sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Janela de Brasília(XX)


1. Chovendo bem em todo o Distrito Federal, nesses últimos dias, e o cerrado agradece se recuperando e tingindo de verde as paisagens que a seca e as queimadas haviam deixado pretas. Não há como negar que a chuva traz vida para as plantas e os animais e novas motivações para a população, apesar das agruras do dia-a-dia. Mas, a chuvarada mesmo, com trovões, raios e ventos fortes, ainda está para chegar...

2. Três memes criados em Brasília nesta semana e que bombam nas redes sociais: Foto do governador Rodrigo Rollemberg dormindo dentro de um avião, vencido, talvez, pelo cansaço.  Foto de uma mulher, vestida somente com calcinha e sutiã, enviada para o governador Rollemberg por equívoco de um dos seus secretários. Uma terceira foto, talvez montagem, do ministro da Defesa, Aldo Rebelo, tomando posse no cargo, junto com os três comandantes militares e a bandeira do Partido Comunista do Brasil –PC do B- hasteada ao fundo.

3. O Itapuã continua com imenso lixo a céu-aberto, em ambos os lados da pista de acesso. É impressionante como o poder público se revela incapaz de punir os porcalhões que despejam todo tipo de lixo doméstico e entulho de obras naquela cidade, que teria condições para se transformar num dos melhores locais residenciais e comerciais, considerando-se sua proximidade do Lago Norte.

4. Dia do Servidor Público, no Distrito Federal, deveria ser um dia de comemorações especiais, pois Brasília é a capital da República e a sede administrativa do País, locus por excelência do serviço público. Mas, a população tem pouco a comemorar, por causa da crise política e econômica.

5. Aos poucos, o terminal da empresa Azul, no Aeroporto JK, vai adquirindo aparência de feira popular, com o fatiamento, para fins comerciais, de todo o espaço interno, inclusive da área para embarque. Algo que também acontece no terminal especial da Azul no aeroporto de Guarulhos (SP). Com a massificação, os aeroportos brasileiros perderam o glamour, embora os preços cobrados para  estacionamentos, lanches e refeições sejam para a classe A.

6. Tento entender a razão de se amontoarem tantos carros velhos, acidentados e apreendidos nos postos da Polícia Rodoviária nas estradas brasileiras. Além de uma péssima imagem, os pátios transmitem a impressão de que a Polícia não sabe o que fazer  com  esses carros, ainda que estejam sub–judice ou destinados a leilões, quando o melhor destino  mesmo é mandar o entulho todo para as empresas de processamento de ferro-velho.

Relação perversa: O cidadão começa a perder a obrigação de ser honesto com o Estado


 
Aylê-Salassié  F. Quintão*
 
             A lei é um desastre e o Estado não é honesto com o cidadão. “É mais fácil prender um menino com 10 gramas de maconha que um empresário por um golpe de R$ 10 milhões”. Quem acaba de dizer isso é o  novo ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, numa entrevista para o jornal Correio Braziliense. Suas considerações conduzem a  muitas dúvidas e a uma única pergunta: o Brasil está sendo passado a limpo ou está diante de uma deterioração institucional? Cotidianamente, a confusão se faz  em todas as esferas do Poder , deixando perplexa a Nação.

              Na Justiça, inclusive no Supremo Tribunal Federal,  tramitam casuísmos em excesso, com  ganhos que nunca resultam em benefício para a cidadania . Vive-se uma complexidade oportunista.  Os tribunais legislam ou julgam? O direito de ricos e pobres  é igual, ou o modelo do “trânsito em julgado” e o “sistema recursivo” foram feitos somente para os ricos? A prisão domiciliar é um lixo ou é um luxo?  Explicar a progressão de penas dá trabalho, mas endurece o sistema custa mais caro. E o foro privilegiado?  
 
               Para começar, só no Judiciário tramitam mais de 80 milhões de processos. No Supremo Tribunal Federal, cuja vocação é (quando interpelado)  julgar constitucionalidades , entram anualmente 50 mil novos processos. Um sem número trata  de questões políticas ou morais que se pretende sejam  judicializadas.   
 
               O equívoco advém do desconhecimento, da omissão de outros poderes,  da fragilidade do rito processual, da  protelação de sentenças ou  por  má fé mesmo.  Brinca-se  de  Justiça,  gerando  uma quantidade enorme de interpretações  pessoais que se tornam em jurisprudência, e passam a ser  aplicadas de maneira ampla, como se fossem leis emanadas dos céus. A população fica confusa.

              Com o peso da responsabilidade de substituir Joaquim Barbosa,  o novo  ministro do STF, (57 anos),  professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e do Centro Universitário de Brasilia, diz  que  o Supremo age praticamente  no vácuo do Congresso.
 
              O Parlamento  tegiversa em suas responsabilidades, elas terminam indo dar no tribunal. Ninguém tem dúvida de que o País precisa urgentemente de uma reforma política para mudança de paradigmas.  O Congresso  age em sentido contrário: como uma raposa que cuida dos ovos: não só os come, como, no dizer de Mário de Andrade, deglute-os prazerosamente.
       
              O País vive uma crise de legitimidade, admite Barroso. Ao falar sobre o impeachment ressalta, contudo, que  o Brasil está há trinta  tentando consolidar as instituições e o poder civil ,e  ”não se pode sacrificá-los no altar da política”. Significa que, sob um diáfano manto de democracia, ninguém parece sentir a necessidade de prestar contas aos eleitores.
 
                 A presidenta tem índices de popularidade abaixo de 10%; mas,  por outro lado,  menos 10% dos parlamentares foram eleitos pelo voto direto. Mais de 90%  dos deputados que estão no Congresso devido à transferência de votos de candidatos perdedores  dentro dos próprios partidos ou de partidos coligados, votos nulos, cancelados e abstenções. É o chamado voto proporcional. O Congresso que aí está foi eleito por menos da metade do eleitorado brasileiro. O eleitor não está nunca representado ali. Vota em um sujeito e elege outro.
 
                 No modelo de hoje, o eleitor  não sabe quem o representa. Todos, na esfera dos Três Poderes,  desvencilham-se fácil da responsabilidade. A representação como tal é letra morta?  Defende Barroso o voto distrital e a cláusula de barreira para as coligações, de forma a amenizar ainda os efeitos das legendas de aluguel, partidos de ocasião e de conveniência. O foro privilegiado precisa também acabar.
        
