terça-feira, 2 de abril de 2013

TNP, Empréstimos, Sem Noção, Orgulho, Traição, Malandragem e Coragem

Gélio Fregapani (Membro da Academia Brasileira de Defesa)
 
 
 
O Tratado de Não- Proliferação Nuclear (TNP)

Cinco países são "estados dotados de armas nucleares", legitimadas pelo TNP: Os EUA, Reino Unido, França, China e Rússia.  Quatro outros países soberanamente as possuem de fato: Índia, Paquistão, Coréia do Norte e Israel ". A África do Sul, também as teve, mas as desmontou. O TNP as proíbe, mas essas não o assinaram.

O Irã é acusado pela comunidade internacional de estar buscando obtê-las, o que é considerado  uma ameaça à paz mundial. Outros países têm em seu território armas nucleares de origem americana:  Bélgica, Alemanha, Turquia, Holanda e Itália (a Ucrânia as armazenou em seu território, mas foram repatriadas para a Rússia). Só o Irã que é ameaça?  Há uma incoerência: Os que têm capacidade de atacá-lo com essas armas o acusam de ser um “Estado Criminoso”. Podem ter outros motivos, mas por  procurar o Irã  obtê-las?

O caso do Irã não é da nossa conta. Já temos problemas suficientes, mas, mais cedo ou mais tarde, também teremos que ter nossas próprias bombas. Quem não dispor de armamento nuclear e de vetores para conduzirem-no está pronto para ser chantageado, e se não ceder, pode receber um insuportável castigo. Um exemplo poderia ser a Guerra das Malvinas, ainda que isto não possa ser comprovado: Há quem afirme que o bombardeio "Vulcan", que pousou no Rio de Janeiro, alegando estar em pane, conduzia uma arma nuclear. É óbvio que avisaríamos aos argentinos, e este seria o recado que, indiretamente, mandavam os britânicos: “Se perdermos usaremos a bomba.

Todos notaram que, a partir desse momento os portenhos cederam muito facilmente. Por que seria? Eles poderiam ter levado os kelpers para o interior do continente, onde o Exército deles era muito maior, poderiam ter lançado seus dois submarinos modernos a afundar mercantes ingleses no outro lado do mundo; poderiam ter aceito a oferta russa de auxílio oculto, afinal, guerra é guerra. Não ousaram. Teria sido pela ameaça nuclear? Não sabemos, mas pode ter sido.

Apenas uma conclusão: Ou se dispõe de armamento nuclear ou se estará sujeito à chantagem. A nossa renúncia unilateral devemos à traição do Collor, que interrompeu o processo, do FHC, que assinou o Tratado, e à fraqueza moral do Lula, face às pressões anglo-americanas.  É hora de uma governante de coragem denunciar esse tratado discriminatório ,se quisermos ser realmente independentes.

Esse tratado, o TNP, é extremamente discriminatório e procura, a pretexto da segurança mundial, manter o status quo. Foi assinado sem contrapartida pelo apátrida FHC e está em tempo de ser denunciado. Ou ninguém pode, ou nós também podemos.

Os empréstimos e a Guerra de 4ª Geração

Quando um governo necessita de recursos, seja para construir algo, seja para pagar dívidas ou mesmo para roubar, pode recorrer basicamente a três fontes: aumentar os impostos, imprimir dinheiro mesmo sem lastro ou pedir emprestado.

Aumentar os impostos aumenta a arrecadação até certo ponto e depois declina, pois inibe a atividade econômica. É fácil compreender que, se os impostos chegassem a 100%, nem haveria arrecadação, pois ninguém produziria apenas para entregar o lucro, e o nível de nossos impostos certamente já ultrapassaram o ponto máximo de arrecadação.

Todos sabem que imprimir dinheiro aumenta a inflação, pois havendo mais dinheiro do que mercadorias estas aumentarão de preço – a conhecida inflação de demanda. O que os “monetaristas” fingem não saber é que pedir dinheiro emprestado causa o mesmo problema com o dinheiro que entra e ainda obriga ao pagamento, acrescido dos juros, quando não atrela a uma dependência servil. Realmente, em se tratando de uma nação, só uma coisa explica o pedido de empréstimos: a “comissão, a propina recebida.

