segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Brasil investe em submarinos, as armas mais letais




A história mundial dos submarinos, verdadeiros “leopardos do mar”, está para ser escrita em toda sua profundidade, uma vez que estas unidades navais devem continuar como as mais eficazes e temíveis em futuro previsível, a um só tempo elemento de dissuasão e agente defensivo por suas características ofensivas. O Brasil procura desenvolver sua tecnologia nessa área, inclusive a de submarino nuclear {S(N)}, com grande determinação, segundo pude apurar junto a grandes
estrategistas militares.

Despertou-me a atenção recente discurso proferido pelo deputado federal Francisco Rodrigues (DEM-RR), alertando para a necessidade de reforço da defesa das riquezas da plataforma continental brasileira, ”principalmente depois da descoberta de petróleo na camada pré-sal”, e sugerindo maiores investimentos na tecnologia de submarino nuclear.

Pretendo, inclusive, publicar aqui material relativo à história mundial atualmente disponível sobre submarinos, observando o alerta de Rodrigues segundo o qual mais de 90% da produção nacional de petróleo (mais de dois milhões de barris/dia) vêm do mar e 95% das exportações brasileiras são transportadas por via marítima anualmente, diante do que “a falta de proteção pode ser um convite a ações lesivas à soberania nacional”.

Coube ao Almirante Álvaro Alberto (1889-1976) o pioneirismo da criação de programa nuclear brasileiro, basicamente estruturado para desenvolvimento de pesquisas e trabalhos de criação de usina de enriquecimento de urânio, de produção de “yellow cake” e de hexafluoreto de urânio e de reatores de pesquisa.

A Marinha do Brasil, em seu Centro Tecnológico em São Paulo (inicialmente Coordenadoria de Projetos Especiais), começou a desenvolver, a partir da década de 1970, motivada e inspirada nas previsões de Álvaro Alberto e instada por estrategistas navais, o projeto de construção de um submarino nuclear, o projeto Aramar, em Iperó, SP, com dois objetivos básicos, o de domínio do ciclo do combustível nuclear e o desenvolvimento de reator para o submarino, cujo protótipo em terra tem cronograma para conclusão em 2013.

Na Segunda Guerra Mundial, as ações dos submarinos alemães e italianos foram a ameaça mais temida por Churchill. Com a convicção de que “o submarino é, hoje, e será, no futuro previsível, a mais eficaz e mais temível arma de guerra”, segundo importantes estrategistas brasileiros, o Brasil não só adquiriu submarinos como optou, nos últimos anos, por acordos de transferência de tecnologia para projeto e construção de submarinos.

Quatro foram construídos no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, com participação de centros de pesquisa, faculdades e indústrias nacionais, destaque para o último deles, o Tikuna, que recebeu significativas alterações no projeto realizadas por engenheiros navais brasileiros, demonstração e prova da capacitação tecnológica alcançada pelos técnicos brasileiros.

Mais recentemente, o governo brasileiro firmou acordo com Departamento de construção naval francês para construir um estaleiro de construção naval especializado e quatro submarinos, com transferência de conhecimentos tecnológicos atuais, porém segundo cláusulas restritivas contratuais.

Em 1912, o Brasil encomendou à Itália os seus primeiros submarinos: F-1, F-3 e F-5,construídos em La Spezia, no estaleiro Fiat-San Giorgio, sob a fiscalização do Comandante Felinto Perry. Hoje eles servem de base da ponte que comunica a Escola Naval, na Ilha de Villegagnon, ao continente, no Rio de Janeiro.

A esses submarinos da classe F seguiram-se,em 1929, o submarino-de-esquadra Humaytá, e, em 1937,os submarinos Tupi, Tamoio e Timbira, todos de construção italiana. Os submarinos T atuaram durante a Segunda Guerra Mundial, no Atlântico Sul, em missões de adestramento de operações antissubmarino.

Em 1955, 1961 e 1962 a Marinha brasileira adquiriu quatro submarinos “fleet type” aos Estados Unidos, “Humaitá”, ”Riachuelo”, ”Rio Grande do Sul” e “Bahia”, que trouxeram a evolução do conhecimento tecnológico e tático para o país. Em suas modernizações posteriores, no Arsenal da Marinha, do Rio, contribuíram para a engenharia naval e a formação de submarinistas.

Mais sete submarinos do tipo “Guppy” foram adquiridos, posteriormente (“Guanabara”, ”Rio Grande do Sul”, ”Bahia”, ”Rio de Janeiro”, “Ceará” ”Goiás” e “Amazonas”). Depois, foram incorporados submarinos de fabricação inglesa (“Humaitá”, ”Tonelero” e “Riachuelo”). De 1989 a 2005, a Marinha partiu para a construção da linha IKL nos estaleiros alemães, com transferência de tecnologia de projeto e construção.O primeiro é o “Tupi”, seguido pelos submarinos, construídos no Arsenal da Marinha, “Tamoio”,”Timbira”, “Tapajó” e “Tikuna”.

O submarino “Guppy II” “Bahia” se destaca por ter sido o último da classe a ser operado pelas Marinhas, tendo sido distinguido por vários anos como o mais eficiente da Força de Submarinos da Marinha do Brasil. Foi construído em Portsmouh Naval Shipyard, New Hampshire (USA) e incorporado à força naval norte-americana em 11 de junho de 1945, com a denominação de “USS SEA LEOPARD (SS 483)”. Foi transferido para o Brasil em 27 de março de 1973 e prestou serviços até 14 de julho de 1993, alcançando a vida total de 48 anos.

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