               Reconhece o ministro ser necessário criar uma cultura de responsabilidade política e de boa fé que vá do cidadão comum ao presidente da república.  O modelo  “hiperpresidencialista” é um entrave. Centralizado em pessoas, reproduz entre os  súditos o estado de espírito e a insegurança dos governantes.
 
               O projeto de Nação é relegado a um segundo plano. Outro engano é a partidarização explícita do Estado. Vicia o sistema e desestabiliza as instituições. Defende o ministro do Supremo a discussão imediata de um regime que seja, no mínimo, semi-presidencialista. O  presidente é eleito diretamente pelos cidadãos, nomeia ministros, comandantes, embaixadores   e o próprio primeiro-ministro a quem seria entregue a gestão das políticas públicas . Contudo, a nomeação de um chefe de governo  deve ser condicionada a aprovação pelo Congresso e, quiçá, também a sua destituição.  
                 Cria-se uma corresponsabilidade  e  enfrenta-se esse “front  inóspito da batalha” política .     O modelo claudicante que aí está  não oferece essa  possibilidade. E assim apropriado oligárquica, privada ou partidariamente, o  Estado não consegue ser equânime no tratamento com a população. Em contrapartida, o sujeito, cada vez mais consciente, não sente a obrigação de ser honesto com o Estado. A relação entre o cidadão e o Estado torna-se perversa para a Nação. 
*Professor, Doutor em História Cultural. Consultor da Catalytica Empreendimentos e Inovações Sociais

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Comandantes posam com bandeira comunista ao fundo


Na posse do ministro da Defesa, Aldo Rebelo, no dia 8 de outubro, foi hasteada a bandeira do Partido Comunista do Brasil - PC do B-, agremiação a que pertence o deputado e considerada como de extrema-esquerda no Brasil, e os comandantes militares aceitaram posar para fotografias com o ministro tendo o pavilhão comunista ao fundo.
A apoteose ideológica comunista, no caso, não condiz com a neutralidade do cargo a ser exercido por Aldo Rebelo e muito menos com a neutralidade axiológica (imparcialidade)  que se exige das Forças Armadas, cuja missão constitucional é manter os poderes constituídos, a lei e a ordem, independentemente da ideologia governamental.
O que significa o hasteamento dessa bandeira e a aceitação pelos Comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica em se perfilarem ao lado do ministro com a bandeira ao fundo compondo uma imagem inédita na história do Brasil? Quando algum ministro  é empossado noutras pastas, a única bandeira hasteada é a do Brasil, e não bandeira partidária.

Algumas fontes militares acreditam que a foto foi montada como provocação, mas o impacto causado pela divulgação foi inevitável, ainda mais porque, até agora, nenhuma autoridade do Ministério da Defesa veio a público para esclarecer o episódio.
Será que está proclamado o fim das ideologias, conforme queria, já na década dos 90, o norte-americano Francis Fukuyama? Ou o ato solene mencionado reflete o estado de ânimo nacional diante da crise política e econômica que assola o Brasil, hoje perdendo crédito internacional e apontado como um dos países com maior índice de corrupção política do mundo?






 

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Indulgências:Perdeu-se a habilidade de fazer mágicas e, o pior, de se acreditar nelas.

 
Aylê-Salassié F. Quintão*
 
Juscelino Kubitscheck, médico, acreditava na auto-estima  elevada  para ajudar o País a se unir e  a crescer. Prometeu que conseguiria  “50 anos de crescimento em 5” .  O economista Mário Henrique Simonsen, enquanto ministro da Fazenda e professor da Fundação Getúlio Vargas,  assegurava, nos momentos difíceis de controle da  inflação, que ela era psicológica, e minimizava “Inflação do chuchu!”.  

Seguindo caminho similar, Lula, que não é nem médico , nem economista,  juntou a política com a economia e oferece   uma  solucionática  para a crise brasileira,  recomendando que, como “nunca antes neste país” ,  o governo continue a vender   a ideia messiânica do desenvolvimento,  ignorando  a precarização tecnológica, a queda da produção e  as altas taxas de desemprego
 
Esse panorama de ilusões  sempre permeou a esperançosa conivência na sociedade brasileira, dando ao cidadão uma cara de bobo.  E como tem gente que ganha dinheiro com isso, legal e ilegamente!  Simonsen deixou o governo com uma inflação superior a 50%. JK, com seu Plano de Metas, uma dívida que deu origem a iliquidável dependência brasileira do mercado financeiro internacional. E Lula, com fórmula própria, derrubou  índices de qualidade, de produtividade e de renda na economia alcançados em anos de sacrifícios acumulados, servindo-se de paradigma para  quem não gosta do trabalho  .
 
As carências regionais e municipais  foram legadas ao abandono pelos sonhos políticos e pessoais dos correligionários, sem pedigree de estadista nem conhecimento de  gestão  pública. Suas virtudes concentravam no  “cumpanheirismo”. A par disso, a Constituição e as leis correlatas continuaram a assegurar   direitos  individualmente adquiridos nas instâncias superiores da lei e dos tribunais, fragilizando institutos e instituições, e flexibilizando ainda mais as análises jurídicas e as jurisprudências . De tempos para cá, a Nação  passou  a  pagar, sem perceber, de alguma forma, preços muito altos pela aventura dos dirigentes no Poder.  
 
 Nos últimos anos, de fato, nenhuma grande iniciativa econômica priorizou efetivamente  o trabalho e a produção fora dos projetos corporativos. Valorizou-se  o político e o empreguismo fácil para  a perpetuação das  categorias organizadas – vanguarda revolucionária -, como forma de amparar as conquistas. Introduziu-se um modelo de redistribuição da riqueza, não necessariamente a dos mais ricos, mas a do setor produtivo e dos assalariados médios. Instituiu-se  uma política macro de consumo amplo, financiada pelos cofres do Estado, como se houvesse aí uma redistribuição de renda, numa interpretação autista sobre os sonhos do brasileiro. Embora o modelo  tenha vindo da China , chegou-se até em aventar, por aqui, entre pares,  um nome brasileiro para o prêmio Nobel  . 
 
Nessa toada, apareceu, pela primeira vez na história, um Orçamento Público  deficitário, com 90% das despesas contingenciadas. Os 10% restantes  que seriam para os investimentos não tem como corrigir as fragilidades  estruturais  da sociedade,  porque, compulsoriamente, quando emergirem,  deverão ser usados para pagar dívidas e rombos  de gestões econômicas pouco ortodoxas com o dinheiro público, cobertas, até agora, pelo prejuízo das estatais, por precatórios, ameaças  de uma CPMF , deixando na mira até a poupança .
 
