sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Pílulas do Vicente Limongi Netto


Del Nero na luta
Marco Polo Del Nero deixou o silêncio voluntário e bem pensado e anunciou que vai continuar trabalhando, como sempre fez, pelo futebol brasileiro e pela seleção pentacampeã. Trocando em miúdos, Del Nero mandou claro recado aos paladinos por correspondência e aos eternos desocupados e torpes patrulheiros de plantão: Vai prosseguir exercendo a presidência da CBF, função para qual foi eleito democraticamente, quase por unanimidade, com todo vigor, isenção e espírito público, características  de toda uma vida, ligada ao futebol e ao Estado de Direito.  Doa a quem doer.
O entusiasmo, o otimismo e as convicções de Marco Polo Del Nero são marcantes. Tanto que ele próprio antecipou que pretende disputar a reeleição do cargo em 2019. Para desapontamento do timeco dos rebotalhos e levianos de carteirinha.  Del Nero não perde de vista que nada resiste ao trabalho.
Sabedoria de FHC
Do alto da sua colossal sapiência e pureza, o imaculado FHC bateu o martelo: "Cunha não tem mais condições morais e políticas de continuar no cargo". Era a palavra final que o mundo inteiro aguardava, inclusive o Vaticano, para finalmente levar Eduardo Cunha ao paredão do fuzilamento.
Próximo passo do desprendido, humilde e grandioso FHC é definir com Deus, que perdoou todos seus erros e maracutaias do passado,  entre eles, a compra de votos da sua reeleição presidencial, como vai  proceder para excomungar Cunha da igreja católica.  Não sei que seria de nós, pobres mortais e pecadores, se FHC não existisse.
Collor
Santos de araque e isentos de mentirinha insistem em jogar as patas no senador Fernando Collor. Os parvos, levianos e beócios perdem tempo, porque Collor é homem competente, honesto, de coragem e convicções. Não serão hienas, cretinos e vestais grávidas da magistratura, da policia federal e da imprensa que intimidarão Collor, usando armas imundas da perseguição, da má-fé, da desinformação, da torpeza e do patrulhamento doentio, contra um homem público inocentado em dois julgamentos pelo Supremo Tribunal Federal de todas as sandices e calúnias de seus detratores. Colllor não se verga diante das tramas dos covardes e hipócritas. Não se destrói fortaleza de aço com bala de festim.
Delcídio
O erro do senador Delcidio do Amaral foi não ter levado para ouvir a patética trama o motorista dele, aquele que bateu no deputado depois de insultado.
FIAM 2015
Com o tema “Invista no Futuro. Agora”, a oitava edição da Feira Internacional da Amazônia (FIAM 2015), promovida pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), por meio da Superintendência da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA), atingiu as expectativas da organização quanto à participação de público, geração de negócios, disseminação de conhecimentos e promoção de produtos e serviços da Amazônia.
A Rodada de Negócios Internacionais, organizada pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Amazonas (SEBRAE/AM) em parceria com a autarquia, contabilizou US$ 17 milhões (R$ 64,6 milhões) em negócios, entre contratos imediatos e negociações para curto e médio prazo.
O montante está de acordo com previsões da SUFRAMA, que, mesmo com o cenário de dificuldades econômicas em todo o País, tinha como meta repetir o desempenho da Rodada de Negócios da FIAM 2013 (US$ 17.6 milhões).
Nesta edição, participaram da Rodada aproximadamente 80 empresas amazônicas ofertantes de produtos com matéria-prima regional e 22 empresas de grande porte na condição de compradoras, oriundas de outros Estados brasileiros e países da América do Norte, Europa, América Latina e África.
Durante os quatro dias da Feira – realizada entre os dias 18 e 21 de novembro – 64,5 mil pessoas circularam nos três pavilhões (Maior, Plenária e Amazônica), conhecendo tanto as novidades produzidas pelas empresas do Polo Industrial de Manaus (PIM) quanto o trabalho de fundações, institutos de pesquisa, federações, órgãos governamentais, bancos, países e Estados da área de abrangência da SUFRAMA, dispostos entre os 382 expositores do evento. A visitação de público teve incremento de 16% nesta edição em relação à FIAM 2013, quando aproximadamente 55 mil pessoas passaram pelos espaços de exposição.
A FIAM também contabilizou a participação de 2.157 pessoas na Jornada de Seminários Internacionais, integrante da programação técnico-científica da FIAM 2015. Ao todo, foram realizados 15 seminários sobre temas estratégicos – como turismo, inovação tecnológica, competitividade, logística, comércio exterior, interiorização do desenvolvimento e setor primário, entre outros – focados no desenvolvimento da Amazônia. Esses números praticamente dobram o resultado obtido na Jornada de Seminários da FIAM 2013, quando foram realizados oito seminários com cerca de 1.200 participantes.
De acordo com a superintendente da SUFRAMA, Rebecca Garcia, os dados demonstram o êxito da FIAM 2015 e refletem a disposição da região em inovar e se superar na busca pela retomada do crescimento econômico.
“Nós vivemos um momento diferenciado na economia do nosso País e, ainda assim, tivemos um evento de muito sucesso, que correspondeu a todas as nossas expectativas e, em alguns casos, até mesmo as superou. A realização da feira foi importante justamente para demonstrar a resistência do modelo Zona Franca de Manaus à crise”, afirmou.

