domingo, 16 de setembro de 2012

Sistema político já digere "Mensalão"


O Supremo Tribunal federal – STF- começa, nesta segunda-feira, a julgar se o “Mensalão” realmente existiu, ou seja, se, durante o Governo Lula, houve compra de votos de parlamentares da base do governo para votação a favor de importantes matérias, entre as quais as reformas previdenciária e tributária.
O relator do processo, ministro Joaquim Barbosa, apresentará seu relatório, que envolve denúncias contra 37 réus – parlamentares, ministros e empresários-, com desvios de 350 milhões de reais.
É óbvio que a denúncia do empresário Marcos Valério à revista “Veja”,acusando o presidente Lula de ter tomado conhecimento de tudo, joga mais lenha na fogueira, às vésperas de realização das eleições municipais, quando o Partido dos Trabalhadores - PT- lança nova cartada para sua manutenção no poder nos próximos anos.
Duas coisas parecem patentes nesse momento político brasileiro: Não haverá tempo suficiente para desdobramentos eleitorais do “Mensalão”, considerando-se a proximidade do pleito, e a base eleitoral do PT, composta dos beneficiários   dos programas assistencialistas do “Fome Zero”, não balançará mesmo diante do veredicto do STF,porque  se encontra devidamente “blindada” pelo Governo Dilma para não se deixar contaminar pelos fatos.
O eleitorado tem uma espécie de “personalidade” configurada  pela cultura política do país a que pertence.Não há nesse processo do “Mensalão” e mesmo nas denúncias contra o Governo Lula o que poderia se denominar “elemento surpresa”. E o eleitorado gosta de ser surpreendido... como diria Napoleão Bonaparte em relação aos homens em geral, de acordo com a sua técnica de governo na França.
Acredito que, independentemente do que aconteça no julgamento, doravante, esse processo já está sendo digerido pelo sistema político brasileiro, perdendo suas características de contencioso revolucionário,embora deva permanecer em sua memória histórica.

 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário