quarta-feira, 30 de março de 2016

Cadeia sucessória contaminada deixa Brasil quase acéfalo


O Brasil está à beira da acefalia governamental e de colapso politico-institucional, com a cadeia sucessória quase toda comprometida e contaminada pela corrupção, excetuando-se o Presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Ricardo Lewandowsky -que passará em maio a presidência à ministra Carmem Lúcia - e o deputado mais votado nas últimas eleições, o palhaço Tiririca. Um STF que muitos criticam por estar composto, em sua maioria, por ministros indicados pelos Presidentes Lula e Dilma, mas que, neste momento, é o único órgão ouvido pelas Forças Armadas.

A Presidenta Dilma Rousseff está sob  ameaça de impeachment e, praticamente, sem poder de governabilidade; o Vice-Presidente Michel Temer também é acusado de ter recebido recursos de empreiteiras para sua reeleição, e os Presidentes da Câmara dos Deputados, deputado Eduardo Cunha, e do Senado Federal, senador Renan Calheiros, estão sob o fogo cerrado das investigações da “Operação Lava Jato” capitaneada pelo juiz federal Sergio Moro.

A corrupção política contaminou quase todos os principais quadros do governo e da Oposição, ficando aos brasileiros a certeza de que houve uma locupletação geral, que exige agora, em contrapartida, com a mão pesada da Justiça, a restauração geral da ética e da moralidade, de acordo com a velha máxima de autoria atribuída ao folclórico “Barão de  Itararé, Stanislaw Ponte Preta,”: “Restaure-se a moralidade ou locupletemo-nos todos." Especula-se que o PMDB de Temer iniciará uma ofensiva contra a "Operação Lava Jato". Seria inútil e o fim do PMDB perante seu eleitorado. Nada vai segurar a varredura da corrupção nos próximos cinco anos, conforme consenso entre analistas políticos.

Com a fuga em massa dos deputados e ministros do Partido do Movimento Democrático Brasileiro –PMDB- da base de apoio do governo, anunciada ontem pela direção nacional da agremiação, não se consegue mais aprovar no Congresso Nacional as medidas necessárias para tirar o Brasil da crise político-econômica em que o País mergulhou, com tendência, ainda que monitorável, a agravamento para o emperramento das instituições.

Os poderes Executivo e Legislativo funcionam precariamente,mas as instituições não apresentam sinais de falência, e o STF observa atentamente o desenrolar dessa situação, devidamente respaldado pelos militares, que só interviriam constitucionalmente e por iniciativa do Judiciário. Com 69% de desaprovação da opinião pública, o Governo Dilma vive o seu réquiem. Se a cadeia sucessória não estivesse contaminada, a aguerrida Presidenta talvez já tivesse sido renunciada.

E o clima ferverá amanhã, dia 31 de março, data de aniversário da instalação do regime militar de 1964, que terá manifestações de simpatizantes em todo o País, contra a militância do Partido dos Trabalhadores - PT-, que está arregimentando participantes para marcharem rumo a Brasília, pagando 100,00 reais a cada pessoa, e colocando dezenas de ônibus para transporte dos petistas. Os órgãos militares acompanham essa iniciativa que visa a apoiar a Presidenta Dilma e de olho nos saudosistas de 64.

domingo, 27 de março de 2016

Hora da decisão

 
Adriano Benayon *
O Brasil está em momento que exige decisão. Precisa agir rápido para reverter o desastre estrutural implantado, desde há quase 62 anos, que se completam em 24 de agosto próximo, data do golpe de Estado de 1954, a partir do qual a desnacionalização da economia não cessou de aumentar.
2. Essa desnacionalização está na raiz da desindustrialização, da apartheid tecnológica de que o País padece crescentemente, da galopante dívida pública e do impressionante passivo externo bruto, de US$ 2,2 trilhões (equivalente a R$ 8 trilhões, o dobro da dívida interna e perto do dobro do PIB).
3. A perversidade do processo ilustrada por esses números pode ser visualizada de forma ainda mais contundente, ao se considerar que o brutal endividamento não decorreu de investimentos para melhorar alguma coisa no País. Ao contrário, o arruinamento financeiro aconteceu simultaneamente com a devastação do capital humano e a dos  recursos não renováveis e dos renováveis.
4. No referente à destruição do meio-ambiente fala-se muito pouco do uso abusivo e poluidor das águas, praticado na agricultura do agronegócio, em numerosos setores da indústria e sobre tudo na exploração mineral.   Tudo isso para realizar  exportações muito mal pagas, como se verifica através dos 340 bilhões de dólares de déficits acumulados nos últimos cinco anos.
5. Igualmente ignorada, a destruição de seres humanos - não só através da violência, mas da miséria e da falta de perspectiva -  deveria reclamar que se entendam, e desse modo, se eliminem as causas que a geram em números alarmantes e crescentes.
6. A longa estagnação do produto nacional bruto, desde as décadas perdidas, iniciadas nos anos 80 – de resto, indissociável das gestões dos governos anteriores a ela – transformou-se recentemente em queda continuada.
7. E, quando se noticia a taxa de crescimento negativa do PIB (produto interno bruto) de 3,8 % aa. , em 2015, deveria estar claro que o poder aquisitivo da classe média e dos mais pobres que esta, caiu muitíssimo mais que do que esses 3,8 % aa., a taxa do conjunto da economia.
8. De fato, no conjunto, tem peso cada vez maior o setor financeiro, em que avultam os grandes bancos (aumentos em 2015 : Banco do Brasil 28%, Itaú 15,4%, Bradesco 13,9%), além dos carteis transnacionais e demais rentistas, cujos fabulosos lucros prosseguiram, em 2015, crescendo a taxa média próxima a 20% aa.
9. Bem, que a crise é muito grave está claro. O que precisa ser esclarecido é que suas causas principais são estruturais. Portanto, além de não haver como afastá-las mediante a desestabilização e destituição, em curso, da enfraquecida e insatisfatória presidente, é certo que elas seriam agravadas com a investidura de qualquer dos sucessores previstos pela Constituição.
10. Para remover as causas do desastre, é indispensável: 1) pelo menos, algumas pessoas capazes de exercer liderança, as entenderem; 2) essas pessoas ganharem poder para instituir regime dotado de autonomia nacional e independente de interesses especiais.
11. Vai em direção diametralmente oposta a essa o golpe de Estado, em curso, que visa a substituir a presidente da República e proceder à eliminação política de Lula, deixando  o País sem alternativa alguma à radicalização do processo de desestruturação econômica, política e social.
12. Não que Lula e o PT sejam, ou sequer tivessem sido, alguma vez, alternativa real, pois pouco passaram de um recurso dos organizadores alienígenas da implantação do caos, quando estes frustraram - mediante fraudes, corrupção, injeção de dinheiro na política e na mídia -  qualquer chance que ainda pudesse ter o trabalhismo liderado por Leonel Brizola.
13. De fato, a ditadura entreguista – mal disfarçada de democracia - vem sendo implantada passo a passo, cumprindo roteiro e planejamento baseados na lógica imperial, de acordo com a qual as concessões obtidas permitem ganhar terreno, proporcionando além de vantagens imediatas – a ocupação de espaço e poder para extorquir novas concessões.
14. As administrações petistas, apesar de adotarem muitas iniciativas e medidas dignas de apoio, basicamente deram continuidade à desestruturação entreguista e financeirista, vertiginosamente realizadas nos governos de Collor e FHC.
15. Mas a desestabilização do PT decorre de coisas como estas: 1) dos ganhos que os mentores do golpe pretendem auferir,  atribuindo só à mais recente administração desgraças que decorrem principalmente de deformações estruturais gestadas ao longo dos últimos 62 anos; 2) ter feito investimentos em áreas estratégicas, como petróleo, defesa, apoiado empresas brasileiras em obras e no exterior e se aproximado dos BRICS.
* - Adriano Benayon é doutor em Economia, pela Universidade de Hamburgo, Alemanha; autor de Globalização versus Desenvolvimento.

