A Presidenta Dilma Rousseff continua decidida a nomear o ex-presidente Lula como auxiliar de seu governo, seja como ministro da Casa Civil, o que se encontra sob avaliação do Supremo Tribunal Federal -STF-, seja como assessor especial, mas não admite aceitar que a oposição faça pressão para sua renúncia ou aprovação do impeachment, que ela considera uma tentativa de golpe.
Quanto a Lula, estaria disposto a se asilar na Itália, para fugir à prisão, diante das investigações da "Operação Lava Jato", conduzidas pelo juiz Aldo Moro, auxiliado por agentes da polícia federal, funcionários da receita federal e integrantes da Procuradoria Geral da República.
O fato novo nas investigações, que já contam com a apuração de 316 nomes de empresários, políticos e funcionários públicos envolvidos em relações espúrias com empreiteiras e empresas estatais, entre as quais a Petrobrás, é a disposição de uma ala da direção da empresa Odebrecht, maior empreiteira do País, de fazer delação premiada para evitar que a empresa vá à falência por impedimento de participação em licitações e novas obras do governo. A ala podre da empresa, representada pelo empresário Marcelo Odebrecht, que se encontra preso, chegou a montar um departamento especial de propinas, caracterizando um gigantesco esquema de corrupção com graves prejuízos para o Brasil.
Enquanto Dilma tenta se manter na Presidência, mesmo perdendo apoio de partidos aliados, como o Partido do Movimento Democrático Brasileiro -PMDB-, do vice-presidente Michel Temer, e se isolando cada vez mais no Planalto, o Brasil continua mergulhado numa crise política, econômica e ética, como reconhecem importantes lideranças militares, como o comandante do Exército, general Villas Boas.
O General admite que os militares cumpram sua missão constitucional, desde que convocados por iniciativa de um dos poderes. No caso, o Poder Judiciário, porque o Poder Legislativo tem os presidentes da Câmara dos Deputados, deputado Eduardo Cunha, e do Senado Federal, senador Renan Calheiros, sob suspeita de atos de corrupção. E o Poder Executivo tem a Presidenta Dilma sob processo de impeachment.
É imprevisível, neste momento, o desfecho dessa crise que enfraquece a economia e ameaça o Brasil com a ruptura da ordem político-institucional. Dilma diz que não renuncia,e o processo de impeachment pode demorar. Ela e o vice-presidente Michel Temer ainda enfrentam o risco de perderem seus cargos, se o Tribunal Superior Eleitoral -TSE- julgar que usaram recursos financeiros ilegais em sua campanha de reeleição.
Com renúncia ,cassação ou impeachment de Dilma, com Lula e sem Lula no governo, o que há de concreto é o fechamento do cerco da "Operação Lava Jato" sobre os corruptos, além de um clamor da classe média brasileira para restauração moral e ética e a retomada do desenvolvimento. Clamor que se polariza na figura do juiz Aldo Moro, líder emergente.Por mais altiva que se mostre, Dilma não têm como ignorar esse clamor, o mesmo ocorrendo com as cúpulas dos demais poderes.
Excelente análise e texto. Com linguagem clara, fica muito fácil e agradável acompanhar a situação. Obrigada!
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