sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Janela de Brasília(IX)


1. O tempo seco cria inúmeros focos de incêndios no Distrito Federal, muitos deles de origem criminosa, e o Corpo de Bombeiros faz o que pode para apagar o fogo nas Áreas de Proteção Ambiental – aquelas com fauna e flora nativas mais abundantes e nascentes d água.

Mas, no cerrado em torno do Plano Piloto, os próprios moradores tentam debelar o fogo com recursos artesanais, quase sempre sem sucesso. O resultado é que um manto espesso de fumaça cobre o Plano Piloto, com manchas enormes de vegetação queimada nas cercanias. É a paisagem típica desse período em Brasília.

Enquanto as chuvas não chegam, os rios que desaguam no Lago Paranoá, bem abaixo dos seus níveis, acumulam todo tipo de lixo e detritos poluentes produzidos pelas indústrias e residências.

Seria, talvez, o caso de criação de um destacamento especial no Corpo de Bombeiros para atuar com barcos nos estuários dos córregos e rios para recolhimento do lixo acumulado, evitando-se a poluição do Lago Paranoá. Existe tecnologia específica para esse tipo de trabalho preventivo, mas, pelo que tudo indica, não existe a menor preocupação das autoridades de proteção ao meio-ambiente.

2. A situação hospitalar do Distrito Federal é de descalabro, tamanho o volume de queixas e denúncias sobre falta de condições estruturais, médicos e materiais para internação de pacientes. Hospitais em Sobradinho e Taguatinga estão com as portas fechadas por falta de recursos para socorro à população. Na áreas dos transportes e da educação, a situação não é muito diferente. O metrô andou paralisados, as linhas de ônibus congestionadas, e os passageiros à deriva. Nas escolas de ensino médio, professores são ameaçados por alunos monitorados por traficantes de drogas. Com o aumento do desemprego gerado pela crise econômica, a violência urbana está presente durante o dia e a noite em todos os locais.

3. O serviço de limpeza urbana do Distrito Federal não consegue evitar o despejo de lixo nas ruas e nas calçadas das cidades. A cidade de Itapoã, um lixão a céu aberto, estava ficando limpa, mas a equipe de limpeza parou com seu serviço e deixou de novo à vontade os porcalhões.

4. O Detran tem faturado muito cobrando multas, mas falha na prestação de  serviços à população e  continua incapaz de colocar guardas de trânsito, com missão preventiva e educativa, em certos gargalos da cidade, como, por exemplo, no Lago Sul com destino ao Aeroporto,  na própria Saída Sul e no Eixo Monumental, nos horários de pico. Quero ver guardas com apito na boca suprindo a falha dos sinais.

5. O abandono físico e funcional a que foi relegado o Teatro Nacional de Brasília, um dos projetos monumentais de Oscar Niemeyer, é de entristecer qualquer cidadão civilizado. Reflete a indigência cultural dos dirigentes e das elites  nacionais.

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