sábado, 24 de agosto de 2013

A atual política denorex no Brasil


Esse monitoramento estatístico da política, feito pelos institutos de pesquisas de opinião pública, como o Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística - Ibope-, o Instituto Sensus e a Datafolha, e por entidades estranhas ao meio, como a Confederação Nacional dos Transportes e órgãos da imprensa (Organizações Globo e  O Estado de S. Paulo), tem esvaziado o processo democrático brasileiro e  dificultado o surgimento de novas lideranças políticas.

Vejamos o caso da sucessão presidencial de 2014, já deflagrada e em pleno recrudescimento: A Presidente Dilma Rousseff, que sofreu uma queda brusca de popularidade, após as manifestações de protesto contra o governo, em junho, sobe agora ao patamar de 38%, como num passe de mágica, que confere legitimidade ao que afirma Maquiavel – que o povo é matéria-plástica na mão do príncipe.

Estatísticas que são manipuláveis ao bel-prazer do governante de plantão, não só no Brasil, mas em quase todos os países; a diferença aqui é a presença marcante dos marqueteiros na determinação dos atos de governo que possam promover o Presidente, o que chega a ter reflexos ate na formulação das políticas públicas.

Recentemente, o Brasil recebeu com susto a notícia de que o Tribunal Superior Eleitoral - TSE-, que está obrigando os 120 milhões de eleitores a fazerem seu cadastro biométrico, fez um convênio com a SERASA, entidade manipulada pelos bancos para monitorar o setor de crédito, para repassar os dados dos eleitores.

A Presidente do TSE, ministra Carmem Lúcia, disse que não sabia desse convênio, e mandou sustá-lo, quando a informação vazou. Não se tem falado mais no assunto, mas ficou claro que os bancos querem ter influência direta no processo eleitoral. Será que a SERASA não chegou mesmo a receber os dados? É a indagação de muitos eleitores.

A criação de partidos de conveniência, para abrigar figuras que despontam no cenário político à margem de ideologias e linhas programáticas consolidadas pelo processo político, é outro vício da política atual no Brasil. O Presidente Collor foi eleito pelo desconhecido Partido da Renovação Nacional - PRN.

A ex-senadora Marina Silva, que pertenceu ao Partido dos Trabalhadores e ao Partido Verde, chegando a disputar por este as últimas eleições presidenciais e recebendo expressiva votação, deve obter o registro para a Rede Sustentabilidade, legenda que viabilizará sua candidatura para as eleições de 2014, pois seu nome surge nas pesquisas com significativa intenção de voto, transformando-a na principal adversária de Dilma Rousseff, cujo nome continua atrelado cada vez mais à figura carismática do ex-presidente Lula.

Mas, indivíduo de mediana inteligência pode concluir que, no Brasil, os eleitores votam na pessoa, e não na legenda partidária, o que induz à prática da infidelidade partidária, embora a legislação eleitoral venha tentando sustar o processo de migração partidária, que dá margem a verdadeiro balcão de negócios no Parlamento.

O voto nulo, nas urnas eletrônicas, tem uma configuração que dificulta ao próprio eleitor anular seu voto, pois, quando ele aperta a tecla para esse fim, aparece a palavra “error”, que ele deve confirmar, caso queira mesmo anular seu voto. Mas, a maioria dos eleitores não sabe que tem que apertar essa tecla e acaba mudando sua decisão, com medo de votar errado. Falta esclarecimento (ou é intencional essa configuração?).
 
O voto nulo, nas urnas eletrônicas, tem uma configuração que dificulta ao próprio eleitor anular seu voto, pois, quando ele aperta a tecla para esse fim, aparece a palavra “error”, que ele deve confirmar, caso queira mesmo anular seu voto. Mas, a maioria dos eleitores não sabe que tem que apertar essa tecla e acaba mudando sua decisão, com medo de votar errado.

São tantas as manipulações contra a legítima representação política no Brasil - aquela que expresse realmente os anseios, as reivindicações, as necessidades e os interesses do povo, através do sistema eleitoral-partidário - que  podemos aplicar a ilustração acima  para a situação do eleitor. É a política “denorex”, que parece, mas não é...
 
 
 
 



 

 

 

 

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