quinta-feira, 24 de março de 2016

Dilma não tem como ignorar clamor popular

A Presidenta Dilma Rousseff continua decidida a nomear o ex-presidente Lula como auxiliar de seu governo, seja como ministro da Casa Civil, o que se encontra sob avaliação do Supremo Tribunal Federal -STF-, seja como assessor especial, mas não admite aceitar que a oposição faça pressão para sua renúncia ou aprovação do impeachment, que ela considera uma tentativa de golpe.
 
Quanto a Lula, estaria  disposto a se asilar na Itália, para fugir à prisão, diante das investigações da "Operação Lava Jato", conduzidas pelo juiz Aldo Moro, auxiliado por agentes da polícia federal, funcionários da receita federal e integrantes da Procuradoria Geral da República.
 
O fato novo nas investigações, que já contam com a apuração de 316 nomes de empresários, políticos e funcionários públicos envolvidos em relações  espúrias com empreiteiras e empresas estatais, entre as quais a Petrobrás, é a disposição de uma ala da direção da empresa Odebrecht, maior empreiteira do País, de fazer delação premiada para evitar que a empresa vá à falência por impedimento de participação em licitações e novas obras do governo. A ala podre da empresa, representada pelo empresário Marcelo Odebrecht,  que se encontra preso, chegou a montar um departamento especial de propinas, caracterizando um gigantesco esquema de corrupção com graves prejuízos para o  Brasil.
 
Enquanto Dilma tenta se manter na Presidência, mesmo perdendo apoio de partidos aliados, como o Partido do Movimento Democrático Brasileiro -PMDB-, do vice-presidente Michel Temer, e se isolando cada vez mais no Planalto, o Brasil continua mergulhado numa crise política, econômica e ética, como reconhecem importantes lideranças militares, como o comandante do Exército, general Villas Boas.
 
O General admite que os militares cumpram sua missão constitucional, desde que convocados por iniciativa de um dos poderes. No caso, o Poder Judiciário, porque o Poder Legislativo tem os presidentes da Câmara dos Deputados, deputado Eduardo Cunha, e do Senado Federal, senador Renan Calheiros, sob suspeita de atos de corrupção. E o Poder Executivo tem a Presidenta Dilma sob processo de impeachment.
 
É imprevisível, neste momento, o desfecho dessa crise que enfraquece a economia e ameaça o Brasil com a ruptura da ordem político-institucional. Dilma diz que não renuncia,e o processo de impeachment pode demorar. Ela e o vice-presidente Michel Temer ainda enfrentam o risco de perderem seus  cargos, se o Tribunal Superior Eleitoral -TSE- julgar que usaram recursos financeiros ilegais em sua campanha de reeleição.
 
Com renúncia ,cassação ou impeachment  de Dilma, com Lula e sem Lula no governo, o que há de concreto é o fechamento do cerco da "Operação Lava Jato" sobre os corruptos, além de um clamor da classe média brasileira para restauração moral e ética e a retomada do desenvolvimento. Clamor que se polariza na figura do juiz Aldo Moro, líder emergente.Por mais altiva que se mostre, Dilma não têm como ignorar esse clamor, o mesmo ocorrendo com as cúpulas dos demais poderes. 
 
 
 
 

quinta-feira, 17 de março de 2016

Dilma empossa Lula e Brasil entra em clima de confrontos

A Presidenta Dilma Rousseff empossou às pressas ontem, como ministro da Casa Civil, o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva, em conturbada cerimônia no Palácio do Planalto, sob gritos de protestos de manifestantes da oposição, com o objetivo de evitar sua prisão pelo juiz Sergio Moro, da "Operação Lava Jato", que vem investigando  Lula e o Instituto Lula em supostos envolvimentos com empresas empreiteiras, além de desvios de dinheiro da Petrobrás e outras empresas públicas.
 
Na Câmara dos Deputados, foi constituída comissão que julgará o pedido de impeachment da Presidenta Dilma Rousseff, embora analistas acreditem que Dilma possa renunciar antes "ou ser renunciada", pois o Brasil está sofrendo enormes prejuízos  econômicos com essa situação de crise.
 
Dois juízes, Itagiba Catta Preta Neto,  de Brasília, e Regina Coeli Formisano, do Rio de Janeiro, concederam liminares proibindo a posse de Lula, mas o Tribunal Federal de Recursos -TFR-  suspendeu a liminar do juiz Catta Preta ontem, e hoje o mesmo tribunal suspendeu a liminar da juíza Formisano. Lula continua ministro.

De qualquer forma, com ou sem liminar, no Brasil inteiro cresce uma onda de protestos de manifestantes contra a posse de Lula, o que levou as Forças Armadas e as forças auxiliares a um estado de prontidão, mas o comandante do Exercito, general-de-exército Villas Boas, condenou os manifestantes que pedem a intervenção das Forças Armadas, observando que as condições de hoje do Brasil são diferentes daquele período dos anos 64.
 
A denúncia premiada do senador Delcídio Amaral, ex-líder do Governo no Senado, foi estopim de novo escândalo que envolve Lula, Dilma e figuras proeminentes da política brasileira, como os presidentes da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, e do Senado Federal, senador Renan Calheiros, e até o  senador Aécio Neves, que concorreu com Dilma nas últimas eleições presidenciais.
 
Numa sucessão de escândalos denunciados pela "Operação Lava Jato" e reproduzidos pelas redes sociais e órgãos de imprensa, o Brasil assiste atônito  as acrobacias do grupo que ocupa o Palácio do Planalto para sobreviver na atual crise. Dilma afirma que não renuncia e denuncia  os "golpistas e oportunistas", enquanto juristas, políticos e empresários demonstram perplexidade e temor com novas acusações e prisões pelo rolo compressor da Justiça.
 
Depois de sete milhões de brasileiros terem comparecido às ruas, no último domingo, para defender a saída de Dilma e pedir punição a Lula e outros políticos denunciados na "Operação Lava Jato", a Presidenta Rousseff, num contra-ataque ousado, anunciou que empossaria Lula como ministro Chefe da Casa Civil para auxiliá-la, com sua experiência, a sair da crise política e econômica em que o Brasil se encontra mergulhado.
 