É claro que foi o que aconteceu conosco. Estamos endividados sem necessidade. A bem da verdade, temos certa liberdade de manobra ,desde que o Lula transformou a dívida externa em interna, numa operação mais do que suspeita de mais propinas, pois os juros ficaram ainda maiores e a massa dos credores continuou sendo estrangeira. Entretanto, isto permitiu à atual Presidente  reduzir soberanamente os juros, diminuindo, substancialmente, não só as despesas do orçamento como, principalmente, a evasão de dinheiro para o exterior, atitude talvez nem sonhada pelo governante anterior.

De fato, alguns pontos percentuais na redução dos juros públicos, sobre a dívida interna de trilhões de reais,  liberaram centenas de bilhões anuais  para investimentos de infraestrutura e outros de governo. Como vantagem adicional, a baixa dos juros pagos pelas empresas produtivas  diminuem  custos e preços. É infundada a idéia de que juros altos detêm a inflação. Na verdade são uma das causas da “inflação de custos”.

É claro que os credores não se conformarão e tentarão mudar o governo nas eleições. Explorarão as falhas da atual administração, que aliás são numerosas, e terão forte apoio de seus países. Essa é uma das razões da guerra de 4ª geração que fazem contra nós, que inclui o ambientalismo inibidor do progresso, o indianismo desagregador da coesão interna e o incentivo aos movimentos sociais que ameaçam subverter a ordem.

E daí? Existe alguma saída? – Sempre existe! A nossa passa pelo desenvolvimento independente. A redução dos juros já é um bom início, os credores brasileiros preferirão usar seu dinheiro em empreendimentos produtivos do que deixar rendendo pouco. Os estrangeiros procurarão outros mercados melhores ou investirão também na produção.

A queda dos juros induziria, ainda, à desvalorização cambial, já que, eliminado o grande diferencial entre as taxas  de juros internas e as taxas deprimidas dos EUA, Europa etc., diminuiria o afluxo do capital externo, que mesmo sendo apenas especulador, vem “equilibrando momentaneamente” o balanço de pagamentos, em prejuízo do futuro. 

O Governo terá que imprimir para pagar o dinheiro retirado e isto causará inflação. È o preço, pois não há almoço grátis, mas uma certa desvalorização cambial dificultaria a entrada de produtos estrangeiros facilitando a indústria local e criando empregos e em consequência mercados.

Contudo, neste mundo conturbado, convém lembrar a necessidade de ter, ao menos, capacidade de dissuasão, pois dificilmente os exploradores desistirão de suas posições se tiverem oportunidade de tentar conservá-las de outra forma.

Sem Noção

Dito por Alexandre Garcia: “No Brasil, a lei é feita por aqueles que imaginam  que podem ser presos algum dia. Acertou em cheio!

Desde o tempo do Getúlio, lacaios do estrangeiro chamam os nacionalistas de comunistas e dizem que são contra a livre empresa.  Eles sabem que não são e que apenas tentam impedir o domínio estrangeiro.

Em resposta às críticas dos especuladores, de que o BC demora a subir os juros, um assessor disse que a estratégia do Banco Central foi, primeiro, endurecer o discurso alertando para uma inflação preocupante e desconfortável. Depois passou, ainda na base do discurso, a preconizar o aperto da política monetária como solução, que faria o juro subir no mercado futuro. "".

Discurso tem dente, e morde. Aliás, segundo fontes confiáveis, a alta dos juros não virá no tempo do mercado, mas no do BC, indicando que os juros subirão,  talvez não na próxima reunião do Comitê de Política Monetária, neste mês, mas "é questão de tempo". Se o Banco Central se tornar independente, o nosso País será ainda mais dependente. 

A Campanha do Desarmamento, as restrições e a redução no comércio de armas de fogo legais incentivaram a criminalidade, cujo número só aumentou pela certeza da não reação”. Em relação a 1980, as mortes por armas de fogo aumentaram 346%. Os crimes são, quase todos, cometidos com armas ilegais, geralmente, contrabandeadas pelo crime organizado. Bandidos não compram em lojas e nem solicitam registro de seu armamento. O programa de desarmamento no Brasil, além de  propaganda enganosa, é um imenso fracasso.


