terça-feira, 30 de julho de 2013

Biometria começa revolução política no Brasil


O Brasil tem 141,4 milhões de eleitores, que estão sendo  recadastrados biometricamente pelo Tribunal Superior Eleitoral – TSE -,esperando –se que, até as eleições de 2014, cerca de 24 milhões de brasileiros sejam recadastrados nos tribunais regionais eleitorais, dentro do Programa de Identificação Biométrica do Eleitor, aprovado em 2011, mediante resolução da referida corte.

Reproduzo adiante texto extraído do site do TSE sobre a biometria, que deve ser feita nesse recadastramento (http://www.tse.jus.br/eleicoes/biometria-e-urna-eletronica/biometria-1):

A palavra biometria vem do grego: bios (vida) e metron (medida)”. Designa um método automático de reconhecimento individual baseado em medidas biológicas (anatômicas e fisiológicas) e características comportamentais.

As biometrias mais implementadas, ou estudadas, incluem as impressões digitais, reconhecimento de face, íris, assinatura e até a geometria das mãos. Porém, muitas outras modalidades estão em diferentes estágios de desenvolvimento e estudos. As impressões digitais, por exemplo, vêm sendo usadas por mais de um século, enquanto a íris é objeto de estudo há pouco mais de uma década. Não existe ainda uma modalidade biométrica que se aplique em todas as situações.

Muitos fatores devem ser levados em conta para se implantar um sistema biométrico, tais como localização, riscos de segurança e número de usuários, entre outros.

Todo sistema biométrico é preparado para reconhecer, verificar ou identificar uma pessoa que foi previamente cadastrada.

Na biometria, o procedimento de verificação ocorre quando o sistema confirma uma possível identidade comparando apenas parte da informação com o todo disponível. Já o processo de identificação confirma a identidade de um indivíduo, comparando o dado fornecido com todo o banco de dados registrado.

A biometria é usada em inúmeros lugares para melhorar a segurança ou conveniência dos cidadãos. No Brasil, a emissão de passaporte, de carteiras de identidade e o cadastro das Polícias Civil e Federal contam com sistemas biométricos. Além disso, muitas empresas adotam tais sistemas para acesso às suas instalações ou utilização de seus serviços. É o caso de algumas academias de ginástica que usam leitura da impressão digital para controlar o acesso dos seus frequentadores.

Para o reconhecimento individual são coletados dados biométricos por meio de sensores que os colocam em formato digital. Quanto melhor a qualidade do sensor, melhor será o reconhecimento alcançado. No caso do cadastramento que será efetuado pela Justiça Eleitoral, os dados serão coletados por um scanner de alta definição”.

O TSE vem cobrando com rigor o comparecimento dos eleitores para o recadastramento e, também, para o cadastramento dos que não possuem título eleitoral, para que todos estejam aptos à votação em urnas eletrônicas, cujas características são explicadas no site http://www.tse.jus.br/eleicoes/biometria-e-urna-eletronica/urna-eletronica.

Diante dessas inovações, os partidos, os candidatos e os eleitores experimentarão ,certamente, ,mudanças significativas na representação política brasileira, que se adequa à era digital, com reflexos nos aspectos morais e éticos do processo político, tão questionados nas manifestações de rua registradas ultimamente.

Uma prática que, sem dúvida, será dissipada pelo voto eletrônico diz respeito ao denominado “voto-de-cabresto”, que, desde a Velha República dos coronéis até anos recentes, persistiu em várias regiões brasileiras interioranas, onde as lideranças políticas arregimentavam, com auxílio de cabos-eleitorais, contingentes de eleitores analfabetos ou pouco esclarecidos politicamente para votarem em determinado candidato.

O “clientelismo”, que se resume na troca de favores entre o candidato e seu eleitorado, principalmente nas periferias dos grandes centros urbanos, onde o peso do poder econômico gera a cornucópia da corrupção pela compra de votos, é outra prática tendente a ser combatida pelo voto eletrônico, desde que os esquemas viciados não se reproduzam  ou transfiram pela tecnologia virtual.

Essa é uma revolução que se processa no sistema de representação política do Brasil e que, talvez, ainda não tenha sido percebida pelo povo e pelos próprios políticos e que exigirá dos partidos um processo amplo de renovação, inovação e adequação em sua forma e conteúdo ideológico.
Modificam-se, drasticamente, as ferramentas para a disputa e manutenção do poder, com a inclusão de mecanismos favoráveis à prática da democracia participativa, entre os quais o plebiscito, o referendo, o voto destituinte, o recall, etc.
Até  o voto obrigatório e as exigências para candidatura a cargos eletivos  tornam-se passíveis de   serem reexaminados, à medida em que o eleitor e o candidato, pelo emprego da tecnologia , tornam-se obrigados a buscar de forma mais consciente sua participação política.

O coeficiente de eficácia do TSE nesse recadastramento, que esbarra em óbices gerados pelo baixo nível de educação política do eleitorado e pela  ainda exclusão de muitos brasileiros do processo digital, determinará o novo perfil da representação política brasileira, quando todos os eleitores estiverem cadastrados – uma tarefa gigantesca e revolucionária para o Brasil e o mundo.

Essa revolução está começando, tendo como uma das suas principais incógnitas, a meu ver, o perfil ideológico da sociedade brasileira que se decantará desse processo, que, no atual instante, admite, por pressão das elites dominantes, a ausência de oposição política, da figura do adversário. Uma aberração em si, pois, sem adversário, na democracia, não há jogo...

Eike Batista e a fábula de Midas



Por Marcos Morita*

Era uma vez um monarca muito ganancioso conhecido como Midas, cujo sonho era ter toda a riqueza do mundo. Certo dia encontrou nos jardins de seu palácio um fauno (divindade com o dom da profecia), o qual havia fugido da morada de Dionísio, e que por este era muito estimado. Ao devolvê-lo, Dionísio concedeu-lhe como recompensa e gratidão a realização de um único desejo, qualquer que fosse. Sem pestanejar, pediu para tudo em que tocasse fosse convertido em ouro. Desejo concedido voltou a seu palácio, transformando os objetos ao seu redor. Após pouco tempo começou a notar as dificuldades ao realizar tarefas básicas como comer e beber, transformando em metal um simples pedaço de pão.

