Gélio Fregapani (Membro da Academia Brasileira de Defesa)
Boas
Notícias
Apesar
de Ministros nomeados politicamente, inclusive com evidente incompetência em
concurso, o STF nos trouxe duas alegrias:
1-
Após sessão conturbada, STF decidiu pela prisão de José Dirceu e outros 21
mensaleiros.
Obs:
Cada vez que se pune um corrupto, se inibe cem outras corrupções.
2
– O ministro Luiz Fux suspendeu a ampliação de uma terra indígena, até o
julgamento da ação. Até lá está impedida anexação de terras à área indígena.
Obs:
A ampliação da reserva causaria efeitos sociais similares aos da Raposa –Serra
do Sol, mas esse último é mais perigoso por ser na fronteira e prenhe de
minerais raros e preciosos, além das malditas ONGs estarem procurando uni-la à
área Ianomâmi criando outra reserva, a Anaro.
Más
Notícias
1
- Quando o Plano Real foi lançado, em julho de 1994 a dívida mobiliária federal
interna era R$ 65,6 bilhões de reais e a dívida externa era de US$ 73,6
bilhões.Nos anos FHC (dezembro de 1994 a dezembro de 2002), a dívida mobiliária
cresceu para R$ 841 bilhões (12,8 vezes), e a dívida externa aumentou para US$
212 bilhões apesar das privatizações desnacionalizantes. Os juros impedem novos
investimentos.
Nos
oito anos de Lula a dívida mobiliária interna federal subiu para R$ 2,3
trilhões (2,7 vezes). Com a Dilma, no final de 2012 e chegou a R$ 2,8 trilhões.
2
– A facilidade com que os EUA espionam nossas comunicações é causada por algo
mais do que a ineficiência da nossa contra-espionagem. Eles tiveram prestimosa
ajuda do governo FHC que entregou o sistema de telecomunicações ao capital
privado, especialmente o norte americano, durante o período de desmonte do
estado nacional, que ele chamava de “reformas modernizantes. Até bem pouco
tempo se jactava disso. Ficou mudo. Seu servilismo, seu pouco amor a pátria,
facilitou ainda mais a invasão da vida privada de todos nós e não apenas dos
mandatários. Em outras palavras, demos o galinheiro para a raposa tomar conta.
Agora
talvez fique claro porque combatemos a privatização das telecomunicações. Não
era uma questão apenas econômica. Estava em jogo questões de segurança e
soberania nacional.
Surpreendente
Vazou
a informação que políticos condenados teriam pedido para serem presos em
quartéis do Exército. O motivo seria o medo de serem mortos pelos outros
detentos, o que seria possível, pois a “justiça “ dos bandidos é mais severa do
que a oficial, mas...Não eram eles que alegavam tortura nos quartéis?
Afinal,
será isto mesmo que querem? Há algum plano por trás disto? A propósito, o
pedido foi do pessoal do Waldemar Costa Neto.
Há
males que vem para o bem.
Em
2005, Dirceu dominava o governo e o PT, tinha Lula na mão, era o candidato
natural à sua sucessão Se o mensalão não tivesse existido ou se Roberto
Jefferson não o denunciasse, muito provavelmente não seria Dilma, mas Zé Dirceu
o atual ocupante do Palácio da Alvorada.
Mesmo
participante da corrupção, Roberto Jefferson salvou o nosso País de um perigo
talvez ainda maior do que havia em 64. A prisão, Jefferson merece, mas a nossa
gratidão também.
Alerta: Pode ser o primeiro sangue
As
ONGs estrangeiras e o Cimi induzem os índios a avançarem mais e mais sobre
fazendas produtivas. Produtores rurais, descrentes de um judiciário que só os
prejudica, juntam recursos para resistir. As ONGs instigam os índios a reagir
com violência.
A
Funai e o Ministério Público forçam tanto a barra que parecem desejar um primeiro sangue” que dê
origem a uma convulsão social.
Os
Governantes, os Militares e as revoluções
1
- O melhor governante que tivemos foi Pedro II e foi tirado por uma revolução
militar-palaciana.
2
- O Getúlio trouxe um grande avanço, mas
foi, duas vezes, retirado por revoluções palacianas, que conseguiram a adesão
das Forças Armadas.
