quinta-feira, 12 de maio de 2016

Sai a guerrilheira Dilma e entra o tecelão Michel Temer


Dois discursos marcaram hoje o clima político em Brasília. O da presidenta Dilma Rousseff, deixando hoje pela manhã o Palácio do Planalto com seus aliados - entre os quais o ex-presidente Lula abatido - e afirmando ser vítima de um golpe de Estado, e o do vice Michel Temer, assumindo à tarde a Presidência, apresentando seus 23 ministros e anunciando diversas metas de combate à crise econômica e recuperação do País.

Dois instantes marcantes, em que o Brasil sai de um clima sombrio, depois de 13 anos de poder do Partido dos Trabalhadores-PT-, do ex-presidente Lula, e entra num astral de “religiosidade”, que, segundo Michel Temer, acusado por adversários de ser satanista e servir à Maçonaria, visa à religação dos aspectos positivos da vida nacional com base no dístico da Bandeira do Brasil: “Ordem e Progresso”.

Temer sempre que pode ressalta sua formação cristã e católica e suas excelentes relações com as confissões evangélicas. Seus assessores na Câmara e na vice-presidência eram quase todos evangélicos, com os quais faz orações frequentes.

Sua esposa, Marcela Tedeschi Araújo Temer, com quem convive há sete anos, é uma mulher formosa e alvo permanente da imprensa sensacionalista. Temer é 43 anos mais velho, mas ambos se adaptam muito bem aos desafios da política para a vida conjugal, conforme garantem as colunistas sociais de São Paulo.

Michel Temer citou em seu discurso a ex-Presidenta Dilma Rousseff, que, a seu ver, merece todo respeito  da Nação, sob o ponto de vista institucional, e ressaltou a necessidade de que o Brasil,  com  seus imensos recursos naturais, combata o desemprego, atualmente afetando cerca de 11 milhões de brasileiros.  

Temer, tendo ao lado seu ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, com superpoderes para restabelecer a confiança dos investidores no Brasil, propôs que o governo comece imediatamente a trabalhar sem pessimismo e observou que o momento é oportuno para a projeção da imagem brasileira no exterior, pois a realização das Olimpíadas deve atrair jornalistas do mundo inteiro.

O ministério de Temer não tem nenhuma mulher; além do superpoderoso ministro Henrique Meirelles, com trânsito privilegiado junto aos banqueiros internacionais, se destacam figuras como as do senador José Serra, do Partido da Social Democracia Brasileira - PSDB-, nomeado ministro das Relações Exteriores, e Raul Jungman, do Partido Popular Socialista-PPS-, ex-Partido Comunista Brasileiro - PCB-, nomeado Ministro da Defesa, devendo substituir o deputado Aldo Rebelo, do Partido Comunista do Brasil – PC do B. Em resumo, uma troca de guarda entre dois comunistas de correntes diferentes.

José Serra, ex-governador de São Paulo e ex-ministro da Saúde, tem excelente visão econômica e deve incrementar as relações comerciais do País, começando pela agilização do próprio Mercosul. Jungman, cuja nomeação foi bem recebida pelos militares, já foi ministro para Assuntos Fundiários, no Governo de Fernando Henrique Cardoso, conhecendo muito bem as entranhas do Movimento dos Sem-Terra –MST-, que promete fazer oposição ao novo governo.

Sai uma governanta que tem imensas dificuldades de articulação política e que um dia usava metralhadora, como guerrilheira, e entra um habilidoso articulados profissional capaz de fazer tricô com quatro agulhas, segundo definição magistral do ex-ministro da Fazenda, Antonio Delfim Netto, um dos principais avalizadores do novo presidente.

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