 
Esta parábola poderia muito bem ser apropriada por Eike Batista, quem há pouco mais de um ano foi considerado o oitavo homem mais rico do mundo, com patrimônio estimado em U$ 34,5 bilhões de dólares. Com o poder e ganância (exibidas pelo Mercedes Benz em sua sala de estar e suas declarações nada modestas), literalmente tudo o que tocava parecia virar ouro, com suas empresas e ações valorizando-se dia a dia. Admirado, cobiçado, laureado e elevado à categoria de ícone nacional do empreendedorismo, foi comparado a personagens históricos como Visconde de Mauá, que viveu na época de Dom Pedro II.

 
Apesar do colapso premente, assim como a incerteza na continuidade das operações de suas empresas, era brilhante o modelo de negócios arquitetado pelo mega empresário, o qual visava criar um conglomerado diversificado e único, construindo através da exploração de seus recursos internos e da integração entre suas unidades, importantes barreiras de entradas a seus oponentes, em setores já complexos por natureza. Elegi duas estratégias que melhor se aplicam ao caso, conhecidas na teoria como integração vertical e modelo VRIO, exploradas a seguir.

 
Integração Vertical: esta estratégia passa pela integração dos diversos elos da cadeia de valor, considerando cadeia como o conjunto de atividades para levar um produto ou serviço desde a matéria-prima até o consumidor final. Uma das vantagens em integrar as várias etapas está na redução das variações de preços devido ao aumento da demanda, quebras de safra, variações cambiais ou custos de oportunidade. Esta estratégia pode ser utilizada a jusante ou a montante, à medida que se avança ou se retrocede nos elos da cadeia.

 
Vejamos como isto funcionaria na prática. A petroleira OGX compraria plataformas do estaleiro OSX; que estaria localizado no porto em construção da LLX; que escoaria a produção da mineradora MMX; que contrataria a energia da geradora MPX; que utilizaria o gás explorado pela OGX.

 
A paródia com o poema “Quadrilha” de Carlos Drummond de Andrade: “João amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria que amava Joaquim”, é mera coincidência, o que não se pode dizer da integração a jusante e a montante, as quais tornariam o grupo altamente eficiente e rentável, controlando seus custos através da manutenção dos preços de seus principais insumos, reduzindo seus custos de transportes, logística e matéria-prima, assim como revendendo sua capacidade excedente aos competidores a preços de mercado, utilizando-se do oportunismo por deter os elos da cadeia produtiva.

 
VRIO: esta teoria menciona que uma empresa deve possuir recursos que sejam valiosos, raros, difíceis de imitar e explorados pela organização. Campos de petróleo, complexos portuários, mineradoras e geradoras de energia são por si ativos que se enquadram nessa definição. Juntos ou integrados dariam ao grupo EBX vantagens competitivas sustentáveis e duradouras. Infelizmente o empresário e seu grupo de executivos não conseguiu ou não teve tempo para colocar em prática os projetos, falhando na última letra do acrônimo, a qual trata da capacidade da organização da empresa no suporte à exploração dos recursos.

 
A falha na entrega dos projetos e as previsões superdimensionadas de seus poços de petróleo fez com que o feitiço se virasse contra o feiticeiro, provocando um efeito dominó em suas empresas, as quais interligadas começaram a cair como um castelo de cartas. Enfim, a história do mega empreendedor ainda terá muitos desdobramentos, servindo de pano de fundo como estudo de caso verdadeiramente verde e amarelo.

 
Voltando à história de Midas, chamou à atenção a queda surpreendente na fortuna de Eike, apurada pela agência Bloomberg em U$ 220 milhões. Apesar de o valor ser suficiente, conforme reportagem de Bárbara Ladeia, para realizar 1996 viagens suborbitais, passar três anos e meio bebendo uma garrafa diária do vinho mais caro do mundo, arrematar a ilha grega de Skorpios ou dar perda total em 149 Mercedes Benz iguais ao dirigido por seu filho Thor em um acidente, a corrosão em seu legado é surreal.

 
Como efeito de comparação e trazendo os valores ao mundo real, teriam sobrado míseros seis mil reais, a uma pessoa que tivesse um patrimônio de um milhão, soma insuficiente para dar entrada em um carro popular. Isto doeria no bolso de qualquer ser humano, agora imagine em alguém com a cobiça do tamanho de Eike, para quem talvez tivesse sido melhor morrer de fome, porém rico, muito rico. Tal qual a fábula de Midas.

 
Mestre em Administração de Empresas, professor da Universidade Mackenzie e professor tutor da FGV-RJ. Especialista em estratégias empresariais, é colunista, palestrante e consultor de negócios. Há mais de quinze anos, atua como executivo em empresas multinacionais.


Sobre Marcos Morita:


professor@marcosmorita.com.br

 

domingo, 28 de julho de 2013

Pílulas do Vicente Limongi Netto


Quem poderá derrotar Lula em 2014?

Lula tem mesmo o couro duro. Cresceu, lutou, perdeu eleições, finalmente foi eleito, reeleito e elegeu a sucessora, Dilma. Lula pega paulada e vai em frente. É xingado, insultado, pisado, cuspido. Por vezes extrapolam nas pedradas e caneladas no ex-presidente.

Lula levanta a cabeça, toma uma calibrada e segue lutando. Expõe o que pensa com incrível clareza. Magoa os franciscanos com suas verdades. Tem agendadas dezenas de palestras no Brasil e no exterior. Há um monte de vestais cortando os pulsos. Outros se irritam porque Lula não abre mão de ajudar, alertar, aconselhar, a presidenta Dilma.

Plantam tolices de que Lula e Dilma estão brigados. Rompidos com os próprios neurônios estão o que espalham colossal sandice. Batem tanto em Lula e só vejo o homem crescer. Igual fermento colocado no bolo. O tempo passa mais rápido do que se imagina. E não vejo no horizonte ninguém que derrote Lula nas urnas em 2012 ou 2014.

O clamor do Papa Francisco

Agradeço ao Papa Francisco por pedir aos jovens que respeitem os idosos, lembrando que um dia serão um deles. O Papa clamou para que os jovens saibam tem o bom senso de colher boas lições com a sabedoria dos mais velhos. Outra oportuna recomendação do Santo Pontificie: unidos, jovens e idosos, enfrentarão com destemor a gritante exclusão social que se alastra pelo mundo.

O Papa Francisco não se esqueceu de repudiar outra praga universal, a corrupção.  Traduzo em português claro as palavras do carismático Francisco aos ladrões do erário: parem de roubar. Tenham vergonha na cara. Sejam homens.  Deixem de serem ratos e canalhas. Embora saibamos, infelizmente, que, neste particular, o Papa Francisco choveu no molhado.

