Há certo consenso entre jornalistas, analistas e cientistas
políticos no sentido de considerar que faltam nomes de envergadura para a
política que se faz hoje no Brasil, considerando-se que a massificação política
reduz o espaço para o surgimento de quadros mais qualificados.
Não concordo com essa visão e lembro que Ulysses Guimarães dizia,
sempre que se iniciava uma legislatura com nomes recém-eleitos, que “essa é a
melhor composição da Câmara que já tivemos”, insinuando que a tendência é
piorar.
Já escrevi artigo, publicado aqui, em que cito 12 nomes que
considero geniais como políticos, pela sua capacidade de sobrevivência, pela
experiência e pela capacidade de articulação, independentemente de questões
éticas e morais, porque a ética da política é a de resultados, e não a pessoal.
Minha lista de geniais da atualidade política brasileira continua a mesma do ano passado: José
Sarney, Lula, Marco Maciel, Paulo Maluf, Fernando Collor, Joaquim Roriz, Iris Rezende,
Francisco Dornelles, César Maia, Michel Temer, Inocêncio de Oliveira e José
Dirceu.
Sarney preside o Congresso Nacional; Lula, mesmo doente,
continua mandando no PT e influenciando o governo Dilma; Marco Maciel, não
reeleito para o Senado, dá consultoria a empresários em São Paulo; o
ex-presidente Fernando Collor, agora senador, discretamente, preside a Comissão
de Relações Exteriores e Defesa Nacional e tem poder sobre o Programa de
Aceleração do Crescimento -PAC-; Paulo
Maluf, deputado federal, continua sendo ícone político em São Paulo; Joaquim
Roriz se recolheu ao ostracismo, mas conhece como ninguém o mapa do poder no Distrito Federal; idem em relação a Iris
Rezende, em Goiás; Francisco Dornelles, senador pelo Rio de Janeiro, controla o
Partido Progressista, mas continua sendo o maior articulador político do Congresso Nacional; o
ex-governador César Maia , sem mandato atualmente, continua atuante com seu
gênio de analista e articulador; o deputado Michel Temer, vice-presidente da República, é pedra angular da atual coalizão partidária
de governo; o deputado Inocêncio de Oliveira intacto e cada vez mais atuante
como terceiro-secretário e representante
dos deputados junto à Mesa da Câmara dos Deputados; e José Dirceu continua transitando com desenvoltura nos meandros do poder.
Muita gente discorda dessa lista, e sugere que se
acrescentem nomes como Ciro Gomes, Aécio Neves, Geraldo Alckmin, Renan
Calheiros, Mauro Benevides, Fernando Henrique Cardoso, Cássio Cunha Lima, Antonio
Requião, Miro Teixeira, Henrique Eduardo Alves, Edison Lobão, etc. Talvez um
desses venha a entrar na minha lista, quando alguém abrir vaga falecendo, como
foi o caso do ex-presidente Itamar Franco, que constava da minha primeira
relação. E pode ser que um novo político, com feito extraordinário, também se
transforme em “listável”.
Considero que o gênio político só desaparece depois de
morto, independentemente de ficar sem mandato ou cair no ostracismo, porque a
renovação política é um processo lento, ainda mais num país conservador e
oligarca como o Brasil.Há outros nomes,potencialmente promissores, que começam
a despontar na política nacional, atuando nos partidos de quadros e nos de
massa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário