados e pensionistas, ocorrido recentemente, proposto pelo Tribunal de Contas da União –TCU-, mediante acórdão referendado pelo Supremo Tribunal Federal -STF-.

No caso específico do recente corte dos vencimentos dos servidores do Legislativo e ajuste ao teto constitucional, ao arrepio da segurança jurídica e dos direitos adquiridos por aposentados e pensionistas, constata-se uma curiosa relação de poder, em que o TCU, órgão auxiliar do Poder Legislativo e presidido pelo ex-deputado federal Augusto Nardes – teve prontamente seu acórdão cumprido pelos presidentes da Câmara, deputado Henrique Alves, e do Senado Federal, senador Renam Calheiros. Um órgão auxiliar dita a um Poder o que fazer. . Algo comparável a um rabo balançando o cachorro...

Agora, até ex-ministros do TCU correm o risco de sofrer cortes em seus vencimentos e proventos, como é o caso dos ex-deputados Adylson Motta, Humberto Souto e Ubiratam Aguiar, além dos atuais ministros Augusto Nardes, José Múcio Monteiro e José Jorge, que se aposentaram como parlamentares.

Que força tão poderosa impeliu o presidente do TCU, Augusto Nardes, a decidir pela imolação própria e dos seus colegas de tribunal, quando há uma corrente política no Brasil favorável ao fim da limitação constitucional da remuneração dos servidores? Essa excrescência – o teto - só interessa ao Poder Executivo visando economizar para a composição do superávit primário e fazer o jogo dos interesses neoliberais na fantástica dívida externa brasileira. ABAIXO O TETO SALARIAL E INDEPENDÊNCIA AOS PODERES!

O Processo Legislativo, a produção de leis, é caro em qualquer país, pois constitui o eixo do equilíbrio político-institucional. Trata-se do maior desafio da Política, desde os tempos da Grécia e de Roma Antigas. Não se faz Processo Legislativo sem funcionários qualificados no Legislativo, Executivo e Judiciário, em todos os níveis (federal, estadual e municipal). A própria Constituição Federal, como Lei Maior, reflete a necessidade de se traduzir no processo normativo a alma nacional, dentro da máxima fidelidade possível.

O sistema político brasileiro, no tocante ao Processo Legislativo, vem sofrendo rupturas que vão desde a representação política –com sabotagens e corrupções no subsistema eleitoral e partidário- até o sistema de governo - onde impera o Poder Executivo - e a forma de estado, com esgares separatistas que ameaçam quebrar a unidade nacional em seus valores éticos, morais e culturais (em especial a política indigenista e do meio-ambiente). Muita coisa orquestrada do exterior e executada pelos “quadros herodianos”.

Encerrando esse libelo em defesa do Estado, o Brasil chegou ao atual patamar de desenvolvimento tendo o Estado como protagonista e a Sociedade como coadjuvante. Ajustes são necessários ao enfrentamento dos desafios apresentados pela globalização – nova forma de colonialismo -, mas não escorrerão pelo ralo da história os esforços realizados por Dom João VI, pelo Patriarca José Bonifácio de Andrada e Silva, Dom Pedro I, Dom Pedro II, José Maria da Silva Paranhos( o Barão do Rio Branco), Luís Alves de Lima e Silva ( o Duque de Caxias), Irineu Evangelista de Sousa (o Barão de Mauá),Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek, entre outras admiráveis figuras de estadistas e empreendedores.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Dilma atropela Barbosa intercedendo por Genoíno


Mais uma vez, a disputa pelo controle da constitucionalidade no Brasil, entre o Poder Judiciário e o Poder Legislativo, nesta questão da cassação automática do mandato do deputado federal José Genoíno, condenado no processo do “Mensalão” e preso por determinação do presidente do Supremo Tribunal Federal –STF-,ministro Joaquim Barbosa.
Entendem os ministros do STF que um deputado condenado perde, automaticamente, seus direitos políticos, e assim não pode exercer nenhum mandato eletivo.Mas, a Câmara dos Deputados, pela palavra do seu presidente, deputado Henrique Eduardo Alves, do Partido do Movimento Democrático Brasileiro –PMDB-,seguindo a Constituição, diz que só poderá haver cassação de mandato por decisão do plenário da Casa, após os trâmites regimentais da matéria.
Em processo similar, nessa disputa entre os dois poderes, recentemente,o deputado federal Natan Donadon, condenado à prisão pelo STF, por prática de corrupção, teve sua perda de mandato submetida ao Plenário da Câmara e acabou sendo poupado, num claro resultado do corporativismo reinante entre os parlamentares.
Enquanto essa  disputa recrudesce entre a Câmara e o STF, a Presidente Dilma Rousseff tenta influenciar na decisão do STF sobre a conversão da prisão em regime semi-aberto de Genoíno para prisão domiciliar, a pedido do advogado do parlamentar, alegando que ele é portador de cardiopatia grave e sujeito a medicamentos permanentes.
 