Milhares de brasileiros em todo o País, em especial em Brasília e São Paulo, protestaram contra o que consideram um "deboche" contra todos os brasileiros que desejam varrer do poder a quadrilha  que consideram como liderada por Lula. É o fim do governo Dilma, segundo especialistas unânimes em afirmar que  o País não pode mais suportar o atual vácuo de governo.
 

segunda-feira, 14 de março de 2016

Ruas decretam fim do Governo Dilma e reverenciam Sergio Moro

Mais de três milhões de brasileiros saíram ontem em passeata pelas ruas das capitais brasileiras pedindo o impeachment da Presidenta Dilma Rousseff e a prisão dos corruptos denunciados pela "Operação Lava Jato", atendendo a um apelo do juiz federal Sérgio Moro. O ex-presidente Lula teve sua prisão reclamada por gritos e cartazes, assim como os atuais presidentes da Câmara dos Deputados, deputado Eduardo Cunha, e do Senado Federal, senador Renan Calheiros,
 
Na prática, essa multidão de brasileiros decretou a perda de governabilidade para Dilma e abriu caminho para que a Operação Lava Jato continue prendendo empresários e políticos que desviaram bilhões de dólares para suas contas em detrimento dos projetos sociais e de desenvolvimento do País. Não se descarta a possibilidade de renúncia de Dilma e da prisão de Lula a qualquer momento e até mesmo a realização de novas eleições presidenciais, pois a crise política e econômica é grave e o Brasil não pode aguardar o cumprimento dos prazos constitucionais para o impeachment.
 
As manifestações, que reuniram em São Paulo 500 mil pessoas, são as maiores da história do Brasil, e comprovam a gravidade da situação e refletem o poder das redes sociais no Brasil, onde se concentra a maior parte da classe média brasileira. As redes sociais pautaram desta vez a denominada "grande imprensa", integrada pelos maiores jornais e principais emissoras de rádio e televisão.
 
Nenhum partido foi aceito participando dessa gigantesca passeata nacional. Os partidos do governo, Partido do Movimento Democrático Brasileiro -PMDB-, Partido dos Trabalhadores -PT- e demais aliados, e os partidos de oposição, Partido da Social Democracia Brasileira -PSDB- e Democratas -DEM- também foram acusados de terem sido coniventes com a corrupção. O governador de São Paulo, Geraldo Alkmin, e o senador Aécio Neves, que já disputou contra Dilma as últimas eleições, foram vaiados e tiveram que se afastar da multidão na capital paulista. Nomes como os do deputado Jair Bolsonaro, do Rio de Janeiro, considerado radical de direita, e do senador Ronaldo Caiado, de Goiás, líder dos produtores rurais, foram lembrados em cartazes e gritos para a Presidência. Mas a grande vedete, o grande herói e justiceiro foi mesmo o juiz federal Sérgio Moro, hoje a mais celebrada e reverenciada figura do Brasil.

quarta-feira, 9 de março de 2016

Restauração da moralidade virou questão ideológica no Brasil


Seria inútil a nomeação de Lula para um ministério da Presidenta Dilma Rousseff, para que o ex-presidente se livre da prisão obtendo foro privilegiado.  O que era uma restauração da moralidade, através do combate rigoroso à corrupção e punição aos corruptos, se transformou agora no Brasil numa questão ideológica. Nada vai interromper a missão da equipe de Sérgio Moro.
As esquerdas, menos pela ideologia do que pela prática no governo, estão sendo repudiadas pela classe média brasileira, que se manifesta principalmente pelas redes sociais em favor de ampla passeata neste domingo, mas uma passeata apartidária, para livrar o Brasil da corrupção que corrói suas entranhas. Nada de siglas  partidárias se apropriando da passeata, tanto do Governo (PMDB) quanto da oposição (PSDB). Já se percebe, no eleitorado mais esclarecido, a convicção de que a Oposição foi e tem sido conivente com os atos criminosos que vêm sendo apurados, desde o Mensalão até a Petrobrás e o BNDES.

As esquerdas cogitam, após reunião ontem entre Dilma e Lula no Palácio da Alvorada, residência oficial, em blindar Lula contra novas investidas da Operação Lava Jato, porque o enfraquecimento de Lula significa a ruína imediata de Dilma, que pode perder o apoio do Partido dos Trabalhadores - PT-.
O PMDB, por sua vez,  não quer nem o impeachment e nem a cassação da chapa Dilma/Michel Temer. Prefere  a renúncia de Dilma, mas tudo indica que antes ela tentará uma recomposição ministerial para ganhar tempo. Com Dilma isolada no poder, qualquer gabinete novo deixaria a desejar  em matéria de governabilidade, mesmo com Lula presente  dando  as cartas como ministro,  porque Lula ainda terá mais problemas para se explicar com Moro. Já na próxima segunda-feira, terá que prestar novo depoimento para o juiz, via internet.

A condução coercitiva do ex-Presidente, determinada pelo juiz Aldo Moro, e a caça aos corruptos  quebrou a espinha dorsal do PT e demais partidos coniventes com os desvios de recursos públicos, como o Partido do Movimento Democrático Brasileiro –PMDB-, o Partido da Social Democracia Brasileira –PSDB- , o Partido Progressista –PP-, o Partido Democrático Trabalhista –PDT- e outros  menores da base de apoio do governo.

O Supremo Tribunal Federal já divulgou o ritual para o processo de impeachment, mas dificilmente esse acontecerá, por causa da demora que representaria na troca de governo. A saída para a Presidenta é a renúncia, o que pode acontecer até o final do mês de abril, segundo previsões recorrentes.  Se ela não renunciar, será renunciada, pois só a troca de governo seria capaz de recolocar o Brasil na recuperação de sua economia. A crise avança mais rápido do que os prazos constitucionais da sucessão.

A improvisação de um sistema de semi-presidencialismo (ou semi-parlamentarismo), com Michel Temer, atual vice-presidente, no comando, para funcionar como mecanismo de sustentação do governo até  a realização de novas eleições, vem sendo estudada no âmbito do Congresso Nacional, onde a corrente parlamentarista é forte.

Aldo Moro e sua equipe, junto com a Polícia Federal, a Procuradoria Geral da República e a Receita Federal, prosseguirão a Operação Lava Jato em dinâmica de moto- contínuo, com fortes apoios interno e externo, e a determinação é de que não dêem trégua  a ninguém que tenha contribuído direta e ostensivamente  para a a calamitosa situação política e econômica em que se encontra o Brasil. Novas e surpreendentes prisões virão, apesar das resistências.

terça-feira, 8 de março de 2016

Não há luz no fim do túnel

 
Aylê-Salassié F. Quintão*
            
           Aumenta o clima de incerteza, e a população está assustada. Em 2016, a queda do PIB pode chegar 4,9%  , a dívida bruta a 80%, as perdas de valor do real frente ao dólar aproximar-se dos 50%,  o número  de falências ser recorde - quase 20% de empresas encerraram suas atividades - o número de desempregados chegar aos 10 milhões.  Cava-se  já o fundo do poço, segundo o economista Fernando Rugitisky, da USP.
          
          A ociosidade toma conta da maioria das empresas e a produtividade , a grande salvação, desapareceu. Os empresários que acompanham a conjuntura  mostram-se temerosos em investir  e em até produzir . Ao mesmo tempo, o País , já desclassificado pelas agencias risco,  vê  os fluxos de capital  volatilizando-se. Do outro lado, os investidores  estrangeiros acompanham ávidos o processo de desvalorização patrimonial da empresas nacionais.
         
