segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Segundo mandato de Obama tenderá a endurecer política externa dos EUA


Fartamente noticiada no mundo inteiro, a eleição nos Estados Unidos se realiza hoje com as pesquisas de intenção de voto, divulgadas pela CNN, apontando empate técnico em 49% entre o presidente Barack Obama, que disputa reeleição, e seu desafiante republicano, Mitt Romney. Mas, em número de delegados, Obama estaria liderando, com 237 delegados, contra 191 do oponente, o que pode tornar a disputa acirrada.

Cerca de 200 milhões de eleitores participarão da votação, que definirá com qual candidato ficará a maioria de 270 dos 538 delegados componentes do Colégio Eleitoral, correspondentes aos números de cadeiras de deputados (435) e senadores (100), e mais três representantes do Distrito de Colúmbia.

O candidato que obtiver a maior votação popular em cada estado leva todos os delegados do mesmo estado (são 50 estados e mais o Distrito Federal). Dos cerca de 315 milhões de habitantes, estima-se que votarão 213 milhões de pessoas com registro para o exercício do voto. Detalhe importante, pois a comunidade hispânica, de 50,5 milhões de habitantes, tem apenas 13 milhões de eleitores registrados.

É na Flórida, que tem 29 delegados, que se concentram os eleitores hispânicos, que poderão ter participação decisiva no resultado final, razão pela qual Obama e Romney dedicam especial empenho na captura dos votos naquele estado, tradicionalmente indeciso e atualmente preocupado com a questão da saúde, de olho no candidato que oferecer um programa mais convincente.

Campanha eleitoral é a conquista do eleitorado indeciso, porque os votos aliados e adversários são conhecidos com pouco tempo de campanha. Em qualquer parte do mundo é assim. O problema é conquistar os indecisos sem gerar desconfiança, pois o discurso demagógico não apenas os afugenta como pode se alastrar pelas hostes aliadas gerando perda de de votos.

Qualquer escorregão de Obama, à esta altura, poderia ser fatal para sua reeleição, mas tudo indica que a população reconhece seu esforço para debelar a crise econômica de 2008/2009, embora os Estados Unidos ainda estejam convalescendo da mesma.

Mas essa lenta recuperação norte-americana já é muito importante para o mundo, em especial para a Europa, o Japão e Israel, por razões políticas, econômicas e militares. O Brasil e demais países latino-americanos têm razões para se alinharem com Washington, diante do quadro mundial recessivo. A Rússia acompanha pragmaticamente o processo, enquanto que  a China sabe que a contenção do seu crescimento se transformou numa obsessão de Obama e que o segundo mandato deste exigirá muita paciência e resistência de Pequim.

O segundo mandato dos presidentes norte-americanos, principalmente dos democratas, sempre é mais intervencionista, voltado para a política externa, sendo certo que Obama, que deve ser reeleito, tenderá a mostrar ao mundo maior agressividade  contra os adversários dos Estados Unidos,no jogo do poder internacional.

 

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