quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Lula para governo paulista gera discreta reação


O ex-presidente Lula governando o estado de São Paulo pode ser um fato político admissível, em termos especulativos, diante da sua alta taxa de popularidade, que chegou a 87%, quando deixou a Presidência da República, segundo alguns institutos de pesquisas, e mais ainda diante do seu êxito no lançamento do “poste” Fernando Haddad para a prefeitura paulistana, no bojo do projeto de renovação dos quadros do PT.
Mas, em política, nem sempre a lógica do poder prevalece, como no ditado “quem pode o mais pode o menos”, pois os cenários e os personagens estão sujeitos a mudanças imprevisíveis e incontornáveis, e a renovação que Lula preconiza pode se transformar mais `a frente em obstáculo para seu futuro político.
Se depender do senador Eduardo Suplicy (PT-SP), o ex-presidente Lula terá que se submeter à disputa prévia dentro do seu próprio partido, com a participação de eleitores filiados e não filiados, caso queira se candidatar ao governo do Estado de São Paulo, nas eleições de 2014.
O comentarista do site “Terra”, Guilherme Barros, publicou que uma ala do PMDB, em recente almoço em Brasília, defendeu a candidatura de Lula ao Palácio dos Bandeirantes, notícia recebida com surpresa pelo senador Suplicy, comentando que “é possível”.
O senador, contudo, um obcecado pelo instituto da escolha prévia de candidatos, como mecanismo de aperfeiçoamento democrático em qualquer processo eleitoral, justifica que esse tem sido um tema abordado frequentemente em seus pronunciamentos no Senado, onde já apresentou proposta de emenda constitucional nesse sentido. Adiantou que pretende levar sua proposta à próxima reunião nacional do PT, conforme comunicou ao presidente do partido, deputado estadual Ruy Falcão.
A disputa prévia para escolha de candidatos, segundo Suplicy, é utilizada em vários países, como os Estados Unidos, a Argentina (Partido Justicialista, na escolha de Cristina Kirchner), e a França (Partido Socialista), exigindo-se dos pré-candidatos um percentual mínimo de apoio partidário para concorrerem.
A ex-prefeita de São Paulo, deputada Luiza Erundina (PSB-SP), considera que uma candidatura de Lula ao governo paulista seria excelente para o projeto político do PT, mas, não tem certeza se seria bom para o próprio Lula, embora não veja nenhuma capitis diminutio em, para quem exerceu a presidência da República, pretender o governo de São Paulo, um cargo de enorme responsabilidade e projeção.
Para o ex-ministro Reinhold Stephanes (PSD-PR), que já exerceu três ministérios (Trabalho, Previdência e Agricultura), Lula ajudou a eleger Fernando Haddad para prefeito de São Paulo, mas saiu desgastado dessas eleições municipais, perdendo em várias capitais onde apoiou candidatos, e teria dificuldades em se eleger para o governo estadual.
 

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Eleições municipais reafirmam força da coalizão


O resultado final das eleições municipais no Brasil reafirma a hegemonia da coalizão PT/ PMDB, partidos que terão controle de 67,7 milhões, quase 50% dos 140, milhões de eleitores do Brasil, restando à oposição tácita, a praticada pelo DEM, menos de 4,8% do eleitorado, o que permite, em tese, concluir que a base de apoio ao Governo Dilma, até as próximas eleições presidenciais, é praticamente inexpugnável, apesar de potenciais fissuras a serem causadas pela disputa interna do poder dentro dos maiores partidos.
O PMDB conquistou 1.024 prefeituras e elegeu 7.966 vereadores, seguido, bem distante, em segundo lugar, pelo PSDB, com 702 prefeituras e 5.146 vereadores; em terceiro lugar, pelo PT, com 635 prefeitos e 5.067 vereadores; em quarto, pelo PSD, com 497 prefeitos e 4.570 vereadores; em quinto, pelo PP, com 469 prefeitos e 4840 vereadores; em sexto, pelo PSB, com 442 prefeitos e 3.484 vereadores; em sétimo pelo PDT, com 311 prefeitos e 3.563 vereadores; em oitavo, pelo PTB, com 295 prefeitos e 3.484 vereadores; em nono pelo DEM, com 278 prefeitos e 3.209 vereadores; e em décimo pelo PR, com 275 prefeitos e 3.110 vereadores.
Pelos dados acima, os partidos se posicionam pelo número de prefeituras conquistadas, mas, por número de vereadores, o quarto lugar ficaria com o PP e o quinto com o PDT. Vitorioso, mesmo, foi o PSD, que disputa sua primeira eleição e obtém expressivos resultados, que o credenciam como quarta força partidária do Brasil, em termos municipais. PMDB, PSDB, PP, PTB e DEM perderam vereadores, o PT conquistou 899 e o PSB 528.
O PSB elegeu o maior número de prefeitos de capitais (Fortaleza, Belo Horizonte, Cuiabá, Recife e Porto Velho), mas fica em quarto lugar por eleitorado (15,3 milhões de eleitores). O PT, que elegeu os prefeitos de São Paulo, Rio Branco Goiânia e João Pessoa, passa a liderar 27 milhões de eleitores, seguido pelo PMDB (que não venceu em nenhuma capital), com 23,1 milhões de eleitores, e PSDB, que conquistou quatro capitais (Maceió, Manaus, Belém e Teresina), ficará com 15,3 milhões de eleitores. O partido oposicionista DEM, que ficou com Salvador e Sergipe, encolheu e terá apenas 3,7 milhões de eleitores.
Gênio político e arguto observador, o ex-prefeito do Rio de Janeiro, César Maia, considera em seu blog que o PT de Lula e Dilma se esfacelou no Norte, Nordeste e Centro-Oeste, analisando-se seu desempenho nas capitais e considerando-se que tais regiões foram as mais visadas pela política assistencialista oficial (bolsa-escola, bolsa-família, etc.).
Seria a “sulização” do petismo, à custa da “nordestinação” embrionária do PSD, o partido criado pelo então prefeito Gilberto Kassab, de São Paulo, capital cuja população é composta por 20% de nordestinos. O PSD, contudo, deve apoiar a coalizão pragmaticamente.
O governo arvora-se de ter no PSB, partido do governador Eduardo Campos, um aliado da base de apoio, enquanto o presidente do DEM, senador Agripino Maia, confia em que o neto de Miguel Arraes não vai oferecer seu apoio na bandeja.
Alguns próceres do PSDB, como o senador Aécio Neves, o governador paulista Geraldo Alkmin (ambos com pretensões ao Planalto) e o prefeito eleito de Manaus, Arthur Virgílio, poderão engrossar eventualmente a oposição do DEM, devendo ainda ser considerada, nessa tendência, a não tanto velada rivalidade do governador Sérgio Cabral, do Rio de Janeiro, com o vice-presidente Michel Temer, do comando peemedebista, e a influência exercida sobre o PP pelo tio de Aécio, o senador Francisco Dornelles, presidente da sigla.
O Rio de Janeiro e outras capitais que sediarão jogos vão precisar das verbas do governo para organização da Copa do Mundo e das Olimpíadas. Esse é um trunfo extraordinário que o Palácio do Planalto (Governo Dilma e a provável repetição da chapa Dilma/Temer para as eleições presidenciais de 2014) tem nas mãos para podar eventuais rebeldias, mas, como  afirmava o líder gaúcho Gaspar Silveira Martins, em política , “idéias não são metais, que se fundem”.
A coalizão continua forte, mas a efervescência das idéias é inevitável, num país que detém o quarto contingente eleitoral do mundo, como o Brasil, e que vem realizando eleições, de forma modernizada e modelar para outras nações, não obstantes os aspectos autoritários de suas lideranças modernizantes e as assimetrias  sociais gritantes, resquícios  do seu passado escravista e sua subjugação colonial explícita, na sua formação histórica, e ,atualmente, solerte, no interesse das potências políticas e econômicas dominantes.
Por último, uma observação sobre a presença dos descendentes árabes na política brasileira: Temer, Alkmin, Maluf, Chalita,Kassab, Haddad, Simon, Jereissati, etc. O senador Pedro Simon denominava essa presença como “a maior colônia no Congresso”, algo em torno de 8% da Câmara e do Senado. É um tema  para estudo mais profundo, mas esse recrutamento para a política, segundo já li em observações esparsas, decorreria da atividade dos imigrantes árabes no Brasil, o comércio mascate em todos os quadrantes e nas regiões mais inóspitas do hinterlândia. Essas eleições municipais registram novamente essa vocação árabe para nossa política, bastando que se pesquise o número de vereadores e prefeitos de descendência árabe eleitos.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Brasil quer dobrar produção pesqueira