            Para agravar, os preços dos produtos básicos   começaram  a ser contaminados pelo receio do agravamento ainda maior dos indicadores: a tal inflação psicológica que só pode ser combatida pela restauração da confiança. Vai ruindo assim a estabilidade conseguida pelo Plano Real, depois de a população ter vivenciado  inflações de até 2.000% aa. A recuperação, para uns,  virá depois de 2018, para outros , só em 2021.
         
            Dá para contornar até 2018, quando, para alguns magos, aconteceria o início da recuperação da economia? Com a cúpula do Partido do Governo, gestores do Estado, dentro da Operação Lava Jato e a presidente da República e seus porta-vozes  desacreditados, não dá para ter esperança  nas soluções anunciadas pelo Governo. Cabe a cada um dar a si a  resposta  que melhor lhe convier,
          
            Catastrofismo, não. Realismo. Um despertar do sonho daquele discurso falseado, ainda em uso, dos “salvadores da  Pátria”.  O governo parece não ter tem plano algum para sair da crise que criou, orquestrando uma economia de redistribuição  dos bens do Estado entre companheiros, esses  amparados numa militância remunerada com dinheiro público. Desse mato não parece que vá sair uma sugestão realista para a solução dos problemas. Ameaças, sim, tem sido feitas. Até parece que são inimigos do País.
        
            É  também explícita  a má vontade da base com o governo Dilma  .  A maioria dos companheiros parece não ter  mesmo idéia do que está acontecendo. Mesmo diante de um quadro econômico caótico, continua a cobrar mais gastos e a liberação de créditos para o consumo, engavetamento, ao mesmo tempo, a reforma da Previdência, onde se localiza um dos agravantes.
          
           Pior é que qualquer iniciativa do governo vai  passar dentro do aparelho de Estado pelo crivo de militantes, que  ocupam cargos chaves na gestão das políticas setoriais.  A lealdade  é com o Partido, e não ao Governo ou o Estado.  Depreende-se que, mantido esse aparelhamento,  é quase impossível adotar medidas capazes de dar uma nova direção para a economia.
         
          Assim, enquanto o juiz Moro cuida da corrupção  no campo da política, atordoados os economistas  queimam pestanas tentando avançar para fora   das opções convencionais. Tem caído na vala comum, sugerindo  medidas  cujos efeitos devastadores  são amplamente conhecidos da população, como o congelamento de preços  , correção programada para alguns segmentos, indexação de tarifas e salários, aumento da idade da aposentadoria e desvinculação da aposentadoria do reajuste do salário  mínimo, controle das importações, combate ao contrabando, orçamento de base zero    e até novas regras legais e infra-legais para inibir a especulação.  Contenção de gastos públicos não é coisa para a rainha “mãe-do-Pac”. Não tem como. Seu partido não deixa.
       
           Como simples cidadãos, se queremos nos safar, precisamos ser realistas,  fazer uma reflexão , e até agir rapidamente.   A política não vai dar solução para a economia, e o Governo parece atordoado.  Excessos nas concessões liberais para apaziguar os ânimos podem alimentar uma nova crise no futuro. Então é preciso ir mais longe mesmo no fundo do poço.  Buscar caminhos novos.  A população está  realmente assustada. Ir para a as ruas fragiliza o governo, mas não traz soluções, segundo Miguel Reale Junior.
J
ornalista e professor. Doutor em História Cultural    

Janela de Brasília (XXXV)

1.A prisão, hoje, do empresário e ex-senador Luiz Estevão, condenado pelo Tribunal Regional Federal, em 2006 , por desvios financeiros nas obras do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo, é o fato dramático da política em Brasília, nesta terça-feira de uma semana que promete ser eletrizante. Estevão deverá cumprir pena de 31 anos de prisão na Polícia Civil pelos crimes de estelionato, corrupção ativa, formação de quadrilha e peculato.
 
Jovem, rico e sedutor, o empresário, considerado um dos maiores proprietários de terras(diz-se que 50% lhe pertencem) do Distrito Federal, empreendeu todos os esforços possíveis para escapar à prisão, mas, de uma forma emblemática,  a Justiça acabou  sinalizando que o momento é de punição aos corruptos em todo o País.

A restauração da moralidade virou questão ideológica e o juiz Sérgio Moro é a ponta do iceberg... Ao acabar de escrever esta  janela, recebi a informação de que o juiz Sergio Moro condenou o empresário Marcelo Odebrecht a 19 anos e quatro meses de prisão.
 
2.O governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg,  vem fazendo propaganda de sua administração como "governador de Brasília", numa estranha supressão das cidades-satélites que  ajudaram  na sua eleição. É claro que o PSB está oferecendo redutos eleitorais para a oposição com essa publicidade, que chega a ser inconstitucional, pois o Distrito Federal é uma unidade federativa.
 
Algumas ações espetaculosas do governo, como a derrubada de construções irregulares na orla do Lago Paranoá,  onde estão os ricos, se espalham por outros locais do Plano Piloto e do Distrito Federal, onde a população de baixa renda construiu residências porque não tinha onde morar. A tal Agência de Fiscalização do DF -Agefis- está se transformando numa agência de terror para os carentes de moradia, atuando sem algum critério educativo e sem diálogo com os líderes comunitários.
 
3. Determinado turista planejou sair do interior mineiro para uma visita a Brasília, mas, quando aconteceu  a condução coercitiva do  ex-presidente Lula em São Paulo, ele desistiu, porque acredita que a passeata do próximo domingo em prol do impeachment da Presidenta Dilma Rousseff tem tudo para acabar em pancadaria. Vai esperar outro momento.
 
4.Verônica Salinas é uma empreendedora do ramo de massagens terapêuticas, dona da empresa Baconnet Massagens Terapêuticas, que aplica aos clientes 15 minutos de reflexologia por estadia nos seus spas. Essa técnica de massagem tem por principal objetivo reduzir tensão, melhorar a circulação sanguínea e dissolver os cristais de cálcio e ácido úrico nos pés.
 
5. A revista Entre Lagos, dirigida pelo meu amigo José Natal e contando com excelentes colaboradores, apresenta, em sua última edição, de nº 113, como matéria de capa, proposta do publicitário Heitor Reis no sentido de   se mudar a cara e a vida do Setor Comercial Sul, centro nervoso e confuso do Plano Piloto. Mas, eu penso que as duas W3s, Norte e Sul, precisam de  remodelação mais urgente, o que pode ser feito com incentivos aos proprietários de imóveis comerciais ao longo dessas duas importantes avenidas de Brasília.