As Usinas Hidrelétricas não estão mais sendo feitas com reservatório, mas com um lago mínimo. A pressão contra  Belo Monte é por causa do lago, e o lago quase não existe, é praticamente só o rio. As usinas do Rio Madeira também quase não os têm, então há pouco armazenamento de água, só usa a água que passa, quase só a fio d’água.


Mesmo na seca, não haverá racionamento, porque as termelétricas seguram bem o sistema, mas claro, a conta de luz terá que subir. Além da nossa conta de luz, os produtos industrializados ficarão mais caros e o próprio meio ambiente será prejudicado. Os ambientalistas prejudicam o País em nome de uma falsa salvação do mundo.
Brasil, desperta!

A serviço de estrangeiros, as ONGs ambientalistas e indigenistas tentam também evitar a nossa concorrência agrícola. Apesar das pressões das ONGs contra o agronegócio, batemos recordes na colheita de grãos. Nos últimos cinco anos, a safra de grãos saltou de 135 milhões de toneladas para 185 milhões.
 
Atacando nesta frente, as ONGs, que dominam o Ibama,  retardam ou impedem a ampliação dos portos, o asfaltamento de estradas e a construção de eclusas nas hidrovias para nos atingir na logística, e a cada ano a fila de caminhões nos portos aumenta, devido ao atraso na entrega. A China acaba de cancelar a compra de dois milhões de toneladas de soja. Culpados: As ONGs e o Ibama, que são a vanguarda do atraso. Imaginemos o que aconteceria no nosso País se a Marina assumisse o governo.

Foi uma gelada o tamanho da comitiva da Presidente e o desperdício de dinheiro em hotéis de luxo na posse do Papa, exatamente na hora das enchentes no Estado do Rio.  Este foi um desgaste desnecessário. Erros como este e a criação da Comissão da “in” Verdade arranham, mas não deslustram seu prestígio.

O que pode deslustrar serão os acordos com figuras espúrias da Politicalha, feitos em nome da governabilidade. Poderíamos afirmar:  Presidente Dilma, faça uma faxina de verdade nessa gente e não se preocupe mais com a governabilidade. Tal será o seu prestígio que os opositores nem ousarão abrir o bico.

Multinacionais

É claro que existem multinacionais benéficas. Quase todas trouxeram algum know-how, mas raramente algum know-wy. Certo, algo devemos às “multis”, mas, como todas as coisas, elas também têm seu lado negativo, ampliado quando não impomos regras, ao contrário do que fez a China. Nos últimos dez anos, as remessas de lucro para as matrizes de multinacionais – muitas delas estatais, controladas direta ou indiretamente por governos estrangeiros – chegaram, no Brasil, a 410 bilhões de dólares, mais que nossas reservas internacionais conquistadas no mesmo período. Se elas trazem dinheiro e know-how, é natural que elas mandem seus lucros para o exterior. Só que, na indústria, na área de infraestrutura ou de telecomunicações, quem está colocando o dinheiro somos nós mesmos.

A Telefònica, da Espanha, por exemplo, recebeu do BNDES mais de quatro bilhões de reais em financiamento para expansão de “infraestrutura”, nos últimos anos, e já mandou mais de um bilhão e seiscentos milhões de dólares para seus acionistas espanhóis, que controlam a Vivo e não entraram com dinheiro algum. Com esse dinheiro poderíamos ter feito por nós mesmos.

Quando uma multi estabelece no País uma indústria antes inexistente, são inegáveis os aspectos positivos de tecnologia e da criação de empregos, ainda que se estabeleça um vínculo de dependência e da evasão de recursos pela natural remessa de lucros.

Por vezes, até é um bom negócio para ambos, se ela consegue também exportar seus produtos. Já não é tão bom quando apenas concorre com uma indústria similar nacional, pois quase sempre a mata com um dumping e toma conta do mercado, para depois impor seus preços. Pior ainda, quando simplesmente compra uma empresa em funcionamento.