Para quem estranhou a nomeação do senador Marcelo Crivella (PDR-RJ) para o Ministério da Pesca, a notícia é surpreendente: O Governo está lançando o Plano Safra, que prevê recursos de 4,1 bilhões de reais para o setor pesqueiro, beneficiando cerca de 330 mil famílias.
 O objetivo é duplicar a produção pesqueira do País. O Brasil produz na pesca pouco mais de um milhão de toneladas por ano, apesar de contar com 7.367 quilômetros de costa no Atlântico e com 12% de toda a água doce disponível do planeta.
Dentre diversas metas estabelecidas pelo Plana Safra, para o fomento da produção, destacam-se a ampliação do número de cooperativas e a escavação de 60 mil tanques de 0,5 hectare, no período de três anos, para a produção de 78.750 toneladas anuais de peixe, com assistência técnica do governo. Novas tecnologias serão agregadas ao setor pesqueiro, com vistas, inclusive, à expansão da produção de formas jovens e alevinos.
Destacam-se entre os produtores os estados de Santa Catarina, Pará, Rio de Janeiro, Bahia, Amazonas, Maranhão, Ceará e Rio Grande do Sul. Entre centenas de espécies, as mais pescadas são  dourada, corvina, enchova, cherne, peixe-porco, pargo-rosa e tainha. O principal mercado importador de pescado do Brasil é os Estados Unidos; o produto mais exportado para vários países é o camarão ,e o mais importado é o bacalhau da Noruega.
Mesmo contando com o apoio da Marinha no combate à pesca ilegal, continua a atividade predatória em larga escala, principalmente a pesca de camarão, lagosta, tubarão e  golfinhos, o que levará o governo a lançar,até o final do ano, o Plano Nacional de Prevenção e Repressão à Atividade Pesqueira Ilegal.

 

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Segurança Pública, Burocracia ou Traição? Corrida do Ouro na Amazônia


 
 
Gélio Fregapani(Membro da Academia Brasileira de Defesa)
 
 
 
Segurança Pública (tática errada)

A criminalidade aumenta exponencialmente. A insegurança aumenta dia a dia.Há mais mortes violentas no Brasil do que em muitas das zonas de guerra; ( 50 mil em um ano no Brasil e apenas 30 mil na Síria, desde o começo da rebelião).

A polícia está cada vez mais se encolhendo, acuada por toda sorte de "entidades sociais". ONGs estrangeiras procuram acovardar a população aconselhando-a a não resistir e se dificulta a posse de armas às pessoas que pensariam em enfrentar os criminosos. Tudo errado!

Uma das causas da expansão da criminalidade é a Justiça frouxa, inibida por leis que protegem demasiadamente os malfeitores, mas a principal causa é o acovardamento da população; a insistência em que resistir nao dá certo e no desarmamento das pessoas de bem. A certeza da “não resistência” encoraja até ao bandido mais prudente.

É difícil acreditar na sinceridade dos defensores dessa política. Por exemplo, o senador Cristovam Buarque protocolou no Senado uma proposta que restringe ainda mais a posse de armas, sem atentar que quanto mais se desarma a população mais aumenta a criminalidade. (Pode-se acreditar que o professor seja culto, mas não dá para acreditar na inteligência dele).

Finalmente, na medida em que a criminalidade passa a usar as táticas de guerrilha, é bom lembrar que não se combate guerrilhas com táticas convencionais. Guerrilha só se vence com táticas de guerrilha, e estas incluem a conquista de aliados para a auto defesa.. Foi assim que o Exército ganhou no Araguaia.

Redução da população- A maior das ameaças

Malthus alertou em cores negras sobre o perigo do aumento da população, mas diminuição da população também traz problemas reais, agravados pelo aumento da longevidade ociosa. É natural que os jovens sustentem os velhos quando esses param de trabalhar. Todo sistema previdenciário é baseado nessa idéia.

Entretanto, o aumento da expectativa de vida, juntamente com a queda nas taxas de natalidade, torna cada vez mais difícil que isso possa ser cumprido; os países que tiveram a sua taxa de natalidade diminuída nos tempos recentes hoje vivem crises gravíssimas de previdência social.

Alguns países já percebem o mal que a diminuição populacional causa, e começam a enfrentar o problema. Os europeus, que sofreram um inverno demográfico voluntário e hoje têm medo de uma dominação islâmica meramente numérica, hoje dão inúmeras benesses a quem tenha filhos, chegando ao ponto de dar um valor fixo em dinheiro por mês a cada um filho que se tenha. Se isto é importante para qualquer nação, muito mais para nós, que temos um imenso território a ocupar.

Dentro deste quadro, só temos aplausos ao programa “Brasil Carinhoso”, bem diferente de muitas das bolsas que só estimulam a vagabundagem. Estas últimas deveriam ser substituídas por “frentes de trabalho”

Aeromovel- triunfo da burocracia ou traição a serviço das multinacionais?

Na década de 60, Oskar Coester, um técnico aeronáutico, recebeu um desafio do presidente da Varig: "criar um sistema de transporte para seus passageiros, dos centros das grandes cidades até seus aeroportos em menos tempo do que os jatos levavam de uma cidade a outra". O sistema deveria ter baixo custo de implantação e operação; ser seguro, confortável, confiável, rápido e não conflitar com o tráfego de superfície;; "

Ao observar um vagonete que rodava sobre trilhos, movido a vento como um barco, pela adaptação de um mastro e uma vela no trapiche do porto de Rio Grande (RS), Coester teve ali sua grande inspiração.

O vento seria produzido por um ventilador industrial comum acionado por um motor elétrico trifásico de baixa voltagem. Viria por um duto embaixo do trilhos. Se construído em um elevado evitaria interferir com o trânsito de superfície, Pronto, estava inventado o melhor sistema para o transporte urbano de passageiros.

O diretor da então Empresa Brasileira de Transporte Urbano encampou a idéia, e um aeromóvel construído em caráter experimental passou a funcionar em 1983 em Porto Alegre. Na linha simples conseguia a velocidade de 80 km por hora e o transporte de 136 passageiros por veículo articulado, (características desejadas) — nada impedindo que ele pudesse viajar muito mais rápido e com veículos de muito maior capacidade de transporte que este protótipo, mas...

