terça-feira, 31 de maio de 2016

Nem Dilma e nem novas eleições


Os órfãos de Dilma Rousseff podem continuar chorando pelo resto da vida, porque ela não volta mais para governar. O máximo que poderia acontecer, numa hipotética rejeição do impeachment no Senado, seria Dilma reassumir pelo tempo suficiente para convocar eleições à Presidência da República, pois ela já não dispõe de condições mínimas para governar. Mas, o impeachment é irreversível.
Mas, por que ainda se fala na volta de  Dilma? Porque seria de interesse de um dos principais grupos de investidores internacionais dispostos a conquistar  e manter o poder do Brasil. A política é a arte de conquista e manutenção do poder. O grupo de Dilma perdeu a chance de permanecer, e agora quer tentar voltar ao poder. Vale tudo nessa empreitada, desde a compra de simpatizantes até a luta armada.
O grupo que apoia Dilma e Lula não é o mesmo que apoia Michel Temer. Um terceiro grupo, euro-americano, quer eleições diretas para tentar colocar Marina Silva na Presidência. Está fazendo dobradinha com o grupo que investe no senador Cristovam Buarque e outros senadores que ameaçam votar contra o impeachment.
Não se trata de simpatia pela volta de Dilma, mas sim para que ela viabilize, com breve retorno, a convocação de eleições diretas, coisa que o grupo de Temer não deseja e não permitirá, em condições normais de temperatura e pressão. O senador Cristovam sofre ainda pressões para votar contra o impeachment em sua zona eleitoral, o Distrito Federal, por conta do governador do Partido Socialista Brasileiro –PSB- em Brasília, Rodrigo Rollemberg, que é simpatizante de Marina Silva.
Há um quarto grupo, fincado no Oriente, que acompanha por fora o desfecho da disputa pelo poder político no Brasil, disposto a lançar suas cartas tanto na permanência de Temer quanto na volta de Dilma para convocação de eleições diretas. Esse grupo não estaria ausente do leilão do impeachment no Senado e poderia engrossar a lista dos contrários. Tem voto e tem força política, mas não faria um presidente diretamente.
Fica assim definido o quadro do impeachment no Senado: Ele virou leilão de votos pela permanência de Temer ou pela convocação de eleições diretas viabilizadas por breve retorno de Dilma, que, voltando ou não,  renunciará no momento certo para poder voltar à política dentro de dois anos.
O busílis dessa disputa é a influência da “Operação Lava Jato”, que já ceifou dois ministros do Governo Temer, o do Planejamento, senador Romero Jucá, e o da Transparência, Fabiano Silveira... Certamente, não vai parar por aí. Temer deve perder mais membros de sua equipe, mas não está preocupado com isso. Ele os nomeou conscientemente, para ganhar base parlamentar para as medidas que está implementando, sabendo que haveria riscos, em face da contaminação geral do sistema político brasileiro atual. Mas, o “tecelão de Tietê” vai aos poucos ganhando aprovação de medidas importantes para recuperação da economia brasileira e continua sendo a pedra angular de todo esse processo.
No momento, essas delações da “Lava Jato” vão sendo desdobradas contra todos os partidos, mas o Partido dos Trabalhadores-PT-, com o ex-presidente Lula e a presidenta afastada Dilma, são os alvos mais sensíveis e de maior impacto junto à opinião pública.
O juiz |Sérgio Moro, que comanda a “Lava Jato”, está pronto para deflagrar as prisões mais contundentes, no momento em que o grupo internacional que apoia Michel Temer entender que os seus interesses de manutenção do poder estejam sobre forte ameaça. São cartas na manga para serem lançadas, se preciso for, na hora certa. Lula, Dilma et caterva sabem disso; não vão dispensar seus acólitos e militantes, em ano de eleições municipais, mas, também , não vão cutucar a onça com vara curta... É uma questão de força, e contra a força maior o jeito é mostrar resiliência. Michel Temer já avisou que vai procurar Lula depois do impeachment.
Em suma: O ritmo da “Lava Jato” não é independente do processo que levou Temer ao poder. Não foi golpe, pois Dilma e Lula fracassaram deixando o País com dívidas, milhões de desempregados e sob um mar de corrupção, consubstanciados no “Mensalão”, no “Petrolão”, Eletrobrás e no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico -BNDES-, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, etc.

 

 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário