quinta-feira, 19 de junho de 2014

Espanha muda o Rei e a seleção de futebol


Muita coincidência entre a desclassificação da Espanha da Copa do Mundo no Brasil e a abdicação do Rei Juan Carlos, em favor de seu filho Felipe VI, dois eventos ocorridos ontem, simultaneamente.

O time espanhol não chegou a participar da Copa, conforme dizem os comentaristas, mas a verdade é que aparentou um cansaço, um desentrosamento e uma falta de criatividade indignos de um Campeão do Mundo. O seu toque –de-bola cheio de preciosismo, querendo fazer o gol sem chutes de fora-da-área, simplesmente foi um convite irrecusável à Holanda e ao Chile para uma goleada.

Quanto ao Rei Juan Carlos, seu papel , durante 39 anos de reinado,foi importante após o Franquismo, quando o ditador Generalíssimo Franco manteve o poder na Espanha a ferro-e-fogo, de 1939 a 1976, etapa encerrada não sem uma tentativa de um golpe-de-estado, em 1981, liderado pelo coronel Antonio Tejera Molina, que chegou a invadir o Parlamento  e chegar à tribuna com arma em punho.

Debeladas as ameaças de golpes, foi assinado o Pacto de Moncloa, e coube ao Rei Juan Carlos consolidar a democracia parlamentar e apaziguar uma sociedade que viveu uma Guerra Civil , de 1936 a 1936, que resultou em cerca de um milhão de mortos.

O Rei Juan Carlos era sobrinho de Dom Pedro de Orleans e Bragança, da Família Real do Brasil. Muitas vezes hospedou Dom Pedro  em sua residência, no Palácio de Zarzuela- um vínculo familiar e dinástico muito importantes para as relações entre o Brasil e a Espanha.
Em sua despedida do trono, Juan Carlos mereceria, talvez, um melhor resultado da seleção espanhola na Copa do Mundo, ao menos uma classificação para as oitavas ou quartas-de-final, mas, em política, o sol se põe para quem se afasta do poder e nasce para quem assume. O time espanhol, com o novo Rei Felipe VI, certamente sofrerá uma mudança geral, a começar pelo técnico Del Bosco, para se adaptar ao novo monarca

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