3
- O Juscelino, dentro das circunstâncias de então, foi o melhor que poderíamos
ter. Agiu como estadista geopolítico e terminou seu governo com grande
aprovação popular. As reações palacianas-militares foram pequenas e antes de
sua posse.
4
- O Jânio Quadros saiu por avaliar erroneamente que as Forças Armadas exigiriam
sua permanência. Seu substituto, o Jango, era uma nulidade completa. Nenhum
país aguentaria as greves permanentes que provocou. Foi retirado por uma
revolução militar-palaciana-popular.
5
– O “saneamento” do Castello Branco foi indispensável na época, mas ele pensava
mais em termos da Guerra Fria do que em termos nacionais.
6-
O nacionalista Costa e Silva, lamentavelmente ,durou pouco. Morreu logo.
7
- Bons presidentes foram somente o Médici e o Geisel. Terminaram seus governos
com grande aprovação popular, especialmente o Médici. Os governos militares,
quase sempre tiveram aprovação popular.
8
- O Figueiredo completou a transição para a Democracia. Era um tanto relapso,
mas ao menos era honesto, como também foram os outros governos militares.
Terminou seu governo sem aprovação popular, mas seria garantido pelas Forças
Armadas se necessário.
8
- O Sarney tinha todos os defeitos e as pouquíssimas virtudes da política de
currais eleitorais, mas por isto mesmo não houve interesse palaciano em
retirá-lo do poder, apesar de forte desaprovação popular. Os militares se
mantiveram alheios à política.
9
- O Collor foi retirado por uma revolução exclusivamente palaciana. O motivo
foi amparar o monopólio de seus companheiros no saque das finanças públicas,
excluindo os demais corruptos quando fora de seu grupo. Tendo cedido às
pressões estrangeiras na questão ianomâmi não teria mesmo o apoio militar, e o
alheamento das Forças permitiu sua retirada em uma revolução palaciana sem
interferência militar. .
10
– O FHC foi o maior desastre. Não se sabe quais suas razões, mas trabalhou
intencionalmente para destruir o País. Conseguiu, em manobras bem sucedidas,
neutralizar e mesmo emascular as Forças Armadas, que continuaram alheias à
política partidária. Apesar de ter apoio palaciano e estrangeiro, terminou seu
segundo governo com tal repúdio popular que só concluiu seu segundo governo
pela certeza de mudança com as eleições.
11
– O Lula era apenas um sindicalista que procurava vantagem até onde desse para
si e seu grupo, mesmo em detrimento do futuro do País. Cedia quando
pressionado, inclusive pelo estrangeiro, entretanto, teve sorte. Algumas das
medidas tomadas, eleitoreiras e certamente erradas, devido às circunstâncias se
revelaram mais benéficas do que a expectativa. Apesar de escândalos de
corrupção terminou seu governo com aprovação popular e elegeu quem quis. Os
militares continuaram alheios à política.
12
- A Dilma, ainda que tenha deficiências, é bem melhor do que todos os outros
governantes de pós revolução. Naturalmente, há alguma oposição palaciana e a continuidade
de uma série de greves pode retirar-lhe o ainda forte apoio popular. Tem provocado, inutilmente, as Forças Armadas
com revanchismos e por isto pode não contar com o apoio delas, que estão sendo
assediadas pelos opositores palacianos.
13
- Ainda pode vir algo bem pior do que
qualquer dos que passaram: a Marina
Opiniões
diferentes sobre a Democracia
-
de Winston Churchill
“A
Democracia é a pior forma de governo, com exceção das outras formas”
-
de Millôr Fernandes
“Democracia
é quando eu mando em você. Ditadura é quando você manda em mim”
-
de Alexander Tyler, (professor de história na Universidade escocesa de
Edimburgo)
"A
democracia é sempre de natureza temporária; Ela não existe como forma
permanente de governo, permanecerá apenas até o momento em que os eleitores
descobrem que podem beneficiar-se de generosas doações do tesouro público. Daí
em diante, a maioria escolherá os candidatos que prometem o máximo de
benefícios a partir do erário público e como consequência a democracia entrará
em colapso por casa da política fiscal frouxa e será sempre seguida por uma
ditadura. "
Os
EUA e o mundo
Desde
o final da Guerra Fria os EUA detêm tal supremacia militar que lhes permite não
ter escrúpulos em defesa de seus interesses. Isto não é novidade na História,
quem tem o poderio de um Império Romano costuma agir como um Império Romano.