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Prisões de Delcídio e Esteves tornam o clima procelário em Brasília


A prisão do senador Delcídio do Amaral, líder do Governo no Senado Federal e pertencente ao Partido dos Trabalhadores -PT- pelo Mato Grosso do Sul, inaugura uma nova fase na república brasileira: A da punibilidade dos que exerçam mandato legislativo, senadores e deputados, até aqui quase intocáveis e protegidos pela legislação, que lhes dá foro especial, e por uma série de rituais e artimanhas do procedimento legislativo. O Supremo Tribunal Federal -STF-TF decretou a prisão preventiva de Delcídio por tentativa de obstrução das investigações da Operação Lava Jato.
A Polícia Federal prendeu ,junto com  o senador, o banqueiro dono do Pactual, André Esteves. As duas prisões desencadeiam clima procelário que trava a pauta do Congresso Nacional e estimula a campanha a favor da abertura de processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, que não consegue resolver o problema das “pedaladas fiscais” e concluir o orçamento para 2016 e nem aprovar reformas fiscais que tirem o País da crise politica e econômica. Há uma percepção de que o País se encontra à deriva.
Outras consequências possíveis dessas prisões dizem respeito ao impacto negativo sobre o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, alvo de várias denúncias e de processo na Comissão de Ética da Câmara, e a revelação de várias cabeças coroadas, mencionadas nas delações premiadas da Operação Lava Jato, em supostas conexões com personagens citadas por Delcídio.
Atenho-me ao noticiário geral. Observe-se que o banqueiro André Esteves é citado como bem relacionado com o ex-presidente Fernando Collor e o senador Aécio Neves. Nestor Cerveró disse que Esteves pagou propina a Collor. Aécio teve sua lua-de-mel em Nova York paga pelo banqueiro. Na operação Lava Jato, o pecuarista José Carlos Bumlai, protegido do ex-presidente Lula e detido pela Polícia Federal, é relacionado com André Esteves,  a quem vendeu uma fazenda, de 110 mil hectares, no Mato Grosso do Sul, em 2012.
Relações entre empresários e políticos são normais, e até inevitáveis para o bom governo, sabendo-se que o poder econômico hoje rege muita coisa da política. A questão que se coloca diz respeito à qualidade  -ou deficiência -dessas relações em função da coisa pública, do bem comum.
A vaidade é um dos pecados capitais e, quando associada à corrupção, leva àquilo que o sábio Lord Acton pronunciou:”O poder pode corromper; o poder absoluto corrompe absolutamente.” Para Delcídio, a vaidade foi mortal e fê-lo cair numa cilada que lhe foi preparada, com requintes de pesca de peixe grande. Deram-lhe bastante corda e uma boa isca, e ele foi fisgado. Está morrendo pela boca...
Chama a atenção de qualquer observador primário dos fatos a absoluta ausência de quem defenda o senador Delcídio do Amaral. E por quê? Porque o senador enfiou a faca no próprio peito insinuando para Bernardo Cerveró, filho de Nestor Cerveró, o ex-dirigente da Petrobrás que está preso, após ser apanhado na Operação Lava Jato, que podia oferecer fuga a seu pai mediante mirabolantes articulações com ministros do Supremo Tribunal Federal, o Vice-Presidente Michel Temer, o presidente do Senado Federal, senador Renan Calheiros, e o banqueiro André Esteves. Tudo isto para que Cerveró não fizesse delação premiada.
É óbvio que, além de ser um fato inédito na república, um senador ser preso em pleno exercício do mandato, o ocorrido em si torna o ambiente político brasileiro mais tenso e atinge a credibilidade do Governo Dilma Rousseff, de quem Delcídio era o líder no Senado. Não importa que a direção nacional do Partido dos Trabalhadores, pela nota emitida pelo presidente Ruy Falcão, dê uma de Pôncio Pilatos e lave as mãos entregando o senador às feras.
Dulcídio não era mesmo querido pelo partido, que o acolhera como um auxiliar postiço. O senador tinha trânsito junto à Presidenta Dilma e ao vice-presidente Michel Temer, mas isso não importa ao PT, pois Dilma também não é querida pelo Partido.
Naquela orla do Lago Paranoá, onde lobistas e políticos se curtem mutuamente nos hotéis de luxo, fazendo altas e impublicáveis transações contra a Pátria e o Povo, é muito comum a jactância até de quem não tem o poder real, mas apenas relações de poder. Delcídio do Amaral usou de seu relativo trânsito com os poderosos para se enriquecer, jogando até com o dono do maior banco de investimentos do País, o banco Pactual, propriedade do banqueiro André Esteves, homem de fama internacional.
A prisão do empresário agrava em muito o quadro econômico brasileiro, em face das repercussões imensas que vem gerando no mercado internacional. Joga lenha na crise e na ideia de contaminação do Brasil como um país bom para investidores. Difícil será o banco Pactual se livrar desse impacto e até mesmo de uma fuga de capitais. Sua simples prisão gerou perdas de dois bilhões de dólares ao banco.
Em seu voto pela prisão do senador, a ministra Carmen Lúcia, do STF, proferiu a mais contundente frase contra os corruptos do País, mandando um aviso aos navegantes:
Com tão elevado grau de contaminação da política, torna-se fundamental ressaltar o voto declarado pela ministra Carmen Lúcia, do STF, em favor da prisão de Delcídio:Na história recente da nossa pátria houve um momento em que a maioria de nós brasileiros acreditou no mote segundo o qual uma esperança tinha vencido o medo. Depois nos deparamos com a ação penal 470 [mensalão] e descobrimos que o cinismo tinha vencido aquela esperança. Agora parece se constatar que o escárnio venceu o cinismo. O crime não vencerá a Justiça. Aviso aos navegantes dessas águas turvas de corrupção e das iniquidades: criminosos não passarão a navalha da desfaçatez e da confusão entre imunidade, impunidade e corrupção. Não passarão sobre os juízes. Não passarão sobre a Constituição do Brasil." 
O Poder Judiciário no Brasil é o único, atualmente, em condições de tomar a iniciativa de moralização da coisa pública, e, se necessário, até mesmo convocando as Forças Armadas a intervirem, nos termos da Constituição.
Os augúrios e os auspícios políticos são observados atentamente pelos militares, que apoiam o STF incondicionalmente, conforme altas patentes já asseguraram ao presidente do órgão, ministro Ricardo Lewandowski. Aliás, o presidente do STF tem-se poupado da imprensa, enquanto, cada vez mais, ganha consistência a sugestão de renúncia coletiva de Dilma, Temer e Cunha, apregoada pelo ministro Marco Aurélio Mello, do STF.
Fica a pergunta: E se Nestor Cerveró - o mais temido arquivo vivo da atualidade na Operação Lava Jato -resolver botar a boca no trombone, como temem Delcídio e outras figuras? Certamente, o mar de lama que inunda o Vale do Rio Doce, em Minas Gerais,  tornar-se-á  muito mais emblemático para os brasileiros e o mundo inteiro.

