segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Pílulas do Vicente Limongi Netto


A programação da Jornada de Seminários da sétima Feira Internacional da Amazônia (VII FIAM) contou com a discussão do tema “Reservas Minerais e de Óleo e Gás Natural na Amazônia Ocidental”. O evento, realizado pela Superintendência da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA) em parceria com diversas instituições, ocorreu na Sala 4 do Studio 5 Centro de Convenções e teve por objetivo apresentar uma visão geral dos principais arranjos produtivos de base mineral e de óleo e gás na região, considerados os aspectos de inovação tecnológica, logística, do desenvolvimento de novos clusters industriais de gás químicos e de fertilizantes e do uso do gás natural pelas indústrias do Polo Industrial de Manaus (PIM).

O seminário contou com a participação do secretário de Estado de Mineração, Geodiversidade e Recursos Hídricos (SEMGRH-AM), Daniel Nava, o superintendente de Refino, Processamento de Gás Natural e Produção de Biocombustíveis da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Alexandre Camacho, o coordenador-geral do Complexo Químico e da Saúde do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Marcus Simões, além de representantes de empresas e outras instituições afins ao tema.

 O uso industrial e o polo gás químico foram alguns dos pontos discutidos pelos especialistas, que abordaram a participação da região amazônica, em especial do Amazonas, na produção de óleo e, principalmente, gás natural. Segundo Alexandre Camacho, da ANP, “a Amazônia responde por 1% da produção nacional de petróleo, mas chega a 10% do total de gás natural produzido, o que demonstra o potencial energético da região”.

 O diretor técnico-comercial da Companhia de Gás do Amazonas (Cigás), Clóvis Júnior, informou que a produção local diária de gás natural chega a 6,85 milhões de metros cúbicos (m³) por dia, suficiente para atender às regiões de Manaus que hoje já são cobertas pelo gasoduto instalado pela empresa. “Temos uma rede de distribuição atual de 48 quilômetros e estamos trabalhando para ampliá-la ainda mais. Fizemos um acordo com a Secretaria de Estado de Infraestrutura, responsável pelas obras nas vias do Distrito Industrial, para efetuarmos a expansão do gasoduto nesta região durante as ações de revitalização da área, o que beneficiará mais empresas instaladas no Polo Industrial de Manaus”, afirmou Júnior.

Benefícios imediatos

A mudança do perfil energético na sociedade foi ressaltada como o futuro da utilização do gás natural. “Por ser considerada uma fonte limpa de energia, sua utilização reflete em benefícios financeiros e ambientais diretos”, disse Clóvis Júnior. “Temos estudos que comprovam que as empresas que adotaram o gás natural como matriz energética em suas atividades reduziram custos em diversas frentes. Além disso, o gás natural eleva o padrão de qualidade e segurança nas indústrias”, completou. Júnior ressaltou que o público residencial deve receber atenção especial em curto prazo, devido à expansão do gasoduto que já está em andamento.

Durante sessão de debate, Marcus Simões, do MDIC, informou que a importação de gás natural é uma realidade no País, mas a produção na Amazônia pode contribuir para mudar essa realidade. Daniel Nava, da SEMGRH, destacou a importância da discussão do tema dentro da Feira Internacional da Amazônia, reconhecida pela excelência e confiabilidade. “É importante o painel porque mostra o cenário atual que vive o Amazonas neste ‘Passe para o Futuro’, tema da FIAM”, finalizou Nava.

Representantes de países que vivenciam problemas, desafios e possibilidades similares por integrarem a mais estratégica região do Planeta trocaram experiências e análises no Seminário “Desafios para o Uso Sustentável da Biodiversidade na Pan Amazônia”.  O evento, que faz parte da programação da Feira Internacional da Amazônia (FIAM) 2013,  no Studio 5, e contou com oito palestrantes, sendo cinco estrangeiros, que destacaram pesquisas sobre o açaí, o camu-camu, bem como a descoberta de uma nova espécie de perereca e o sexo do pirarucu.   

A palestra de abertura foi ministrada pelo embaixador do Suriname e secretário-geral  da  Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), Robby Ramlakhan.  O diplomata discorreu sobre o histórico e as atividades da OTCA, organismo intergovernamental  formado por Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela. “A OTCA foi criada para ser um fórum permanente para promover ações de cooperação e integração regional que resultem na melhora da qualidade de vida dos habitantes da Amazônia”, resumiu o embaixador, salientando que a região panamazônica representa mais de 8,2 milhões de quilômetros quadrados e  soma uma população de quase 400 milhões de pessoas.