Joaquim Barbosa ficou de tomar uma decisão, mas a Presidente Dilma explica que sua iniciativa decorre de seu conhecimento da real situação de saúde de Genoíno e da sua amizade com a sua esposa, Rioco Kaiano, com quem compartilhou da prisão durante o regime militar.
 
O Executivo, no caso a Presidente Dilma Rousseff, tenta atropelar o STF, embora Dilma afirme que não deseja interferir em assuntos do Judiciário. Se Barbosa acatar o pedido do advogado, quem vai faturar politicamente é a Presidente Dilma, que lavará as mãos se Barbosa negar o pedido e Genoíno tiver uma síncope mortal na prisão. Ou seja, Dilma ganha de qualquer jeito dividendos dessa situação e o Executivo, mais uma vez,  repassa a ideia de que o SFT não têm agilidade e decidirá a reboque da Presidente.
 
A Presidente sabe que o timing dos juízes é diferente. Poderia ter esperado, por  mais algumas horas, a decisão de Joaquim Barbosa. Afinal, preso com cardiopatia grave, independentemente de ser político ou não, deve receber tratamento especial da Justiça, por razões até mesmo humanitárias.
 
 
 
 

Caixa de Pandora


 
Paulo Metri ( Conselheiro do Clube de Engenharia)
Ela começou a ser aberta em 1995, no momento em que o presidente FHC forçou a mudança do Artigo 177 da Constituição, o que significou, de fato, a extinção do monopólio estatal do petróleo. Tratou-se de uma mudança constitucional com redação dúbia, tanto que ganhou uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) colocada pelo então governador Requião.
A pergunta que as pessoas expostas à questão fazem é o por que de ser preciso fazer uma mudança constitucional dúbia. A explicação é simples: para não se chocar a opinião pública, pois, se a sociedade fosse consultada, certamente iria negar a permissão para o término do monopólio estatal. Então, era preciso dar a impressão de que o monopólio continuaria existindo, enquanto as empresas petrolíferas estrangeiras entravam no país. Desta forma, foi preciso usar um texto aparentemente lógico para se conseguir ludibriar. O ministro do Supremo Eros Grau, ao proferir seu parecer sobre esta Adin, utilizou grande malabarismo argumentativo.
No entanto, apesar de a Adin ter sido negada pela composição de ministros do STF da época, uma dúvida ainda persiste. Como pode um monopólio estar determinado no Artigo 177, mesmo após a modificação, e existirem dezenas de empresas atuando no setor no Brasil? Mas, enfrentando a realidade, temos que a Caixa de Pandora foi aberta e os três governantes, que se sucederam desde então, já entregaram mais de 900 áreas do território nacional. Em menos da metade destas áreas, a Petrobras tem alguma participação. Em todas estas áreas, exceto uma, quem descobre o petróleo tem a sua posse e só precisa pagar alguns tributos em dinheiro.
Apesar de correr o risco de cansar o leitor, analiso de maneira exaustiva a atuação das empresas estrangeiras em comparação com a Petrobras, porque o tema é relevante. Elas não compram plataformas no Brasil, quase não empregam nacionais, não contratam engenharia no país, não encomendam desenvolvimentos tecnológicos aqui, têm menos preocupação com relação à segurança das instalações e dos que nelas trabalham. E, com relação à proteção ao meio ambiente, podem produzir de forma predatória e não se dispõem a executar políticas públicas. Enfim, só vêm para cá para levar, no tempo mais rápido possível, o petróleo nacional e deixar aqui só os tributos que são exigidos.