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Janela de Brasília(XXVI)


 1. Uva Niágara de boa qualidade está sendo produzida em algumas regiões do Distrito Federal, como as do Café-sem-Troco, Rajadinha, Núcleo Rural do Rio Preto e Lago Norte. Outras espécies, como Itália e Moscatel, também vêm sendo produzidas em menor escala, comprovando que o Cerrado é generoso para os agricultores.

2. Estepes e bolsas esquecidas no interior dos carros estacionados são os itens que mais atraem os ladrões e arrombadores de automóveis em Brasília, nos períodos da noite e manhã, segundo pesquisas realizadas por empresas especializadas em reparos e trocas de vidros. Cerca  de 24%  das preferências para cada item, enquanto os equipamentos de som  ocupam o terceiro lugar, com 15%.

3. Finalmente, o lixão a céu aberto no bairro de Itapoã, próximo ao Lago Norte, foi removido pelo Governo do Distrito Federal, que assim elimina imenso foco de doença para a população. Agora, difícil é manter a limpeza, porque os porcalhões continuam rondando a área durante a noite, com carros e carroças, para despejarem detritos, apesar das placas afixadas proibindo o despejo.

4. Ainda não caíram a chuva e os raios com a intensidade que a meteorologia previu para este final-de-ano no Distrito Federal, mas  sabe-se que esse ano promete amedrontar muita gente temerosa de tempestades. Os turistas para o Natal e Ano Novo que se previnam.

