O ex-presidente Lula, do Partido
dos Trabalhadores- PT-, lidera com 21% as intenções de voto segundo recente
pesquisa divulgada pela Datafolha a
respeito das eleições presidenciais de 2018, seguido pela ex-senadora Marina
Silva, da Rede Sustentabilidade, com 16% dos votos.
O senador Aécio Neves, do Partido
da Social Democracia - PSDB-, da Oposição, obteve o terceiro lugar com cerca de
12% dos votos. Lula tem, porém, a maior taxa de rejeição, com 53%, seguido de
Aécio Neves, 33%, e Marina Silva, 20%.
No momento em que a Câmara dos
Deputados se prepara para votar, no próximo dia 17, na Comissão Especial, o impeachment da Presidenta Dilma
Rousseff, esses altíssimos índices de rejeição dos três mais fortes nomes
lembrados para disputar o Palácio do Planalto em 2018 tornam clara a
dificuldade de se debelar a crise política brasileira a curto ou médio prazos,
ainda que Dilma seja impedida de continuar na Presidência, fato que tende a
ocorrer.
Analisando-se as pesquisas, constata-se
que não surgiu até agora um nome forte e convincente diante do eleitorado para
restabelecer a confiança dos investidores internacionais na política
brasileira, assolada pela onda de corrupção dos últimos anos.
Haverá verdadeira batalha campal na
Praça dos Três Poderes para a votação do impeachment
na Câmara, no próximo domingo, diante de um grotesco muro metálico construído
para separar os simpatizantes e antipatizantes do impeachment ,que os petistas insistem em chamar de golpe, embora
seja forte a corrente de juristas que não consideram assim, pois a medida está
prevista na Constituição e, certamente, seria menos traumática, se funcionasse
no Brasil o instituto do recall, com
a consulta plebiscitária ou referendária feita diretamente ao Povo. Dilma tem o
direito de resistir, porque foi eleita, mas o Brasil não pode continuar quase acéfalo..
O próprio PT, quando disputava o
poder, valia-se de pedidos de impeachment
para desestabilizar o governo, obtendo êxito na saída de Fernando Collor. Agora
experimenta na própria carne essa ameaça e denuncia que há uma trama golpista
liderada pelo vice-presidente da República, Michel Temer, do Partido do
Movimento Democrático Brasileiro - PMDB-, também alvo de denúncias de
recebimento de propinas para reeleição da sua chapa com Dilma.
Os fatos concretos são estes, que
refletem a presente crise de governabilidade ou governança:
1. O
governo Dilma Rousseff está completamente estagnado, desde 15 de março passado,
quando cinco milhões de brasileiros, cientes das denúncias de corrupção apuradas
pela Operação Lava Jato, sob o comando do juiz Sérgio Moro, foram às ruas do Brasil
protestar contra a impunidade dos políticos e empresários acusados;
2. Dilma
perdeu a condição de protagonista e não tem como aprovar nenhuma medida econômica
importante para restabelecer a fé dos investidores e do povo e nem se encontra
com força suficiente para exercer o governo e comandar alguma equipe
ministerial;
3. Lula
perdeu sua força carismática, apesar de liderar as pesquisas com baixo
percentual, e tende a aumentar mais ainda a rejeição contra seu nome e o “Lulopetismo”,
ainda que, nas próximas eleições municipais, o PT se mantenha como partido de
esquerda forte, mas não mais como protagonista de governo.
4. Michel
Temer continua silencioso trabalho de composição de sua equipe, para quando
assumir a vaga de Dilma, e vem colhendo apoio multipartidário para elaborar um
programa de governo que restaure de imediato a confiança dos investidores externos
e restabeleça um coeficiente de governabilidade até as próximas eleições presidenciais.
Afinal, governabilidade é legitimidade
+ eficácia. Sem eficácia, perde-se
legitimidade, mas, com eficácia, é possível obter legitimidade (é bom lembrar o
exemplo do ex-ditador peruano Alberto Fujimori).Em discurso gravado, que vazou para a imprensa, Temer define claramente as linhas do que será sua gestão - a busca de governabilidade.
5. O
juiz Sérgio Moro continua sendo controlado pelo Supremo Tribunal Federal –STF-,
que, por causa da contaminação dos Poderes Executivo e Legislativo, cujos
presidentes são alvos de denúncias, é o único elo da cadeia sucessória em
condições de acionar as Forças Armadas em caso de ameaça aos poderes
constituídos, à lei e à ordem. Mas, até o STF, com dez dentre 11 juízes
nomeados por Lula e Dilma, tem sido acusado de práticas bolivarianas. Comandos
militares acatam a posição da Corte, mas só até os limites dos valores
ideológicos e doutrinários da instituição militar. Além desses limites, imperaria
a “última
rattio regun”.
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