Ao  jornalista Gilberto Amaral

Helena Chagas mudou. Quem diria! Quem nunca comeu mel... E o pai dela, grande e competente Carlos Chagas, continua o mesmo homem simples e atencioso. Tem hora, Gilberto, que o DNA não pega. Não gruda. Comigo, a agora ministra Helena Chagas também se fecha em copa. Jamais respondeu uma mensagem minha.

Que horror! Que tristeza! Como você, nunca quero nada. Nunca pedi nada. Chateia a gente... Helena deve pensar (?) que jornalista amigo e independente, como nós dois, tem mesmo é que exaltar e defender Dilma, e ponto final.

Não é assim. A estrada da vida não tem mão única. Um belo dia, quem sabe, a vovó Helena aprenderá a lição. Voltará para o outro lado do balcão. Lembrará, então, finalmente, que amigo verdadeiro, como nós dois, não se compra na farmácia. Vá em frente, Gilberto, e que Deus ilumine os passos da Helena.

 

 

 

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Soberania e sobrevivência

 
 
Adriano Benayon * 
Muitos, se não a maioria, dos que não se importam com a entrega das riquezas do País à oligarquia financeira transnacional e a seus bancos e  empresas, precisam mudar de atitude. Não é uma questão de patriotada, mas de entender que sem soberania um povo fica privado de dignidade e de prosperidade e até da chance de sobreviver.
2. Se o Brasil continuar à mercê de corporações transnacionais, bancos e potências imperiais, aumentará o fosso entre a minoria, cada vez menor, dos servidores desse sistema de poder e a maioria, esmagadora e crescente, dos brasileiros que vivem em condições de vida insuportáveis. Na verdade, escravos com seu destino nas mãos do império.
3. O fosso começou a ser alargado desde 1954,  logo após o golpe militar-udenista que entregou, de bandeja,  o mercado do País às transnacionais, através de privilégios incríveis, mantidos e aumentados nos  cinco anos de JK. Esse processo foi-se agravando e, hoje, longe de ser revertido, prossegue intensificando-se.
4. As potências anglo-americanas  não apenas intervieram nos golpes de 1954 e 1964, mas também determinaram o curso político  do País desde o começo dos anos 80. 
5. Neste mês a grande mídia não teve como esconder as revelações de Snowden, ex-contratado terceirizado dos serviços secretos dos Estados Unidos, sobre a abrangência da espionagem eletrônica, telefônica etc. que estes fazem, há muitos anos,  dentro do Brasil. Entretanto, quase não se divulgam as ações dos serviços de outras potências, como o Reino Unido.
6. Esse controle sobre as telecomunicações nem necessitava das tecnologias de captação de informações que os EUA hoje aplicam em quase todo o mundo. De fato,  o grau de traição ao País foi de tal ordem, que o Brasil ficou, em 1998, sem satélite próprio de telecomunicações, com a privatização da EMBRATEL, controlada pela MCI dos EUA.
7. Datam de longe as intervenções do governo dos EUA praticadas para abortar iniciativas capazes de contribuir para o desenvolvimento tecnológico do Brasil.  Nos anos 70 e 80, os EUA vetaram a importação de componentes estratégicos pela EMBRAER e causaram o fechamento da empresa ENGESA, que fabricava blindados, ao intervir junto à Arábia Saudita para cancelar um grande contrato.
8.  Em consequência do modelo instituído no Brasil a partir de 1954 -  a que se atribuíram os falsos milagres de crescimento do PIB, pouco depois traduzidos em dívidas e estagnação - o  poder das transnacionais sobre o   mercado foi suficiente  para asfixiar as empresas privadas nacionais, matando, no ovo, as possibilidades de estas desenvolverem tecnologia.
9. Entre as intervenções diretas das potências imperiais (EUA à frente), avulta ter feito explodir o míssil da missão espacial brasileira, na base de Alcântara, matando no ato seus mais de 20 membros, no momento do lançamento.  Além disso, os  EUA pressionaram a Ucrânia para não transferir tecnologia ao Brasil, como prevê o acordo de cooperação espacial com esse país.
10. Os EUA arranjaram com o governo de FHC um acordo para a cessão da base de Alcântara para lançamentos,  altamente lesivo para nós, pois permite a construção de instalações e a entrada no País de equipamentos e efetivos das Forças Armadas da mais agressiva potência militar do mundo.
11. Com a saída do mega-entreguista em dezembro de 2002, esse acordo esteve, até há pouco, parado no Congresso, tendo sido agora colocado na pauta de votações  do plenário da Câmara dos Deputados, o que confirma estar a atual presidente cedendo às pressões imperiais em questões vitais para a soberania do Brasil.
12. Outros atos  de submissão ocorrem com o petróleo.  Pelo menos três destes terão, se não forem revertidos, consequencias fatídicas para o País.
13. Primeiro, os leilões, em maio de 2013,  de campos de petróleo na plataforma continental, com reservas de 19 bilhões de barris,  na cotação atual, US$ 2 trilhões. Segundo: o anúncio de leilão para o campo Libra, na área do Pré-Sal, com reservas de 12 bilhões de barris.  As duas medidas envolvem mais de 30 bilhões de barris. 
14. Mormente nas condições infracoloniais do sistema tributário brasileiro, leiloar petróleo para empresas estrangeiras significa dar-lhes todo ele. Fora do Pré-Sal, o Brasil só recebe 10% de royalties sobre aquilo a transnacional declarar (o que ninguém confere). Não há impostos nem contribuições sobre a exportação.
15. Os agentes pagos e os enganados dirão que o Brasil obterá grande quantidade de divisas (moeda estrangeira).  Nós respondemos: quem recebe as divisas são os exportadores,  as petroleiras estrangeiras.
16. Estas venderão as divisas ao Banco Central, o qual, para pagá-las,   emitirá moeda nacional (reais) em quantidade assombrosa: quando estiverem exportando 3 milhões de barris/dia = 1.080 bilhões barris/ano,  serão cerca de US$ 356 bilhões,  o equivalente a 150% do total das atuais exportações do Brasil. Ao câmbio de R$ 2,2 por dólar, estamos falando de R$ 783 bilhões = 3,5 vezes o atual saldo médio da base monetária.
17. Então? Ou o Banco Central emitiria moeda, e as petroleiras estrangeiras ficariam com caixa para comprar todas as empresas, bancos e propriedades que quisessem no Brasil, ou emitiria títulos da dívida pública, dentro da tradicional política de enxugar a base monetária.
18. Neste caso, aumentaria, de golpe,  em 50% o estoque dos títulos da  dívida pública fora do Banco Central, e cresceria em 25% o absurdo serviço da dívida, que já consome quase metade das despesas da União. Com a dinâmica da composição dos juros, a explosão não demoraria.
19. Terceiro desastre com o petróleo: a deterioração das finanças da Petrobrás, decorrente das políticas antinacionais prevalecentes na ANP e na própria estatal, desde 1997, quando da instituição da Lei 9.478.
20. Nada melhor que ter uma empresa nacional responsável pelo abastecimento do País, a qual logrou êxitos notáveis na pesquisa e exploração (descobrindo enormes reservas), em contraste com os países que se entregam ao cartel anglo-americano.
21. Ora, a política brasileira dominada por interessados na inviabilização do desenvolvimento nacional, vem minando a (ex?) estatal, fazendo reduzir sua capacidade de investimento e, ao mesmo tempo, abrindo, sem a menor necessidade, ao cartel mundial as reservas por ela descobertas.
22. Com essa fieira de inesgotáveis danos ao País: 1) ele entrega a principal fonte de energia, tendente à escassez, do mercado mundial; 2) cria terrível inflação e torna ainda mais letal a dívida pública; 3) recebe dólares, com os quais nada pode fazer no exterior (os juros lá são desprezíveis, e as potências estrangeiras não vendem ativos produtivos estratégicos); 4) com a abundância de divisas para importar, agrava a desnacionalização e a desindustrialização, suas principais desgraças estruturais.
23. Mais uma capitulação, que leva o Brasil à ruína: a volta das elevações da taxa básica dos juros, SELIC. Neste ano, ela subiu de 7,25% para 8,5%, com o que caem as possibilidades de reduzir os gastos federais de R$ 753 bilhões, de  2012, com juros e amortizações das dívidas interna e externa = 43% das despesas totais da União.
24. Não há que crer nos artifícios contábeis das “autoridades monetárias”. Elas apresentam as despesas da dívida expurgadas de correção monetária, o que não é correto: quando você paga R$ 30 reis para almoçar, você está pagando R$ 30,00 mesmo; não há razão para deduzir a variação do  IGP-M no ano.
25. Outra coisa: não computam o que é pago por meio de títulos públicos, como se não tivesse sido pago: se um aplicador resgata  títulos  comprados há um ano, a juros de 15% aa., no valor de R$ 100 mi, e o Tesouro lhe paga, com novos títulos, R$ 115 mi, há que incluir  esta quantia na despesa, pois o título do Tesouro vale dinheiro e, além disso, rende juros.
26. Ademais, as autoridades não incluem no total os títulos do Tesouro em poder do Banco Central, cuja  maior parte circula entre o BACEN e os  bancos, nas operações de mercado aberto.
27.  Os brasileiros são espoliados também pelos juros bancários, a taxas muito maiores que as abusivas pagas pelo Tesouro nos títulos públicos.  O crédito de pessoas físicas e jurídicas chegou a R$ 2,4 trilhões = 54% do PIB. Se calcularmos taxa média de 30% aa., a conta dos juros, fora a da dívida pública, é quase outro tanto: R$ 720 bilhões.
28. Mais importante, além de estar na origem de todos os males da economia e das finanças, é o que vai para o exterior de lucros escondidos das transnacionais, através de diversas contas do balanço de pagamentos. Eles vêm dos altíssimos preços que elas praticam aqui dentro: é o mesmo que um imposto, só que pago pelos brasileiros  às empresas transnacionais, em vez de ser pago ao governo, equivalente a outra carga tributária de 35% do PIB.
29. Do financiamento dos déficits externos resultantes das transferências em várias contas do balanço de transações com o exterior, resultou a dívida externa, e desta saiu a  dívida interna, quando faltaram divisas para servir aquela.  Em função disso, os engenheiros brasileiros não têm empregos, e não se desenvolve tecnologia no País. Ademais, as pessoas ficam até sem saber para que servem as matérias primas e o preço que deveriam ter.
30. Como reagem os governos que têm fingido governar o País? Dão dinheiro e crédito barato às transnacionais e a aquinhoados  em novas concessões públicas, como ocorre com o transporte, portos e aeroportos, estradas com pedágios abusivos etc.  E cortam impostos das transnacionais e outros concentradores.
31. Não reduzem, porém, os  tributos que recaem sobre os cidadãos. Ao contrário, estes são onerados adicionalmente pelos sobrepreços dos oligopólios, como aponto no parágrafo 28 acima, e se exemplifica com os bens industriais, de qualidade sofrível,  e, amiúde,  custando o dobro de seus congêneres no exterior. 
* - Adriano Benayon é doutor em economia e autor do livro Globalização versus Desenvolvimento.
 