Em torno de 10% do petróleo brasileiro já auditado, cerca de 17 bilhões de barris, não pertencem mais ao Brasil e, sim, a empresas estrangeiras, que irão levá-los para o exterior, assim que forem retirados do subsolo. Nenhuma das empresas estrangeiras quer abastecer o país, à medida que nenhuma delas constrói refinaria aqui. Técnicos afirmam que a Petrobras já descobriu, no pré-sal, 60 bilhões de barris, que ainda não foram auditados. Contudo, ela não está sozinha na maioria destes campos. Por exemplo, em Carioca, ela detém só 45% do campo e, em Iara, só 65%. Estima-se que 40% das descobertas feitas pela Petrobras no pré-sal, em torno de 24 bilhões de barris, também não pertencem mais ao Brasil.
No entanto, a caixa de maldades de Pandora não tem só estas desgraças. Os possíveis danos causados pelas empresas estrangeiras, que atuam no mundo todo, são ainda maiores. Para tanto, basta ver o “curriculum vitae” destas empresas no último século. Já mantiveram governos corruptos, depuseram outros que não satisfizeram seus interesses, financiaram ditaduras opressoras de povos, foram responsáveis por guerras civis dentro de países, como, na Nigéria, com um milhão de mortos e, no Sudão, com um e meio milhão de mortos. Elas nunca tiveram compromisso algum com as sociedades dos países onde atuaram, produziram petróleo com pouca preocupação com a segurança, de forma a minimizar os custos, porém causando, muitas vezes, catástrofes ambientais e sociais.
O passado nada glorioso delas na Nigéria, no Gabão, no Sudão, na Líbia, no Iraque, no Irã, na Arábia Saudita, no Cáucaso, na Ásia Central, na Venezuela e em outros países e regiões, além da tentativa de se apropriar do petróleo russo, é contado em detalhes, com depoimentos de conhecedores dos fatos, em quatro vídeos da série intitulada: “O Segredo das Sete Irmãs – A Vergonhosa História do Petróleo”. Eles podem ser encontrados em mais de um site na internet, como, por exemplo, em: http://www.youtube.com/watch?v=jQYK3ttfVaw&list=PL65E3B3A3DC9AEBD0&index=1
Os responsáveis pelos vídeos são Frédéric Tonolli e Arnaud Hamelin. Cada vídeo é de aproximadamente 50 minutos, mas vale a pena assistir, até mesmo para se conhecer a caixa de Pandora que foi aberta, aos poucos, no Brasil, desde 1995. Hoje, já estão aqui todas as empresas citadas nos vídeos, como Chevron, Exxon, Shell, BP, Total, as chinesas e outras.
Porém, o tempo é outro e o Brasil está, hoje, em um estágio de desenvolvimento político diferente da maioria destes países. Mas o método para obtenção de petróleo e lucro destas empresas não mudou. Certamente, elas atuam em cartel e com seus países de origem dando total apoio às suas pretensões, o que inclui as mais baixas pressões. Não me espantaria ao ser informado que elas chegam a “capturar” órgãos do Estado brasileiro.
No entanto, grandes inocentes, existentes na imprensa de esquerda, acreditam na concorrência perfeita entre estas empresas e nas boas intenções das mesmas, como investir com máxima segurança para evitar acidentes e danos ambientais, mesmo que isto diminua o lucro. Ou a boa intenção de retirar o petróleo de um campo à taxa máxima de recuperação do petróleo, mesmo que esta taxa signifique redução da lucratividade.

ADENDO: POR ADRIANO BENAYON( Doutor em Economia e Professor da Universidade de Brasília) 
 