O golpe permanente

 
Adriano Benayon *
 
1.Tenho assinalado que os processos de desnacionalização da economia, de desindustrialização e de desestruturação do Brasil  foram desencadeados desde o golpe de Estado de agosto de 1954.
2. A corrupção na política e em instituições públicas e privadas, que viabilizou esse golpe, tornou-se uma constante ao longo de nossa história, desde então, ficando o País destituído de verdadeira autonomia.
3. Refiro-me à corrupção proveniente de fontes estrangeiras, no interesse do sistema financeiro e dos carteis transnacionais, mais que à gerada internamente, da qual se faz grande alarde, como instrumento de mais intervenções contrárias aos interesses nacionais.
4. Em todas as intervenções políticas sofridas pelo País, desde 1954, tem estado subjacente, a ameaça de intervenção armada estrangeira, muitas vezes velada, salvo no próprio golpe de 1954 e no de março de 1964.
5. Ela faz parte do leque de instrumentos intervencionistas, em que tem sobressaído, cada vez mais, a corrupção sistêmica, por parte de fontes estrangeiras, valendo-se, pois, da Quinta Coluna, ampliada e desenvolvida dentro do País ao longo dos últimos 62 anos.
6. A desnacionalização da economia, a desindustrialização e a desestruturação - resultantes do modelo econômico implantado  - produziram, entre outros efeitos perversos, minar as finanças do País, formando dívidas públicas imensas.
7. A seguir, transformaram essas dívidas em fonte adicional de empobrecimento, mediante a decretação de juros, correção monetária e outras taxas exorbitantes, cuja capitalização as fez crescer exponencialmente.
8. De fato,  a dívida pública interna teve seu saldo multiplicado mais de 25 vezes, somente após a edição do Plano Real (1994), cujos mentores fraudulentamente o proclamaram como estabilizador da economia e da moeda, e eliminador da correção monetária.
9. A dimensão dessa mentira criminosa pode ser avaliada, compulsando a taxa SELIC acumulada no ano seguinte ao Plano Real (1995): 53% aa. Em 1994, já ultrapassara 12%.
10. Isso ilustra a cumulatividade do processo do processo de subdesenvolvimento, já que o enfraquecimento financeiro decorrente do serviço da dívida pública se soma ao proveniente das demais mazelas geradas pelo modelo econômico: déficits externos colossais advindos da desnacionalização da economia, superfaturamento escandaloso dos bens vendidos no Brasil pelas empresas e carteis transnacionais, inclusive os das ex-estatais privatizadas, infraestrutura inadequada e geradora de custos altos.
11. Tem feito parte dessa cascata de consequências deletérias do modelo implantado desde 1954, debilitar as Forças Armadas, abaixar a qualidade cultural, o grau de identificação das pessoas com a Nação, o nível da educação em todos os graus, e causar o êxodo, por falta de oportunidades de trabalho, de residentes qualificados.
12. Tudo isso concorre para explicar por que, em todos  os governos, tenham, no cômputo geral, prevalecido os interesses dos que saqueiam a economia do Brasil sobre os dos residentes.
13. Explica também por que as potências imperiais, que lideram esse saqueio, não precisaram recorrer a ameaças de intervenção armada explícita nas diversas sucessões presidenciais ocorridas desde 1967.
14. Há que ter presente que essas potências não costumam abster-se de tal tipo de intervenção, quando o julgam necessário, mesmo fora do Continente Americano, incluídas as ilhas e o Mar do Caribe, considerado um lago norte-americano, do ponto de vista real.
15. Atualmente, desde a participação da aviação e de mísseis da Rússia para deter a devastação da Síria (repetindo as do Iraque e Líbia, para citar só as mais recentes), o quadro do poder mundial pode estar tendo modificação após a situação de 1990 em diante, quando o império anglo-americano se viu de mãos livres para invadir direta ou indiretamente qualquer nação cuja liderança estivesse deixando de cumprir integralmente os ditames imperiais.
16. Notável é que, não só na grande mídia brasileira - que pratica, sem cerimônia, toda desinformação possível a serviço do império, inclusive distorções semânticas das palavras – também o grosso da mídia dos países ocidentais e Japão, entre outros, apoia sistematicamente a deformação das consciências, ocultando-lhes a realidade dos fatos e inculcando-lhes preconceitos e ideologias facilitadores da aceitação do governo mundial.
17. Exemplo impressionante disso é a cobertura da intervenção militar por meio de mercenários e terroristas, patrocinada pelos EUA e seus satélites da OTAN e regionais, por parte do jornal francês Le Monde.
18. Esse diário - que foi um dos mais acatados, mercê da qualidade e independência dos jornalistas, proprietários dele – foi recebendo participações de capital de grupos financeiros, até estes passarem a ditar a linha editorial.
19. Assim, o Le Monde refere-se como  “guerra civil”,  à brutal intervenção armada estrangeira na Síria -  comandada pelo governo dos EUA, que resolveu proclamar que o presidente da Síria, Assad, tem de sair, e pronto.  E só fala dos mercenários, terroristas e degoladores do ISIS (Estado Islâmico), como os “rebeldes”, como se fosse cidadãos locais em conflito com o respectivo governo
 