Enfim, o modelo  de consumo amplo e irrestrito, financiado pelas contas públicas , sem a contrapartida da produção, exauriu aqui e fraqueja na China  . As empresas já não produzem o suficiente, o trabalho não reproduz a  riqueza e o PIB decresce.  A gestão pública promete estimular a atividade produtiva, mas age como um “cafetão” cerceando e intimidando  os empresários e políticos  e inibindo a informalidade  individual.
 
Não há apelo, incentivo ou subsídio fiscal capaz de detonar um surto de otimismo na indústria e na agricultura .  Perdeu-se  a capacidade de fazer mágica e o pior de se acreditar nela. Os instrumentos para lá de heterodoxos se esgotaram, e junto a sua eficácia  .
 
Há alguns anos o País está paralisado pela venda de indulgências salvacionistas para financiar  projetos de Poder , sem quaisquer preocupação com o caos. Sustentam-se apenas naquilo que se convencionou chamar de jus sperniandi , formas protelatórias geradas pela máquina  .
 
Tem um milhão de assinaturas na internet pedindo a prisão dos  magos conselheiros e governantes. Para a frustração da Nação, o momento não propicia políticos sérios e corajosos, cientistas sociais isentos e economistas competentes para avaliar e propor uma saída.
 
Tudo está entregue a ideologias fragmentárias, sem quaisquer preocupações com a desordem e a confusão mesmo. Parece até ser isso um objetivo. No mínimo,  “se por aqui o povo tem o governo que merece” é porque “abaixo do Equador tudo é possível”.  
 
*Jornalista e professor. Doutor em História Cultural. Consultor da Catalytica Empreendimentos e Inovação Social
 

Pílulas do Vicente Limongi Neto

Mistério de FHC
 
Com a maior cara lambida e com o eterno ar de sábio de proveta, FHC afirmou na “Roda Viva" que não foi ele nem o PSDB que patrocinaram a compra de votos no Congresso pela reeleição presidencial. Que País é este? Então, foi o porteiro do prédio onde FHC mora ou algum extraterrestre.

Inocente

Tadinho do inocente deputado Jarbas Vasconcelos (entrevista de segunda-feira- 26/10).  Com tantos anos na política, foi governador, senador e, agora, é deputado, coitado, votou em Eduardo Cunha para presidente da Câmara, mas, só agora, descobriu que Cunha é debochado”, psicopata", "sem caráter” e "ladrão". Na disputa do troféu cinismo do ano, Jarbas Vasconcelos desponta como forte candidato.

Zona Franca de Manaus
Hienas e ratos, da imprensa e do empresariado paulista, insistem em jogar as patas no modelo vitorioso (a inveja mata os asnos!)da  Zona Franca de Manaus. A economista Zeina Latif, que deve se achar a maioral e a divina do planeta Terra, segue a linha inconsequente da paulistada rancorosa, criticando a Zona Franca em artiguete no Estadão.

O presidente do Centro da Indústria do Amazonas, Wilson Périco, com a firmeza habitual, retruca as asnices de dona Zeina, classificando os ataques de "ignorância conveniente". Segundo Périco, em 2014, a renúncia fiscal concedida a Zona Franca de Manaus correspondeu a apenas 12,3% de toda a renúncia fiscal do país.
"Ela se esquece de dizer que 53% da renúncia fiscal vem da região Sudeste. O modelo é contemplado e garantido pela constituição", salientou Périco, concluindo: " O Amazonas recebe 4 bilhões de reais em repasse por ano, e devolve quase duas vezes e meia o valor recebido, segundo informações da receita federal".

João Havelange
É incrível, mas alguns narradores do terceiro time do canal Sport, continuam insistindo na burrice de chamar o estádio Engenhão de Nilton Santos. Pura lorota de profissionais medíocres. Não se sabe a quem querem agradar com a colossal sandice. Leiam mais, procurem estudar para não falar besteira.

Gostem ou não os inocentes inúteis do Sportv, o nome oficial do Engenhão, decidido, aprovado e consagrado por lei municipal do Rio de Janeiro, é Estádio Olímpico João Havelange.  Evidente que o magistral Nilton Santos merece homenagens do mundo todo. Mas jamais vendo seu nome sendo usado de forma constrangedora, para saciar o apetite de demagogos, cretinos, oportunistas, ingratos e covardes.
Gerson, o “canhotinha de ouro”

Gerson, o “canhotinha de ouro”, mantém, em Niterói, um trabalho social e esportivo formidável, através do Instituto Canhotinha de Ouro, que, há mais de 15 anos, cuida com esmero de crianças e adolescentes, com assistência médica-dentária e alimentação
“O Exército no Chapadão”

Acabamos de publicar (http://bloglimongi.blogspot.com.br/)um artigo intitulado “O Exército no Chapadão”, de autoria de Diógenes Dantas Filho, Coronel das Forças Especiais e Consultor de Segurança,  que destaca o seguinte:
“- o Complexo é atualmente a região mais perigosa do Estado do Rio de Janeiro abrigando um covil de criminosos;
- a grande maioria da população local é honesta e obrigada, diante das circunstâncias, a conviver em ambiente de total insegurança e submissa à audácia de marginais;
- os policiais, diante de limitações orgânicas, têm muita dificuldade de enfrentar bandidos fortemente armados;
- o Governador Pezão deseja a presença do Exército no Chapadão à semelhança do ocorrido no Complexo da Maré;
- as Forças Armadas só devem ser empregadas em conflitos urbanos com autorização presidencial e após o esgotamento de todos os recursos estaduais.

No primeiro dia de provas do ENEM, em 24 de outubro de 2015, um estudante desistiu de realizá-las justamente por ter sido sorteado para fazê-las no Chapadão nas proximidades onde, recentemente, um policial militar foi covardemente baleado e queimado vivo pelos bárbaros. Não teria tranquilidade para submeter-se ao exame na iminência de ouvir ou de ser envolvido em uma troca de tiros.
Este inédito fato demonstra o caos da insegurança pública no Estado e servirá de matéria na mídia internacional às vésperas das Olimpíadas de 2016.

O que mais precisará ocorrer para as autoridades- de todos os níveis- se conscientizarem da imperiosa necessidade de investirem muito mais na segurança da população que tanto contribui com impostos abusivos?

Os policiais devem ser equipados, treinados, assistidos e melhor remunerados. Seus efetivos necessitam atender ao desencadeamento de inúmeras ações preventivas prioritárias e das repressivas que se fizerem necessárias.