"Caro Paulo Metri,
Parabéns por mais esta meritória contribuição sua ao esclarecimento de nossos compatriotas sobre a vital e estratégica questão do petróleo.
Trata-se de uma das principais áreas em que o Brasil está sendo lesado não só em termos quantificáveis monetariamente e materialmente, mas também quanto à perda de sua condição de nação autônoma.
Juntamente, com seu fator desencadeador, a entrega graciosa e subsidiada do mercado brasileiro às empresas transnacionais - iniciada a partir do golpe de agosto de 1954 e que desembocou, ademais, na dívida pública e seu espoliador serviço (juros e amortizações) – a entrega do petróleo acarreta prejuízos colossais ao País.
Em resumo,  três fontes de saqueio operando simultaneamente:
1) a extração, por quase nada,  de recursos minerais de valor incalculável;
2) os preços de oligopólios/carteis, cujo lucro é objeto de transferência para o exterior, sob 15 formas diferentes em contas do balanço de pagamentos [lucro esse avolumado ainda mais pela continuidade dos subsídios governamentais nos três níveis da Federação];
3) o serviço da dívida, responsável em 2012 por  44% das despesas da União federal.
Essas são algumas das seqüelas da desnacionalização, causa também da desindustrialização e da primarização tanto na produção econômica como na consciência de tanta gente submetida à enganação acadêmica, midiática, que busca perenizar a reversão a algo pior que a condição colonial, apassivando e intoxicando os brasileiros, não só com os químicos nos alimentos e nos “remédios”, mas com a desinformação, a descaracterização cultural e a estupidez ideológica.
É interessante notar que, apenas um ano após a instituição do monopólio estatal do petróleo (1953), a oligarquia financeira angloamericana conseguiu dar a partida para a destruição dele, através do golpe de 1954, iniciando com a Instrução 113 da SUMOC (janeiro de 1955),  a entrega da economia nacional às empresas transnacionais, incrivelmente com a ajuda e os subsídios do governo brasileiro, que, assim, pagou para fazer essa entrega.
Demorou um tanto, mas o próprio monopólio estatal do petróleo soçobrou como consequência natural do debilitamento do País ao longo dos 43 anos decorridos de 1954 a 1977.
E hoje não é só o monopólio do petróleo que está quebrado, mas também o próprio Estado, o qual,  nos últimos decênios, se demitiu de todas as funções que deve ter um Estado minimamente interessado no desenvolvimento nacional."


terça-feira, 19 de novembro de 2013

O Brasil no contexto internacional

Juacy de Souza*
A inserção dos países no contexto internacional está relacionada com o que em geopolítica e geoestratégia denomina-se de projeção de poder e define o espaço que cada país em um determinado  momento ou por períodos mais longos busca ocupar.
A projeção de poder está relacionada também com o tamanho da economia, do mercado interno, da capacidade de competição, pelos índices de produtividade, a capacidade de definir padrões culturais, religiosos e também pelo poderio militar, científico e tecnológico.
Percebe-se, portanto, que além de uma população numerosa, território de dimensões consideradas grandes, seja em um único espaço ou através de colônias, um país só consegue projetar poder se possui  as  dimensões anteriormente referidas.
Diversos países europeus, considerados colonialistas durante vários séculos, mesmo tendo população e território considerados pequenos, pelos padrões atuais, tinham os demais elementos que lhes possibilitaram projetar poder pelos diversos continentes. Assim aconteceu com a Inglaterra, França, Alemanha, Itália, Espanha, Portugal, Holanda principalmente.
Terminada a segunda Guerra mundial, há quase 70 anos, as antigas potências europeias, mesmo as vencedoras e também a Alemanha, Itália e o Japão, as derrotadas, entraram em um período de redução de poder e a perda paulatina de suas colônias, cedendo lugar a dois novos atores, que passaram a ocupar o lugar de superpotências: os EUA e a União Soviética.
Durante várias décadas essas duas superpotências competiram pela primazia nas relações internacionais, dentro do clima da Guerra-fria, que durou até 1989, com a queda do muro de Berlin e o esfacelamento do outrora todo poderoso império soviético.
Nessas duas últimas décadas o mundo parecia estar sendo desenhado por uma única superpotência, os EUA, principalmente pela sua hegemonia militar, científica, tecnológica e econômica. O crescimento acelerado da China, que em tres décadas passou a ser a segunda economia do planeta, com índices elevados e contínuos de crescimento de seu PIB,  está conseguindo ocupar um espaço importante no mundo, tanto em termos econômicos, quanto em fortalecimento de sua expressão militar e aéreo-espacial.
Outra dimensão da projeção de poder foi a consolidação da União Europeia que, mesmo em meio a uma crise econômica e financeira profunda nos últimos cinco anos, ainda é um ator de primeira grandeza em termos de PIB, desenvolvimento científico e tecnológico, expressão militar.
Entre as quinze maiores economias do mundo em 2012, todas com PIB maior do que um trihão de dólares, estão incluidos: EUA 16,2 trilhões (23,2% do PIB mundial); China 8,2 (11,4%); Japão 6,0 (8,3%); Alemanha 3,4 (4,7%); França 2,6 (3,6%); Inglaterra 2,5 (3,5%); Brasil 2,3 (3,2%); Rússia 2,1 (2,9%); Itália 2,0 (2,8%); Índia 1,8 (2,5%); Canadá 1,8 (2,5%); Austrália 1,5 (2,1%); Espanha 1,3 (1,8%); México 1,2 (1,7%); Coréia do Sul 1,1 (1,5%).
Apesar de ser a sétima economia do planeta, o Brasil neste grupo das quinze maiores economias é o ultimo em comércio internacional, em renda e PIB per capita. Possui  a segunda maior taxa de inflação (5,8%),só perdendo para a Índia (6,0%) e também a segunda maior taxa básica de juros (8,0%), só perdendo para a Rússia (8,25%).
Além desses aspectos para podermos avaliar a inserção de um país no contexto internacional devemos observar outros parâmetros como grande participação da indústria na composição do PIB, índice de dependência externa  e desnacionalização da economia, posição em relação a competitividade, endividamento público, interno e externo e os meios militares de que dispõe  para garantir seus interesses nacionais vitais, tanto interna quanto externamente.
Esses aspectos devem constar das diversas políticas públicas, principalmente a política externa, que não deve ser formulada segundo opções ideológicas do governo de plantão, mas ,sim, de acordo com os interesses nacionais permanentes e um projeto de desenvolvimento nacional de médio e longo prazo.
Será que o Brasil possui esses aspectos a guiar sua inserção internacional? Vamos ver proximamente.

