sábado, 29 de junho de 2013

Obcecados pelo plebiscito distorcem pesquisas e fatos


 
Marqueteiros e órgãos da imprensa e publicidade estão obcecados pelas verbas de realização de um plebiscito, que custaria ao país  algo em torno de 500 milhões de reais, e isto os leva até mesmo a desvirtuar pesquisas e fatos.A “Folha de São Paulo” publica que 68% da população aprova o plebiscito, mas sua matéria mostra que as perguntas feitas aos entrevistados eram as seguintes:

 -A Presidente agiu bem ao propor um plebiscito para decidir a criação de uma assembleia nacional constituinte?

 -Você é a favor da criação de uma constituinte para elaborar uma reforma política?

Duas questões falsas, como se pode perceber, foram colocadas ao povo. Basta que se retire o ponto de interrogação de ambas, e elas se convertem em afirmativas. Então não são questões verdadeiras... Elaborar questões plebiscitárias é técnica refinada fora do alcance de marqueteiros... Em segundo lugar, o que se fala em propor em plebiscito é a reforma política, e não a criação de uma constituinte para elaborar uma reforma política, ideia já descartada pelo Planalto.

O ministro Marco Aurélio de Mello, do Supremo Tribunal Federal, disse tudo que deveria ser dito pela  autoridade judiciária a respeito dessa ideia estapafúrdia de se fazer reforma política via plebiscito, como quer o Governo, ou referendo, como quer a Oposição.

Em lúcida e oportuna entrevista concedida ao “Blog do Josias”, o ministro afirmou que a reforma política é assunto técnico demais para ser fazer por plebiscito, que essa consulta seria cara demais  e descartou qualquer possibilidade de aplicação de mudanças para as eleições de 2014, “a menos que queiram fazer uma revolução rasgando a Constituição.”

Outra pesquisa da Datafolha, divulgada hoje, revela que a popularidade de Dilma caiu de 57% para 30%, desde o início das manifestações de ruas. Creio que cairá mais ainda, pelo mecanismo que induz ao voto útil, se houver o plebiscito e o povo pedir o fim da reelegibilidade para cargos executivos, como querem as lideranças petistas, pensando na volta de Lula em 2014.
 

O Código Eleitoral brasileiro é um rico manancial de idéias, práticas e jurisprudência, que ultrapassa em conteúdo códigos de muitas nações desenvolvidas, que não tiveram agregada ao mesmo instituto a efervescência das instabilidades políticas e das transformações sociais dos trópicos. Nunca me esqueço das palavras de um cientista político alemão, Diet Nolan, que conheci fazendo suas pesquisas no Brasil: "O subsistema eleitoral-partidário nunca está além ou aquém da sociedade a que se aplica, sendo, sempre, produto dela."

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Fim da reelegibilidade favorece Lula e FHC


O fim da reelegibilidade para cargos executivos deve ser um dos temas a constarem da relação de perguntas do plebiscito que o governo deseja realizar sobre a reforma política, e já é de se esperar que o povo pedirá nova redação ao art.14  § 5º da Constituição, no sentido de que seja vedada a reeleição do Presidente da República, dos governadores estaduais e do Distrito Federal e dos prefeitos.
A reelegibilidade, para um período subsequente de mandato, foi estabelecida pela emenda constitucional nº 16, de 4 de junho de 1997, para permitir a reeleição do Presidente Fernando Henrique Cardoso, que, naquela ocasião, promovia amplo programa de privatização da economia e a “revolução silenciosa” de transferência de 42 bilhões de reais para o setor financeiro, além de cruel supressão de conquistas sociais dos trabalhadores(leia-se José Luiz Fiori –“A revolução silenciosa”, Revista Carta Capital, 20/08/97).

Mas, a quem interessa o fim da reelegibilidade para cargos executivos? Aparentemente, tanto ao Partido dos Trabalhadores–PT-, do ex-presidente Lula, quanto ao Partido da Social Democracia Brasileira - PSDB-, do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, só que divergem quanto ao método. O PT quer usar a via do plebiscito para a reforma política, e o PSDB a via do referendo.
As duas são vias golpistas e contribuem para a redução do mandato da Presidente Dilma Rousseff, que ficaria alijada da disputa presidencial de 2014, pois a direção do PT quer o fim da reelegibilidade aplicável imediatamente, nem que, para isto, tenha que induzir a Justiça Eleitoral a todas as contorções possíveis.
Tanto açodamento petista, curiosamente, com apoio da Presidente Dilma, tem nome: 0 ex-presidente José Ignácio Lula da Silva, 68 anos de idade, que seria o candidato natural do partido em 2014. Da parte do PSDB, há discrição quanto a possível volta de Fernando Henrique Cardoso, que, aos 82 anos, acaba de ser eleito para a Academia Brasileira de Letras.
Seria interessante um embate entre os dois ex-presidentes, embora Lula tenha se desgastado muito como líder político, por conta do “Mensalão” e até mesmo por razões de saúde, e FHC esteja em idade avançada. Mas, isto não é importante, quando se observam estadistas famosos, que tiveram influência mesmo em idade avançada: de Gaulle (79 anos), Churchill (90), Kim il-Sung (82),Pinochet (90), Geisel(88),Thomas Jefferson(83),Ben Gurion(87),Golda Meir(80),Garrastazu Médici(79),Itamar Franco(81), Krushev (77),Truman(88),Reagan (93), George Bush(89) Konrad Adenauer(91), Fidel Castro(87), e o próprio José Sarney (83).
O político, ao longo de sua carreira e em vida, mantém seu prestígio como patrimônio, e esse só desaparece com o seu  falecimento, assim mesmo permanecendo sua áurea. Há casos, evidentemente, de perda de prestígio em vida, como Idi Amin Dada, Sadam Hussein, Richard Nixon, Ceasescu, etc. Em resumo, se quiser, FHC poderá concorrer a outro mandato, pois a sua idade não seria fator impeditivo.
Mas, o que a Presidente Dilma Rousseff lucraria ficando fora da disputa presidencial? E o PMDB do vice-presidente Michel Temer e dos presidentes da Câmara dos Deputados, Henrique Alves, e do Senado Federal, Renan Calheiros? Dependendo do resultado do plebiscito e da revolução que as esquerdas (incluso o PSDB) querem, todos teriam sua recompensa, de uma forma ou de outra...
 
