terça-feira, 25 de outubro de 2011

A comunicação no jogo do poder político


Enquete realizada neste blogspot sobre a comunicação do governo Dilma apresenta como resultados: Boa: 75% e Péssima 25%. As demais opções, Ótima, Ruim e Sofrível, não tiveram nenhum voto, do que se conclui que o governo Dilma não tem uma comunicação a contento com seus governados.

Mas, qual seria a razão desse diagnóstico? Afinal, o aparato oficial envolve comunicação impressa e eletrônica (jornais, revistas, rádio e televisão), multimídia e, de modo especial, a Internet, além de volume de publicidade e propaganda e programas assistencialistas (bolsa-família, bolsa-educação, etc.) que, por si só, já garantem a propaganda do governo junto a milhões de brasileiros.

A equipe de comunicação do governo, liderada pela jornalista Helena Chagas, filha do veterano e brilhante jornalista, professor e escritor Carlos Chagas, que foi assessor de imprensa do Presidente Costa e Silva, é eficiente.
A Presidente Dilma adquiriu molejo, pois aprendeu muito com o marketing eleitoral, nesses últimos anos, não só como candidata na campanha presidencial, mas acompanhando o Presidente Lula em suas viagens por todos os quadrantes do Brasil e do planeta.

E mais, se é assim, entre boa e péssima, por amostragem, neste blogspot que tem pouco tempo de lançamento, como a Presidente Dilma vem conseguindo índices gerais superiores a 70% de aprovação de seu governo, conforme pesquisas realizadas por diversos institutos?

O Brasil vem crescendo e o poder aquisitivo da população idem, desde o Plano Real criado pelo Presidente Itamar Franco, apesar dos refluxos recentes na economia mundial decorrentes da crise financeira causada pela bolha imobiliária dos Estados Unidos, em 2007, com a conseqüente quebra atual de países como a Grécia, Portugal, Espanha, Irlanda, Itália, etc.

O Governo Dilma continua bem avaliado, a imagem pessoal da Presidente (a), favorecida pela “faxina ministerial” que promoveu e que pode ter seqüência, a qualquer momento, no Ministério dos Esportes, se mantém positiva, até mesmo pelos vultosos investimentos que vêm sendo realizados nos preparativos da Copa do Mundo em todos os estados envolvidos; a engenharia política de sustentação no governo no Congresso Nacional é eficiente, pela absoluta falta de oposição, etc.

Mas, então, voltando-se à pergunta que não se cala: O que há de errado na comunicação do governo? Respondo: A imobilidade social - essa democracia mitigada desmobilizante (quase paralisante), gerada pelo pensamento único (de que tudo está certo e tem que continuar assim) em que se encontra o país.

O ensaio de passeatas contra a corrupção é pouco, diante do silêncio da União Nacional dos Estudantes, do marasmo em que se encontram os sindicatos e da atitude de avestruz das alas oposicionistas potencialmente conservadoras. Até o Movimento dos Sem-Terra entrou em hibernação.

Nos Estados Unidos, se medem os termômetros das manifestações pelo número de ocorrências das mesmas ao ano em relação ao número de habitantes dos grandes centros. A cidade campeã das manifestações é Denver, no Colorado, segundo afirmou Lucas Mendes, apresentador do programa “Manhattan Connection” (GNT). Aqui no Brasil, era São Bernardo do Campo, hoje, como o resto da região do ABC, antes palco de memoráveis atuações dos metalúrgicos liderados por Lula contra o regime militar, mergulhado na placidez dos lagos.
O apresentador e sua equipe ensaiaram breve explicação sobre a calma reinante no Brasil: A falta de competência da direita para organizar passeatas e outras manifestações contra os governos de esquerda, como PSDB e PT, pragmaticamente apoiados no PMDB.

A comunicação política no governo Dilma não é boa, e falo de comunicação na acepção científica, a comunicação política, cujo mestre, o italiano Ângelo Panebianco, define como “conjunto de mensagens circulantes num sistema político e que condicionam as ofertas e demandas desse sistema”. Dilma pode estar bem, mas o sistema político se encontra com muitos curtos-circuitos, que a Web ajuda a disfarçar.

Sem fluência regular das informações em todas as direções e sentidos dos quadrantes, como preconizam os teóricos matemáticos da comunicação (Shannon, Wiener, Fagner, etc.) para um verdadeiro regime democrático, o Brasil vai acumulando “ruídos” sociais e políticos cada vez mais graves, até que, em determinada hora,  governantes e governados baterão cabeças e o País perderá muito em governabilidade,chegando à entropia  -desordem interna do sistema-.

Mas, essa ameaça é típica da globalização e se encontra presente em muitos países, potencializada pelas ondas da web. Ainda não li nada sobre como preveni-la, mas pretendo pesquisar a respeito.

No jogo do poder político, não basta comunicar. É preciso comunicar com objetivos definidos para se alcançar resultados positivos para a população e o país.

Nenhum comentário:

Postar um comentário