DÍVIDA PÚBLICA EXTERNA E INTERNA
 
I – O que é a dívida?
O povo brasileiro sofre demais, em função da dívida pública, cujo estoque passou de 4 trilhões de reais (em dezembro de 2015, R$ 3,94 trilhões) e envolve despesa no orçamento federal, próxima a 1 trilhão de reais = 42% do total do orçamento.
2. Essa despesa equivale a 1/5 (um quinto ou 25%) do PIB,  muito superior ao total dos investimentos públicos e privados realizados no País (14% do PIB). Se fosse eliminada, o Brasil poderia investir na  economia e na infraestrutura econômica e social, percentual de 39% do PIB, maio que o investido pela  China no auge de seu desenvolvimento.
3. Essa dívida formou-se basicamente pela capitalização dos juros absurdamente altos que o cartel dos bancos exige do Banco Central para adquirir títulos do Tesouro: taxa SELIC mais margem, em torno de 3% aa., o que eleva a atual taxa efetiva para mais de 17% aa.
4. Assim,  a dívida interna cresceu 30 vezes, de 1994 para cá.  1994 foi o ano do Plano Real, um conjunto de fraudes,  entre as quais a de o “governo” de então proclamar que a moeda estava estabilizada e que dever-se-ia acabar com a correção monetária.
5.  Em seguida, em 1995, as taxas SELIC, decretadas pelo Banco Central desse “governo” acumularam 53%.  A dívida interna de R$ 136 bilhões em dezembro de 1994, chegou agora a R$ 4 trilhões.
6. A dívida externa voltou a subir e retornou a patamar muito alto (US$ 545,4 bilhões em dezembro de 2015), devido aos enormes déficits de transações correntes com o exterior, que acumularam US$ 337,9, de dezembro de 2010 ao final de 2015.
7. Além disso, o saldo dos investimentos diretos estrangeiros, US$ 1 trilhão, mais os investimentos estrangeiros em carteira, cerca de US$ 700 bilhões, elevam o passivo externo bruto a mais de US$ 2,2 trilhões (equivalente a R$ 8 trilhões, o dobro da dívida interna.)
8. A esse passivo externo ainda haveria que adicionar boa parte da dívida interna, detida por estrangeiros e brasileiros residentes no exterior. Diante disso, as reservas brasileiras (US$ 356,35 bilhões) e os investimentos brasileiros no exterior, cerca de US$ 400 bilhões (difíceis de retornar, em situações de crise) não significam situação  confortável.
II – De onde vem a dívida pública brasileira?
9. Se não identificarmos as causas das dívidas que nos estão sugando, de nada adiantaria acabar com elas, mesmo um milagre as  extinguisse. Por que? Porque não se removendo as causas, se estaria formando, em pouco tempo,  nova dívida tendente a crescer exponencialmente, como aconteceu com a atual.
10. A dívida externa foi a primeira a surgir e a gerar crises tremendas no País, agravadas por arrochos violentos sob a direção do FMI.
11. Houve muitas dessas crises, desde o ponto de viragem para o subdesenvolvimento, decorrente da deposição do presidente Vargas, em 1954. A primeira, ao final do mandato de J. Kubitschek,  1960/61.
12. Essa, como as seguintes recorrentes, resultou da desnacionalização da economia, com a entrega aos carteis transnacionais dos mercados industriais do País, desde janeiro de 1955. Então, foram baixadas as Instruções da SUMOC, que propiciaram subsídios inacreditáveis, para esses carteis, donos de grandes empresas em grande número de países se apoderarem de nosso mercado industrial.
13. Esse crime contra o Brasil foi cometido pelo governo egresso do golpe de 1954, por militares pró-EUA e políticos da UDN.  São raríssimos  os economistas que atribuem importância, a tais modificações na política industrial e de capitais estrangeiros, aplicadas com entusiasmo e ampliadas, por JK, enganosamente tido por desenvolvimentista.
14. Ele adotou o falso conceito da CEPAL (Comissão para a América Latina das Nações Unidas), segundo o qual o importante era industrializar-se, sem se importar com quem controla o capital e  a tecnologia das indústrias.
15. Resultado: sob JK e sob os governos militares, o País teve altas taxas de crescimento do PIB, por algum tempo, mas crescia errado. Por isso, o Brasil pagou caro demais: décadas perdidas, desde a dos anos 80. A dívida externa subiu de menos de US$ 1 bilhão em 1954, para US$ 90 bilhões em 1982.
16. Os falsos desenvolvimentistas jactaram-se da industrialização, mas mentiam, ou ignoravam que o Brasil se industrializava na primeira metade do Século XX, sem aporte significativo de investimentos diretos estrangeiros.
17. O modelo de “desenvolvimento dependente” é uma contradição em termos, uma impossibilidade. Promovendo e subsidiando os “investimentos”  estrangeiros, causou fabulosos déficits externos, cujo financiamento, juntamente com os empréstimos públicos para apoiar esses “investimentos”, fez a dívida externa crescer exponencialmente.
18. A contradição foi defendida por FHC, no péssimo livro Dependência e Desenvolvimento na América Latina (coautoria com  Enzo Faletto).
19. Por essas e outras provas de ser inimigo dos interesses nacionais, FHC foi conduzido pelo império anglo-americano à presidência da República, a fim de aprofundar o desastre da economia brasileira, com as privatizações, dando continuidade ao pacotão de leis antinacionais que Collor fez o Congresso aprovar em menos de dois meses.
20. Diziam promover a industrialização e garantiram que o País se desindustrializasse, consequência natural da desnacionalização da economia, em razão de: a) empobrecimento do Brasil com os arrochos acarretados pelas crises de dívida externa; b) praticarem os   carteis transnacionais preços absurdos (múltiplos de mais de 3 do real custo de produção) e  transferirem os lucros para as matrizes, através de vários mecanismos; c) concentrarem nas matrizes a produção dos componentes de maior valor agregado e conteúdo tecnológico.
21. O resultado é a industrialização, não apenas por ter o produto industrial caído a menos de 10% do PIB, mas por ser constituído, cada vez mais, por bens intensivos de recursos naturais e  decrescente conteúdo tecnológico.
22. São tendências terríveis e que se manifestam também em termos do emprego, que decai tanto quantitativamente como do ponto de vista da qualificação.
 
* - Adriano Benayon é doutor em Economia, pela Universidade de Hamburgo, Alemanha; autor de Globalização versus Desenvolvimento.
 
 
 

segunda-feira, 7 de março de 2016

Pílulas do Vicente Limongi Netto


Profissão de fé
Em 2016, continuarei fazendo o que agrada ao coração, a alma e a minha existência. Não tenho motivos para alterar minhas características de vida. Acredito na boa fé do ser humano. No seu desejo de acertar e realizar. Contudo, repudio, com vigor e rigor, asnos travestidos de isentos.
Combaterei o lero-lero dos hipócritas, venais e levianos. Enquanto tiver forças e Deus permitir, não me curvarei aos lacaios, parasitas, oportunistas e canalhas.  Não tomo atitudes para agradar ou desagradar a ninguém. Sigo o que manda minha consciência e minhas convicções.
Deploro energicamente idiotas que patrulham a vida alheia. Continuarei apartidário, para ter autoridade, isenção e lucidez, para elogiar ou criticar quem mereça. Não me abalo com insultos e calúnias de apedeutas e decaidos de espírito.
Sou forjado em lutas, no bom combate.  Desde cedo aprendi com meus pais a não temer e enfrentar os obstáculos da vida. Sobretudo aqueles que parecem não ter solução. Se julgar necessário, retruco ofensas e canalhices no tom que o assunto exigir.
Estou acostumado a enfrentar patifes e farsantes. Pulhas e vermes das redes sociais têm meu profundo desprezo. Quem joga as patas nos outros sem coragem de assinar o próprio nome, seguramente, nasceu no curral das vacas. Ou não deveria ter nascido. Nessa linha, quero que os corpos imundos desta corja de estúpidos e ordinários apodreçam no esgoto das ratazanas e acabem no inferno. De onde jamais deveriam ter saído.
Governador José Melo
Não há palco armado pela cassação do governador, nem contra. O TRE-AM é um tribunal, que, nas palavras do próprio governador José Melo, “merece respeito”, pelo histórico de suas decisões ao longo  de sua criação. Uma falha aqui, outra ali, mas sempre corrigida a tempo.
Lógico que o clima é tenso e de certa forma influencia a Corte, mas a confiança está na maturidade dos magistrados, que sabem que a sociedade olha para eles atentamente e espera deles o melhor entendimento das leis e sua aplicação, especialmente num caso polêmico que envolve o mandato de um governante legitimamente eleito.   
Cenário que Braga quer evitar
O senador Eduardo Braga parece só ter um interesse: que o caso da cassação do governador José Melo seja decidido nesta segunda-feira. Contra ele, Braga, ou favor dele. É que no caso de uma decisão de cassação do governador - e sendo declarada a vacância do cargo - Braga teria apenas 30 dias para assumir, com o agravante de que para tomar posse seria necessário apresentar sua renúncia como senador e a sua demissão do cargo de ministro das Minas e Energia. O tempo é curto, porque Melo poderia em 30 dias ou mais, reverter uma eventual situação desfavorável  amanhã no TRE junto ao Tribunal Superior Eleitoral. Resultado, Braga teria deixado de ser ministro, perdido a vaga de senador e ficado sem o governo do Amazonas. É esse cenário que Braga quer evitar.
 Dunga convoca e escala mal
Certeiro o artigo do Tostão (Esporte- "Dunga convoca e escala mal"- 6-3). O título da análise de Tostão é demolidor e verdadeiro.   Tostão vai fundo: Ganso merecia ser convocado. A meu ver, o time do São Paulo não compreende e não merece o futebol vistoso e inteligente de Ganso. Pondero há tempos que Ganso tem futebol para jogar no Barcelona ou no Real Madrid. Dunga também erra feio, deixando de chamar Thiago Silva. A teimosia burra de Dunga vai acabar prejudicando a seleção. É refém de dogmas surrados, afirma Tostão.
Moro exagerou
O juiz Sérgio Moro mexeu em outro vespeiro. Despertou a ira da militância petista, com a cinematográfica e espetaculosa a convocação de Lula para depor na policia federal. Moro azedou ainda mais o tumultuado clima político. Não é hora de pantomimas e pirotecnias.  Confrontos e provocações entre manifestantes nas ruas serão inevitáveis e preocupantes.
Frequentes vazamentos seletivos também servem para desacreditar a lava jato. A razão e a isenção perdem espaço para a politização e para a paixão.  Político matreiro, Lula vai repetir para o Brasil e para o mundo que se sentiu "prisioneiro" quando policiais madrugaram na casa dele. Quer passar a impressão que foi humilhado e achincalhado. Daí para Lula se tornar vítima da Lava Jato é um pulo. Bingo.
Animal Delcídio
O senador Delcidio do Amaral  ficou 80 dias preso. No vinagre. Solitário.  Sem manifestações de apoio e solidariedade do governo Dilma ou do PT. Lavaram as mãos, como Pilatos. Subestimaram a importância politica de Delcidio. Leal e operoso, Delcidio virou um oceano de mágoas. Natural. Sem carinho, recebeu desprezo. Sem visitas ou telefonemas. Resultado: Virou bicho. Criou ódio no coração. Abriu o bico.  Pode ter cometido suicídio politico, mas levará figuras coroadas com ele.
Indústria do Amazonas declara guerra ao mosquito Aedes aegypti
Uma ação conjunta entre a Federação das Indústrias , o Centro da Indústria, a Câmara Nipo Brasileira e a Secretaria Municipal de Saúde, reuniu  trabalhadores e representantes das empresas do Polo Industrial de Manaus em  debate sobre o Aedes aegypti e as possíveis formas de atuação das indústrias no combate ao mosquito.
Segundo o presidente do Cieam, Wilson Périco, a entidade já está atenta aos graves danos que a presença do mosquito tem trazido a sociedade e está buscando junto a seus associados e parceiros a melhor forma de adesão e integração das empresas. “Desde já, está definido o estado de mobilização permanente para acompanhar e se fazer presente nas ações preventivas. É nosso compromisso social como entidade”, declarou.
No conturbado clima politico, de autêntico samba  do crioulo doido, com fartas acusações, ameaças e golpes baixos,  os  alquimistas do governo  não podem esquecer que politica se faz com o cérebro e não com o fígado.
Quis o destino que vidas de famosas e poderosas personagens ficassem entrelaçadas, como irmãos siameses.Dilma precisa de Cunha, na Presidência da Câmara,  para não sofrer o impeachment,  da mesma forma que Cunha  conta com  Dilma para não ser cassado, Lula não pode desacreditar nem magoar Delcidio,  que, por sua vez, vai precisar de Dilma e Lula  para não ser cassado. Feito o combinado, depois vão todos para a praia.
 
