Num dos mais rumorosos julgamentos políticos do Brasil, o Presidente Michel Temer foi absolvido hoje pelo Tribunal Superior Eleitoral -TSE-, por quatro votos contra três, das acusações de emprego de dinheiro ilícito nas eleições de 2014, na chapa que compôs com a ex-presidente Dilma Rousseff. Esta, por sua vez, mantém garantidos seus direitos políticos para disputar cargo eletivo.
O julgamento durou três dias e o relator da matéria, ministro Herman Benjamin, votou pela condenação da chapa Dilma/Temer por causa da formação do que chamou de "poupança propina" com recursos oriundos da corrupção na Petrobrás e outras empresas, com vistas à disputa eleitoral. O pedido de impugnação da chapa foi feito logo após as eleições pelo Partido da Social Democracia Brasileira -PSDB-, à época tendo como candidato derrotado o senador Aécio Neves.
Com essa vitória, o Presidente Michel Temer ganha fôlego para levar adiante a reforma trabalhista no Senado Federal, antes que tenha que enfrentar, na próxima semana, nova acusação formulada pelo Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, sobre relações de Michel Temer com o Grupo JBS, com base em delação feita pelo próprio presidente do grupo, empresário Joesley Batista.
Enquanto não forem aprovadas essas duas reformas, a trabalhista e a previdenciária, o mercado continua estagnado e os investidores internacionais em compasso de espera por causa da instabilidade política.
Se superar as acusações que lhe são feitas pela PGR, Michel Temer lançará cartada decisiva na Câmara dos Deputados para a aprovação da reforma previdenciária. Temer saberá como está sua base parlamentar em relação à sua figura quando a Câmara decidir se autoriza ou não o pedido de inquérito feito por Janot.