Está comprovado, no mundo, que as operações de Inteligência são muito mais   eficazes e econômicas do que as de embate. A seleção do pessoal para tão importante atividade é fundamental para o êxito da missão e na sua formação deve ser previsto, inclusive, o intercâmbio com países amigos vitoriosos no enfrentamento da criminalidade.
Os governos brasileiros têm se caracterizado pelo desperdício dos recursos públicos e pouco investem na segurança por considerarem que os dividendos políticos são irrisórios. Será mesmo? E o direito à vida do cidadão não é um dever do Estado?

Há pouco tempo, o Comandante da Polícia Militar de um dos Estados da região Sudeste fez uma assertiva que retrata muito bem a atual situação: “A polícia é forte para os fracos e fraca para os fortes”. De quem é a culpa?
Sistematicamente, a Imprensa noticia inúmeros crimes, “arrastões”, sequestros,  roubo de armamentos e de carga, contravenções e irregularidades que comprometem a imagem dos governantes, autoridades policiais e, até mesmo, das Forças Armadas. São precisos, corretos e contundentes ao comentarem as lamentáveis vítimas inocentes mas não dão o devido destaque ao assassinato de policiais.

E os Direitos Humanos? Só existem para o “cidadão- bandido”?
De nada adianta prender criminosos se o nosso sistema prisional é caótico. O Estado não cumpre   mais da metade dos mandados de prisão porque não tem locais para alojar os delinquentes.

Em vez de dar graciosas benesses a presidiários, com recursos do povo, o Governo deveria se preocupar com a implantação de uma rede de presídios seguros. Infelizmente, a opção é pelo voto nas urnas.
Os apenados por crimes hediondos e sequestros não devem gozar de abusivas regalias.

Os criminosos mirins serão mesmo crianças ou monstros em formação?

Lamentavelmente, convivemos em ambiente de total insegurança pública e privada, onde nem as pessoas de posse, dispondo de custosos meios tecnológicos, têm tranquilidade e o direito de ir-e-vir. Até os jovens estão aterrorizados e vivendo em seu presídios domiciliares.

A situação só será revertida com muita vontade política, sem demagogia, com coragem, com a integração de esforços, com o apoio da população e, principalmente, com a alocação de recursos para a segurança pública.
Caso contrário...”

 

Janela de Brasília(XIX)


1.Cena com haitianos imigrantes em Brasília. Um comerciante ofereceu trabalho para três haitianos sem qualificação profissional, com salário mensal de 1100,00 reais, mas os três recusaram porque só aceitam trabalhar por salário maior.

Em outros estados, haitianos querem no mínimo 1.600,00 reais para trabalho sem qualificação profissional, pois alegam que precisam enviar 70% do que ganham para suas famílias no Haiti. Enquanto parados, comem e dormem em abrigos por conta do governo, ONGs, Igreja e grupos de voluntários de ajuda. Ao todo, cerca de 40 mil haitianos chegaram ao Brasil, desde o terremoto que assolou o Haiti, em 2010.

2.Enquanto a chuva arrasa alguns estados, Brasília continua enfrentando as agruras do calor e da seca, com parcas chuvas isoladas. Final de outubro ainda sem chuva não é normal no Planalto Central.

3.Um dos mais belos parques de Brasília, o “Olhos D`Água”, na Asa Norte, continua semi-abandonado,  desde o fim do programa “Adote uma Nascente”, há seis anos. O parque ainda se mantem precariamente com auxilio dos frequentadores e amigos. Um absurdo!

4.A culinária com base na carne suína é a atração de 47 restaurantes de Brasília que participam do  7º Festival Sabor Suíno, até o dia 31 deste mês.A promoção é da Associação dos Criadores de Suínos do Distrito Federal e do Sindicato dos Suinocultores, com objetivo de incentivar o consumo da carne suína, cuja proteína é uma das que possuem mais baixo teor de colesterol.

5.Tornam-se cada vez mais frequentes os assaltos noturnos aos postos de gasolina do Plano Piloto, o que aumenta o risco de vida dos frentistas, que, a partir de certa hora, ficam praticamente sozinhos e indefesos, à mercê dos bandidos. Nesse ritmo, haverá um momento em que os postos deixarão de funcionar à noite.

Messianismo ronda a política brasileira


Os elevados índices de rejeição ao ex-presidente Lula(55%) e aos principais líderes da Oposição(Aécio 47%,Marina 50%,Ciro e Alkmin 52% e Serra 54%),apurados em pesquisa encomendada pelo jornal O Estado de S. Paulo, mostram que a forma como se faz política hoje no Brasil não é aprovada pelo Povo. Lula teria 23% dos votos e Aécio 15% diante de uma disputa eleitoral.

 Diante dessa constatação, podem ser formuladas as seguintes perguntas sobre a atual situação política brasileira:

1.       Quem sucederia Dilma, em caso de impeachment ou renúncia?

2.       O Parlamentarismo seria uma solução?

3.       O Presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, resistirá às denúncias contra sua pessoa e se manterá no cargo?

4.       Para onde caminha o Brasil, com a atual crise política e econômica?

1. Não há um nome atualmente no Brasil capaz de ser ungido nas urnas pelo povo e unir os partidos em torno da governabilidade;

2. O vazio de novas lideranças cria no Brasil um clima propício para o “salvacionismo”, ou seja, o surgimento de uma pessoa ou de uma instituição capaz de se posicionar, com apoio popular, como salvadora da Pátria;

3. Não há clima para implantação do Parlamentarismo explícito como sistema de governo, por natureza terapêutico no Brasil, porque o mesmo exige estrutura partidária bem organizada e enxuta que possa ser hegemônica, o que não é o caso do atual subsistema partidário, com 35 partidos;

4. O Presidente Eduardo Cunha usará todos os meios para não renunciar ou ser destituído do cargo, mas tudo dependerá do grau de pressão a ser empregado pelos seus adversários;

5. O Brasil caminha para uma situação de instabilidade político-institucional, com baixo índice de consentimento das massas e governabilidade, que pode se agravar ou melhorar dependendo do desempenho da economia.

O ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso, em entrevista à televisão, disse que, bem ou mal, o Partido dos Trabalhadores-PT-  e o Partido Socialista Democrático Brasileiro- PSDB- têm propostas de governo e que, por esta razão, ainda continuam como opções de alternância no poder junto com o Partido do Movimento Democrático Brasileiro –PMDB-.

Fernando Henrique tem razão até aí, mas os elevados índices de rejeição aos atuais nomes principais da arena política mostram que o Povo quer mudanças, e não apenas de retratos, mas também de molduras. É desse quadro que pode emergir alguma figura messiânica.