*Professor universitário, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia, Email professor.juacy@yahoo.com.br Blog www  professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy

Pílulas do Vicente Limongi Netto


45 anos de “Veja”

A pornográfica “Veja”' comemora aniversário: são 45 anos de canalhice, patifaria, calúnia, leviandade, mentira, sordidez, covardia, recalque, patrulhamento, arrogância, petulância, cretinice, cinismo, hipocrisia, ressentimento, mágoa, frustração, insolência, prepotência, vigarice, calhordice, velhacaria e pretensão.

Febeapá

O famoso Febeapá - Festival de Besteira que Assola o País -, criação do imortal Sérgio Porto, está bem representado pelos pândegos e finórios do Bom Senso Futebol Clube. Como se sabe, ou não se sabe, é a entidade que se arvora defensora dos direitos dos jogadores profissionais. Como se só eles trabalhassem muito no Brasil. Coitadinhos. Na verdade, trata-se de  um bando de ricos reclamando de barriga cheia.

Nenhum dos atletas queixosos trabalha mais, pega duro na labuta diária, do que os valorosos  estivadores,  lixeiros,  padeiros,  pedreiros,  policiais, etc. Os jogadores de futebol ganham salários dezenas de vezes maiores do que os   profissionais das categorias citadas.

A exemplo dos jogadores de futebol, que se intitulam artistas da bola, o padeiro também é um tremendo artista na sua arte. Igualmente, os estivadores, pedreiros, médicos, professores, etc. Porque os jogadores de futebol botam tanta banca? Muitos deles não jogam nada, ganham fortunas e estão indo na onda dos demagogos, cretinos e oportunistas. Autênticos inocentes inúteis de rebotalhos eternamente desapontados com o sucesso alheio. Sucesso profissional que jamais terão. Apenas rosnam.

Nesta linha, monitorados por sacripantas, jogadores de futebol começaram um ridículo protesto dentro de campo. Prometem repetir a idiotice pelos gramados brasileiros. Acordem. Estão dando tiro no próprio pé. Ou na própria chuteira. Não demora ,o torcedor que paga ingresso vai avacalhar, desmoralizar e vaiar a colossal bobagem dos tolos do bom senso.

