terça-feira, 25 de novembro de 2014

Mais trabalho e menos golpismo


Pescadores de águas turvas sentem fortes comichões sintomáticos em sua inquietante ansiedade por um golpe de estado no Brasil, ainda que não saibam de quem e para que. Tem sido assim, nesses tempos de redes sociais mobilizadas no mundo inteiro e, de modo especial, no Brasil, que tem o quarto maior contingente de internautas.

É a cultura política brasileira, e de resto da América Latina, enraizada na tradição cultural autoritária ibérica, que cultiva a alternância de poder mediante o golpismo antidemocrático, vocação que levou Simon Bolivar a afirmar, em carta ao governador de Guayaquil, que pregar a democracia na América Latina semelha-se ao esforço de “arar no mar”. Para Bolívar, “o “George Washington  da  América Espanhola”, a região é um viveiro de ditadores.

Pelas redes sociais, reforçadas pela imprensa escrita, pululam propostas de golpe civil, golpe militar, impeachment de Dilma, manifestos militares, etc., mas não se vê uma justificativa plausível para tais ações antidemocráticas e desestabilizadoras. Não se apresenta um objetivo planejado e alternativo para o que consideram desgoverno do PT (é bom que se diga que o PMDB talvez seja o principal responsável pelas mazelas denunciadas, pois é a pedra de sustentação dos governos que sucederam ao regime militar instaurado em 1964, configurando a denominada “Nova República”).

Golpe por quem e para que? São perguntas-chaves, pois se propaga um suposto projeto de socialização/comunização/cubanização/bolivarização do Brasil, como se o Partido dos Trabalhadores tivesse esse poder e fosse apoiado nesse tipo de projeto pela sociedade e pelas demais forças políticas e seus partidos, entre as quais os majoritários PMDB e o PSDB. O PT, já oligarquizado, não tem essa força. Nenhum partido , atualmente,tem
A corrupção generalizada e a insegurança pública devem ser combatidas com ações de políticas  bem planejadas e executadas  de acordo com critérios éticos e morais  e padrões políticos, científicos, tecnológicos , econômicos, educacionais e culturais, que mobilizem as instituições sociais como um todo consciente  e uniforme. O potencial da comunicação deve ser direcionado para os fins colimados.
Os pescadores de águas turvas clamam por nova intervenção militar, sem ao menos esclarecerem em favor de que lado essa intervenção, pois os militares não são atrelados, axiologicamente,  a nenhum tipo de ideologia  ou doutrina política. As Forças Armadas cumprem seus deveres constitucionais, quais sejam zelar pela defesa da Pátria, pela garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa destes, da lei e da ordem. A menos que haja um clamor social inconfundível e condições claras de ruptura da instabilidade político-institucional pela anarquia, elas se manterão atreladas à sua missão constitucional. 
Essa desestabilização política, mediante alternância de poder com golpe, interessa a muitas forças ocultas e também não-ocultas dos centros de poder internacionais, ávidos pelas riquezas do solo e subsolo e do mar  brasileiro, em especial os minérios estratégicos, o petróleo e o patrimônio genético da flora e fauna .

Desde que o Brasil emergiu como potência econômica, um dos celeiros do mundo, ocorrem pressões no sentido de semear o divisionismo territorial, o separatismo na federação, a cizânia nas Forças Armadas e o conflito social interno. Liberdade, ainda que sem democracia, é o lema estimulado sorrateiramente pelas elites internas em sintonia com os interesses de grupos  internacionais, desde o período monárquico.

Não vejo outro caminho, senão o da alternância pelo voto, para a democracia e a liberdade brasileiras. Com muito trabalho, suor e fé no País. A frase “não desistiremos do Brasil”, proferida repetidas vezes pela Oposição, é uma declaração de entrega do País, de desistência, de resignação, de covardia de quem joga com os interesses externos e quer desarmar o ânimo dos brasileiros verdadeiramente patriotas.
Ao trabalho, à produção, que enobrecem o homem e enriquecem a Nação!

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