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Dez Mandamentos da Política


Ouso estabelecer abaixo, a título de sugestão, por tudo que vi, li , ouvi e vivi, nas últimas décadas, como jornalista, cientista político e estudioso, os dez Mandamentos da Política, em suas dimensões como arte, ciência e prática visando à conquista e manutenção do poder.

O País assiste o sucesso da novela bíblica “Os Dez Mandamentos”, da Tv Recorde, enquanto vive um impasse político-institucional e uma grave crise econômica que colocam em risco conquistas políticas, econômicas e sociais que projetaram, a partir da década dos 30, o Brasil como um dos mais promissores para o desenvolvimento, nestes século e milênio.

Entendo que se torna despiciendo ressaltar a importância de valores éticos, morais e religiosos, pois os Mandamentos da Política já constituem em si a propedêutica com a essência de todos os valores essenciais para a Política hodierna. Seguem os Mandamentos, os quais justificarei em trabalho a ser oportunamente divulgado:

1.       Amar a participação popular sobre todas as coisas;

2.       Não proclamar em vão a Liberdade e a Democracia;

3.       Respeitar e preservar o Meio-Ambiente;

4.       Zelar pela consolidação e pelo aperfeiçoamento das Normas e Instituições;

5.       Propugnar pela Paz e pela Justiça Social;

6.        Fortalecer a Soberania Nacional;

7.       Defender a integridade do Patrimônio Nacional;

8.       Promover a Integração Nacional;

9.       Respeitar o princípio de autodeterminação das Nações; e

10.   Propugnar pelas relações de Paz e Cooperação Mútuas com todas as Nações.

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Janela de Brasília(XVIII)


1. O calor escaldante e a secura do clima em Brasília aumentaram consideravelmente o consumo de água-de-coco, rica em sais minerais. Caminhões procedentes do Nordeste estacionam às beiras das rodovias vendendo coco natural a 1,50 real, enquanto outros vendedores ambulantes  vendem a  três reais. Nos supermercados, a água-de-coco vendida em caixa custa de seis a sete reais. Ainda é um produto acessível ao assalariado, mas a tendência é que venha a custar mais caro neste verão que promete ser um dos mais causticantes do Brasil.

2. Impressionante a quantidade de belas repórteres tomando conta dos programas policiais de televisão no Brasil inteiro. Dá gosto vê-las em ação, sempre impecavelmente vestidas com elegância e maquiladas, entrevistando policiais e bandidos em locais de difícil acesso e marcados por tragédias. As TVs Bandeirantes e Record em Brasília colocam essas repórteres na linha de frente e conseguem belas audiências.

3. Os nortistas e nordestinos de Brasília matam a saudade da culinária regional na Feira da Torre de Televisão, onde, na área de alimentação, se servem o sarapatel, o caruru, o tacacá, o tucupi e outras iguarias, como o açaí e o cupuaçu, tudo a preços módicos. O acarajé baiano é um caso à parte, pois há vários pontos em que é vendido, inclusive nas feiras do Guará, Sobradinho e Núcleo Bandeirante, e nada deve em sabor ao vendido nos tabuleiros da Bahia.

4. Uma cena que era muito comum em Brasília era a reunião de babás com crianças nos parques. Mas, estes hoje se tornaram perigosos, porque têm manutenção precária, são desconfortáveis e se transformaram em recantos de marginais. Mais fácil hoje é encontrar criadores de cães passeando com seus amiguinhos nos gramados das quadras e batendo papo com seus vizinhos.

5. As floriculturas (uma das principais do Distrito Federal é a São José, no Polo Verde, perto da Ponte da Bragueto) estão vendendo legumes, couves e outras hortaliças em vasos de plástico, para quem não tem terra e espaço para compor uma horta. A verdura pode ser consumida de imediato e demora um pouco mais para a rebrota, mas oferece ao freguês, pelo menos, o prazer da vida rural. As hortas comunitárias também vêm sendo testadas por diversos condomínios urbanos do Plano Piloto. Em Paris, planta-se nos terraços, e no Japão no miolo das praças. Colhe-se arroz em Quioto ao lado do trânsito de automóveis e motocicletas. É o uso do espaço vital otimizado...
6. Muita gente fala com saudades do ex-governador Joaquim Roriz, que não deixava muita greve criar raiz, como vem acontecendo hoje no Distrito Federal. Roriz, “o Rei do Cerrado”, se recolheu da vida pública, mas continua acompanhando atentamente a política local, orientando amigos e familiares. Não haverá tão cedo um governador como Roriz, o melhor de todos que passaram

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Ministro do STF sugere renúncia tríplice -Dilma,Temer e Cunha