 
 
 
 
 

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Plebiscito faz revolução, não reforma


Presumo que os ministros da Justiça, Eduardo Cardozo, e da Educação, Aloízio Mercadante, são profundos conhecedores do subsistema eleitoral-partidário e dos institutos do plebiscito e do referendo, tal o empenho com que eles se dedicam a convencer políticos, a mídia e a opinião pública de que a reforma política deve ser feita pela via plebiscitária.
Mais comedido e realista, o líder do governo na Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), manifestou dúvidas e preocupações sobre a realização de um plebiscito para a reforma política, proposta pela Presidente Dilma Rousseff.

Chinaglia, que já foi presidente da Câmara dos Deputados e conhece muito bem os meandros parlamentares, lembrou que a reforma política vem sendo debatida, há décadas, por parlamentares experientes, e nunca se chegou a um acordo. Um plebiscito, segundo aduziu, em entrevista à imprensa, demandaria tempo maior para ser feito, num prazo difícil de se prever.
Antes de avançar no assunto, quero manifestar meu espanto diante do fato de os parlamentares da Oposição - Partido da Social-Democracia Brasileira -PSDB-, Democratas -DEM - e Partido Popular Socialista -PPS- admitirem que se possa fazer reforma política via referendo.  Vejo que também a oposição atira à esmo nesse tema  dos mecanismos da democracia direta, ao qual nem os políticos, nem as massas e nem as elites estão acostumados, para desespero de uma das maiores entusiastas desse regime, a ex-prefeita de São Paulo, deputada Luiz Erundina , do Partido Socialista Brasileiro -PSB- de São Paulo.
 
Tive a oportunidade de acompanhar de perto o trabalho de eminentes juristas e parlamentares, empenhados no aprimoramento do Código Eleitoral, entre os quais Michel Temer, atual vice-presidente da República; deputado Bonifácio de Andrada, descendente do Patriarca da Independência, José Bonifácio de Andrada e Silva; Ibrahim-Abi-Ackel, ex-ministro da Justiça; ex-ministro Bernardo Cabral; ex-ministro Nelson Jobim; ex-senador  Afonso Arinos de Mello Franco, já falecido; o ex-ministro Oscar Dias Corrêia; o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, ex-ministro da Justiça e ex-Presidente da Câmara dos Deputados, Célio Borja; ex-ministro Josaphat Marinho, ex-ministro e senador Paulo Brossard; ex-ministro Maurício Corrêa; ex-deputado Laerte Vieira,etc..., todos cabeças luminares e  nomes certos de qualquer lista de notáveis do Direito Eleitoral.
Serão oito questões a serem formuladas pelo governo, numa consulta plebiscitária, que definirão os rumos da representação política no Brasil, ao arrepio do Código Eleitoral e de toda uma deontologia do subsistema eleitoral e partidário?

Plebiscito não é enquete, que se faz hoje com regularidade sobre muitos temas, de forma interativa, pela internet. Plebiscito exige formulações de questões, um processo que é extremamente complexo na ciência e que atormenta os candidatos aos cursos de pós-graduação, em sua maioria incapazes de atender com rigor os pressupostos de uma formulação rigorosamente correta (e não são poucos os professores que escorregam no mesmo desafio). Einstein dizia que uma questão bem formulada já traz em si a resposta...
Certamente, a presidente Dilma e seus ministros entusiastas do plebiscito devem ter especialistas em marketing político dispostos a empreender essa aventura bisonha de elaborar oito questões para “matar” o problema da reforma política, com base no feedback do povo...
Naturalmente, todos os líderes dos partidos aliados no Congresso Nacional apoiam esse plebiscito, como garante Mercadante, porque estão inteiramente a par da matéria e saberão conduzir os debates e as votações com a eficácia que o Planalto deseja...
Reforma política não é financiamento de campanha e modalidade de voto (distrital misto e proporcional). Reforma política não é o subsistema eleitoral-partidário... Reforma política é a reforma geral do sistema político, com base nas instituições políticas, nos órgãos institucionais, nos atores políticos  e nas interações entre todas as unidades desse sistema... Eu diria que é uma tarefa-sem-fim, porque, se fosse viável, a curto ou médio prazo, não seria reforma, mas, sim, revolução.
A intencionalidade do Palácio do Planalto tem o sentido de uma revolução, e não de uma reforma política, que esta requer muito tempo, pois “o tempo não perdoa o que se faz sem ele” (uma frase que Ulysses Guimarães apreciava muito). O risco é elevadíssimo para a Presidente Dilma tentar essa manobra via plebiscito. Quanto aos apologistas desse plano, não têm muito a perder, conforme o raciocínio de todos os pescadores de águas turvas...

Na política, o problema não é o ato em si, mas os seus desdobramentos. Plebiscito e referendo são mecanismos magníficos, mas não para uma reforma política, que necessita de muita reflexão, observação da cultura política, análise estrutural e das conjunturas interna e externa, tempo de maturação...
O Brasil seria o primeiro país constitucionalista da atualidade a revogar a representação política, eliminando os partidos políticos e o direito de o cidadão votar e ser votado, e materializando a utópica visão de Rousseau, na qual não há intermediário entre governante e governados, na democracia direta. Democracia participativa o Brasil já tem, mesmo sendo pouco exercitada, conforme a Constituição estabelece sobre o poder popular  de iniciativa das leis.
Ou o País está diante de uma manobra diversionista, para amenizar o furor das ruas, ou o Planalto e as lideranças no Congresso estão sendo manipulados por fabricantes de utopias, com prejuízo para as reais conquistas políticas, sociais e econômicas até aqui obtidas pela nação. Há ainda uma terceira possibilidade de especulação: Um caso de espionagem política: O Governo detectou esse projeto de plebiscito como arma secreta de algum partido oposicionista (quem sabe o de Eduardo Campos ou de Aécio Neves) e está tentando se apropriar da ideia, como Fernando Collor fez se apropriando de ideias do  PT de Lula. Está comendo gato por lebre....

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Democracia Em Tempo Real


 Félix Feichas Cabral (Engenheiro e Consultor em Telecomunicações)

Não sei aonde as revoltas contra Ahmadinejad, depois as “primaveras árabes”, e agora o Brasil, vão conduzir. Mas uma coisa é certa. A democracia “off-line” está ruindo e as instituições precisam aperfeiçoar o que estou chamando de “Democracia em Tempo Real”.

O Brasil tem mais linhas celulares que habitantes. Segundo o Ibope Media, em dezembro de 2012, éramos 95 milhões de Internautas, quase metade da população. Não vou ser um romântico ao supor que um sertanejo de Riachão (MA) esteja conectado, mas estamos caminhando rapidamente para que isso aconteça em alguns anos.

