A herança maldita de corrupção deixada pelo ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda continua fluindo por todos os poros da Capital da República, não como contaminação de iodo e césio, mas de ouro e prata. O argentarismo e a cupidez continuam campeando e deixando a população estupefata.
Para estancar a sangria de credibilidade do Governo Agnelo Queiroz e do próprio Partido dos Trabalhadores, o Palácio do Planalto resolveu colocar na chefia do Gabinete Civil do Governo do Distrito Federal o executivo Swedenberger Barbosa, braço direito da presidente Dilma Roussef e do ex-presidente Lula e que vinha atuando na secretaria-geral da Presidência da República, assessorando o ministro Gilberto de Carvalho.
Swedenberger, empossado no último dia 19, é uma espécie de interventor sugerido pelo ex-ministro e ex-deputado federal José Dirceu, numa tentativa de minimizar o impacto de um novo escândalo, prestes a eclodir, envolvendo o governador petista e seus comparsas. Interventor branco na administração vermelha.
Nos próximos dias, Paulo Tadeu, que tem um mandato de deputado federal,retorna à Câmara dos Deputados.Rafael Barbosa,secretário da Saúde, também deixará o governo, e o experiente vice-governador Tadeu Filipelli, memória do PMDB no poder desde os tempos de Joaquim Roriz, deixará o Buriti para assumir o MInistério dos Transportes, numa manobra do vice-presidente Michel Temer.É o que se pode denominar "escorregar para cima".
Em menos de três anos, o Distrito Federal teve quatro governantes e está à beira do quinto, o que não significa que a corrupção endêmica tenha cultura propícia na sede das decisões políticas nacionais. Ela prolifera em todos os estados brasileiros como derivação de um neo-colonialismo global, que apresenta, de um lado, globalizadores, e de outro países globalizados, entre os quais o Brasil.
Brasília é espelho, e não imagem do Brasil. É o lócus de encenação do teatro/poder político nacional, onde há bons e maus atores e diretores, selecionados pelos povos de todos os quadrantes nacionais, para representarem peças textualizadas por suas idéias, interesses e aspirações.
Culpar a cidade pelos desmandos ou pelos casos de corrupção política, como fazem cronistas até hoje inconformados com a mudança da capital para o Planalto Central, corresponderia a culpar o espelho por refletir imagem indesejada por quem se posta diante dele...
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