segunda-feira, 16 de abril de 2012

Lenta renovação da lista de gênios políticos


Há certo consenso entre jornalistas, analistas e cientistas políticos no sentido de considerar que faltam nomes de envergadura para a política que se faz hoje no Brasil, considerando-se que a massificação política reduz o espaço para o surgimento de quadros mais qualificados.

Não concordo com essa visão e lembro que Ulysses Guimarães dizia, sempre que se iniciava uma legislatura com nomes recém-eleitos, que “essa é a melhor composição da Câmara que já tivemos”, insinuando que a tendência é piorar.

Já escrevi artigo, publicado aqui, em que cito 12 nomes que considero geniais como políticos, pela sua capacidade de sobrevivência, pela experiência e pela capacidade de articulação, independentemente de questões éticas e morais, porque a ética da política é a de resultados, e não a pessoal.

Minha lista de geniais da atualidade política brasileira continua a mesma do ano passado: José Sarney, Lula, Marco Maciel, Paulo Maluf, Fernando Collor, Joaquim Roriz, Iris Rezende, Francisco Dornelles, César Maia, Michel Temer, Inocêncio de Oliveira e José Dirceu.

Sarney preside o Congresso Nacional; Lula, mesmo doente, continua mandando no PT e influenciando o governo Dilma; Marco Maciel, não reeleito para o Senado, dá consultoria a empresários em São Paulo; o ex-presidente Fernando Collor, agora senador, discretamente, preside a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional e tem poder sobre o Programa de Aceleração do Crescimento  -PAC-; Paulo Maluf, deputado federal, continua sendo ícone político em São Paulo; Joaquim Roriz se recolheu ao ostracismo, mas conhece como ninguém o mapa do poder  no Distrito Federal; idem em relação a Iris Rezende, em Goiás; Francisco Dornelles, senador pelo Rio de Janeiro, controla o Partido Progressista, mas continua sendo o maior articulador  político do Congresso Nacional; o ex-governador César Maia , sem mandato atualmente, continua atuante com seu gênio de analista e articulador; o deputado  Michel Temer, vice-presidente da República,  é pedra angular da atual coalizão partidária de governo; o deputado Inocêncio de Oliveira intacto e cada vez mais atuante como  terceiro-secretário e representante dos deputados junto à Mesa da Câmara dos Deputados; e José Dirceu continua transitando com desenvoltura nos meandros do poder.

Muita gente discorda dessa lista, e sugere que se acrescentem nomes como Ciro Gomes, Aécio Neves, Geraldo Alckmin, Renan Calheiros, Mauro Benevides, Fernando Henrique Cardoso, Cássio Cunha Lima, Antonio Requião, Miro Teixeira, Henrique Eduardo Alves, Edison Lobão, etc. Talvez um desses venha a entrar na minha lista, quando alguém abrir vaga falecendo, como foi o caso do ex-presidente Itamar Franco, que constava da minha primeira relação. E pode ser que um novo político, com feito extraordinário, também se transforme em “listável”.

Considero que o gênio político só desaparece depois de morto, independentemente de ficar sem mandato ou cair no ostracismo, porque a renovação política é um processo lento, ainda mais num país conservador e oligarca como o Brasil.Há outros nomes,potencialmente promissores, que começam a despontar na política nacional, atuando nos partidos de quadros e nos de massa.

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