quinta-feira, 25 de julho de 2013

"Eutanásia cultural" afeta jovens, idosos e crianças


 

O Papa Francisco denunciou a “eutanásia cultural” que se pratica hoje contra os jovens e os idosos, isolados na sociedade diante do culto ao dinheiro, à fama, e ao poder. O Sumo Pontífice, em visita ao Brasil, conclamou os jovens a irem às ruas e reivindicar: 'Os jovens têm que sair fazer-se valer, lutar pelos valores, e os velhos têm que abrir a boca e os ensinar e transmitir a sabedoria dos povos'.

Os idosos no Brasil- os que têm 60 ou mais anos de idade - somam hoje 14,5 milhões, número que corresponde a 8,6% da população, podendo ultrapassar, nos próximos 20 anos, 30 milhões, quase 13% da população, segundo estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE-. As mulheres são maioria, 8,9 milhões.

Francisco sabe que o papel dos idosos, fragilizados no País, é fundamental para o equilíbrio social e que os quase 6,5 milhões de internautas da terceira idade , do total estimado em 94,2 milhões de internautas  brasileiros, têm participação ativa na Internet. Nas manifestações de rua, em junho, a terceira idade ajudou a mobilizar a população, por meio das redes sociais e dos principais sites.

O Estatuto do Idoso, aprovado em 2003, representa um avanço no reconhecimento das necessidades dos idosos, especialmente na fixação de direitos de cidadania, mas o preconceito social e no mercado de trabalho pode ser constatado no dia-a-dia, dentro da concepção de que é melhor investir nos jovens do que nos idosos, não obstante a existência de significativo número de idosos que são arrimos de família.

Tratamento especial, nos estabelecimentos bancários e comerciais, transportes urbanos e eventos públicos é uma prática ainda incipiente no Brasil. O espaço público é hostil aos idosos e à também às crianças, pela violência urbana e pelo próprio preconceito cultural, acentuando-se a indiferença contra essas duas faixas etárias nos campos do lazer e entretenimento, nos quais faltam políticas públicas e legislações adequadas à inserção social da criança e do idoso, vítimas do confinamento, da solidão e dos maltratos por familiares e estranhos.