Inteligência

Convidamos para o lançamento do livro A Inteligência A Seu Alcance, de autoria de Diógenes Dantas Filho, consultor de segurança, a ser realizado na livraria Saraiva- Rua do Ouvidor, 98A, Centro, Rio, RJ- às 17 horas, de 25 de novembro de 2013. Mais informações pelo email consultoriafaledi@gmail.com ou tel.21-8874-7414

Roberto Carlos

Demorou, mas Roberto Carlos percebeu que era hora de sair da canoa furada chamada Associação Procure Saber. Não ficava bem para um "rei" permitir ser patrulhado por Caetano, Gil, Djavan e, o pior, por Paulo Lavigne.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

O canibalismo petista


Convalescendo, no leito hospitalar, de uma cirurgia coronária, pude assistir, pelo noticiário da televisão, as cenas de prisão de condenados no processo “Mensalão” – a compra de votos parlamentares durante o Governo Lula-, entre os quais o ex-ministro José Dirceu, o ex-presidente do Partido dos Trabalhadores - PT-, deputado federal José Genoíno, e o tesoureiro do PT, Delúbio Soares, além de  sete executivos empresariais. Um oitavo executivo, Henrique Pizolatto, ex-diretor de marketing do Banco do Brasil, fugiu antes de ser preso e está sendo procurado pela Interpol.

A prisão foi determinada pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal – STF-, ministro Joaquim Cardoso, após demarches processuais que transformaram esse julgamento político-policial numa espécie de divisor de águas na história do Poder Judiciário do Brasil, levando a sociedade a prestar mais atenção nas vulnerabilidades do controle da constitucionalidade no País.

 A acentuada assimetria entre o Poder Executivo e os Poderes Legislativo e Judiciário coloca em risco institutos jurídicos como os direitos adquiridos, a segurança jurídica, a hierarquia das leis, o ônus da prova, etc. e mesmo uma das principais instituições da moderna democracia- o equilíbrio entre os poderes. A prevalência do Executivo no processo de decisão política deixa pouca margem de autonomia aos demais poderes.

O Código de Hamurábi, escrito em 1.700 a.C.,em seu capítulo I, que dispõe sobre “Sortilégios, Juízo de Deus, Falso Testemunho e Prevaricação de Juízes”, teria no “Mensalão” uma das suas mais ricas oportunidades de aplicação, tantas são as controvérsias do julgamento e do comportamento de alguns dos  advogados, juízes e réus.

Quem viu José Genoíno e José Dirceu erguendo os punhos para os repórteres, quando foram presos, gritando sua inocência e declarando-se vítimas de um processo político talvez não tenha entendido nada. Afinal, duas figuras de destaque do PT, partido que se encontra no poder, se declaram presos políticos de quem?   Se forem do próprio PT, tem-se uma autofagia partidária decorrente de uma disputa interna acirrada pelo controle do partido, cujo líder maior é o ex-presidente Lula, o chefe imediato de José Dirceu e que sequer foi citado no “Mensalão”.

Para não se contaminar eleitoralmente, a Presidente Dilma Rousseff, eleita pelo PT, fica longe do processo, e seus assessores comentam que a prisão dos ex-dirigentes petistas é assunto do Poder Judiciário. Dilma foi colega de equipe de Dirceu no Governo Lula. Com 43% das intenções de votos para a Presidência, segundo pesquisas anunciadas hoje, Dilma se coloca como ostra na concha em relação ao "Mensalão".

Mas, não é segredo para qualquer observador astuto que a prisão desses petistas, a sua exposição pública, o desgaste político e pessoal, tudo isso agrada muito a alguns dirigentes do PT que ocuparam os lugares dessas antigas lideranças que dominavam o partido e pertencentes ao estado de São Paulo, onde ainda permanece o comando nacional de fato, com Lula, e a presidência com  Ruy Falcão.

Mas, o Rio Grande do Sul, governado por Tarso Genro, da linha tradicional do PT, se articula para reassumir o comando originário que criou o modelo petista de gestão, com base na ética e na moralidade... É uma questão de tempo e oportunidade....

Não vejo razões, a não ser de manobra diversionista, para que o presidente do Partido da Social Democracia Brasileira - PSDB, senador Aécio Neves, que aspira a disputar a Presidência da República, venha defender seu partido colocando o capuz em relação às declarações de Genoíno e Dirceu.

O PSDB, partido que aplicou o modelo de compra de votos, pela primeira vez, durante o governo de Eduardo Azeredo, no Estado de Minas Gerais, não tem influência suficiente para mover os tribunais superiores a decisões políticas.