O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal - STF-, em entrevista concedida ontem ao programa “Roda Viva”, da TV Bandeirantes de São Paulo - verdadeira aula de Direito Constitucional - sugeriu a tríplice renúncia da Presidenta Dilma Rousseff, do vice-presidente Michel Temer e do Presidente da Câmara dos Deputados, deputado Eduardo Cunha, a título de sugestão para se resolver o impasse político que tomou conta do País, agravado pela crise econômica. Os três se situam na cadeia sucessória presidencial.
Com pedidos de impeachment formulados pela Oposição na Câmara dos Deputados e dificuldades para aprovação do ajuste fiscal, a Presidenta ainda terá suas contas de 2014 apreciadas no Congresso Nacional sob a rejeição do Tribunal de Contas da União, que apontou irregularidades (“pedaladas fiscais”) no valor de 104 bilhões de reais.
No Tribunal Superior Eleitoral - TSE-, alimentando o pedido de impeachment da Oposição, há um processo de apuração de irregularidades cometidas por Dilma Rousseff durante sua campanha eleitoral, com suspeitas de abuso político e econômico, fraudes e gastos abusivos.
O fato concreto é que a Presidenta Dilma Rousseff virou alvo fixo do impeachment e vive praticamente num balão de oxigênio controlado pelo Partido do Movimento Democrático Brasileiro -´PMDB-, sigla majoritária na coalizão governamental. Mas, o PMDB também se encontra sob fogo cruzado com as denúncias de corrupção na Petrobrás envolvendo o presidente do Senado, senador Renan Calheiros, e o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha, acusados de receber propinas.
Segundo Marco Aurélio de Mello, ele tem consciência de que sua sugestão tem algo de utópica, mas seria uma alternativa para eleição de um novo presidente da Câmara dos Deputados, que convocaria  a realização de novas eleições à Presidência da República. A seu ver, o impeachment da Presidenta Dilma Rousseff seria uma medida traumática para o País e com repercussões negativas no campo internacional.
Marco Aurélio, primo do ex-presidente Fernando Collor, tem experiência sobre os abalos gerados por um processo de impeachment presidencial, dentro do Brasil e no exterior. Collor sofreu impeachment em 1992, em processo que políticos e juristas consideram impregnado de semelhanças com o atual que se intenta contra Dilma.
A sugestão do ministro Marco Aurélio reflete o quadro de gravidade que tomou conta do País com a crise política ameaçando uma ruptura institucional e uma crise econômica paralela e de intensidade até mais grave gerando desemprego e tirando a comida da mesa dos brasileiros.
Para o juiz do STF, no entanto, teria que haver, por parte dos ocupantes atuais dos cargos do Executivo e Legislativo, espírito de renúncia e patriotismo, para que sua sugestão seja viável, e nesse aspecto Marco Aurélio afirma que “não acredita em Papai Noel”.
Marco Aurélio refuta como algo absurdo que a presidenta Dilma Rousseff e o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, estivessem -conforme se noticia- em conluio para salvar seus respectivos mandatos com ajuda recíproca para livrarem-se das acusações que lhe são imputadas.
Essa renúncia tríplice sugerida pelo ministro Marco Aurélio, se ocorresse, seria inédita na História política do Brasil, país que tem como mais famosos renunciantes os presidentes Getúlio Vargas (29 de outubro de 1945) e Jânio Quadros (25 de agosto de 1961), mas em circunstâncias muito diferentes, sem as pressões da sociedade por intermédio das redes sociais e o aparato atual do Estado para fiscalização e combate à corrupção.
Agora seria renúncia envolvendo todos que estão em primeiro plano na linha direta de ocupação da Presidência da República, a cadeia sucessória. O quarto nome seria o do Presidente do Senado Federal e do Congresso Nacional e o quinto o do Presidente do STF, conforme dispositivos da Constituição (arts. 76 a 82).

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

O que é estratégico


 Adriano Benayon * - 16.10.2015

1.Demonstrando abissal ignorância sobre o que é, ou não, estratégico, ou então desprezo pela segurança nacional, os falsos desenvolvimentistas, desde JK (1956-1960), consideraram que bastava ter sob comando nacional as telecomunicações, a energia, notadamente o petróleo, e a área nuclear.
2. Se olhassem com seriedade para a História, teriam percebido que nenhum país foi capaz de se defender, tendo entregado sua economia e suas finanças a controle estrangeiro. Isso se tornou cada vez mais nítido, à  medida que a capacidade bélica foi ficando mais dependente da indústria e da tecnologia.

3. Mas, mesmo antes do século XVIII, quando a sorte nas armas se vinculou à mecânica pesada e às indústrias básicas -  que lhe fornecem insumos -, as guerras, sempre foram movidas a dinheiro, tal como a política.

4. Revela-se, pois, enorme e múltipla a leviandade dos dirigentes do País, uma vez que o “modelo econômico brasileiro”, de JK aos governos militares, se caracterizou, não só pela dependência tecnológica, mas também pela dependência financeira.

5. Depois, isso continuou a agravar-se, culminando com as manipulações eleitorais que levaram às presidências de Collor e FHC, nas quais, além de tudo, as Forças Armadas foram deliberadamente debilitadas.
6. E por que isso foi possível? Porque quem monopoliza o dinheiro grosso e comanda a mídia submissa, determina as políticas.  Claro que essas não foram as de interesse do País.
7. Acaso? Não, mas, sim, algo que se desenhou com o  golpe de agosto de 1954, quando as decisões econômicas foram entregues a “técnicos” do agrado dos centros financeiros angloamericanos.
 8. Desde o final dos anos 50, o domínio dos carteis multinacionais sobre a economia resultou em enormes déficits de transações correntes: esses carteis transferiram ao exterior – principalmente como despesas - lucros de fato, decorrentes dos preços elevadíssimos, no mercado interno, dos bens aqui produzidos e dos importados, e preços baixos na exportação.
9.  Daí derivou absurda dívida externa,  inflada também com os juros e demais despesas decorrentes do financiamento externo de investimentos públicos e privados efetuados no País.
10. Afora os colossais pagamentos do serviço da dívida externa, ao exterior, ainda maiores nos anos seguintes à  Constituição de 1988, parte dessa dívida foi transformada em interna, a qual passou a crescer exponencialmente, em função de juros e correção monetária absurdos - mais um sinal de que o País não tem autonomia política.
11. Montou-se, assim, a engrenagem viciosa, através da qual a dependência política alimenta o crescimento da dependência econômica, a qual acentua a submissão política,  e assim por diante.
12. O conceito adotado por pró-imperiais assumidos e inconscientes, era que se deveria abrir às grandes transnacionais, com matrizes no exterior, as indústrias de transformação – consideradas não-estratégicas -  como  a de bens de consumo durável, inclusive veículos automotores,  o ridículo carro-chefe da arrancada para o falso desenvolvimento.
13. Tão grande foi a irresponsabilidade para com o País e seu futuro, que - através das Instruções da SUMOC, a partir de janeiro de 1955 -  propiciaram subsídios desmedidos para que os carteis industriais estrangeiros se assenhoreassem facilmente do mercado brasileiro, que nunca lhes esteve fechado.

14. Ademais, permaneceram abertas as brechas que permitiram crescente penetração do capital estrangeiro no sistema financeiro do País.