E quem está pensando nas instituições nessa situação? Quem está discutindo instituições na Democracia em Tempo Real?

Por um lado, a tecnologia permite o sonho dourado da demoscopia: Obter em tempo real uma amostra significativa e qualificada do universo amostral, rastreando tendências e mapeando o pensamento da população. Para quê a burocracia das cabines eleitorais, se as pessoas se manifestam plebiscitariamente nos Facebook e outras redes sociais.
 
Por outro lado, a enxurrada de dados não nos dá tempo para extrair informação útil. A grande parte das opiniões desse mundo em tempo real são frágeis, rasas e pueris. Pessoas que escrevem “isso aê manu, tô c/ vc tb” falam mal do Feliciano sem nem saber o que ele propõe.

Posicionam-se contra a Proposta de Emenda Constitucional 37 por perceberem que os que querem controlar o Ministério Público têm ligações com a turma do “Mensalão”, mas são incapazes de citar o nome do autor da PEC.

Sugiro que o recurso de tempo real (Teleinformática) seja seriamente pensado como futuro substituto das eleições formais (com cabines eleitorais). Que o processo plebiscitário seja uma rotina, na qual dezenas de propostas serão votadas diariamente por eleitores devidamente qualificados e registrados.
 
Que as grandes emendas sejam debatidas em todas as mídias, em especial a eletrônica. O legislativo será futuramente um órgão sistematizador e foro de debates, mas o poder de aprovação será exercido de forma direta pelos cidadãos online.
Naturalmente, esse processo será conduzido por etapas. Será necessário um cadastramento dos eleitores através de um recurso eletrônico de segurança (“Tokens eleitorais” como os dos bancos?).

Será necessário assegurar que todo e qualquer brasileiro tenha um acesso à Internet a menos de x quilômetros de sua casa.

Será necessário que, antes de votar, todo eleitor tome ciência prévia dos elementos fundamentais da matéria em questão (como hoje o internauta clica em “aceito e concordo” quando contrata um serviço ou acessa um site restrito).

Será necessário classificar temas de votação acessíveis ao voto eletrônico (consultivos), e temas que precisarão de um debate de X meses, antes de submetido ao voto (reforma eleitoral, por exemplo).
O momento dessas manifestações é ideal para  se pensar o Brasil como estadistas, e não como políticos, que estão pensando em sua própria sobrevivência.
 
 

Reforma política via plebiscito é golpismo


Num plebiscito, fundamental é a questão a ser formulada. Quais são as questões a serem formuladas, nesse plebiscito que a Presidente Dilma Rousseff está propondo sobre reforma política, com a premência que apenas certos temores ou intenções justificam, diante de movimentos bruscos das massas?

Realizar um plebiscito, com a pressa que vem sendo aplicada pela Presidente e o açodamento de alguns líderes políticos e do Poder Judiciário, como resposta às necessidades de uma reforma política reclamada pelo povo nas ruas, é um risco político-institucional que pode resultar  em mudança do atual regime, constitucionalmente democrático.

Esse repúdio aos partidos políticos, que são os detentores dos direitos de cada cidadão votar e ser votado, como acontece em qualquer sistema representativo, vem sendo orquestrado em todas as manifestações de ruas, como se o subsistema eleitoral-partidário brasileiro, instituição que vem evoluindo desde o Império, fosse responsável por todas as mazelas do sistema político.

Creio que, por casualidade, o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa, um democrata, ao criticar recentemente os partidos políticos, tenha  fornecido o mote para que arquitetos da sociedade fechada dêem asas à sua imaginação no ritmo das manifestações.

Sim, o Brasil tem um sistema político, e todas as propostas isoladas ou conjuntas apresentadas até hoje no Congresso Nacional não passam de arremedos, porque o sistema não se restringe ao subsistema eleitoral-partidário. Compreende, ainda, a forma de estado, a forma de governo , o sistema e o regime de governo, a forma representativa, etc.

Querem encontrar no sistema representativo um bode expiatório  para os desvios éticos e morais do país, sem ao menos esmiuçarem em leitura o Código Eleitoral em vigor, que  é produto  da evolução  política, social e econômica  do Brasil, sob pretextos ainda pouco explícitos, além daquele bem visível, que é a perpetuação no poder a qualquer custo.

A Presidente Dilma convoca líderes sindicalistas e outras forças militantes do Partido dos Trabalhadores para uma cruzada em prol de um plebiscito, sem maiores esclarecimentos à nação e aos seus representantes no Congresso dos objetivos ou das questões que serão elaboradas. Está pedindo um cheque em branco para que seu governo mude o que quiser, até mesmo o regime de governo atual, que, constitucionalmente, é democrático.

Poderia  a Presidente e seus assessores  incluírem entre as perguntas se os brasileiros concordam  com o emprego de medidas provisórias como instrumentos de governabilidade. Essas medidas provisórias transformaram o Poder Executivo no principal legislador, em detrimento das prerrogativas do Congresso Nacional, sempre a reboque.

O plebiscito, mecanismo da democracia direta ou participativa (juntamente com o referendo, o recall, o voto destituinte e a iniciativa popular), é sempre visto pelos governantes em geral com desconfiança, porque pode servir de reprovação ao governo, dependendo da consulta feita.

Muitos liberais temem que o plebiscito seja manipulado pelo governo e resulte na falsa aprovação popular a medidas antidemocráticas e muitas vezes contrárias aos próprios anseios, interesses, ideias e reivindicações da sociedade.

Pelo seu caráter de anterioridade, o plebiscito difere do referendo, cujo caráter é de posterioridade, ou seja, o povo diz se aprova ou rejeita determinada medida adotada pelo governo. O plebiscito orienta a medida que o governo deve tomar.  Eis porque a questão a ser formulada num plebiscito tem de ser muito clara, para que não dê margem a interpretações dúbias, tanto sobre o que se indaga quanto sobre o que se responde.

No Brasil, o plebiscito foi adotado duas vezes: Em 1963, sobre a manutenção do Parlamentarismo, durante o governo João Goulart, com o povo opinando pela volta ao Presidencialismo, e em 21 de abril de 1993, em cumprimento a disposição transitória da Constituição de 1988, que previa a consulta popular sobre a forma e o sistema de governo do Brasil, permanecendo a forma republicana presidencialista.