 

domingo, 6 de março de 2016

Semana promete lances eletrizantes na política do Brasil


A onça começou a beber água com a operação Aletheia (do grego “Busca da Verdade”) da Polícia Federal, no último dia 4, quando o ex-presidente Lula da Silva foi submetido  a  condução coercitiva para prestar depoimento, no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, à força-tarefa da “Operação Lava Jato”. Mas, nesta semana que se inicia, o desfecho da crise política e econômica do Brasil poderá ter lances eletrizantes.
Agora, as delações do senador Delcídio do Amaral, publicadas pela imprensa e envolvendo Lula e a Presidenta Dilma Rousseff como cientes dos desvios de dinheiro da Petrobrás e, portanto, corresponsáveis, deixam o clima político mais tenso ainda nesta semana, considerando-se o efeito negativo gerado pelo incêndio, no último sábado, na famigerada usina de Pasadena, operada pela Petrobrás nos Estados Unidos.
Seria uma queima de arquivos ou o descarte de um verdadeiro armário de mutretas das empreiteiras com os governos Fernando Henrique Cardoso, Lula e Dilma Rousseff? Mutretas que causaram prejuízos enormes à Petrobrás e aos seus acionistas no Brasil e no exterior.
Os policiais foram bem cedo à residência de Lula, na cidade de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, e o levaram para depoimento numa das dependências do acanhado Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, o que facilitou a aglomeração de simpatizantes petistas e antagonistas, gerando brigas e certo clima de violência.
O ex-presidente, com sua verve discursiva, conseguiu inflamar seus aliados e chegou a zombar da Polícia mandando a Lava Jato “tomar no cu” num vídeo gravado pela deputada petista Jandira Feghali, do Rio de Janeiro, que estava presente  na sede do partido.
Lula tenta hoje se postar como vítima e mobilizar os militantes petistas em todo o País, em resposta à grande mobilização nas ruas que internautas vêm  convocando pelas redes sociais para deposição da Presidenta Dilma Rousseff, prevista para o próximo dia 13, fatos que deixam as Forças Armadas em estado de alerta para coibir excessos que violem a Constituição.
O juiz Sérgio Moro, coordenador da Operação, determinou que Lula fosse ouvido a respeito de várias acusações sobre suspeita de enriquecimento ilícito do ex-presidente e familiares, com recursos das empreiteiras que teriam sido desviados de obras da Petrobrás e repassados pelo Instituto Luiz Inácio Lula da Silva, em São Paulo.
Cerca de 200 policiais federais e 30 auditores da Receita Federal cumpriram 44 ordens judiciais, sendo 33 mandados de busca e apreensão e 11 mandados de condução coercitiva – quando a pessoa é levada para a delegacia a fim de prestar depoimento e depois é liberada. As medidas foram cumpridas em São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia. A operação incluiu buscas em Guarujá, Diadema, Santo André, Manduri e Atibaia.
Os mandatos de condução coercitiva foram criticados pelos ministros Marco Aurélio e Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal,  que consideram exorbitante a decisão do juiz Moro. A posição desses ministros vem gerando críticas exacerbadas nas redes sociais ao que se considera “bolivarianismo” da mais alta corte.
Não se sabe ainda o que resultou dessa megaoperação para instruir o juiz Sergio Moro na tomada das próximas decisões, mas a expectativa em Brasília é de que outros políticos e empresários de grande porte serão denunciados com base na delação premiada do senador Delcídio Amaral. O Supremo Tribunal Federal esteve de plantão neste domingo, o que tem suscitado suspeitas de que a homologação da delação premiada do senador Delcídio pode gerar até mesmo mandatos de prisões de figuras importantes nos próximos dias.
Essa operação de condução coercitiva de Lula desgasta o Partido dos Trabalhadores para as eleições municipais deste ano e para as eleições presidenciais de 2018, à medida que Lula não esclareceu nada, até agora, sobre as acusações que lhe foram feitas e à própria Presidenta Dilma Rousseff de terem compactuado com atos de corrupção na Petrobrás em comum acordo com diversas empreiteiras.
A polícia federal revela que houve vazamento da operação do dia 4, o que a obrigou a colher o depoimento no próprio aeroporto. Mas, os vazamentos, que teriam prejudicado a coleta de provas, revelam que a PF e o juiz Moro terão que reestruturar o esquema da própria Operação Lava Jato, que abrange um trabalho conjunto da Polícia Federal, da Receita Federal e da Procuradoria Geral da República.