15. Sessenta anos depois, passados numerosos governos aparentemente diferentes, deu-se a desnacionalização praticamente completa, a causa da desindustrialização.
16. O balanço é o pior possível: a) a dívida interna, que continua crescendo exponencialmente, por efeito da capitalização de absurdos juros, já atingiu mais de R$ 3,8 trilhões; b)  boa parte dos títulos pertence a residentes no exterior; c) o passivo externo financeiro bruto – onde avultam os investimentos estrangeiros diretos (IEDs) - supera US$ 1 trilhão.
17.  Os IEDs acumularam-se principalmente com recursos estatais,  subsídios governamentais e reinvestimento de lucros, o que denuncia a natureza autorretroalimentada do processo de desnacionalização.
18. Finaliza-se o processo, com o enfraquecimento e maior infiltração da própria Petrobrás por interesses forâneos, além de preparar-se luz verde a petroleiras transnacionais para apoderar-se das reservas descobertas pela estatal. Além disso, deterioraram-se e desnacionalizaram-se infra-estruturas essenciais, como as de energia, transportes e comunicações.
19. Não bastasse isso tudo, a engenharia,  último ramo sobrevivente com tecnologia competitiva,  está sob fogo interno, teleguiado do exterior,  para que os mercados que conquistou no Brasil, e fora dele, também caiam sob controle de empresas estrangeiras.
20. O Brasil está inerme, com seus recursos terrestres, águas e subsolo, dotado de minerais preciosos e estratégicos, tudo aberto ao saqueio das corporações estrangeiras.  Grande parte do território amazônico foi subtraído à jurisdição efetiva do País, sob o pretexto de demarcar terras supostamente indígenas.
21. Que aconteceria se mudasse de política? A violência das intervenções imperiais na Líbia, Iraque e Síria, entre outras, deveria  alertar para reverter  as políticas levianas aqui praticadas, há mais de 60 anos.
22. Mauro Santayana afirma que o Brasil talvez seja o país mais indefeso do mundo, e o pouco que ainda tem de empresas nacionais na indústria bélica está sendo  adquirido  por grupos estrangeiros,  ou controlado por estes mediante associações, principalmente as firmas  que desenvolveram tecnologia militar, nos últimos anos.
23. A vulnerabilidade decorre também do baixo conteúdo local das peças do equipamento de defesa, mesmo no caso de blindados ligeiros. Que dizer das carências em tecnologia eletrônica, até mesmo chips desenhados e fabricados no País?

24. Esse é o resultado da entrega, favorecida pelos governos, do controle do grosso da economia a empresas e grupos financeiros  transnacionais.  Era questão de tempo a entrega também dos setores ditos estratégicos.
25.  Em vez de "lideranças" civis e militares cuidarem disso, ignoraram que o  desenvolvimento econômico verdadeiro só se faz com capital nacional e tecnologia nacionais.
26.  Além disso,  tiveram a visão ofuscada pela crença que lhes foi inculcada, de que o inimigo estratégico seria o comunismo, termo em que foi abusivamente englobado tudo que desagradasse o império e seus adeptos locais.
27. Nas lideranças e cidadãos, em geral, foram incutidas divergências  ideológicas que se tornaram fossos intransponíveis, geradores de exclusões, perseguições e conflitos envenenados.
28. Assim, além da economia dominada, o que, mormente após a pseudo-democratização de 1988, levou os interesses antinacionais a controlarem o sistema e as decisões políticas, acelerando a desindustrialização e primarização da economia, a falência estratégica  foi acentuada pela falta de coesão nacional.

29. Para esta deficiência estratégica contribuiu a abertura ao arrasamento da cultura e dos valores éticos, através da permissividade das “autoridades” para com os  meios de comunicação mundiais e locais, acompanhada da deformação dos fatos políticos e econômicos em todo o mundo.
30. Se é que o poder emana do povo, que poder emanaria de um povo submetido a processos de psicologia aplicada e a outras intervenções destinadas a apassivá-lo?
31. Machiavello  ensinou que “o poder emana do ouro e das armas.” Nesta vertente, como o  Brasil precisa ter poder para viver com dignidade, e até para sobreviver, impõe-se  entender que:
a) o desenvolvimento econômico e social é indispensável para a defesa e segurança; b) ele depende de autonomia, tanto nas decisões governamentais como na das empresas.
* - Adriano Benayon é doutor em economia pela Universidade de Hamburgo e autor do livro Globalização versus Desenvolvimento.

Pílulas do Vicente Limongi Netto


Não renuncia

Oportuno recordar, reiterar e editar, trechos da minha carta publicada no Globo, no dia 12 de abril, sob o título "Elogios à presidente": Dilma jamais renunciará. É mulher de fibra, guerreira, não dará esse gostinho aos derrotados e aprendizes de golpistas.

As rede sociais estão aí: Basta "escrever" sandices contra Dilma, claro, usando nomes falsos, na tentativa de desestabilizar o governo e apunhalar a Constituição e a democracia, além de violentar o resultado das urnas. O mais sensato é propor soluções, criticar com grandeza e espírito público, apoiar Dilma no que for importante para a coletividade, enquanto 2018 não chega.

Pantomima

Colossal pantomima do MPF  acusando ex-presidentes da República de levarem para casa presentes recebidos quando estavam no exercicio do cargo. É muita falta do que fazer, ânsia de aparecer ou, quem sabe, os   escassos neurônios dos imaculados procuradores  estão com dengue, malária ou febre amarela. Nessa linha, o MPF vai  mandar representante ao além, para cobrar os pães de queijo e café-com-leite saboreados por Itamar Franco. Francamente.

Recalque

Cacá Diegues não passa de um pobre diabo, recalcado, petulante, ressentido e mentiroso. Collor não "arrasou" o cinema brasileiro. Apenas acabou com as mamatas e roubalheiras da nefasta patotinha dos patrulheiros canalhas, travestidos de pseudos cineastas e éticos de araque. Como fez, aliás, com rigor, em outros setores da administração pública. Cacá pertence ao timeco de imundos e boçais sem moral e autoridade para escrever ou falar sandices contra Collor. Seus artiguetes são restos de comida que até os porcos rejeitam.

Pulha

O pulha chileno, advogado Felipe Claro, presidente do Congresso Mundial da Associação Internacional de Proteção da Propriedade Intelectual, declarou, em congresso da entidade na Barra da Tijuca, que o Brasil “é o país das piranhas e das caipirinhas”. Nessa linha, mandei a mensagem-resposta abaixo para a coluna do Globo, Gente Boa. Cretinos e canalhas aparecem por aqui, botam banca, esculhambam o Brasil e as brasileiras e fica tudo por isso mesmo? Ninguém retruca? Por que? Comigo não!

Reizinho

O "Reizinho de São Januário", um idiota e petulante chamado de “Juninho Pernambucano”,  torcendo mais do que comentando, insultou  o time do São Paulo e seus jogadores, quando o Vasco vencia por 2x1, jogando com um jogador a mais.   "Time sem raça e sem sangue", afirmou o raivoso "comentarista" da tv-Globo. Não satisfeito, completou seu rosário de imbecilidades: "Se o Vasco forçar marca o terceiro gol". Foi o suficiente para queimar a língua do panaca “Juninho Pernambucano”.

Faltando pouco para o final do jogo, o São Paulo, time "sem raça e sem sangue", foi lá e empatou, com gol de Rodrigo Caio. Síntese: O tal "Reizinho" ficou nú, com o dedo no nariz. “Juninho Pernambucano” é expoente do timeco de arrogantes comentaristas que, desgraçadamente, tomou conta das transmissões esportivas das televisões.