Referendos foram realizados em 23 de outubro de  2005, sobre a proibição de comercialização de armas-de-fogo, com o povo manifestando-se contrário a essa medida; em 31 de outubro de 2010, no Estado do Acre, quando os acreanos decidiram optar pela adoção do horário antigo, duas horas a menos em relação ao horário de Brasília; e em 11 de dezembro de 2011, no Estado do Pará, cujo povo recusou a divisão dessa unidade federativa em três.

Voltarei a esse tema, oportunamente, depois que o Governo definir quais serão as oito perguntas a constarem desse plebiscito. Em princípio, reforma política via plebiscito ou referendo é puro golpismo.

 

terça-feira, 25 de junho de 2013

Pílulas do Vicente Limongi Netto


Brasil x Espanha

Sobre o Brasil x Espanha, liguei para quem sabe e jogou muito: O cracaço Gerson. O canhotinha de ouro é da opinião que temos time, neste momento, aproveitando a euforia e a torcida, além de certo entrosamento, para vencer os atuais campeões do mundo.

Mas Gerson sabe que a Espanha tem passe melhor do que o Brasil. E, assim, quem tem mais a bola, tem mais chances de vencer. Outra preocupação do cerebral Gerson, que deixou de jogar há 40 anos e a seleção ainda não encontrou um substituto á altura dele,  no meio-de-campo, são os nossos bons laterais. Apoiam com eficiência, mas costumam demorar a voltar. Ou seja, os espanhóis conhecem bem Marcelo e Daniel Alves. Vão explorar bastante as subidas deles.

Gerson quer Hernandez junto com Paulinho. Neymar precisa deixar de ir muito para o meio-de-campo. é jogador perigoso perto da área adversária. Alguém precisa saber jogar e se aproximar mais dele. A meu ver, o parceiro ideal para jogar perto de Neymar é Ganso. Mas aí é outra história.

Gerson acha que o Brasil precisa chutar mais a gol. Inclusive Hulk, que tem chute forte. Por fim, Gerson reitera: Ganha o jogo quem errar menos passes. Sobretudo no meio-de-campo. Porque o contra-ataque deles é muito forte.

Hora de um basta

Basta. Encheu. Cansou. Não tem perdão. Hora de colocar nas ruas as Forças Armadas para conter, de vez, a ousadia e a crescente irresponsabilidade dos malfeitores. Cadeia neles. As autoridades precisam saber se impor.

Agredindo e provocando policiais e destruindo o patrimônio público e privado, a gangue de marginais fantasiados de estudantes afronta as instituições e envergonha o Brasil aos olhos do mundo. A situação tornou-se insuportável, temerária e perigosa. É preciso agir rápido e com rigor. As manifestações estão sendo contaminadas pela ação covarde dos arruaceiros e vândalos.
 
Os governantes precisam  transmitir confiança à população. À esta altura perplexa e preocupada com a sanha dos patifes, que insistem em transformar o país numa imensa praça de guerra.

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Sem berço esplêndido
 
A alma, a energia, o coração, a certeza, e as esperanças das manifestações indicam que o belo Hino Nacional brasileiro precisará alterar alguns de seus  versos.

Sem cubanização

A meu ver, foi sincera, clara, firme e oportuna a fala de Dilma na televisão. Dirigiu-se ao povo de alma e coração abertos. Ninguém, em sã consciência, deseja ver o Brasil entregue aos facínoras, marginais, vândalos e irresponsáveis que insistem em contaminar o verdadeiro sentimento e objetivo das justas manifestações.

Dilma exortou o diálogo com todos os segmentos da sociedade. Anunciou novas medidas que beneficiarão a coletividade, em especial, mais recursos para a educação e para a segurança. Sem paz o Brasil não vai crescer. As badernas nas ruas somente alegram os maus brasileiros, a velha corja adepta do quanto pior, melhor. Podem tirar o cavalo e o jumento da chuva. O Brasil jamais será cubanizado...

Homem ou rato?

Discordo da "Folha" mostrando, com foto, na primeira página, "homem festeja depredação...".  A meu ver, quem destrói patrimônio público e privado, não pode ser chamado de homem, mas, sim, de rato e covardão.

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Tiro no pé
Politico que não ficar com Dilma ,nesta quadra confusa e tumultuada brasileira, estará dando tiro no próprio pé. Perderá o avião da História. Não é hora de torcer por desacordos, futricas ou acusações.

Aquele que mostrar maturidade politica e responsabilidade, trabalhando e somando esforços para tirar lições vindas das  eloquentes manifestações populares, crescerá junto com o Brasil. Merecerá dias de orgulho. Será visto como cidadão completo, que não se omitiu nem se acovardou.

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Idosos alimentam a fogueira das ruas brasileiras


O discurso feito pela Presidente Dilma Rousseff, na semana passada, reconhecendo a energia positiva das manifestações  em quase todo o Brasil em favor de transformações sociais, éticas e morais, teve alguns toques de cinismo oficial, como a proposta de se importarem cinco mil médicos do exterior para se resolver o problema da saúde no País, e a confirmação de gastos da ordem de 31 bilhões de reais com a Copa do Mundo.
 
A Presidente falou na elaboração de um Plano de Mobilidade Urbana (algo um tanto difuso para as massas) e acenou com a possibilidade de que as Forças Armadas venham a ser empregadas para garantirem a segurança durante a realização da Copa - essa, sim, uma ameaça significativa aos que insistirem nas manifestações.
 
Senti, vendo-a discursar pela televisão, o dedo do ex-Presidente José Sarney em vários trechos do pronunciamento. Ele, e mais o vice-presidente Michel Temer e os presidentes da Câmara dos Deputados, Henrique Alves, e do Senado Federal, Renan Calheiros, estiveram reunidos com Dilma na preparação do discurso.
 
Obviamente, o ex-Presidente Lula também deu sugestões a Dilma, mas penso que os ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso  e Fernando Collor não foram consultados, pelo menos diretamente. Aliás, é sintomática a ausência dos ex-presidentes, em especial Lula, que não mostram o rosto às multidões. Assim como continuam enigmáticos os silêncios da Igreja, dos chefes militares, dos sindicatos, dos empresários, da Associação Brasileira de Imprensa -ABI-, da Ordem dos Advogados do Brasil -OAB- e dos principais chefes dos governos de países com os quais o Brasil mantem relações de amizade e cooperação.
 