Cloraldino Severo substituiu o então ministro Eliseu Rezende e acabou com o projeto. Por mais estranho que possa parecer Cloraldino Severo destruiu o protótipo e a linha e proibiu a os funcionários de falarem sobre o assunto e mandou queimar todo o material informativo sobre o aeromóvel existente no Ministério.

Cloraldino Severo foi forçado a dar explicações à sociedade gaúcha sobre os motivos que o levaram a boicotar o projeto. Resumindo as justificativas do ministro dos Transportes de Figueiredo para tão impatrióticos atos: ele disse ter suspenso o financiamento ao projeto por não acreditar que um "alemãozinho", em uma oficina de fundo de quintal, pudesse desenvolver um sistema de transporte coletivo de passageiros que viesse a competir com os sistemas já em uso, produzidos pelas grandes empresas multinacionais.

Já nessa época, o Estado brasileiro estava começando a ser demolido com a colaboração e o trabalho da cúpula da burocracia estatal e dos políticos cooptados e submetidos às determinações da nova "ordem". Ainda houve um ensaio de retomada do projeto, na nova República, inviabilizado pela inflação galopante.

No nosso País não deu, mas foi viabilizado sim no estrangeiro: Coester implantou em 1989 numa linha de 3,5 km num parque de Jacarta (Indonésia), onde há centros de convenção, prédios culturais e uma universidade. Até hoje em operação comercial, e já transportou, sem falhas, mais de 14 milhões de passageiros

Hoje todos aparentam estar preocupados com os transportes urbanos para a Copa – eis uma oportunidade. Seria possível revolucionar o transporte coletivo no país, estimular a indústria genuinamente brasileira e gerar milhares de empregos com salários compatíveis às necessidades da população, através da ação combinada e coordenada de alguns de seus ministérios.

O  aeromóvel foi concebido para ser construído e implantado sem a necessidade da importação de um único parafuso, portanto, beneficiando 100% a indústria nacional — tanto a da construção civil, a metalúrgica, a eletroeletrônica, a de autopeças e a mecânica, além da exportação, como já ficou demonstrado em Jacarta, e o preço do transporte p or passageiro através do aeromóvel fica até três vezes menor do que o pago em qualquer linha de ônibus que cumpre o mesmo percurso

É claro, isto não interessa ao FMI, ao Banco Mundial, ao BIRD e ao Sistema Financeiro, às poderosas corporações mundiais da área do transporte, à indústria (estrangeira) do petróleo, às concessionárias do transporte coletivo urbano às prefeituras com interesse na continuidade; à indústria automobilística, fabricante de chassis para ônibus; às distribuidoras estrangeiras de petróleo; aos fabricantes de pneus etc.; e ao Diálogo Interamericano, através de seus agentes e outros tantos. Para implantar este projeto (como para outros tantos­) é preciso coragem. Desde o Presidente Geisel não temos outro de coragem como a atual governante. Terá ela coragem para isto?

Corrida de ouro na Amazônia?

Sim, está em curso e se amplia. Existem imensas jazidas, a maioria em terras indígenas, criadas propositalmente, para que o Brasil não as explorasse. Com o incerto futuro do dólar, do euro e de outras moedas fortes, todos sentem que o ouro é a melhor reserva de riqueza, e que é de difícil substituição. Agora os promotores da criação das reservas indígenas iniciam a cobrar seu prêmio.

Ilegalmente as jazidas são cada vez mais exploradas, muitas vezes com a colaboração dos próprios índios. O ouro é comprado por canadenses, norte-americanos e israelenses, talvez testas de ferro do sistema financeiro internacional. Comprado com moedas que perdem valor dia a dia, e que estão ameaçadas de virar pó. - Eles mereceram. Planejaram a longo prazo; tiveram muito trabalho convencendo, comprando consciências, chantageando políticos e até mesmo governos. Gastaram tempo e dinheiro para criar essas reservas indígenas e para as transformar em territórios praticamente autônomos. Agora saboreiem a vitória.

Tudo bem, mas e nós? Somos ou não os donos da terra e das riquezas que ela encerra? Por que não compramos nós mesmos o ouro? Até quando permitiremos a evasão desse precioso metal? - Afinal, o que podemos fazer? - Fácil: É só colocar o Banco do Brasil e a Caixa Econômica a comprar o ouro, como foi na época da Serra Pelada. Não há Sim! Mas dinheiro trazido de fora para comprar o ouro também tem o mesmo efeito.

A simples abertura dos garimpos com a compra do ouro resolveria os problemas financeiros do nosso País. E isto ainda sem falar na possibilidade de desenvolvermos o nióbio por nossa conta....

Decisões equivocadas – sem comentários

A adoção de cotas para negros.

Os vetos no código Florestal.

Conclusão das últimas eleições

Vereadores só servem para dar despesas, por sinal bem grandes. Melhor seria se não fossem remunerados, ou mesmo que fossem abolidas as Câmaras Municipais. Não servem mesmo para nada e consomem preciosos recursos. Poderiam ser voluntários, mas gostariam de perder?

 

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Pleito de Salvador definirá tamanho da Oposição


O tamanho da oposição à coalizão do governo Dilma depende muito do resultado das eleições em segundo turno para a prefeitura de Salvador, quando o Democratas, com ACM Neto, tentará conquistar mais poder de sobrevivência, depois de vencer apenas em Aracaju, nas capitais.
Ninguém melhor do que o jovem deputado federal Márcio Marinho (PRB-BA), eleito com 157 mil votos e que disputou em primeiro turno a prefeitura de Salvador, obtendo 84 mil votos, para falar sobre a competição em segundo turno entre Nelson Pelegrino (PT) e ACM Neto.
Marinho acredita que Pelegrino será o vencedor, contando com a Presidente Dilma e o ex-presidente Lula em seu palanque e com o apoio de 30 dos 43 vereadores de Salvador, razão pela qual vê o DEM limitado à sua conquista da prefeitura de Aracaju e exaurido como partido de oposição.
 A principal conquista até agora do PRB na Bahia é a prefeitura de Itabuna, além das prefeituras de Conceição do Jacuípe e Ipupiara. O partido perdeu as prefeituras de Canudos e Lençóis, esta situada na região diamantífera.
Marinho fala com entusiasmo do Partido Republicano Brasileiro -PRB -, antigo Partido Municipalista Renovador, registrado em 2006, com apoio do então vice-presidente José Alencar, observando que a agremiação conta atualmente com 10 deputados federais e  conseguiu ampliar de 780 para 1204 o número de vereadores, nessas eleições municipais –crescimento de 50,1%, um dos melhores percentuais registrados- e de 54 para 77 o número de prefeituras.
Presente em vários estados, o PRB, que apoia a coalizão governamental, é ligado à Igreja Universal do Reino de Deus e sua maior estrela foi Celso Russomano,com 1,3 mihão de votos para a prefeitura de São Paulo, ficando em terceiro lugar.O líder na Câmara é o bispo Antonio Bulhões,nascido no Rio de Janeiro e eleito deputado federal por São Paulo.