Os jovens têm os fantasmas do primeiro emprego e do desemprego a assustá-los, mas ocupam amplamente o espaço público, o lazer e o entretenimento, de acordo com uma cultura excludente das crianças e dos idosos, que são relegados ao espaço doméstico – espécie de gueto social, onde o cair da noite, comumente, é um convite para a televisão, a internet e o sono...Poucas opções de cinema, teatro, recital, jogos de lazer, espetáculos artísticos e eventos culturais para crianças e idosos de baixo poder aquisitivo...

É mais ou menos assim no Brasil e nos demais países da América Latina e Caribe, regiões que terão cerca de 100 milhões de idosos em 2025 e 190 milhões em 2050, em meio a enormes desafios nas áreas da saúde, previdência e assistência social, diferentemente do que ocorre  nos países mais desenvolvidos, segundo alertam estudiosos desse  tema.

 

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Será que o Governo brasileiro se esqueceu de George?


Tenho procurado - e não tenho encontrado -, nos noticiários, informação sobre  alguma manifestação oficial da Presidente Dilma a respeito do nascimento do filho do Príncipe William e sua esposa Kate, o qual se chamará George Alexander Louis e será o terceiro na linha de sucessão da Rainha Elizabeth II.

Como a visita do Papa Francisco ao Brasil ocorre no momento em que se anunciou o nascimento do bebê real, que terá o título de Sua Alteza Real Príncipe George de Cambridge, penso que o Palácio do Planalto e o Itamaraty devem ter enviado alguma mensagem oficial ao casal, mas sua divulgação foi abafada pelo noticiário sobre a visita do Papa.

Seria uma falha insanável do Governo brasileiro, e até mesmo uma descortesia, deixar de cumprimentar o jovem casal e, por extensão, o próprio povo do Reino Unido, que aguardou festivamente e aplaudiu a chegada do neto da falecida princesa Diana e do Príncipe Charles.
Diana era querida no mundo inteiro.Se houve alguma mensagem, peço antecipadamente desculpas ao governo brasileiro por esta nota.
 

terça-feira, 23 de julho de 2013

O inferno astral dos políticos, É bom saber, Queda de braço na questão indígena, Sem noção e Considerações sobre a Saúde Pública

 

Gélio Fregapani (Membro da Academia Brasileira de Defesa)

 

O inferno astral da classe política, e da Política do País.
 
A popularidade da Dilma desabou. Também a de Lula, cuja saúde não recomenda sua volta mesmo que queira. Ainda pior que eles estão os parlamentares em geral -(Sarney com 92% de rejeição, Renan e Henrique Alves com 89% e Aécio aproximando-se dos  50%). Marina, já  rejeitada por todos que querem produzir, ainda  sofrerá as consequências quando for conhecido seu passado de corrupção e de separatismo indígena a serviço da Inglaterra. Seria mesmo a pior opção. Até agora só escapa do desgaste o Joaquim Barbosa, que jura não ter pretensões eleitorais. Apesar disto já começa a ser atingido.
     
 
Essa ausência de alternativas é perigosa. Faltando ainda 18 meses para Dilma terminar o mandato se acentuam os sinais de ingovernabilidade A economia ainda não está mal, mas a perspectiva que vai piorar tem o mesmo efeito.
     
 
Não sabemos o que aconteceria se a Presidente tomasse o freio nos dentes e fizesse uma faxina completa: reduzisse os Ministérios para uns cinco, prendesse os corruptos, endurecesse com os bandidos e com o Judiciário mesmo ao arrepio da Lei e onde não houvesse administradores sérios e competentes colocasse técnicos apolíticos, como missão, sem recompensas extras.
     
 
Com ações nesse estilo talvez conseguisse levar o nosso País a um glorioso destino, mas talvez fosse alijada do poder. Não sabemos o que acontecerá, mas sabemos que,  enfraquecida, cedendo tudo à ambição imensa de seus aliados e de seu partido, permitindo o aumento dos juros ao setor financeiro desmontara a produção, e pior, terá que tolerar as ações das ONGs e dos “movimentos sociais” como o Lula e o FHC o fizeram.
    
 
Nessa hipótese haverá convulsão generalizada na próxima eleição ou mesmo antes e  talvez o desmembramento do nosso País.  
 
 É bom saber
   
 Governo FHC – O internacionalismo globalista do Governo entregou à Booz-Allen, empresa que coordenava o trabalho de grampos da CIA, (onde trabalhava  Snowden),  a responsabilidade por estudos estratégicos, desde o "Brasil em Ação" no primeiro governo até o "Avança Brasil" no segundo, bem como os programas de privatização e de reestruturação do sistema financeiro nacional. A empresa operou até 2002, em estudos e pareceres, contratados pelo governo para abastecer uma política de alinhamento do Brasil com a economia dos EUA.
    
 
Governo Lula – O internacionalismo esquerdista do Governo considerava que as fronteiras na deveriam ter cercas, mas sim pontes. Insistindo em não reagir às provocações, o nosso País passou a ser tratado como um grandalhão medroso que se ajoelha ao som do primeiro grito. “Devemos ser generosos com a Bolívia, é um país muito sofrido”, recitava Lula a cada insulto. Engolindo desaforos e confiscos. O mesmo acontece com a Argentina, Paraguai e Equador.
Difícil saber qual o pior.
   
Queda de braço na questão indígena
   
A pressão indigenista recrudesce, O lado nacionalista, sob pressão, dá mostras de fraquejar, mas a população está sendo esclarecida e terminará por colocar um freio nas ações apátridas da Funai.
   
 
Apesar de a Presidente manter a decisão de rever o processo de demarcação de novas terras indígenas e de acabar com o monopólio exercido pela Funai, na atividade  incluindo outros órgãos  - Embrapa e os ministérios da Agricultura e Desenvolvimento Agrário, o Ministro da Justiça  José Eduardo Cardoso, afirma que a Presidente deixou claro que não pretende esvaziar a Funai, mas fortalecer esse órgão". Os indígenas, claro, se posicionaram contrários à inclusão desses órgãos e entregaram à Presidente um documento com 11 reivindicações e recebendo a promessa de que os seus pedidos serão atendidos.
   
 
Enquanto isto a Funai está promovendo, à margem da Lei, a demarcação de nova Terra Indígena em Santa Catarina e funcionários da Funai estariam empenhados em ampliar a reserva Xapecó e ainda índios de diversas etnias bloqueiam a estrada de ferro de Carajás. Os casos simultâneos de SC e do MA são típicos da questão indígena.
 