A palavra do Presidente da Federação Internacional de Futebol -FIFA-, Joseph Blatter, que defendeu a Presidente Dilma Rousseff, quando foi vaiada na abertura da Copa das Confederações, em Brasília, pode resumir o pensamento de alguns governantes estrangeiros, mas não supre o silêncio de líderes como Obama, o Papa Francisco e presidentes de países vizinhos, da linha "bolivariana". No mundo atual, qualquer assunto é susceptível aos comentários internacionais. Por que não este momento brasileiro?
 
Voltando ao aspecto ameaçador do discurso de Dilma - o emprego das Forças Armadas-, fica uma indagação: Ela é o comandante-em-chefe das Forças Armadas, mas os comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica concordam?
 
É da cultura e da tradição militar brasileira não se voltar contra o Povo, e, sim, defendê-lo contra qualquer tentativa de imposição de valores contrários à civilização ocidental cristã ou desvirtuamento dos objetivos nacionais permanentes, entre os quais a democracia.
 
A preservação dos poderes constituídos, da lei e da ordem é a missão constitucional das Forças Armadas e o limite da sua obediência ao Presidente da República, não importando se o epicentro das manifestações é de esquerda ou de direita, de dentro ou de fora do País.
 
São várias as interpretações da origem das manifestações, que devem atingir seu ápice nesta semana, quando a Presidente Dilma poderá saber se as ruas confirmarão a sua expectativa de contar com as Forças Armadas mais à frente. O dado importante é se a classe média está presente majoritariamente nas massas manifestantes. Ela é a tributária principal das três forças e contra ela os chefes não se posicionam.
 
Grupos de esquerda, entre os quais os petistas ligados ao ex-ministro José Dirceu, e movimentos operantes nas redes sociais, apartidários, são apontados como articuladores e insufladores das manifestações, mas, esse é o primeiro movimento de massas significativo no Brasil pós-advento da internet, e suas ligações internacionais são evidentes.
 
A nova classe média brasileira, que inclui os ascendentes verticais  dos últimos governos, ainda está em fase de estratificação e reclama sua permanência em seu novo nicho conquistado, enquanto a "velha" classe média, composta em sua maioria pelas pessoas da maturidade, enfrenta agruras inesperadas, em especial os aposentados do serviço público e da previdência privada, cujo poder não pode e nem deve ser subestimado - como tem ocorrido desde o governo Fernando Henrique Cardoso.
 
Desprezo: Essa é a melhor palavra para definir o tratamento dado aos aposentados e pensionistas brasileiros, dentro da concepção de que tais categorias constituem um "entulho" para qualquer governo disposto a investir na juventude. Pelo que tenho observado, emais que recebo e leituras sistemáticas,os idosos vêm repondo a lenha dessa fogueira que arde nas ruas brasileiras... Na Grécia e Roma antigas, ou em qualquer país civilizado de hoje, idade é tesouro nacional...No Brasil, é estorvo.
 
 
 
 
 
 
 
 
 

A Psicologia das Multidões :Grupo de Dirceu articula manifestações


 
Gélio Fregapani(Membro da Academia Brasileira de Defesa)
 

É bonito ver uma multidão empolgada. Há uma sensação de união, da luta por um ideal, de onipotência, mas nunca se sabe o rumo que ela vai tomar.

A psicologia das multidões foi estudada por Gustave Le Bom, que nos legou preciosos conhecimentos, úteis para quem pensa que um dia poderá ter que conduzir ou controlar alguma. Ensina ele: “Uma massa é como um selvagem; não está preparada para admitir que algo possa ficar entre seu desejo e a realização deste desejo. Ela forma um único ser e fica sujeita à lei de unidade mental das massas. As personalidades individuais desaparecem e o mais eminente dos homens dificilmente supera o padrão dos indivíduos mais ordinários. Ela não pode realizar atos que demandem elevado grau de inteligência. Numa multidão ensandecida é a estupidez, não a inteligência, que é acumulada. O sentimento de responsabilidade que controla os indivíduos desaparece completamente. Todo sentimento e ato são contagiosos. O homem desce diversos degraus na escada da civilização. Isoladamente, ele pode ser um indivíduo; na massa, ele é um bárbaro, isto é, uma criatura agindo por instinto. A multidão não constrói. Só tem força para destruir”.

Quando Le Bom descreveu a multidão, a sociologia científica (não ideológica) ainda não tinha identificado o estereótipo das ações das classes sociais; considerava-se que, nas multidões, predominariam os elementos da classe dos excluídos, cuja tradicional imprevidência e irresponsabilidade os conduziriam a destruir tudo. Quando predominam indivíduos de classe média, pode haver alguma diferença no comportamento.

Apesar disto, presenciamos a baderna em vários locais do País. Quebram prédios. Prejudicam o trânsito. Atacam a Polícia para obrigá-la a revidar. Já era de se esperar que numa multidão houvesse baderneiros e ladrões, mas, quando foram presos, vários baderneiros declararam que receberam dinheiro para criar desordem. Verificou-se que alguns outros trabalhavam no próprio palácio do Governo, indicando que alguma facção governamental pode estar envolvida na criação e organização dos presentes movimentos.

Como teria começado

O primeiro a convocar uma “manifestação” teria sido o Zé Dirceu. Depois tivemos os “esculachos”, organizados pelos esquerdistas radicais, que não foram adiante por falta de apoio popular. As manifestações que estamos presenciando teriam sido montadas e organizadas nos centros acadêmicos controlados por movimentos ideológicos de extrema-esquerda, principalmente nos diretórios das Faculdades de Filosofia. Na orientação esquerdista ,certamente providenciaram para que não fosse uma manifestação totalmente pacífica.

Foi fácil sentir as digitais do grupo organizador; A especialidade número um das esquerdas radicais é incitar as massas O pretexto para as manifestações foi incoerente e inconsistente e não mobilizou as classes trabalhadoras, pois trabalhadores recebem vale-transporte, mas foi suficiente para juntar universitários indignados com a corrupção e a politicagem. Entediados com a vida fácil, mas cheios de vigor, agarraram a oportunidade de romper com a covardia oficial (do não reaja) e sair em busca de um “Santo Graal”.

A evolução


 A verdade é que nem tudo saiu como foi planejado;, a garotada de classe média conteve em parte a violência da multidão e repudiou os provocadores. O movimento tomou vulto surpreendente por causa da insatisfação geral e essa insatisfação fez com que as reivindicações fugissem do controle de seus organizadores.

Os partidos políticos têm sido rejeitados, principalmente os esquerdistas radicais, que pretendiam conduzir o movimento em favor de seus ideais, vendo aparecer  uma possibilidade de forçar a solução de alguns dos problemas nacionais.