Empresas buscam conhecer incentivos da ZFM no Salão Duas Rodas 201

Texto: Layana Rios

Diversas empresas de todo o País que participam do Salão Duas Rodas 2015, em São Paulo, estiveram nos dois primeiros dias do evento à procura de informações sobre os incentivos do modelo Zona Franca de Manaus (ZFM) no estande da Câmara de Comércio e Indústria Nipo-Brasileira do Amazonas (Nipaco), no qual técnicos da Superintendência da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA) estão atuando com fins de divulgação institucional e atração de investimentos.

De acordo com o analista da Coordenação-Geral de Acompanhamento de Projetos Industriais da SUFRAMA, Flávio Ramos, empresas do segmento de Duas Rodas, sobretudo do setor componentista, estabeleceram contatos com o intuito de prospectar a instalação de unidades fabris e parcerias no Polo Industrial de Manaus (PIM). “Uma delas trabalha com componentes do sistema elétrico e de injeção e informou que tem um potencial de crescimento em Manaus e por isso está estudando a possibilidade de se estabelecer no PIM”, afirmou.

Uma empresa de fabricação de moldes também apresentou interesse no PIM. “Eles já produzem moldes para empresas instaladas em Manaus e acreditam que, estando na capital amazonense, além do melhor atendimento aos clientes existentes, podem ampliar seus negócios, principalmente na manutenção de moldes”, explicou o técnico.

Todas as empresas que passaram pelo estande foram convidadas, ainda, a participar da oitava edição da Feira Internacional da Amazônia (FIAM 2015), nos dias 18 a 21 de novembro, em Manaus. “Algumas empresas demonstraram interesse em ir à FIAM justamente para fazer o intercâmbio com as empresas já instaladas no PIM e assim definir seus investimentos”, disse o técnico Rômulo Oliveira, que também está atuando no estande.

A SUFRAMA marcou presença  no Salão Duas Rodas  junto a empresas componentistas do Polo Industrial de Manaus que expõem seus produtos no estande da Nipaco.

Escolinha do Galvão

Creio que  o programa esportivo "Bem, amigos" ,transmitido do belo e confortável  hotel Marina Park, deveria ser chamado de "Escolinha do professor Galvão Bueno". Com o devido respeito. Sem ofender mestre Chico Anísio e seus memoráveis alunos.  As lorotas dos "alunos" do prolixo Galvão são incontáveis. Morro de rir com as colossais sandices. O mais grave agora.... Deram para patrulhar o jornalista Marco Antônio. Motivo: Critica mais do que elogia. Ou seja, Marco Antônio é o único que se salva no melancólico programa.

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Janela de Brasília (XVII)




1. O Governo do Distrito Federal não se limita a derrubar as obras irregulares de moradores na orla do Lago Paranoá, mas, também, está cobrando pesadas multas dos responsáveis. É uma cobrança de legalidade duvidosa, pois as obras são irregulares porque contaram com a leniência dos governos anteriores, que, em última análise, são os responsáveis pela falta de fiscalização.

2. Há cerca de 400 espécies de pássaros em Brasília, segundo levantamentos realizados por observadores (birdwatchers) que seguem o Guia para Observação das Aves do Parque Nacional de Brasília. Jornalistas, fotógrafos, ornitólogos e outros profissionais aficionados da observação de pássaros e outras aves exaltam a riqueza da fauna do Cerrado, que vai sendo atingida pelo desmatamento e derrubada da flora para plantio de soja e outros grãos.

3. Em Brasília, no verão, podemos acertar o relógio com o canto das cigarras se iniciando quando faltam 15 minutos para as 18 horas (horário normal) ou 19 horas (horário de verão), instante em que a noite começa a se misturar com o dia. Nesta hora, as aves se recolhem ao seu ninho para dormir, os mosquitos começam a atacar e os animais noctívagos se despertam. É a mágica da Natureza.

4. Faltam acomodações em Abadiânia, cidade goiana próxima de Brasília, diante do crescente número de visitantes do Brasil e do exterior que procuram a cura proporcionada pelo curandeiro João de Deus a pacientes portadores de todos os tipos de males do corpo e da mente. Como há poucos hotéis, os profissionais resolveram converter residências em pousadas, com pernoites que variam de 80 a 200 reais per capita. Abadiânia cresce de dentro para fora...

5. Quando o morador do Distrito federal viaja para qualquer canto do Brasil, ele tem dificuldades para responder as perguntas que lhe fazem sobre as mazelas da política no Congresso Nacional, em especial na Câmara dos Deputados, que representa o Povo. Os brasileiros pensam que os moradores da Capital estão por dentro de quase tudo que é noticiado e querem detalhes.

6. Difícil dizer qual é o prato mais famoso de Brasília, porque há gente com paladares de todos os quadrantes do Brasil e do mundo. Mas, é impressionante como a culinária oriental, em especial a chinesa, ganhou força na Capital. Certa vez, nos idos dos anos 80, o embaixador soviético Dmitri Jukov indagou-me porque o vice-presidente Aureliano Chaves aceitara visitar a China e protelara uma visita a Moscou. Respondi indagando ao diplomata: “Basta o Senhor conferir quantos restaurantes chineses há em Brasília, e constatar que não há nenhum soviético...” A culinária aproxima os povos.
7. Este reajuste para dez reais do ingresso para o Zoológico de Brasília vem rendendo e vai render muito mais como munição para a Oposição ao Governo Rodrigo Rollemberg.Mexer com o entretenimento popular é sempre mau negócio político, pois só tira votos e rende muito pouco para o Fisco.
8. Muito calor, seca e sol abrasador multiplicam as queimadas no Cerrado e transformam o Corpo de Bombeiros em herói popular. Mas, ainda faltam equipamentos de última tecnologia no Distrito Federal  para que os incêndios - alguns criminosos - sejam debelados antes de causarem imensos prejuízos para o meio-ambiente.

9. Cerca de 23 mil servidores de 32 categorias do setor da Saúde no Distrito Federal se encontram em greve reivindicando pagamento de reajuste salarial concedido, mas não pago ainda, pelo Governo do Distrito Federal. É um verdadeiro caos a saúde pública  na Capital do País. No Dia dos Professores, a categoria também entrou em greve protestando pelas precárias condições de trabalho e remuneração. A  Educação subvalorizada  aqui é um mal exemplo ao resto do Brasil.