 
A Funai e o aparato indigenista que a apóia se concentram em demarcações de terras indígenas em áreas mineralizadas ou no mínimo produtivas e habitadas por não índios,fazendo o jogo do estrangeiro ambicioso e solerte. Torna-se evidente que no Norte da Amazônia, o objetivo é a criação de novas nações dóceis e totalmente controladas, e ao Sul da Amazônia é prejudicar a concorrência agrícola. Por esses e outros motivos, é mais que urgente uma ampla reformulação na política indígena, para que o Estado brasileiro possa assegurar plenamente os direitos reais, tanto dos índios como dos não-índios.
  
 
Algo indica que, enfraquecida, Dilma também cederá nesse importante setor, como já o fez na questão dos juros. Caso continue cedendo, nosso País estará realmente mal. Entretanto, por enquanto, ainda resta uma esperança.
 
Sem noção
   
O “Anonymous” convocou manifestantes para atos durante a Jornada da Juventude  e a visita do Papa":..."Não se trata de um protesto contra o Papa nem a Igreja Católica', esclarece o grupo. 'Será mais um grito contra a corrupção e por serviços públicos mais dignos........" Será?
     
 
O que esperam conseguir com essa inoportuna e constrangedora  convocação?      Desmoralizar o País e a cidade do Rio de Janeiro? Desmoralizar a política brasileira já mais do que desmoralizada? Conseguir espaço na mídia internacional - abrindo caminho para que o Brasil se torne o Egito da vez? Ou, será que esperam constranger o Papa a falar mal daqueles que, oficialmente, o estão recepcionando? Deveriam  saber que o Papa não pode intervir. Roupa suja se lava em casa.
   
 
É evidente a tentativa de aproveitamento das manifestações por um setor do PT, mas não podemos descartar totalmente o dedo estrangeiro, ou pelo menos o aproveitamento estrangeiro. As tentativas de ingerência começam exatamente com os colaboradores, colaboracionistas e, ou, ignorantes - na melhor das hipóteses - tentando  badernar, fazer manifestações etc., etc...
 
 Talvez até consigam nos enganar, mas se soubermos a verdade, a verdade nos libertará
 
 
Considerações sobre a Saúde Pública
   
 
Não há dúvida que melhoramos. No início do século passado éramos ”doentes” por falta de saneamento e, principalmente, por deficiência na qualidade da alimentação. O nosso País produzia quase somente cana e café, exceto nas regiões coloniais, onde se comia bem. Os mais velhos lembram-se da dificuldade de encontrar homens saudáveis suficientes para equipar uma simples Divisão, na FEB. Melhoramos muito em alguns setores e podemos creditar à alimentação mais balanceada, o principal progresso, apesar de ainda existir, nas áreas mais pobres, a deficiência alimentar capaz de transformar uma raça de gigantes em homens gabirus.
   
 
Outros importantes fatores para a saúde são a higiene e o saneamento básico. Sobre o saneamento básico, que melhor seria chamado de ecologia humana, avultam a água potável, as moradias saudáveis e os esgotos, que seriam vantajosamente substituídos por biodigestores. Algumas plantas, como a mamona, afastam até o mosquito da dengue, e o ato de lavar as mãos e cuidar do seu lixo evitam muitas doenças. Juntas, essas medidas fazem milagres.   A boa alimentação é fruto do progresso. O saneamento básico é assunto de Governo. Já a higiene é fruto da educação. Como complemento das medidas governamentais ainda teremos a medicina preventiva, ou seja a imunização através das vacinas.
   
 Mesmo com todas essas medidas ainda existirão doenças, então cabe à Medicina cumprir seu nobre e insubstituível papel de cura, ou seja a Medicina é a ultima etapa na luta pela saúde.
   
 Erroneamente o Ministério da Saúde trata quase somente da Medicina e assim mesmo erra nas prioridades. Com a internação de um viciado gastam-se recursos que salvariam uma centena de maláricos. Esse último dado será difícil de corrigir, devido ao bom coração da  nossa  gente, mas os médicos militares são instruídos a fazerem uma triagem para dar prioridade aos que poderão voltar ao combate.   É triste, nós sabemos, mas por vezes é necessário.
 
  
 Que Deus guarde a todos nós!
 
 
 
 
 

Euclides Quandt de Oliveira -um exemplo ao País



                                                                                                   Alte Luiz Sérgio Silveira Costa
 
Euclides Quandt de Oliveira, nascido em 23 de novembro de 1919, faleceu recentemente, aos 93 anos. Foi Oficial de Marinha, alcançando o posto de Capitão de Mar e Guerra, tendo sido comandante do Navio Aeródromo “Minas Gerais”. Especialista em eletrônica, durante seu tempo na Marinha fez vários cursos nessa área, no Brasil e nos Estados Unidos.

Tendo passado para a reserva, exerceu, de 1965 a 1967, no governo Castelo Branco, o cargo de Presidente do Conselho Nacional de Telecomunicações (Contel); de 1972 a 1974, foi o 1º Presidente da Telebrás e, de março de 1974 a março de 1979, foi Ministro das Comunicações do governo Geisel. É autor dos livros Renascem as Telecomunicações – volume 1 e 2, que narram os acontecimentos a partir de 1967, tendo como tema principal a criação do Sistema Telebrás.

Bem poucos no Brasil sabem o que o Comandante Quandt de Oliveira representou para o desenvolvimento das telecomunicações no país. Se hoje temos a facilidades de comunicações em computadores, telefones e celulares muito a ele se deve, pela reestruturação da telefonia no país, então dominada pelas concessionárias estrangeiras.

Em depoimento, Quandt dissera que “deviam existir cerca de mil empresas no Brasil, mas empresinhas isoladas. Havia um sistema telefônico na cidade X que só falava dentro daquela cidade X, não falava nem com a cidade vizinha.” Por isso, quem viveu lá, sabe como eram difíceis e demoradas uma simples ligação interestadual.

O atual ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, afirmou que a sua morte é uma perda para o setor das telecomunicações. “O ex-ministro Quandt deu grandes contribuições para a organização desse setor, hoje tão importante para o Brasil. Nós nos encontramos no fim de 2011, em um evento da Associação Comercial do Rio de Janeiro. E ele estava bastante lúcido, analisando e comentando os acontecimentos da área”


Tudo isso pode ser obtido nos sites de busca. O que bem poucos no Brasil sabem, porém, é que Quandt, ao morrer, morava em pequeno apartamento em Petrópolis, e que seu carro era um velho e deficiente Santana.

