sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Política do Vaticano faz mais um cardeal de Brasília -Dom Aviz

É grande o prestígio da Arquidiocese de Brasília junto ao Vaticano, na composição do colégio cardinalício em Roma. No dia 18 de fevereiro, será a vez do catarinense de Mafra, Dom João Braz de Aviz, 64 anos, receber o barrete das mãos do Papa Bento XVI, seguindo a mesma trilha de ascensão ao principado católico dos seus antecessores, cardeais Dom José Freire Falcão e Dom Raymundo Damasceno. 

Dom Aviz foi Arcebispo da Arquidiocese de Brasília (2004-2011) e organizador do XVI Congresso Eucarístico Nacional, em 2010, ano do cinqüentenário de fundação da cidade. Exerceu importantes funções na CNBB e foi nomeado, em 2011, Prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, no Vaticano.

Agora serão dez os cardeais brasileiros em Roma, seis dos quais em condições de votar na escolha do Papa, sendo que quatro, por razões de idade, estão impossibilitados. No total, vinte brasileiros já foram elevados a cardeal,desde 1905.

O sucessor de Dom Aviz em Brasília é o paulista de Matão, filósofo e teólogo, Arcebispo Dom Sérgio da Rocha, atual presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Doutrina da Fé, da CNBB, com mandato até 2015. Foi Bispo Auxiliar  de Fortaleza (2001-2007) e Arcebispo Coadjutor de Teresina(2007-2011), tendo exercido importantes funções na CNBB.

Não posso deixar de registrar essa força de Brasília como capital do País e locus das decisões políticas nacionais, onde se situam as sedes da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB- e da Nunciatura Apostólica (representação do Vaticano), além de sede das embaixadas estrangeiras acreditadas junto ao Governo brasileiro.

Conheci, pessoalmente, e tive a oportunidade de acompanhar de perto, trocando idéias, como jornalista e confidente, o trabalho de três pioneiros da Igreja Católica naquela Arquidiocese: Arcebispos Dom José Newton de Almeida Baptista, Geraldo Ávila e Raymundo Damasceno.

Quando inaugurou Brasília, o presidente Juscelino Kubitscheck fez questão de contar com o fluminense de Niterói, Dom José Newton, então Arcebispo de Diamantina (1954-1960), para exercer o seu trabalho pastoral na nova capital, onde permaneceu durante 24 anos, ali encerrando sua carreira, como titular da Arquidiocese e Arcebispo do Ordinariado Militar do Brasil (1963-1990).

O principal auxiliar de Dom Newton, o então Monsenhor Geraldo Ávila, mineiro de Datas, foi nomeado, pelo Papa Paulo VI, Bispo - Auxiliar de Brasília (1977-1990), sucedendo-o no Ordinariado Militar do Brasil (1990-1998).

Dom Raymundo Damasceno, mineiro de Mariana, filósofo e comunicólogo, foi Chanceler da Arquidiocese de Brasília (1968-1979); Bispo Auxiliar e Vigário-Geral da Arquidiocese de Brasília (1986-2003); Reitor do Seminário Maior de Brasília e Secretário-Geral da CNBB (1995-2003), vindo a exercer vários cargos de relevo no Brasil e no exterior, entre os quais o de Presidente do Conselho Episcopal Latino-Americano - CELAM-(2007-2011) e Arcebispo de Aparecida (2010),quando organizou a recepção ao Papa Bento XVI no Brasil, vindo a receber do mesmo o barrete cardinalício (2010). Foi eleito Presidente da CNBB (2011-2015). Dom Damasceno, pela sua capacidade invulgar, também atuou como padre sinodal em assembléias na África, América do Sul e Oriente Médio.

Por sua vez, o Núncio Apostólico em Brasília (2002-2011), o italiano de Barga, arcebispo Dom Lorenzo Baldissieri, acaba de ser nomeado pelo Papa Bento XVI para o cargo de Secretário para a Congregação dos Bispos, órgão que revisa e recomenda ao Papa a nomeação de prelados em todo o mundo.

Detentor da maior população católica do mundo, o Brasil confirma mais uma vez a sua condição de país estratégico para os novos rumos que o Papa Bento XVI, profundo conhecedor dos meandros do poder mundial, vem imprimindo à Igreja, em meio à crise econômico-financeira européia e dos Estados Unidos e aos iminentes conflitos em várias regiões do globo.

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