Advogados e defensores de Lula reclamaram junto ao Supremo Tribunal Federal que houve excesso dos procuradores da Lava Jato, e o próprio ex-presidente, dizendo ter se sentido um preso no Brasil, discursou na sede do partido colocando-se à disposição para disputar as eleições de 2018. “Pisaram no rabo, e não na cabeça da jararaca.”
Mas, não é bem assim como Lula diz... O ex-presidente é  politicamente forte ainda, mas não tão forte quanto imagina, pois o desgaste sofrido pelo PT é enorme e irreparável. E ainda não se sabe o que vem por aí após as investigações da Lava Jato.
Lula desgastado enfraquece mais ainda a Presidenta Dilma Rousseff e alimenta o processo de impeachment, mas há quem acredite que a Presidenta possa renunciar ao cargo em curto prazo, no máximo até final de abril, devendo assumir o vice-presidente Michel Temer, do Partido do Movimento Democrático Brasileiro – PMDB-.
O processo de impeachment de Dilma seria demorado, enquanto a velocidade do crescimento da crise política e econômica que assola o Brasil é muito maior que os prazos constitucionais, não deixando outra opção de saída honrosa à Presidenta, que se encontra isolada no Palácio do Planalto, na verdadeira reprodução do que diz Georges Balandier sobre a solidão do poder, em seu livro “O Poder em Cena”.
Os principais ministros do gabinete de Dilma, um deles Jacques Wagner, ex-ministro da Defesa e atual Chefe da Casa Civil, estão sendo vaiados nos restaurantes e logradouros públicos de Brasília e outras capitais, havendo hoje no País um clima de caça aos corruptos. Nomeado para o Ministério da Justiça, por influência de Lula, o baiano Wellington Lima e Silva teve sua posse vetada pelo Conselho Nacional de Justiça, a pedido do partido oposicionista Democratas, com a nação toda suspeitando que o novo ministro fosse desarticular a Operação Lava Jato.
O impacto do depoimento coercitivo de Lula no exterior já se revela na alta das ações da Petrobras e da queda do dólar, porque os investidores internacionais são sensíveis ao clima político, e a onda de corrupção no Brasil assusta o mercado. A Operação Lava Jato desperta esperança dos investidores.
A prisão do marqueteiro João Santana, a delação feita pelo senador Delcidio Amaral, o depoimento coercitivo de Lula e o incêndio na refinaria de Pasadena criam o ambiente efervescente para a passeata do próximo dia 13 em favor do impeachment de Dilma ou de qualquer outra solução constitucional que afaste a atual ocupante do Palácio do Planalto, que já não conta com o apoio unânime do Partido dos Trabalhadores, conforme se depreende da entrevista do ex-governador e líder petista do Rio Grande do Sul, Olívio Dutra, ao programa do último sábado do jornalista Roberto D Ávila, da TV Globonews.
As Forças Armadas já estariam de prontidão, diante das conclamações feitas pelo PT e o próprio Lula à militância petista para que ocupem as ruas, enquanto generais nos comandos regionais já vêm conversando com governadores estaduais e líderes partidários para que utilizem as forças auxiliares no sentido de manter a ordem pública, a fim de  se evitar que as Forças Armadas precisem de intervir constitucionalmente.
O Presidente do PT, Rui Falcão, e as lideranças petistas no Senado e na Câmara, além de ministros e governadores petistas, tentam reforçar a imagem de Lula como vítima de excessos da Lava Jato e comprometer a autoridade do juiz Sérgio Moro. Este afirma que a medida coercitiva não conteve nenhuma violência contra Lula
A frágil oposição ao governo ainda não definiu sua estratégia, mas começa a propor uma nova eleição presidencial, o que demandaria um prazo constitucional moroso e impraticável para o atual momento crítico. Quer forçar o impeachment de Dilma, porque não quer que ela renuncie e deixe o poder com o PMDB, em pleno ano de eleições municipais.
A denúncia da Procuradoria Geral da República sobre o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, agrava mais ainda o quadro de sucessão presidencial em caso de impeachment ou renúncia da Presidenta Dilma. O acolhimento pelo Supremo Tribunal Federal –STF- da denúncia impede Cunha de assumir a Presidência. Esse impedimento de Cunha favorece Temer e o PMDB, daí que se pode concluir que a sucessão e o procedimento legislativo se transformaram em verdadeiro quebra-cabeça, onde poucos sabem quais são as jogadas e as peças decisivas.
O pronunciamento da Presidenta Dilma à tarde, com 12 ministros civis ao seu lado, para repudiar a delação premiada do senador Delcidio Amaral envolvendo Lula e Dilma em irregularidades, com formal e rápida crítica à operação policial sobre Lula e familiares, deixava evidente  a desvinculação entre o Lulopetismo e o Governo Dilma Rousseff, mas a presidenta, mais do que depressa, resolveu fazer um pronunciamento  e uma visita residencial a São Bernardo para desagravar o ex-Presidente Lula, enquanto, paradoxalmente, chegou a pedir que a Operação Lava Jato siga em frente para combater a corrupção, como se isto fosse uma conquista de seu governo. Verdadeira contradição da Presidenta.
Obtendo, junto ao Superior Tribunal de Justiça, liminar contra a posse do novo Ministro da Justiça, Wellington Lima e Silva, o partido da oposição, o Democratas, embaralha mais ainda o quadro político, indicando que a Operação Lava Jato seguirá se prevenindo contra vazamentos decorrentes de mudanças interna corporis na Polícia Federal, quando a nação inteira sabe que a mudança no ministério da Justiça, pedida por Lula, teve por objetivo desarticular a Operação Lava Jato, porque novos figurões da política estão na mira da Operação conduzida por Moro. A delação do senador Delcídio balança o  os poderes Executivo e Legislativo, e são poucos os poderosos que estão conseguindo dormir tranquilos...

Quando Lula e seus aliados afirmam que "eles" agiram de forma sensacionalista e o ex-presidente se coloca como vítima de um complô, gera uma interrogação: "Eles" quem? Se a própria oposição também está minada pelas denúncias de corrupção, assim como partidos da base aliada. O caso do Banestado (Banco do Estado Paraná) envolvendo o envio, de 1996 a 2003, durante o Governo de Fernando Henrique Cardoso, de recursos arrecadados para campanha eleitoral da ordem de 150 bilhões de reais para paraísos fiscais, teria vinculações com a própria corrupção que se apura na Petrobrás.A oposição, que tem telhado de vidro, não quer radicalização do processo de investigações. A quem interessa a Operação Lava Jato, além dos procuradores gerais da República, da Receita Federal e da Polícia Federal?
Essa é uma pergunta que paira no ar, ao mesmo tempo em que há uma curiosidade geral sobre a origem da força de Sergio Moro, um juiz com uma equipe jovem de auxiliares procuradores, teoricamente vulneráveis a qualquer tipo de retaliação. Uma  das forças que estariam apoiando Moro e sua equipe seria a maçonaria brasileira, com sua capacidade de infiltração nos centros de poder, ferrenha combatente do Comunismo que as esquerdas querem implantar no Brasil.
Querem desmoralizar o juiz Sérgio Moro, a Polícia Federal, a Receita Federal, mas a faxina ética tende a prosseguir numa dinâmica de moto – contínuo-, mas não há, no momento, nenhum ator político em cena capaz de deter a mão pesada de Moro, que voltará a brandir, nas próximas horas, a clava forte da justiça contra figuras políticas e empresariais importantes.