Entretanto, nos próprios EUA se ouvem alertas de que esse rumo é insensato e
que estariam sendo vistos como um Estado criminoso e até mesmo como "a
grande ameaça externa às suas sociedades".
Um
novo cenário global vislumbra, se não uma redução do poderio dos EUA, ao menos
a consolidação de outros centros de poder. Outros países desenvolverão armas
nucleares próprias ou exigirão sua destruição total, pondo limites no poder
absoluto norte-americano, até agora isento de seguir as normas que impõe aos
outros.
A
relativa ausência de notícias pode indicar que os EUA desistiram de interferir
diretamente na Síria ou mesmo de atacar o Irã. Ainda é cedo para saber se é uma
mudança de mentalidade ou o sinal de um maior equilíbrio de força .
Que
Deus oriente o nosso País!
ADENDO
Quando a gente
quer, a gente faz: Embraer prestes a lançar KC-390
Por Carlos Cardoso
Em 1954 saiu das linhas de montagem da
Lockheed um dos aviões mais bem-sucedidos de todos os tempos, o Hércules C-130.
Por quase 60 anos ele tem servido admiravelmente bem dezenas de países,
obliterando terroristas em sua versão AC-130, transportando mantimentos para
zonas de desastre, resgatando cidadãos israelenses em Entebe ou brasileiros, no
Peru (ou Bolívia, não estou lembrando) pousando na cabeceira da pista e
recuperando os refugiados sem desligar os motores, decolando em seguida sob
fogo inimigo. Sim, a FAB faz essas coisas também.
Só
que 60 anos, mesmo com modernizações, é muito tempo para um avião. Nenhuma
eletrônica consegue renovar um projeto tão antigo, ainda mais com o Hércules,
sendo turbohélice, não sendo capaz de acompanhar os aviões mais modernos. Em
países com dinheiro sobrando (hoje em dia, nenhum) dá para dividir as missões
entre várias aeronaves, é preciso que uma única seja capaz de reabastecimento
aéreo, reconhecimento, transporte de tropas, passageiros, carga e se for o
caso, ataque.
Todo
mundo está de olho nesse nicho, e um dos principais candidatos é… a Embraer. O
avião que ela está desenvolvendo é esse bicho da foto aí de cima, o KC-390. Ele
voa a 850 km/h, contra 592 km/h do Hércules, e carrega 23 toneladas de carga,
contra 20 do modelo americano. A autonomia do Hércules é maior, mas o KC-390
não tem exatamente pernas curtas:
Com
11 toneladas de carga ele faz Brasília-Miami, sem escalas. Mais que suficiente
para transportar uma brigada paraquedista até Buenos Aires, não que eu esteja
sugerindo algo.
A
unidade custará US$ 50 milhões, contra US$ 30 milhões do Hércules, mas não dá
para competir com uma aeronave com 60 anos de amortização de custos. O programa
de desenvolvimento vai custar US$ 2,25 bilhões, com o governo brasileiro
botando boa parte da grana. É isso ou gastar bem mais financiando o programa de
desenvolvimento de outros países, já que não há ainda concorrentes à altura do
KC-390. A própria Boeing está se tornando parceira da Embraer, não duvido que
ele ocupe um nicho de transporte de passageiros (configuração para 80) em
regiões remotas, já que pode operar em pistas de terra com buracos de até 40
cm.
A
estimativa é que o KC-390 faça seu primeiro vôo em 2014 e entre em operação em
2016. Há vários países bem interessados, e no Brasil um dos principais clientes
será… os Correios.
Os
números envolvidos são impressionantes, tanto em investimento quanto em
perspectivas de faturamento. Principalmente, servem para mostrar que apesar de
não conseguirmos fazer uma simples estante pra Estação Espacial Internacional,
e nossos foguetes competirem com os de Robert Goddard, ficando atrás dos de Von
Braun (e dos indianos), temos uma indústria aeroespacial real, que só precisa
de menos cabides, menos caciques e mais responsabilidades reais junto aos
acionistas. Aí funciona. E muito bem