Petróleo fomenta guerra no Oriente Médio,mas Brasil quer diásporas atuando pela paz

“O mundo em desajuste”, obra do escritor franco-libanês Amin Maalouf, tem servido de referência para que o Itamarati incentive debates sobre o papel das diásporas de origem judaica e árabe na busca de construção da paz,mas os interesses das potências pelo imenso manancial de petróleo,além das disputas pela água, é o maior obstáculo para o apaziguamento do Oriente Médio.
Depois de promover a discussão do tema, com apoio da Fundação Alexandre de Gusmão, o Ministério das Relações Exteriores enviou à Câmara dos Deputados seu embaixador para Assuntos do Oriente Médio, Cesário Melantonio Neto, que afirmou, durante debate na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional, que a paz entre israelenses e palestinos é o objetivo fundamental do Brasil em relação ao Oriente Médio.O debate foi conduzido pela deputada Perpétua Almeida( PC do B- AC),presidente da Comissão.
Como um dos grandes detentores mundiais de softpower, afirmou Melantonio Neto, o Brasil algum dia poderá ser mediador de conflitos,  mas,por enquanto,já pode ser um facilitador da paz junto com outros países,mas fez uma advertência:
“O monopólio da segurança e paz mundiais, exercido hoje por cinco ou seis países membros do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas, precisa acabar”. Uma alusão às pretensões do Brasil de integrar o referido conselho.
Participando dos debates, o secretário de Relações Internacionais do Superior Tribunal de Justiça, Hussein Ali Kalout, afirmou que pode haver intenção dos Estados Unidos em que o presidente Bashar al-Assad, da Síria, seja tirado do poder, mas não que ocorra mudanças na espinha dorsal do stablishment, pois isto recriaria com a Rússia a questão da bipolaridade.
Descrente da possibilidade de um acordo de paz entre palestinos e israelenses, por faltar ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu vontade e maioria no governo de coalizão, Ali Khalout resumiu que “os ocidentais não querem o mundo árabe unido e o Islamismo unificado”.
A questão do Oriente Médio, a seu ver, se resume no interesse internacional pelo petróleo: ”Cerca de 60% do petróleo mundial se encontra na região, centralizado na Arábia Saudita,  no Irã e no Iraque, o que explica o interesse de Washington  pelo Irã. Cerca de 30% das importações de petróleo feitas pela China vem daquela região, das quais 20% destinadas à sua produção industrial.Seria uma forma de controlar o desenvolvimento da China.”
Khalout considera que a “primavera árabe” acabou e que nem mesmo uma estabilização da Síria recomporia o processo que levou vários países à abertura política. Menos pessimista, o consultor de empresas Thiago de Aragão vê enorme espaço para atuação das empresas brasileiras no Oriente Médio, em virtude da aceitação do Brasil pelo seu softpower, mas ,entende que é preciso melhor planejamento e envolvimento da sociedade civil e a descaracterização do Brasil como "país doméstico".

 

 

Sair da crise


 

 Adriano Benayon *

O jornal Valor publicou, em setembro, artigos de dez “renomados” economistas sobre a “crise” mundial e seus desdobramentos. Na realidade, trata-se de depressão econômica, caracterizada por queda, desde 2008, de emprego, produção, consumo e investimentos, em quase todos os países“desenvolvidos”.

2. Pior que esconder a depressão nas estatísticas oficiais é não apontar-lhe a causa essencial: a concentração dos meios de produção e das finanças sob o comando de um grupo de pessoas contáveis nos dedos, coadjuvadas por executivos cujo total não passa de 0,001% da população (mil vezes menos que o falado 1%).

3. A concentração determina as causas imediatas do colapso e da depressão:

a) desregulamentação (falta de controles públicos e supressão dos que havia) dos mercados financeiros, deixados ao bel prazer dos alavancadores dos títulos podres, como derivativos de 600 trilhões de dólares (nessa moeda e em euros);

b) os bancos e financeiras, manipuladores e aproveitadores da criação de títulos, não arcarem com os ônus dos estragos que produziram, postos nos ombros dos Estados, que viraram devedores de créditos de que não se beneficiaram.

4. Ainda mais importante que entender as causas é atentar para o fato de a depressão continuar, porque isso interessa à oligarquia financeira, detentora do real governo nas “democracias” ocidentais.

5. De fato, a depressão serve para tornar ainda maior a concentração do capital, e mais absoluto o poder oligárquico. Serve como? Enfraquecendo ainda mais os Estados nacionais, dos quais a oligarquia se havia apoderado.

6. Com o Estado subordinado aos oligarcas, quem irá conter os abusos tirânicos e quem propiciará algum espaço à verdadeira economia de mercado, capaz de viabilizar o desenvolvimento tecnológico através da competição e da demanda em economias livres da concentração?

7. Depois do colapso financeiro originado nos derivativos, em vez de se liquidarem os bancos metidos neles - como de direito, se as sociedades tivessem governos a seu serviço - os colossais prejuízos decorrentes da especulação foram transferidos para os Estados, que passaram a ser os grandes endividados.

8. A partir das dívidas públicas assim engendradas, as políticas sob o comando dos bancos levam à falsa austeridade e às privatizações favorecedoras dos carteis dos oligarcas. Através delas desaparecem não só estatais, mas também grande massa de empresas médias e pequenas.

9. No setor“privado” reinam os grandes bancos e os carteis transnacionais, cada vez mais abrangentes. Fecham-se as portas do capitalismo a ingressantes da classe média alta. A oligarquia consolida seu status de tirania.
10. Diferentemente do que muitos dizem, a crise econômica atual não provém somente do liberalismo, mas, sim, de o mundo estar dirigido e regulado pelos concentradores. Só os oligarcas ficam livres da regulamentação.
11. A depressão nos EUA, Europa e Japão leva à queda das exportações da China, a qual pretende acelerar a expansão do mercado interno e reduzir o ritmo de crescimento dos investimentos em favor da elevação do consumo.
12. Assim, a função de locomotiva do dinamismo mundial, desempenhada ultimamente pela China, não deverá prosseguir na mesma intensidade, prevendo-se queda nas importações de minérios e, portanto, das exportações do Brasil e da Austrália.
13. Em conclusão, nada se vê no horizonte, capaz de interromper o presente círculo vicioso, na maioria dos países, de deterioração das condições sociais e da infra-estrutura econômica.
14. EUA e Europa prosseguem emitindo moeda para comprar títulos podres, o que reduz quedas no valor dos ativos financeiros e das commodities. Mas isso só adia nova recaída, enquanto avilta, ainda mais, o dólar e o euro, moedas que não mais deveriam ser aceitas como divisas internacionais.
15. Muitos recordam que a grande depressão mundial dos anos 30 somente acabou devido ao choque de procura da Segunda Guerra Mundial, a partir de 1942/43.
16. Mas então, só nos EUA, foram mobilizadas 14 milhões de pessoas, e agora, os conflitos armados não mais geram mais tantos empregos, nem mesmo nas indústrias de armamentos e nas básicas. Só matam aos milhões, com armas intensivas de tecnologia.
17. As agressões a diversos países desde 2001, as quais contribuíram para elevadíssimos déficits orçamentários, visam elevar os lucros da indústria bélica, um dos grandes feudos da oligarquia, ademais dos objetivos imperiais.
18. A guerra em grande escala seria muito mais dispendiosa e tornou-se menos provável, porque surge uma superpotência, a China, além de ocorrer alguma recuperação do poder bélico da Rússia, ex-superpotência que propiciou o equilíbrio desaparecido no final dos anos 80.
19. Por fim, não há necessidade de novas guerras monstruosas, além de inúteis para sair da “crise”. A saída não é difícil, se se puser cobro à tirania política da oligarquia financeira.
20. Bastaria os Estados assumirem o controle de seus Tesouros e dos bancos centrais, extinguirem o grosso das dívidas que inviabilizam a sanidade das economias e promoverem investimentos produtivos estatais e privados no âmbito de uma economia descartelizada.
21. Fora disso, i.e., sem transformação das relações de poder, o cenário é mais depressão, e a dificuldade para essa transformação decorre da deterioração, em todos os aspectos, da vida dos povos subjugados pelo império.
22. Com efeito, a tirania conta, para afastar a revolução, com os frutos de investimentos, desde há um século, nas indústrias da comunicação social e do entretenimento e nos sistemas de “educação”, para destruir valores e culturas e embotar o discernimento, tudo isso potencializado por mais tecnologia.
23. A destruição das Torres Gêmeas em Nova York e o ataque ao Pentágono, realizados pelo Estado policial, há onze anos, são exemplos notáveis da produção de terror para justificar agressões imperiais e reforçar leis repressoras totalitárias.
24. É em cima dessas realidades, desconhecidas da maioria, que se monta nos EUA o mega-espetáculo das eleições presidenciais.
25. A eleição para presidente da maior superpotência mundial deveria ser evento de capital importância, merecedor da cobertura que tem, se houvesse real opção para os eleitores.
26. Trata-se, porém, de algo irrelevante, já que, como de hábito, os candidatos dos dois partidos estão igualmente vinculados à oligarquia concentradora, sediada em Wall Street, Londres e outras praças-chave da finança mundial.
* - Adriano Benayon é doutor em economia e autor do livro "Globalização versus Desenvolvimento"