Entretanto, os grandes problemas nacionais só foram citados de forma difusa, até por ignorância dos manifestantes e certamente não serão tratados prioritariamente; fala-se muito contra a corrupção, mas sem objetividade. Quase não se toca na perigosa questão indígena e ás vezes defende-se romanticamente posições prejudiciais ao País, como a defesa exagerada do meio ambiente.

Afinal, a quem as manifestações beneficiam?

Bem, quid prodest ? Quem ganha ou pensou ganhar com isto? Poucas dúvidas restam que o grupo sindicalista do PT (leia-se Zé Dirceu), desejoso de derrubar a Dilma, esteve na liderança, secundado pelo PSOL, PSTU e outros radicais, claro, contando com a colaboração de vários “companheiros de viagem” A extrema esquerda soube sempre espalhar ódio entre diferentes grupos e jogar uns contra os outros. Desta vez conseguiu mobilizar contra a ordem vigente uma sociedade indignada, mas sem saber direito para onde apontar suas armas.

Cansada da política, dos partidos, do Congresso, dos abusos do poder, as pessoas saem às ruas com a sensação de que é preciso “fazer algo”, mas não sabem ao certo o que ou como fazer.

Apesar dos esquerdistas, até agora, terem falhado em conduzir o movimento para os ideais deles, pode ser que ainda consigam, por serem os únicos organizados. Até agora tem sido um tiro no pé, pois estão sendo os mais prejudicados.

A tática da reação governamental está dando certo: pouca intervenção  e as imagens de vandalismo criam uma má vontade para com os vândalos e permitem uma reação forte quando ficar insuportável. Este filme viveu-se antes de 1964, também comandado por uma esquerda cega e violenta. Por sorte, naquela época, a classe média foi às ruas com o apoio das Forças Armadas e inverteu a situação.

Até agora só se vê prejuízos; o custo das depredações alcançará a dezenas de milhões e o prejuízo nas quebras de negócios e do turismo passará de um bilhão. A esquerda gritona ficará reduzida ao seu real tamanho, ou seja, à insignificância , o Governo ficará diminuído e os políticos serão hostilizados onde quer que apareçam, mas não mudarão de índole. O País perderá força e credibilidade e o sistema financeiro internacional certamente se aproveitará da ocasião.

O futuro incerto


Desta vez, ainda não se sabe o rumo que tomará; pode ser que as manifestações se extingam naturalmente tendo apenas dado um susto nos políticos, assim como podem forçar a solução de alguns atos de corrupção ou ainda tomar tal vulto que obrigue a intervenção autônoma da Forças Armadas. Isto dependerá muito da comunicação, na mídia e na internet.

Em qualquer caso, o prejuízo para o País já foi evidente. O melhor que poderia ainda acontecer seria marcar o início da substituição da corrupta Democracia Representativa pela Democracia Direta, aproveitando as facilidades da internet.  

Que Deus Proteja o nosso País!

 

 

segunda-feira, 24 de junho de 2013

A Versalhes brasileira...


Dorival Ari Bogoni (Autor de "Brasil XXI, Posse e Conquista -Desafios para a Integração")
 
Em 1789, a população de Paris provocou a queda da Bastilha e deu início à Revolução Francesa. Uma das principais causas do levante foi o gasto excessivo da construção do monumental palácio de Versalhes, de encher os olhos e causar admiração até o presente. A população francesa decidiu buscar remédio às prementes necessidades sociais. A guilhotina deu solução fácil e rápida a muitos problemas. O resto é história!
A história se repete sob nossos olhos em Brasília. Não só na capital federal, mas em dezenas de cidades brasileiras. A nossa Versalhes se chama Arena, as várias sedes da próxima copa de futebol, monumentos grandiosos do atual desgoverno brasileiro, superfaturadas e destinadas a proporcionar pão e circo à patuleia brasileira e a encher os bolsos de minorias e monopólios, geridos pela gananciosa e toda corrupta FIFA . Como tudo tem limite, a farra teria que acabar um dia. Em 17 de junho de 2013, o Brasil disse de viva voz, BASTA!
A população começou a despertar e assumiu a cidadania! As manifestações em massa e seus cartazes dizem tudo. A nossa revolução toma curso. SALVE O POVO BRASILEIRO! Os governantes ficaram e estão sem voz e sem ação. Foram pegos de surpresa.  Será?! A presidenta correu junto ao seu guru e guia para aconselhamento. Nunca se preocupou com a constituição e a legalidade. Possui assessoria ideológica própria e aconselhamento pessoal de seu ‘insuperável guru’. Chegou a São Paulo muda e saiu calada, bem ao feitio de seu criador, que, nos momentos difíceis, nada sabe nada ouve, nada diz. O Brasil está acéfalo. Não há mais governo.
DILMA, ASSUMA... OU SUMA! RENUNCIE! Faço meu e abuso do trocadilho que a Dilma criou e adora. Presidenta Dilma, procure os seus e o Lala. Vocês se entendem e complementam. Lala, lala e ...lá lá lá. E só lalalá. Dilma, o exercício do poder e de liderança não é tarefa para sargentona; exige o conhecimento a ciência e a arte de general. Você, como marionete de seu criador, ainda não disse e mostrou a que veio. FORA DILMA ENQUANTO HÁ TEMPO!
O Congresso emudeceu. Ninguém defendeu a Casa do Povo. Fugiram em pavorosa. O poder está vago. No caso de Dilma fora, o vice nem sabe que existe e terá de ir junto. O Congresso, esvaziado, já saiu em debandada vergonhosa. Tudo vago e mudo.  Pela Constituição, o presidente do STF assumirá pela ordem. Afortunadamente, encontra-se o Joaquim, homem sério, responsável e, como ele próprio demonstrou, está preparado para enfrentar embates e desempenhar cargos de relevo na República.
FORA DILMA E SUA CAMARILHA, UM JOAQUIM LÁ ... SEM LALALÁ. A população exige mudanças.  Não há lideranças. Não há estadistas neste País.  Joaquim teria a têmpera para mudar o Brasil. Reforma política já. Redução do Congresso à metade, bem como seus vencimentos. Idem para o número de ministérios. Fim das mordomias. Ficha limpa obrigatória. Limite de mandatos. Extinção de cargos comissionados.  Princípios a serem respeitados pelos estados da federação. Prefeituras, desde que possuam arrecadação mínima para sua administração e sobrevivência. Vereadores sem remuneração, como em TODOS os demais países do mundo.  É um bom começo. POLÍTICA NÃO É PROFISSÃO... É VOCAÇÃO.
Haverá motivo para a indignação das massas? Para que ouvir opiniões alheias? Basta consultar o seu coração! Não haverá surpresa. Uma carga tributária de sufocar o cidadão. Inexistência e ineficiência do estado. Poucas oportunidades de crescimento pessoal. Burocracia revoltante e desnecessária. Cartões corporativos. Bolsas família, presidiário, sem-terra, sem-teto ... sem- vergonha. Comissão da Verdade?!
 