Por isso, o que ressalta na vida de Quandt, especialmente quando se compara com os tempos de hoje, é que, bem formado pela Marinha - essa instituição de excelência e a indiscutível reserva moral do País -, e tendo exercido importantes cargos públicos, lidando com empresas e empresários, licitações e contratos, procuras e ofertas, no ambiente do “é dando que se recebe”, nunca se corrompeu ou usou desses cargos para proveito próprio e enriquecimento.

Sua vida espartana, voltada para servir ao País, e não se servir dele, contrasta com o que se vê hoje de nossos políticos: as casas e apartamentos alaranjados, de frente para o mar, os escarpins de solas avermelhadas nos pés das senhoras, os restaurantes estrelados, as viagens de jatinhos e helicópteros, os mensaleiros, sanguessugas, aloprados e cuequeiros, as ligações espúrias com empresários, o nepotismo, os trens da alegria, os sítios, as ilhas, as fazendas, os bois, as rãs, as rádios, jornais e emissoras de TV, os castelos, o exibicionismo, etc, etc, etc, nada podendo ser comprovado apenas pelas remunerações pessoais.


Quandt, pelo contrário, foi a própria essência do espírito republicano, um brasileiro com a estatura moral do tamanho do País, gigante pela própria natureza!
 
 
Deus, na sua infinita bondade, reconhecendo a sua vida digna e dedicada ao bem comum, resolveu homenageá-lo, ao enviar o Papa Francisco aqui, no momento que o leva para a vida eterna. Certamente descansará em paz, embalado pelo sublime sentimento de satisfação do dever cumprido.


E nós, por aqui, com esse triste sentimento de perda, reverenciamos o nosso velho e competente marinheiro, esse brasileiro altaneiro e exemplar, que professou e exaltou a profundidade do recado de Roosevelt, de um político do passado para os de hoje, via as telecomunicações: “É melhor morrer de pé do que viver de joelhos”!

                                                                               

Leitor quer Lula fora do Museu da Inconfidência Mineira

 
Recebo do leitor e economista Aluízio Eugênio Martins, de Itajubá (Minas Gerais), mensagem de protesto pela inclusão do nome do Presidente Luís Inácio Lula da Silva no Museu da Inconfidência Mineira. Publico, na íntegra, pelo seu teor político:
 
"Estive dando uma circulada pelo polígono da Inconfidência Mineira, e  tive surpresa desagradável, repugnante e revoltante, ao visitar o Museu da Inconfidência e me deparar com uma placa em que consta o nome do Lula como benfeitor desse Museu.
 
Considero inaceitável que Minas Gerais e os mineiros aceitem o nome desse corrupto e principal responsável pela degeneração dos princípios morais e éticos do Pais inscrito no maior santuário da liberdade e da democracia “O Museu da Inconfidência Mineira".
 
Os inconfidentes morreram por oposição a 20% de cobrança de impostos, e esse maldito ex-presidente elevou o País ao patamar de 43% de impostos.
 
Pretendo enviar uma mensagem ao senador e ex-governador Aécio Neves sobre essa infame atitude do Governo de Minas Gerais em  aceitar a inscrição dessa persona non grata no interior do Museu."

 

Pílulas do Vicente Limongi Netto

Discurso da Dilma
 
Não acho que a presidente Dilma exagerou, saiu do tom, ou quebrou o protocolo, porque discursou para o Papa Francisco, salientando os feitos das administrações dela e de Lula. Deixemos de hipocrisia, mágoas e ressentimentos tolos.
 
Qualquer governante, de qualquer partido politico, que estivesse no exercício da Presidência da República faria o mesmo. Além disso, o mundo inteiro esta semana estará focado para o Brasil. A presença ilustre, bem vinda e inédita do Papa Francisco enche de orgulho o Brasil e os brasileiros.  Queriam o que, os desafetos de Dilma, que ela porventura exaltasse os feitos dos adversários? Não cabe amadorismo em politica. Francamente...
 
Collor democrata
 
Na minha modesta opinião, Collor errou em não convocar o Exército brasileiro e fechar um Congresso comprometido com a patifaria.Bem que gente graúda e famosa sugeriu a ele, mas, como democrata convicto, Collor rejeitou a  sugestão.
 
Decisão certa de Renan

O  senador Renan Calheiros fez muito bem em cancelar a viagem oficial que um grupo de senadores faria ao Rio de Janeiro para encontrar o Papa Francisco.  Terão que se contentar em ver Francisco pela televisão, ou, então, pagar passagem e estada do próprio bolso. Contudo,  a decisão de Calheiros deixou triste o Santo Padre, que gostaria de conhecer o famoso senador gaúcho e receber dele as benções divinas de um autêntico franciscano. Renan também deveria aproveitar o ensejo e passar o pente fino nas costumeiras e inúteis viagens de parlamentares ao exterior.     
A Merval Pereira:
 
Começamos juntos ,no Globo,no final década de 60. Você no Rio, eu, na sucursal de Brasília. Deixei as redações, mas continuo repórter e atento aos fatos políticos. Ao contrário de você, faço questão de preservar minhas amizades, e jamais tive a pretensão de ser dono da verdade. Tenho autocritica. Coisa que você não tem.
 
Hoje, Merval, você não esconde, faz questão de ostentar, o título nojento, cretino, covarde, ressentido, torpe, asqueroso e ordinário de principal porta-voz da patrulha tucana. Antes, você bajulava Lula, Genoíno, Dirceu, etc. Eram tuas boas fontes. Hoje, você cospe no prato que comeu. Se o fulano não for do PSDB, pau nele. Fora do tucanato, não há salvação.
 
O professor Merval  escreveu, xingou, insultou, é tinta e pingo. As linhas e entrelinhas das tuas colunetas são repletas de amargura, rancor, ódio, ressentimento. Considero um absurdo, uma canalhice, um profissional  dispor, como você, de espaço precioso em jornal e televisão importantes, para, constantemente, desacreditar e insultar figuras do mundo politico.
 
Merval, compre um espelho. Você não tem competência nem para engraxar os sapatos de verdadeiros, veteranos e respeitados colunistas políticos, como Jânio de Freitas, Carlos Chagas, Hélio Fernandes ou Carlos Castelo Branco. Você  se tornou acadêmico da ABL porque é do Globo. Apenas por isso. Teus livrecos, autênticos papeluchos, não têm nenhuma importância para a literatura brasileira...
 