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Leituras e dilemas do atual quadro político brasileiro


O presidente  nacional  do Democratas, senador Agripino Maia(RN), não  concorda com a conclusão de muitos analistas,com base nos resultados do primeiro turno e nas projeções para o segundo turno das eleições municipais,segundo a qual a oposição ao Governo Dilma praticamente se esfacelou.
“Na política, muita coisa muda a todo momento.Continuaremos (os democratas) firmes,juntamente com outras forças,entre as quais o PSB. Ou você acredita que o governador Eduardo Campos ficará do lado do Governo?” –indagou-me,mesmo diante do argumento de que a coalizão governamental ficará ainda mais forte com o senador Renan Calheiros(PMDB-Al) e o deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) assumindo ,respectivamente, as presidências do Senado Federal  e da Câmara dos Deputados.
Com o PMDB dominando  a Câmara e o Senado, até a cadeia sucessória se altera nos próximos dois anos, pois,além de Michel Temer como vice de Dilma, os próximos presidentes da Câmara e do Congresso Nacional,ambos peemedebistas, tornam-se sucessores ,conforme estabelece a Constituição Federal.
O deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), notório parlamentarista e constitucionalista, admite que o PMDB  torna-se cada vez mais forte ao “blindar” a Presidente Dilma Rousseff, e chegou a elogiar o vice-presidente Michel Temer, um dos articuladores da coalizão e que,provavelmente, comporá a chapa com Dilma nas eleições de 2014, mas alerta para a situação de desgaste da Presidente ao ficar cercada pelo partido. “Isto poderá  gerar maior oposição”.
Andrada acredita na estratégia do senador e ex-governador de Minas, Aécio Neves, de apostar na eleição de Márcio Lacerda(PSB) para a prefeitura de Belo Horizonte, com vistas a uma aliança com o governador Eduardo Campos, de Pernambuco, figura de maior destaque  do PSB,para as próximas eleições presidenciais.”O povo mineiro sabe que o prefeito  Márcio Lacerda foi eleito em virtude do apoio de Aécio e não se esquecerá disto, ainda mais por ser  Aécio uma liderança nacional.”
As considerações do senador Agripino Maia e do deputado Bonifácio de Andrada esbarram,contudo, na incerteza reinante nas hostes do PSDB e do PSB,onde se calcula o potencial de possível dobradinha com Aécio Neves e Eduardo Campos, em 2014, para enfrentar o rolo compressor do Planalto que articula a reeleição de Dilma e Temer, incerteza que talvez se dissipe após o segundo turno das eleições municipais...
Não é apenas uma questão de composição de chapa,mas,também, de custo-benefício para os dois jovens e promissores líderes e seus respectivos partidos, e para a própria estabilidade política brasileira, em caso de vitória ou derrota sem um segundo turno eleitoral.Afinal,os interesses nacionais situam-se muito acima das ambições pessoais da sua "classe dirigente" (expressão cunhada por Gaetano Mosca).
Já o deputado Jair Bolsonaro(PP-RJ) acredita que a oposição a Dilma surgirá naturalmente das próprias divergências internas do PMDB e demais partidos da coalizão, e aponta como exemplos as pretensões do governador do Rio de Janeiro,Sérgio Cabral, de substituir Michel Temer como vice na chapa de Dilma,com apoio do prefeito Eduardo Paes,que, a seu ver, foi bem eleito porque “tem feito, sem dúvida, excelente administração no Rio.”
Tanto Andrada quanto Bolsonaro comemoram  os resultados  dessa eleição municipal.O filho do primeiro,Toninho Andrada,foi eleito prefeito de Barbacena(MG), tradicional reduto eleitoral da família,enquanto  Carlos Bolsonaro se reelegeu para um terceiro mandato de vereador no Rio. Outro filho de Bolsonaro,Flávio Bolsonaro, exerce segundo mandato de deputado estadual em São Paulo.
Duas famílias de estilos diferentes de linguagem na política.De um lado,o estilo liberal dos Andradas, e, de outro, o estilo radical dos Bolsonaros, a favor da pena-de-morte e contra o homossexualismo.

 

 

 