Em seguida, o coordenador de biodiversidade do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Cláudio Ruy Vasconcelos da Fonseca, abordou a contribuição do instituto para a pesquisa científica na Amazônia. Em 40 anos de atividade, o Inpa já titulou 1876 pesquisadores, sendo 1489 mestres e 387 doutores. Outra contribuição destacada foi o fato de 378 novas espécies na Amazônia terem sido descobertas pelos cientistas do instituto em pesquisas realizadas  de 1973 a 2013. Delas, 600 são insetos (tipos primários); 70 peixes; 11 mamíferos, e 57 são holótipos da botânica.

“Uso sustentável da biodiversidade amazônica colombiana: Perspectivas” foi o tema da representante do  Instituto Amazónico de Investigaciones Científicas (SINCHI), da Colômbia, Marcela Carrillo.  A pesquisadora enfatizou os estudos desenvolvidos para agregar valor aos produtos oriundos do açaí e o camu-camu como solução de geração de renda para  comunidades localizadas na floresta colombiana, “a segunda com maior biodiversidade no mundo, atrás apenas do Brasil”.

 Sexo do pirarucu

 O presidente do Instituto de Investigaciones de la Amazonía Peruana (IIAP), Keneth Reátegui, ressaltou que em 30 anos de atividades o IIAP, cuja criação está no artigo 2 da constituição peruana, recebeu o acumulado de US$ 80 milhões em financiamento. “Devolvemos como retorno, US$ 150 milhões de lucros como resultado efetivo das pesquisas desenvolvidas. Isso é uma resposta para os que sempre questionam o investimento em ciência”, frisou.

Uma das pesquisas ressaltadas pelo cientista foi o estudo sobre a reprodução e identificação sexual do pirarucu, que pela dificuldade de determinação já foi considerado como hermafrodita. O instituto peruano desenvolveu um kit para definir o sexo do pirarucu. “Também  descobrimos que o peixe macho dessa espécie age igual aos homens brasileiros. São monógamos e têm apenas uma fêmea durante toda a vida”, disse Reátegui, arrancando risos da parte feminina do público.

O pesquisador defendeu uma maior integração da Pan Amazônia e deu seu exemplo pessoal para ressaltar a urgência do tema. “O Peru fica aqui do lado de Manaus, mas para chegar aqui, fiquei mais de dez horas no avião porque antes o voo teve de passar por São Paulo”, frisou.

Outras palestras  internacionais foram ministradas por Kenneth Goenopawiro, da Anton de Kom University of Suriname e  Raquel Thomas, Diretora do Iwokrama International Centre for Rain Forest Conservation and Development, da Guiana.

Goenopawiro falou sobre o projeto Guiana Shield e destacou os desafios da sustentabilidade no Suriname, país de 500 mil habitantes e com 20 idiomas oficiais. O cientista sublinhou que o país vive principalmente da exploração do ouro (inclusive com a presença de garimpeiros brasileiros) e que por causa do alto preço internacional do metal ainda não percebeu as vantagens econômicas de se investir em produtos da floresta.

Raquel Thomas contou detalhes do funcionamento da floresta tropical internacional de Iwokrama, um projeto científico ambicioso em gerenciamento sustentável dos recursos de floresta tropical para o benefício de índios de etnias como o macuxi.  Na reserva internacional, que já funcionou como local de caça do príncipe Charles foi descoberta uma nova espécie de rã.

 Bolsa floresta

O superintendente geral da Fundação Amazônia Sustentável, Virgílio Viana, falou sobre os resultados de projetos como o bolsa-floresta, que remunera comunidades ribeirinhas para preservarem a mata nativa. “São R$ 1453,00 por família/ano”. Viana ressaltou ainda a criação de um curso técnico em produção sustentável para estudantes que moram na região do Juruá. No lugar de monografia, os formandos deverão apresentar um plano de negócios para institutos de fomento da região, o que já poderá significar um financiamento certo para um negócio de empreendedorismo que irá gerar renda sem afetar o equilíbrio ambiental.

O superintendente adjunto de Planejamento e Desenvolvimento Regional da SUFRAMA, José Nagib, discorreu sobre os resultados socioambientais e econômicos da Zona Franca de Manaus (ZFM), diretamente responsável pela preservação de 98% da floresta no Amazonas.  Nagib, que também atua como coordenador do projeto de implantação do  Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA) também abordou os desafios e potencialidades do centro de pesquisa.

Arthur Virgílio lamenta morte de Marcelo Deda

“É com profundo pesar que recebo a notícia da morte prematura de Marcelo Deda, governador do Estado de Sergipe, aos 53 anos. Infelizmente, ele perdeu a batalha que vinha travando contra o câncer. O Brasil perde um bom político, que se destacou em seu estado como prefeito, deputado e governador. Minha solidariedade à esposa dona Eliane, e aos filhos Marcella, Yasmim, Luísa, João Marcelo e Mateus, extensivo a todos os familiares e amigos.” (Arthur Virgílio Neto, Prefeito de Manaus)

 

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