Essa influência hoje  é exclusiva do PT e do Partido do Movimento Democrático Brasileiro –PMDB-, os dois que compartilham a coalizão de governo e dominam amplamente o Executivo, o Legislativo e o Judiciário.

Aécio está blefando, embora coubesse alguma ilação  sua referente a possível tentativa de Dirceu e Genoino de, declarando-se presos políticos,  ocultarem o canibalismo petista, por fidelidade a Lula, tentando  fazer respingar desconfianças sobre o PSDB.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

"A Segunda Guerra Fria",livro de Moniz Bandeira

Francisco das Chagas Leite Filho
 
Os Estados Unidos por trás das revoltas da chamada “Primavera Árabe” e como mentor dos atos de terrorismo de Estado no Oriente Médio. Eis algumas das conclusões do novo livro do cientista político Luiz Alberto Moniz Bandeira, há 17 anos residindo na Alemanha, e que chega ao Brasil sob o título “A Segunda Guerra Fria – Geopolítica e dimensão estratégica dos Estados Unidos – Das rebeliões na Eurásia à África do Norte e Oriente Médio”.

É lançado pela Editora Civilização Brasileira, com prefácio do embaixador Samuel Pinheiro Guimarães. Aprofundando e atualizando as questões apresentadas em “Formação do Império Americano”, seu último livro sobre a região, de 2005, traduzido até para o chinês, o autor de mais de 20 obras e considerado a maior autoridade na análise da influência da política norte-americana no Brasil e no continente, faz algumas revelações, nesta obra, que deixariam pasmado qualquer observador menos atento da cena internacional:

“Foram a CIA e o Inter-Services Intelligence (ISI) do Paquistão e o Ri’ãsat Al-Istikhbãrãt Al-’Ãmah, o serviço de inteligência da Arábia Saudita, que institucionalizaram o terrorismo em larga escala, com o estabelecimento de campos de treinamento no Afeganistão, a fim de combater as tropas da União Soviética (1979-1989), fornecendo aos mujahin toda sorte de recursos e sofisticados petrechos bélicos - de 300 a 500 mísseis antiaéreos Stinger, dos Estados Unidos”.

Antes, ele havia assinalado logo no início, à página 37, que o terrorismo, na realidade, não era novo e nos anos 1960 e 1970, tanto a Organização para a Liberação da Palestina (OLP), quanto a Frente de Libertação Nacional (FLN), da Argélia, e a Frente de Libertação da Eritreia (FLE) recorreram a esse método de luta, sem que configurasse ameaça internacional. Tais ações seriam parte da estratégia dos Estados Unidos e da Europa para travar a influência, primeiro da União Soviética, e depois da Rússia e da China naquela parte do mundo que controla dois terços da produção mundial de petróleo.

Lição para a América Latina”

No prefácio à “Segunda Guerra Fria, o embaixador e ex-ministro Samuel Pinheiro Guimarães, um dos arquitetos da política externa independente do presidente Lula da Silva, adverte: “Há uma lição a tirar para os países da América do Sul, que procuram um caminho de autonomia ao Império Americano. As informações recolhidas e analisadas por Moniz Bandeira revelam a atuação orquestrada de grandes potências, de ONGs, da mídia, de fundações privadas e públicas para financiar a mudança de governos nos países que consideram relevantes e sua determinação de usar técnicas mais atentatórias dos direitos humanos tais como kill-capture, isto é, matar e depois capturar o corpo, o uso da tortura, os assassinatos seletivos e o uso de drones, aviões sem piloto, e agora o controle global das informações, que prenunciam as batalhas futuras automatizadas e eletrônicas contra as províncias rebeldes que buscarem sua independência em relação à metrópole imperial”.

Samuel termina o prefácio fazendo um novo alerta: “Enquanto o Brasil não procurar controlar as megaempresas multinacionais em seu território para levá-las a cooperar com seu desenvolvimento tecnológico e torna-lo autônomo; enquanto não procurar ter competência militar para se defender e dissuadir; enquanto não decidir democratizar a mídia, instrumento de poder, democratizando a opinião; enquanto limitar suas ambições de desenvolvimento, ficaremos a salvo e aplaudidos. A salvo, subjugados, satisfeitos e conformados em nossa condição de grande Estado periférico. Assim nos ensina Moniz Bandeira”.