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

PMDB terá presidências da Câmara e do Senado


A engenharia da coalizão de governo atual no Brasil levará o PMDB, partido  que é a espinha dorsal  desse modelo, a presidir a Câmara dos Deputados e o Senado Federal,no próximo período legislativo, a se iniciar em janeiro de 2013 e se encerrar em janeiro de 2015. Nesse momento,nove entre dez observadores do Congresso Nacional apostam nessa dobradinha,independentemente do resultado do segundo turno das eleições municipais.
O clima parlamentart é favorável à Presidente Dilma Rousseff, pelo PT, e ao seu vice Michel Temer, do PMDB, para manterem a mesma chapa e disputarem a reeleição em 2014, e para que isso aconteça se apoiarão numa sólida maioria parlamentar, garantida pela eleição do senador  Renan Calheiros(PMDB-AL),à Presidência do Senado, e do deputado Henrique Eduardo Alves(PMDB-RN),à Presidência da Câmara dos Deputados.
Além da Presidente Dilma, esse esquema contaria com a aprovação dos ex-presidentes Lula, Fernando Collor e José Sarney (atual presidente do Congresso Nacional, que já manifestou sua intenção de não disputar mais nenhuma eleição). Com respaldo nas vitórias obtidas nesse primeiro turno, PMDB e PT fazem a base da coalizão quase que sem oposição significativa, mas seria uma ilusão considerar que há uma trégua em curso. Dentro dos dois partidos há vaidades e invejas em fermentação.
É a guerra intestina pelo poder, que tende a se ampliar nas próximas décadas, como espécie de subproduto da coalizão, por mais funcional que esta seja, a ponto de servir    de inspiração para vários países, embora criticada por figuras expoentes, entre as quais o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Ayres Britto, que admite coalizões temporárias,mas não permanentes, por servirem,conforme acredita, de biombo para corrupções e desvirtuamentos das ideologias republicana e  democrática.
O experiente e falecido senador Magalhães Pinto dizia que a política, à semelhança das nuvens, muda de forma a todo instante, mas essa observação parece que não é levada em consideração pelos estrategistas da coalizão, mesmo diante da grande possibilidade de que o candidato à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, ex-ministro da Educação, lançado por Lula,vença o candidato do PSDB,José Serra, transformando-se em figura presidenciável do PT, pela importância do orçamento paulista,maior que o PIB de vários países: Cerca de 36 bilhões de reais.
Naturalmente, há lideranças petistas de dentro e de fora de São Paulo que estão torcendo silenciosamente para que Fernando Haddad perca a eleição, pois assim terão um concorrente a menos ao Palácio do Planalto. Nem tanto por ambição pessoal, mas pela oportunidade que recebeu de Lula , Haddad entrou no jogo pesado da política apoiado,inclusive, pelo ex-prefeito Paulo Maluf,ainda um fenômeno eleitoral na capital paulista.
O cargo de prefeito de São Paulo, por força da tradição política brasileira, projeta seu titular nacionalmente, e o mais recente exemplo é o do prefeito atual, Gilberto Kassab, até então ilustre desconhecido, que teve uma pálida administração, mas conseguiu a proeza de inventar o Partido Social Democrático - PSD -, que, em menos de dois anos, se transformou na quarta força eleitoral do País, conquistando, no primeiro turno dessas eleições municipais, 492 prefeitos e 4.601 vereadores.
Uma incógnita a ser considerada é a participação do PMDB do Rio de Janeiro nessa coalizão, com a demonstração de força dada pelo governador Sérgio Cabral e pelo prefeito Eduardo Paes,que se reelegeu em primeiro turno com votação esmagadora. Embora necessitem do apoio do Palácio do Planalto para organizar os eventos da Copa do Mundo e das Olimpíadas, são atores que pesam muito no jogo decisório, confrontando-se com o poder paulista no controle da política nacional. Prova disto é Paes afirmando que o apoio do PMDB a Haddad é natural, e o vice-presidente Temer afirmando que não é natural. Uma casual troca de chumbo ou prenúncio de futuros embates?
Presenciei, hoje,no Plenário do Senado Federal,sessão solene em homenagem ao falecido deputado Ulysses Guimarães,ícone do PMDB. Dois dos oradores foram o vice-presidente da República,Michel Temer, e o presidente do Senado Federal, José Sarney, que exaltaram o talento e a presença de Ulysses na articulação política e o legado que deixou à legenda. Sentados, lado a lado, à Mesa estavam o senador Renan Calheiros e o deputado Henrique Eduardo Alves. Enfim, uma demonstração do PMDB de que está unido na terra,sob as bençãos celestiais de Ulysses Guimarães...

domingo, 14 de outubro de 2012

Notícias, prospectivas desagradáveis, gás de xisto ,da guerra e adendo

Gélio Fregapani(Membro da Academia Brasileira de Defesa)
 

Notícias

José Genoino pediu demissão da assessoria especial do Ministério da Defesa. A Presidente teria avisado que ele deveria pedir demissão assim que terminasse o julgamento de sua participação no mensalão.

Genoino já não era mais nosso inimigo, mas sua presença no Ministério da Defesa, naturalmente imposta por Lula, era um tremendo desprestigio para as Forças Armadas.

O Wikileaks revelou gravíssima sabotagem dos EUA contra Brasil com aval de FHC. Os telegramas diplomáticos divulgados pelo Wikileaks falam do veto norte-americano ao desenvolvimento de tecnologia brasi leira para foguetes, bem como indicam a cândida esperança mantida ainda pela Casa Branca, de que o TSA( acordo de salvaguardas Brasil-EUA) fosse implementado como pretendia o ex-presidente. Não bastou a adesão incondicional ao Tratado de Não Proliferação, feito por aquele apátrida. O Acordo (TSA), firmado em 2000 por FHC, felizmente foi rejeitado pelo Senado.

Foi noticiado que a presidente Dilma ficou irritada com a idiotice verbal de seu Secretário-Geral sobre o julgamento do Mensalão. A Presidenta teria mandado que Gilberto Carvalho se retratasse. E só não o teria exonerado porque sabe da crise que causaria com o PT.

Perspectivas desagradáveis, mas indispensáveis

1-Não vai demorar o aumento da gasolina, por mais inflação que cause. Enquanto a nossa produção não satisfizer a demanda será necessário que a Petrobrás compre petróleo ao preço internacional. Manter o preço atual, ou seja subsidiar o consumo, causa tal prejuízo que impediria os investimentos para o aumento da produção. Espera-se o aumento para depois do segundo turno.

2-Não poderá demorar demasiado o aumento da idade mínima para a aposentadoria. No rumo que vai a redução da taxa de natalidade e o aumento da longevidade, em breve teremos mais aposentados do que trabalhadores, coisa que nenhum sistema previdenciário poderá aguentar. O aumento da idade mínima será indispensável e trará alívio a curto prazo, mas não haverá solução se a taxa de natalidade for menor do que dois filhos por casal.

O gás de xisto e a Geopolítica.

É apenas uma possibilidade, mas entre os que agora dependem da importação de energéticos, os EUA, a China e a Europa, dentro de algum tempo talvez possam livrar-se dessa dependência com a exploração do gás de xisto. Se isto realmente acontecer, e for a preços competitivos, além do reforço na economia deles, causará sérios problemas econômicos para os atuais produtores, que perderão seus principais mercados. Assim sentimos que a Rússia, grande fornecedor ao mercado mundial, enfrentaria no mínimo uma forte crise e mais de um país do Oriente Médio teria de voltar ao pastoreio de cabras.

Caso o pré-sal deslanche e nos tornemos grandes fornecedores teremos também problemas,pois também não teremos mercado, é bom mantermos as barbas de molho. E isto se o mundo se mantiver em paz, o que também é apenas uma possibilidade.

Da Guerra

Pouca coisa se vê no horizonte, capaz de interromper o presente círculo vicioso da crise financeira, e muitos recordam que a grande depressão mundial dos anos 30 acabou devido ao choque de demanda da Segunda Guerra Mundial. Naquela ocasião, só nos EUA, foram mobilizadas 14 milhões de pessoas, mas agora os conflitos armados não mais geram tantos empregos, nem nas tropas nem nas indústrias. O uso de armas altamente tecnológicas reduz de muito o poder de mobilização das guerras do século passado. Assim, a guerra como solução para a crise é, em parte, questionável.

Isto não significa que haverá paz, mas o aumento do poder militar russo e chinês, indica que uma guerra generalizada será evitada se for possível. Isto explica a pouca disposição de Obama em arriscar uma guerra generalizada para defender Israel.