Acontece em todas as áreas, inclusive na rural. Na área de comunicação, a Oi, (que também recebeu dinheiro do BNDES, emprestado), e era a última esperança de termos um player de capital majoritariamente nacional em território brasileiro, corre o risco de se tornar agora uma empresa portuguesa, com a entrega de seu controle à Portugal Telecom, na qual o governo português – que já dificultou inúmeras vezes a compra de empresas lusitanas por grupos brasileiros, no passado - conserva mecanismos estratégicos de controle. Ou aprenderemos com a China a controlar as multinacionais ou deixaremos de ser uma nação e nos reduziremos a uma expressão geográfica.

Um pouco de orgulho

Felizmente ,no caso da Usina de Belo Monte, tivemos um pouco de orgulho. Em abril de 2011, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos determinou a interrupção imediata da construção do empreendimento diante de uma denúncia de entidades que dizem representar as comunidades indígenas da região e que alegam que não foram consultadas.

A construção de Belo Monte não foi suspensa e a Corte recebeu do governo fortes puxões de orelha. O Itamaraty afirmou que o governo brasileiro considera as “determinações” precipitadas e injustificáveis. O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica  afirmou que a OEA "conhece muito pouco para dar um parecer deste". Mais direto, o então ministro da Defesa respondeu  “a OEA que vá cuidar de outro assunto".

Foi animador ver o nosso País responder altivamente à uma exigência internacional. Agora, na reunião dos BRICs, na África do Sul, a Presidente deu nova demonstração de altivez, se retirando e não comparecendo ao jantar oferecido aos governantes na abertura da reunião, após ter esperado por mais de uma hora pelo Presidente da África do Sul, Jacob Zuma, com quem teria uma audiência marcada. Vai longe o tempo em que nossos ministros tinham que tirar os sapatos e chegavam com o pires na mão.

Neste sentido  há alguma esperança na coragem da Presidente, principalmente quando órgãos internacionais estão exigindo a abolição da anistia, numa evidente intenção de quebrar a nossa já periclitante coesão interna. Que a Presidente não nos decepcione.

Traição, malandragem e coragem

O Governo FHC fez o possível para desnacionalizar a Petrobras, tendo vendido 60% das ações na bolsa de Nova Iorque, com a promessa de que, no mercado interno, o preço do combustível seria o preço internacional e que ,portanto, haveria expectativa de grandes lucros.
Seu sucessor, com o DNA populista e caloteiro descumpriu a promessa (felizmente). Juntamente com o loteamento da direção da Petrobrás entre seus incompetentes correligionários, manteve os preços baixos para segurar a inflação, o que foi bom, fossem quais fossem os motivos que o movia. Essa política foi até exagerada, pois chega a prejudicar os investimentos da empresa.
 
Naturalmente os acionistas estrangeiros não se conformam. Não era isto que esperavam, mas deveriam saber que a Petrobrás é uma companhia estatal, que se destina antes ao desenvolvimento do País do que a dar lucro aos seus acionistas. Fizeram uma aposta, baseados na promessa de um apátrida onde ele só poderia garantir o cumprimento, se fizesse o sucessor, mas não conseguiu.Foram enganados por um malandro que, no caso, felizmente tomou a atitude mais favorável ao seu País, apesar dos esquisitos negócios de seus comparsas, onde certamente a corrupção imperou.

Agora os especuladores internacionais da Petrobrás, sentindo-se lesados, pensam em recorrer às cortes internacionais pela propaganda enganosa sobre “a Arábia Saudita em que o Brasil se transformaria, em breve, com a exploração de petróleo e gás de alta qualidade na camada pré-sal”, e desencadeiam no País uma forte campanha para “leiloar” as jazidas. Para isto, inventam que a Petrobrás quebrou, e financeiramente tudo fazem para  prejudicar a empresa.Confiemos na coragem da atual Presidente. Não se trata de direito líquido e certo dos especuladores. Eles fizeram uma aposta perdida.
 
Incoerência
Os adversários da Revolução de 64 se esquecem de que ela já acabou. Já é um fato histórico, como a Proclamação da República, que pode ou não ser revertido, mas sempre estará marcada na História.  Com seu fanatizado revanchismo alguns velhos adversários podem fazê-la reviver. Provocar eles provocam,.
 
Que tenham vivido uma Feliz Páscoa e que Deus guarde a todos nós.

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