Agricultores expulsos, para demarcação de reservas indígenas’, que não param de crescer, e só a FUNAI conhece e reconhece. Precária infraestrutura de transportes, portos e aeroportos. Perdão de dívidas a ditadores; empréstimos milionários sem retorno, a países ideologicamente corretos e afinados com o atual desgoverno. Só se paga conta. Nada em troca. Sistemas de educação, transporte público e saúde calamitosos. Inexistência de segurança e regalias a menores infratores e criminosos de toda ordem. BASTA DE CORRUPÇÃO, IMPUNIDADE E ASSISTENCIALISMO!
Interessante o posicionamento da imprensa durante a cobertura dos movimentos sociais, de modo especial em Brasília. A toda poderosa TV Globo e seus  ventríloquos se escondiam e se protegiam nos topos dos prédios públicos. Tem medo de que? Não conseguem definir, ou mais uma vez querem esconder as aspirações da multidão? Na tela só aparece violência, e a rede se abstém de mencionar as multidões que se manifestam ordeira e pacificamente. Fazem o mesmo com o futebol, que lhes interessa e manipulam a bel prazer?
Não estava um país das maravilhas até ontem? Basta de manipulação de verdades e meias verdades, de notícias tendenciosas, de monopólio da informação, de sujeição ao poder, da destruição de valores, da defesa de interesses próprios em detrimento do país! BASTA DE IMPRENSA COMPRADA E SUAS VERDADES!
E as nossas Forças Armadas?  Houve perseguição, descaso, abandono e desprezo dos últimos desgovernos, mas continuem no silêncio e cumprindo a missão. A sociedade confia nos seus militares. As pesquisas o corroboram. Não intervenham. O Exército deve manter-se fiel ao seu passado e permanecer democrático, ater-se à defesa do interesse nacional; seguir com as multidões, ombro a ombro. Nem pensar na tomada do poder pela força, ou assumir diretamente o governo.
BRASIL ACIMA DE TUDO. As manifestações devem seguir seu curso e manter o ímpeto. Agora é hora de mostrar a estes canalhas e políticos corruptos que seu lema é para valer: O POVO, UNIDO, JAMAIS SERÁ VENCIDO. ESTÃO PROVANDO DE SEU PRÓPRIO VENENO. AVANTE BRASIL!
 
 
 
 

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Punção social e silêncios enigmáticos


Em Medicina, usa-se o procedimento preventivo da punção, para retirada de material ou líquido destinado a exames microscópicos, a fim de se evitar biópsias cirúrgicas maiores e mais graves ao paciente, em especial tumores malignos.
As manifestações que ocorrem atualmente no Brasil, que já levaram, em um dia, mais de 300 mil pessoas às ruas das principais capitais, têm as suas motivações no aumento das tarifas de transporte público, no custo abusivo das obras para a realização da Copa do Mundo e na bandeira ética de combate à corrupção.
Mas, independentemente da origem das articulações dessas manifestações e do seu recrudescimento, o resultado final das mesmas poderá ser o esvaziamento de potenciais conflitos durante a realização da Copa do Mundo, no próximo ano, o que se compara, mais ou menos, à punção preventiva dos  ânimos da sociedade.

Grita-se, quebra-se, esbraveja-se em todos os quadrantes do Brasil, agora, proporcionando-se ao governo a preparação de mecanismos de controle social e segurança pública para os momentos da Copa, quando, de fato, os olhos do mundo estarão voltados para o Brasil. E tem mais: Tomando pulso agora das tendências do eleitorado, a Presidente Dilma Rousseff terá elementos  para o planejamento estratégico de sua reeleição.
Parto dessas ilações para tentar entender a tranquilidade, aparentemente científica, do Governo em relação aos acontecimentos últimos: Vaia estrondosa à Presidente Dilma, na abertura da Copa das Confederações em Brasília; quebra-quebra generalizado nas cidades e até mesmo no Senado Federal, na Câmara dos Deputados e assembleias legislativas.
E a Presidente Dilma declara que tudo isso é legítimo, e o secretário-geral da Presidência, Gilberto de Carvalho, afirma aos parlamentares que o Planalto ainda não conhece as razões dessas manifestações. Blefes, tentativas de ocultar suas preocupações minimizando os fatos ou risco calculado dos atuais detentores do poder?
Nenhum governo tem capacidade para colocar a sociedade num tubo de ensaio, sem correr sérios riscos de sua própria desestabilização, mas, é possível a redução desses riscos avaliando-se o comportamento dos internautas e dos demais segmentos sociais e  os principais focos e razões das manifestações, debelando-os em suas raízes.
Enquanto a massa se move, o Governo já enviou reforços da Guarda Nacional para cinco capitais sedes da Copa das Confederações. A Força Nacional, tropa de elite criada em 2004 e composta por policiais federais e estaduais, é acionada quando um Governador requisita auxílio federal para conter atos que atentam contra a lei e a ordem e que perigam sair do controle das forças de segurança locais.
Assim, o Governo vai mobiliando o País inteiro com um reforço de homens armados cujo destino é desconhecido, porque não se sabe por quanto tempo deverão permanecer a serviço dos governadores que as solicitam e de acordo com os interesses do poder central, sejam estes democráticos ou ditatoriais.
Atores de peso na política brasileira, como a Igreja, as Forças Armadas, o Poder Judiciário, a Ordem dos Advogados do Brasil -OAB- , a Associação Brasileira de Imprensa -ABI-, os empresários e os sindicatos, continuam assistindo  em silêncio as manifestações. Esse é um fato enigmático em todo esse quadro convulsivo.

 

 

 

 

 

terça-feira, 18 de junho de 2013

Pílulas do Vicente Limongi Netto


Baderna
 
Seguramente, não é esse o Brasil que sonho para meus netos: A baderna, a barbárie, a covardia, o ódio e a estupidez açoitando aqueles que realmente lutam,  trabalham, reivindicam, por dias melhores, por mais justiça social, mais empregos, mas segurança e mais saúde.