Entretanto, até poucas semanas havia motivo para crer que a guerra começaria ainda em outubro; que Israel atacaria o Irã antes das eleições, e que o revide iraniano obrigaria Obama a ajudar Israel, pois não poderia abrir mão do voto judeu. Agora, com a perspectiva de vitória de Romney, mais disposto a ações bélicas, certamente o ataque ficará adiado para depois das eleições norte-americanas. Este ataque só deixará de acontecer se o Irã adquirir credível capacidade de dissuasão, ou se as sanções derem certo. É sempre bom lembrar que a solução imposta pela guerra ou extermina o adversário ou perpetua o ódio e só adia as novas guerras.

Outro conflito que se esboça seria uma invasão turca à Síria. O assunto é complexo, mas é lícito deduzir que a Turquia estaria agindo por procuração da OTAN, de forma a tomar posições para o ataque ao Irã sem generalizar a guerra. Tal procedimento, entretanto, não é completamente seguro, pois a Rússia, inimiga ancestral da Turquia, poderia aproveitar a ocasião. Há informes que já teria incentivado uma coligação com países balcânicos espoliados na expansão otomana para acertar suas contas. Daí para a generalização da guerra seria um passo.

O agravamento nas tensões entre China e Japão, com perigo dos possíveis embates abalarem a economia mundial e não pode ser descartado, mas espera-se que os “combates” se limitem a jatos de água.

ADENDO

A História contada por quem viu

Por Izidro Simões

No momento em que tanto se fala da cobiça internacional sobre a Amazônia, da ação de ONGs de todos os tipos agindo livremente na região Norte, de estrangeiros vendendo pedaços da nossa floresta, da encrenca que está sendo a homologação da Raposa/Serra do Sol, de índios contra índios, de índios contra não-índios, das ações ou omissões da Funai, do descontentamento das Forças Armadas com referência os rumos políticos que estão sendo dados para esta quase despovoada mas importantíssima parte das fronteiras da nação, é mais do que preciso falar quem sabe, quem conhece, quem vivencia ou quem tenha alguma informação de importância.

Assim sendo, para ficar registrado e muito bem entendido, vou contar um acontecimento de magna importância, especialmente para Roraima, e do qual sou testemunha ocular da História.

Corria o ano de 1993 – portanto, já fazem 15 anos. Era governo de Itamar Franco e as pressões de alguns setores nacionais e vários internacionais, para a homologação da Raposa/Serra do Sol, eram fortes e estavam no auge. Tinha-se como certíssimo de que Itamar assinaria a homologação.

Nessa época, eu era piloto da empresa BOLSA DE DIAMANTES, que quinzenalmente enviava compradores de pedras preciosas para Uiramutã, Água Fria, Mutum e vizinhanças.
No dia 8 de setembro de 1993, aí pelas 17:00, chegamos em Uiramutã, e encontramos a população numa agitação incomum, literalmente aterrorizada. Dizia-se por toda parte, que Uiramutã ia ser invadida, que havia muitos soldados "americanos", já vindo em direção à localidade.

A comoção das pessoas, a agitação, o sufoco eram tão grandes que me contaminou, e fui imediatamente falar com o sargento PM que comandava o pequeníssimo destacamento de apenas quatro militares, para saber se ele tinha conhecimento dos boatos que circulavam, e respondeu-me que sabia do falatório. Contou-me então que o piloto DONÉ (apelido de Dionízio Coelho de Araújo), tinha passado por Uiramutã com seu avião Cessna PT-BMR, vindo da cachoeira de ORINDUIKE, no lado brasileiro, (que os brasileiros erradamente chamam de Orinduque), contando para várias pessoas, que havia um acampamento enorme, com muitos soldados na esplanada no lado da Guiana, na margem do rio Maú, nossa fronteira com aquele país.

Aventei a necessidade de que o sargento, autoridade policial local, fosse ver o que havia de fato e falei com o dono da empresa, que aceitou, relutante e receioso, emprestar o avião para o sargento. Como, entretanto, o sol já declinava no horizonte, combinamos o vôo para a manhã seguinte.

Muito cedo, o piloto Doné e seus passageiros, que tinha ido pernoitar na maloca do SOCÓ, pousaram em Uiramutã. Eu o conheci nessa ocasião, e pude ouvir dele um relato. Resumindo bastante, contou que na Guiana havia um grande acampamento militar e que um avião de tropas estava trazendo mais soldados para ali.

Estávamos na porta da Delegacia, quando chegou uma Toyota do Exército, com um capitão, um sargento e praças.,vindos do BV 8. Ele ia escolher e demarcar um local para a construção do quartel de destacamento militar ali naquela quase deserta fronteira com a Guiana. BV 8 é antigo marco de fronteira do Brasil com a Venezuela, onde há um destacamento do Exército, na cidade de Pacaraima. Muito interessado e intrigado com o fato, resolveu ir conosco nesse vôo.

O capitão trazia uma boa máquina fotográfica e emprestei a minha para o sargento. O vôo foi curto, apenas seis minutos. Demos tanta sorte, que encontramos um avião para transporte de tropas, despejando uma nova leva de soldados, no lado guianense. Voando prá lá e prá cá, só no lado brasileiro, os militares fotografavam tudo, e o capitão calculou pelo número de barracas, uns 600 homens, até aquele momento.

Fiz diversas idas e vindas e, numa delas vi o transporte de tropas decolando e virando para a esquerda. Exclamei para o capitão: eles vem pra cima de nós! Como é que você sabe? Perguntou. Viraram para a esquerda, que é o lado do Brasil e, não da Guiana, respondi. Girei imediatamente a proa para Uiramutã e, ao nivelar o avião, o capitão me disse muito sério: estamos na linha de tiro deles! Foi então que olhando para a direita, vi à curta distância e, na porta lateral do transporte, um soldado branco, com um fuzil na mão.

Confesso que foi um grande susto! O coração parecia-me bater duas e falhar uma. Quem conhece a região, sabe que ali naquela parte, o Maú é um rio muito sinuoso. Enfiei o avião fazendo zig-zag nesses meandros, esperando conseguir chegar em Uiramutã. Se atiraram, não ficamos sabendo, mas após o pouso, havia muita gente na pista, que fica juntinho das casas. Agitadas, contaram que aquele avião tinha girado duas vezes sobre nós e a cidade, tomando rumo de Lethen, na Guiana, onde há uma pista asfaltada, defronte de Bomfim, cidade brasileira na fronteira.

Com esse fato, angustiou-se mais ainda a população, na certeza de que a invasão era iminente. O capitão determinou ao sargento e a mim, que fizessemos imediatamente um relatório minucioso, para ser envido ao comando da PM, em Boa Vista e partiu acelerado de volta ao pelotão de fronteira no BV 8.

Na delegacia, o sargento retirou o filme da minha máquina fotográfica, para enviar ao seu comando e eu datilografei um completo relatório que ele colocou em código e transmitiu via rádio para Boa Vista. Naquela época, o chefe da S2 da PM ( Seção de Inteligência), era o major Bornéo.
Uns quatro dias depois que cheguei desse giro das compras de diamantes, tocou a campainha da minha casa, um major do Exército.

Apresentou-se e pediu-me para ler um papel, que não era outro, senão aquele mesmo que eu datilografara em Uiramutã , e do qual o comando da PM enviara cópia para o comando do Exército em Boa Vista. Após ler e confirmar que era aquilo mesmo, pediu-me para assinar, o que fiz. Compreendi que tinha sido testemunha de algo grande, maior do que eu poderia imaginar, e pedi então ao major, para dizer o que estava acontecendo, uma vez que parte daquilo eu já sabia. Concordou em contar, desde que eu entendesse bem que aquilo era absolutamente confidencial e informação de segurança nacional. Concordei.

