sábado, 16 de abril de 2016

Jogo duro,mas Oposição é favorita


Governo e Oposição fazem jogo de informes e desinformes, pelos meios de comunicação e pelas redes sociais, alardeando votos conquistados contra e a favor da admissibilidade do processo de impeachment da Presidenta Dilma Rousseff, no grande embate de Plenário que ocorrerá amanhã na Câmara dos Deputados.

O grande jogador de futebol Didi dizia que “treino é treino e jogo é jogo”, numa alusão à diferença de empenho de cada equipe em virtude da motivação pelo prêmio que se disputa. A aprovação autorizando a abertura de processo, por 38 a 27 votos, do parecer do deputado Jovair Arantes, da Oposição, na Comissão instalada para decidir com base nas denúncias de prática de “pedaladas fiscais” pela Presidenta Dilma Rousseff, que teria cometido crime de responsabilidade, não deve ser projetada para o Plenário. Na Comissão foi treino, e no Plenário é jogo, e jogo pesado.

A Oposição precisa conquistar 342 votos dos 513 deputados, maioria absoluta, de dois terços, para que o processo continue e seja remetido ao Senado Federal. O Governo necessita de 171 votos para barrar o processo. As duas partes garantem que conseguirão os votos almejados, contando com traições, perdões, infidelidades e... ambições dos parlamentares.

O Governo continua prometendo cargos e verbas tentadores, diante da grave situação econômica dos Estados, além de alívio aos parlamentares envolvidos nos crimes apurados pela “Operação Lava Jato”. Mas, Dilma não tem mais condição de continuar governando, pois perdeu o comando do processo por ter se afastado das bases políticas e empresariais e se desgastado junto ao Povo. Perdeu legitimidade e eficácia; perdeu a governabilidade.

A Oposição com Temer também promete as mesmas coisas para angariar votos. O balcão de negócios funciona igualmente para os dois lados, mas a diferença fundamental é que um eventual governo-tampão de Michel Temer, com apoio dos investidores, empresários e de boa parcela da classe média e do eleitorado petista frustrado, oferece melhores perspectivas de segurança aos políticos em termos de cargos, verbas e votos nas eleições municipais deste ano, que definirão o potencial dos partidos para a disputa presidencial de 2018. Ser ou não-ser agora com Dilma em queda, ou ser ou não-ser com Temer em cenário terapêutico, eis a questão que gera indecisões até a última hora.

Temer também corre o risco de ser cassado junto com Dilma, se o Tribunal Superior Eleitoral –TSE- resolver ou for pressionado a puni-los por terem utilizado recursos irregulares na campanha de reeleição da chapa. Mas, esta espada de Dâmocles sobre a cabeça de Temer é melhor do que a rejeição popular a Dilma e a estagnação que tomou conta do País. Por ora, o melhor é escapar do pântano, segundo intuição dos políticos.

Prometer o que não pode se pagar, e prometer aquém do que ambiciona o político, nesse jogo em que prevalece a ética de resultados, e não a ética pessoal, seria um risco tanto para o Governo quanto para a Oposição. Se alguém está indeciso para votar, é porque não está satisfeito com o que lhe foi oferecido. A hora é de negociar, e o preço do voto, que sempre foi e será a moeda corrente da política, é altíssimo nesta e o será na undécima hora.

Não vou me omitir em opinar sobre o resultado de amanhã, em respeito aos meus leitores de fora do Brasil: A Oposição ganhará, com reduzida folga, porque, tratando-se de uma disputa dentro do campo político, com transição horizontal do poder, há um fenômeno típico dos vasos comunicantes, onde os níveis de água (força) se equilibram. Mas o desgaste imenso do Governo Dilma e do Lulopetismo fará pender para o lado de Temer, a única esperança do momento para que o País deixe a estagnação, não obstante a pouca popularidade deste. De resto, mudar é a tendência que se verifica nos demais países bolivarianos, que tiveram sua economia desmantelada.

Há um velho adágio político no Brasil: "Eleição e mineração, só na apuração". Mas, a maioria dos brasileiros demonstra interesse ver Dilma fora do governo, com ou sem impeachment. Isto deve influenciar a votação de amanhã.

Nenhum comentário:

Postar um comentário