Os brasileiros, especialmente  os jovens manifestantes, felizmente são a maioria esmagadora dos movimentos que sensibilizam  o país inteiro. O bom senso não pode tolerar que arruaceiros  e vândalos dominem as manifestações. Sob pena de elas perderem a grandeza, os altos sentimentos e os objetivos pelas quais nasceram e, pelo visto, vão prosperar em grande escala.

Os governantes já sentiram a pressão. Não são tolos de não adotar providências urgentes e firmes, que sensibilizem a população, demonstrando, na prática, com decisões politicas  que povo e governantes caminham juntos por um Brasil mais digno e com melhores condições de vida para todos.

“Fúria” espanhola

A seleção da Espanha é um caso sério. Não é a toa que é campeã do mundo. Joga o fino. Encanta quem realmente gosta do bom futebol, do jogo bem jogado. A seleção espanhola tem um objetivo em campo: manter a posse de bola. e o faz com maestria. Ou seja, parece elementar, quem tem a bola, deixa o adversário preocupado, atento.

Quem joga contra a Espanha, se errar um mísero passe, principalmente se for no meio-de-campo, corre sério risco de levar gol. Os espanhóis, verdadeiramente um magistral combinado Barcelona e Real Madrid, não dão chutão. Não rifam a bola. Não fazem firula desnecessária. Jogam bonito, mas simples e com objetividade. Deixam os adversários tontos.

E quando, finalmente, os adversários conseguem roubar a bola dos espanhóis, se não forem rápidos como uma flecha e inteligentes, logo ficam sem ela. Perdidos, desarvorados, porque todos os jogadores espanhóis sabem jogar. São do ramo. Caso estejam em dificuldade para iniciar uma jogada, não têm vergonha de atrasar a bola para um companheiro da defesa. Saem jogando com paciência e consciência. Dificilmente erram  passes. E, na maioria das vezes, jogam, avançam, distribuem o jogo, com a bola no chão.

Felipão que fique esperto. Se eu fosse ele, dormiria com Daniel Alves e Marcelo, ótimos laterais brasileiros, que jogam na Espanha. Seguramente podem passar boas sugestões e dicas para Felipão.

Mas, o Brasil ainda tem que jogar muito, tudo que sabe, vencer os jogos, para então mostrar que realmente tem competência para enfrentar a Espanha em igualdade de condições. Porque o papo do Brasil ser penta campeão do mundo, como realmente o é, não amedronta em nada a sensacional seleção espanhola.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Indagações sobre o pandemônio no Brasil


Quem lidera as manifestações de protestos no País inteiro contra o aumento das passagens do transporte urbano e, supostamente, pelo combate à corrupção e a gastos abusivos na preparação da Copa do Mundo, quando áreas sensíveis -como saúde, educação, transporte e segurança pública -continuam com escassos recursos?
Nenhum nome em destaque, nem mesmo das centrais sindicais, aparece nessas manifestações, que, aliás, são orquestradas em todas as capitais, com data, local, hora e planos de invasões com atos de vandalismo. Como o conflito social tem natureza epidêmica, fácil é de se prever que isto é apenas o começo e que o pior está por vir.
São manifestações promovidas de fora do governo, com recrutamento via internet? Se forem, são manifestações promovidas por oposicionistas de fato ao governo, empunhando a bandeira da  faxina ética. São manifestações insufladas por ramificações  do governo? Se forem, então podem servir de justificativa para endurecimento do atual regime.
Fala-se num projeto de lei, de autoria do senador Marcelo Crivella, ministro da Pesca, que estaria, com apoio de outros congressistas, sendo preparado para aprovação, o qual inibe manifestações públicas que se confundam com atos terroristas durante a realização da Copa do Mundo, com punições severas aos manifestantes.
A supressão lenta e contínua das franquias democráticas é uma questão de cultura política... Em cada país, ela tem um processo peculiar a esta cultura. Na Venezuela, Hugo Chàves desarticulou o Poder Judiciário e imobilizou o Parlamento e a imprensa, criando uma maioria esmagadora com apoio do grande eleitorado chavista.
Na Argentina, a Presidente Cristina Kirchner tenta desmobilizar a imprensa e o Judiciário. Na Bolívia, Evo Morales montou um cinturão palaciano de permanente vigilância ao povo e de apoio ao sindicalismo, estimulando a invasão a refinarias e perseguição à Igreja.
No Brasil, além da ideia de redução dos poderes do Ministério Público e de críticas sistemáticas ao Poder Judiciário, algumas medidas de controle social e cerceamento começam a serem adotadas, nas áreas do lazer, entretenimento e costumes, ao estilo do talibanismo - pequenas coisas, como restrição a fumar, jogar, beber e viajar (pedágios, combustíveis e passagens caríssimos), além de tentativas de controle mais rígido dos meios de comunicação, de modo especial da internet, conforme projeto do jornalista  Franklin Martins, que assessorou Lula.
Se a violência (50 mil homicídios/ano,conforme o Instituto Sangari) e o número de acidentes fatais nas rodovias e no trânsito urbano crescem no País(cerca de 42 mil mortos por ano, segundo o S.OS Estradas), por conta das drogas, das bebidas e do inchaço das cidades, há um silêncio  doloso sobre o número de veículos lançados avidamente no mercado pelas indústrias de automóvel ( mais de 65 milhões de veículos rodam no País) e de motocicletas (mais de 10 milhões), porque geram impostos e empregos. E a violência no campo, com a guerra entre colonos e índios pela posse de terras e as invasões feitas pelo Movimento dos Sem-Terra? São ingredientes da violência potencialmente disruptiva.
É fácil endurecer um regime, o difícil é sair desse sistema... Que o digam os militares, cuja intenção, com a revolução liderada por Castello Branco, era apenas evitar o comunismo e a baderna geral. “Mas, os” bolsões sinceros, porém, radicais “(expressão de autoria do Presidente Geisel), resolveram prolongar a intervenção por mais de duas décadas. Hoje, estaria fora de cogitação uma ditadura militar, mas a ditadura civil ronda os países sul-americanos...
Mas, quais seriam os “bolsões sinceros, porém, radicais” de hoje? Pergunta que poderá ser respondida a partir do desfecho desse quadro de pandemônio que se instalou no Brasil, nos últimos dias. Igreja, Forças Armadas, sindicatos e empresários se mantêm calados até agora, mas a mídia internacional começa a explorar essas manifestações tentando criar um clima de instabilidade para a realização da Copa do Mundo no Brasil.