Disse o major, que a embaixada brasileira em Georgetown tinha informado ao Itamarati, que dois vasos de guerra, um inglês e outro, americano, haviam fundeado longe do porto, e que grandes helicópteros de transporte de tropas, estavam voando continuamente para o continente, sem que tivesse sido possível determinar o local para onde iam e o motivo.

Caboclos guianenses (índios aculturados) tinham contado para caboclos brasileiros em Bomfim, cidade de Roraima na fronteira, terem os americanos montado uma base militar logo atrás da grande serra Cuano-Cuano, que por ser muito alta e próxima, vê-se perfeitamente da cidade. O Exército brasileiro agiu com presteza, e infiltrou dois majores através da fronteira, e do alto daquela serra, durante dois dias, filmaram e fotografaram tudo. Agora, com os fatos ocorridos em Orinduike, próximo de Uiramutã, nossa fronteira Norte, fechava-se o entendimento do que estava acontecendo.

E o que estava acontecendo? As pressões internacionais para a demarcação da Raposa / Serra do Sol apertavam, na certeza de que o Presidente Itamar Franco assinaria o decreto. Em seguida, a ONU, atendendo aos "insistentes pedidos dos povos indígenas de Roraima", determinaria a criação de um enclave indígena sob a sua tutela, e aí nasceria a primeira nação indígena do mundo. Aquelas tropas americanas e as inglesas, eram para garantir militarmente a tomada de posse da área e a "nova nação"

Até a capital já estava escolhida: seria a maloca da Raposa, estrategicamente localizada na margem da rodovia que corta toda a região de Este para Oeste, e divide geográfica e perfeitamente a região das serras daquela dos lavrados roraimenses – que são os campos naturais e cerrados.
Itamar Franco – suponho – deve ter sido alertado para o tamanho da encrenca militar que viria, e o fato é que, nunca assinou a demarcação.

Nessa mesma ocasião (para relembrar: era começo de setembro de 1993), estava em final de preparativos, o exercício periódico e conjunto das Forças Armadas nacionais, na cidade de Ourinhos, margem do rio Paranapanema, próxima de Sta. Cruz do Rio Pardo e Assis, em São Paulo, e Cambará e Jacarezinho, no Paraná.

Com as alarmantes notícias vindas de Roraima, o Alto Comando das Forças Armadas mudou o planejamento, que passou a chamar-se "OPERAÇÃO SURUMU" e, como já estava tudo engrenado, enviou as tropas para Roraima. Foi assim que à partir da madrugada de 27 de setembro de 1993, dois aviões da VARIG, durante vários dias, Búfalos, Hércules e Bandeirantes despejaram tropas em Roraima. Não cabendo todas as aeronaves militares dentro da Base Aérea, o pátio civil do aeroporto ficou coalhado de aviões militares. Chegaram também os caças e muitos Tucano. Veio artilharia anti-aérea, localizada nas cercanias de Surumu, e foi inclusive expedido um aviso para todos os piloto civis, sobre áreas nas quais estava proibido o sobrevôo, sob risco de abate.

Tendo como Chefe do Comando Militar da Amazônia (CMA), o general de Exército José Sampaio Maia – ex-comandante do CIGS em Manaus, e como árbitro da Operação Surumu, o general de Brigada Luíz Alberto Fragoso Peret Antunes (general Peret), os rios Maú, Uailã e Urariquera enxamearam de "voadeiras" cheias de soldados. Aviões de caça fizeram dezenas de vôos razantes nas fronteiras do Norte. O Exército também participou com a sua aviação de helicópteros, que contou com 350 homens do 1º, 2º e 3º esquadrões, trazendo 15 Pantera (HM-1) e 4 Esquilos, que fizeram um total de 750 horas de vôo. Vieram também cerca de 150 páraquedistas militares e gente treinada em guerra na selva. A Marinha e a Força Aérea contribuíram com um número não declarado de homens, navio s e aeronaves.

Dessa maneira, não tendo Itamar Franco assinado o decreto de demarcação da Raposa / Serra do Sol e, vindo essas forças militares para demonstrar que a entrada de soldados americanos e ingleses em Roraima, não seria feita sem grande baixas, "melou" e arrefeceu a intenção internacional de apossar-se desta parte da Amazônia, mas não desistiram.

Decepcionando muito, embora sendo outro o contexto político internacional, Lula fez a homologação dessa área indígena, contestada documentalmente no Supremo Tribunal e, ainda tentou à revelia de uma decisão judicial, retirar "na marra", os fazendeiros e rizicultores ("arrozeiros") dessa área, que como muita gente sabe – inclusive os contrários – tem dentro dela propriedades regularmente documentadas com mais de 100 anos de escritura pública e registro, no tempo em que Roraima nem existia, e as terras eram do Amazonas.

Agora, entretanto, os interesses difusos e estranhos de muitas ONGs, dizem na internet, que esses proprietários são "invasores", quando até o antigo órgão anterior ao INCRA, demarcou e titulou áreas nessa região, e que a FUNAI, chamada a manifestar-se, disse por escrito, que não tinha interesse nas terras e que nelas, até aquela ocasião, não havia índios.

As ONGs continuam a fazer pressão, e convém não descuidar, porque nada indica que vão desistir de conseguir essas terras "para os índios", e de graça, levarem além de 1 milhão e 700 mil hectares – quase o tamanho de Sergipe – tudo o mais que elas tem: ouro, imensas jazidas de diamantes, coríndon, safira de azul intenso, turmalina preta, topázio, rutilo, nióbio, urânio, manganês, calcáreo, petróleo, afora a vastidão das terras planas, propícias à lavoura, área quase do mesmo tamanho onde Mato Grosso planta soja que fez a sua riqueza.

Isso, é o que já sabemos, porque uma parte disso foi divulgada numa pesquisa da CPRM – Cia. de Pesquisa de Recursos Minerais, em agosto de 1988 (iniciada em 1983), chamada de Projeto Maú, que qualifica essa parte da Raposa/Serra do Sol, como uma das mais ricas em diamantes no Brasil, sendo o mais extenso depósito aluvional de Roraima, muito superior ao Quinô, Suapi, Cotingo, Uailã e Cabo Sobral.

Essa pesquisa foi inicialmente conduzida pelo geólogo João Orestes Schneider Santos e, posteriormente, pelo também geólogo, Raimundo de Jesus Gato D´Antona, que foi até o final do projeto, constatando a possibilidade da existência de até mais de 3 milhões de quilates de diamantes e 600 Kg de ouro. Basta conferir a cotação do ouro e diamantes, para saber o que valem aquelas barrancas do rio Mau, só num pequeno trecho.

A "desgraça" de Roraima é ser conhecida internacionalmente na geologia, como a maior Província Mineral já descoberta no planeta. Nada menos que isso!
E o que ainda não sabemos? Essa pesquisa, feita em pouco mais de 100 quilômetros de barranca do rio, cubou e atestou a imensa riqueza diamantífera da área. Entretanto, o Estado de Roraima ainda tem coríndon, manganês, calcáreo e urânio, afora mais de 2 milhões e 100 mil hectares de terras planas agricultáveis, melhores que aquelas onde plantam soja no Mato Grosso.


Izidro Simões é Piloto de Garimpo e um dos maiores conhecedores da Amazônia.