Francamente, te manca, Merval.Nesta linha, não vejo nenhuma autoridade em você, pessoal ou profissional, para dizer que Collor montou uma farsa eleitoral como governador de Alagoas, para seguir candidato à Presidência da República.
 
Farsa, Merval, pena que não tenhas coragem, isenção ou grandeza para admitir, foi o impeachment montado por patifes, da politica, da imprensa(carapuça enorme) e do empresariado, para arrancar do cargo um valoroso e determinado jovem politico, eleito com mais de 35 milhões de votos, e que continua, hoje, como senador, com o mesmo espírito público e determinação, servindo ao país e à coletividade.

Com meu desprezo.

Barbosa manda recado para o povo brasileiro


O estudado gesto do presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa, ao negar friamente cumprimento à Presidente Dilma Rousseff, na frente do Papa Francisco, durante encontro no Palácio Guanabara, no Rio de Janeiro, poderia significar um recado ao povo brasileiro:” Não cumprimento minha futura adversária...”.

Sim, o ministro Joaquim Barbosa, primeiro negro a presidir a mais alta corte de justiça do País, firma-se cada vez mais como potencial candidato à Presidência da República em 2014, embora o negue e diga que não tem nenhuma pretensão política. Não quer e não tem mesmo pretensão, mas quem ousaria fugir  do abraço popular?

Em política, ou você escolhe, ou é escolhido, e essa segunda alternativa é a que se aplica ao ministro, que foi relator do processo do “mensalão”, referente à compra de votos parlamentares realizada durante o Governo Lula, que resultou na condenação de importantes líderes do Partido dos Trabalhadores –PT -.

Esse maior escândalo político da história brasileira ainda não teve seu desfecho, porque o  ex-Presidente Lula afirma que não sabia de nada e os condenados ainda não foram para a prisão, o que dependerá de pronunciamento, nos próximos dias, do STF, julgando recursos apresentados pelos advogados de seis parlamentares, entre os quais o ex-ministro José Dirceu e o ex-presidente da Câmara dos Deputados, João Paulo Cunha, figuras de destaque do PT.

Pela internet, além de uma campanha bem orquestrada de difamação do ministro Joaquim Barbosa, acusado de privilégios em seus direitos de funcionário público, de abuso contra recursos do erário, de investimentos suspeitos em imóvel em Miami, violência contra sua ex-esposa, consumo exagerado de bebida alcoólica e prática de luxúria, corre a notícia de que Joaquim Barbosa estaria pronto para renunciar ao cargo e abandonar a Corte, caso os condenados do “Mensalão” continuem fora da cadeia.

Hoje, com 30 % das intenções de voto, nas sondagens realizadas pelos institutos de pesquisa para as eleições presidenciais, e com a popularidade da Presidente Dilma caindo, Joaquim Barbosa é o mais forte candidato em potencial, quer queiram ou não seus inimigos e detratores, e, caso ele renuncie, deverá ser procurado pelo povo e levado em seus braços ao Palácio do Planalto. E com as bênçãos da Igreja Católica, hoje sob o comando dos jesuítas, os padres de batina preta chefiados pelo “Papa Negro”, Adolfo Nicolás.

Em política, muita coisa muda, mas Joaquim Barbosa continua popularíssimo neste momento, e o Papa Francisco pode aferir pessoalmente o clima  de insatisfação popular contra o Governo Dilma.  

domingo, 21 de julho de 2013

Francisco vem para mudar a América



Francisco visita o Brasil, de 23 a 28 de julho, como o primeiro Papa jesuíta e segunda cabeça do sétimo “reinado”, iniciado por Bento XVI, no Vaticano, desde 1929, quando foi assinado o Tratado de Latrão e constituído o Estado.

Interpretações apocalípticas à parte, sua missão primordial é revigorar o processo de evangelização na América, onde tem havido decréscimo no número de católicos, particularmente no Brasil, e promover a integração regional em busca da unidade política adequada à Nova Ordem Mundial. Missão pastoral e política, embora não deva visitar Brasília, sede do governo.

Considerando-se a obra dos jesuítas no Brasil, talvez o mais bem sucedido projeto de evangelização e conquista religiosa da Igreja Católica, nos últimos 500 anos, é natural que esse processo de integração americana seja desencadeado por um jesuíta, a partir do Brasil.

A Igreja Católica, Apostólica e Romana conta, atualmente, com 1,2 bilhões de fiéis no mundo inteiro e, segundo recentes estatísticas, 49,4% na América, cerca de 600 milhões de uma população de 907,1 milhões de habitantes.

O Brasil, com 194 milhões de habitantes (IBGE/2011), é o país que tem o maior número de católicos, cerca de 124 milhões (64,6% da população), mas, nos últimos 30 anos, tem perdido espaço para os evangélicos, que já somam 42 milhões (22,2% da população).

A programação do Papa Francisco prevê suas atividades com os jovens, na Jornada Mundial da Juventude, com apoio do arcebispo da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta, e visita ao Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida, considerada como “a capital espiritual do País”, situada no Estado de São Paulo.

Aparecida é, praticamente, geminada com Guaratinguetá, cidade onde nasceu o primeiro santo brasileiro, São Frei Galvão, cuja estátua será abençoada pelo Papa. O cardeal-arcebispo de Aparecida, Dom Raymundo Damasceno, presidente da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB-, é um dos principais confidentes de Francisco, como foi de Bento XVI. Dom Damasceno é um dos principais articuladores da Conferência Episcopal Latino-Americana - CELAM-, devendo ser importante interlocutor da missão pastoral de Francisco.

Sem visitar Brasília, Francisco receberá, no Rio, a Presidente Dilma Rousseff, alvo de manifestações de mais de um milhão de pessoas nas ruas das principais capitais brasileiras, em junho passado, e atualmente com popularidade em queda.

O “Anonymous”, movimento atuante na web, promete novas manifestações em favor de reivindicações do povo brasileiro por melhores condições sociais e combate à corrupção política. O movimento quer aproveitar a presença de milhares de jornalistas para obter maior repercussão mundial, mas avisa que o alvo não será o Papa, que, mesmo assim, tem seu esquema de segurança reforçado pelo governo brasileiro.

Quando João Paulo II visitou o Leste Europeu, em 1993,dizia-se que o continente nunca mais seria o mesmo, o que de fato aconteceu com mudanças políticas e econômicas e a derrocada do comunismo. Da visita de Francisco, pode se esperar o mesmo: O continente americano sofrerá grandes mudanças com vistas à unificação política das Américas do Norte, Central e do Sul.