5. A prisão do senador Delcídio do Amaral é a primeira ocorrida em toda a República brasileira. O fato acontece em Brasília, centro político do País, causando estupefação, porque aqui funciona o Congresso Nacional, onde Deputados e Senadores frequentam lojas, restaurantes e outros locais públicos, dividindo com os habitantes a paisagem da cidade.

6. Difícil dizer qual restaurante, bar ou hotel oferece a melhor feijoada de Brasília aos sábados. São tantos que fazem publicidade desse prato, como uma tradição de Brasília que ganhou notável impulso quando o Aracoara Hotel recebeu o Presidente Figueiredo para saborear sua feijoada num sábado. Com a imprensa  presente, o fato ganhou dimensão nacional.
Depois vieram com esse cardápio aos sábados o Heron Brasília Hotel, o Brasília Palace, o Torre Palace, e até o Hotel Nacional. À mesma época, Chico Anísio escreveu “Feijoada no Copa”, e o prato que era servido aos escravos nas senzalas virou luxo no Brasil e instituição em Brasília.

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Macri quer implodir atual sistema

Francisco das Chagas Leite Filho
 
A Argentina já teve muitos presidentes de direita. O último, Fernando De La Rúa, foi obrigado a fugir por helicóptero, da Casa Rosada, depois de engolfar o pais no caos e no desespero da crise de 2001.
 
Houve os militares do Golpe de 76, que mataram, torturaram e jogaram no mar 30 mil pessoas. E tivemos a matança da Plaza de Mayo, quando aviões bombardeiros golpistas contra Perón se jogaram contra a multidão ali concentrada, assassinando 360 pessoas, sendo que 70 delas crianças, apinhadas num ônibus escolar.
 
Agora, vem o empresário futebolista Maurício Macri, protótipo do ídolo midiático, eleito com uma diferença de 700 mil votos, pedir a suspensão da Venezuela do Mercosul.
 
Com isso, é evidente, ele quer implodir sistema institucional desatado por Chávez, Lula e os Kirchner. Este sistema produziu a CELAC, Unasul, Mercosul e ALBA, que tiraram o poder da OEA, o chamado ministério das Colônias dos Estados Unidos, sobre a América Latina.

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Brasil e Argentina, vasos comunicantes


Eu penso que Argentina aceitou, durante 12 anos, o desgoverno dos Kirchner, e fico a refletir como é possível que 41,4milhões de argentinos tenham se deixado enganar, durante tanto tempo, por duas figuras de questionável capacidade diretiva e pálida liderança política.
Estamos falando dos peronistas, gente que tem em Juan Domingo Perón um exemplo de governante carismático, totalmente oposto a Nestor e Cristina Kirchner, que chegaram à Casa Rosada em 2003.
Começo a duvidar de que os governos dos atuais estados contemporâneos tenham mesmo algum papel importante na vida dos seus povos, além de simular, pelo sistema da representação política, a realização dos seus anseios, das suas necessidades e das suas reivindicações.
Será que Maurício Macri, de família argentina abastada e eleito novo Presidente, vai ser diferente dos seus dois antecessores, ainda mais com o vizinho Brasil vivendo grande crise política e econômica?
Houve um tempo na Grécia em que até os tiranos e reis eram preferidos pelo povo aos patrícios/aristocratas, mas com o tempo eles foram  perdendo sua eficácia política e o povo, sem mais ter a quem recorrer, resolveu tomar o poder e governar pela democracia, apesar dos riscos desta se degenerar em populismo e demagogia. Mas, vejo na Argentina um país imprevisível.
Lendo o blog do ex-ministro das Relações Exteriores do Brasil, embaixador Luiz Felipe Lampréia, que ocupou a pasta no Governo Collor, mais estarrecido fico. O ex-ministro escreve:
  “Desde 2003, o país foi governado pelo casal Kirchner e sua herança é maldita. Cristina, no poder desde 2007, deixa a Argentina em frangalhos, depois de meter a mão nas reservas do Banco Central, manipular o equivalente argentino do IBGE, acossar a imprensa independente e aviltar o poder judiciário. As cifras econômicas do seu legado são péssimas: o crescimento está em zero nos dois últimos anos, o peso artificialmente valorizado, o déficit publico chega 6% do PIB, a inflação situa-se em 25%.
A Argentina está em moratória e, portanto, sem crédito internacional, e seus principais produtos de exportação perderam muito valor e hoje, para fazer face a esta situação, figura como a campeã mundial do protecionismo (atingindo gravemente os interesses brasileiros).Raramente um governante terá causado tanto dano a seu próprio povo.
Macri vai ter que tentar reverter este quadro dramático. Cada um dos dois tem sua receita, mas, superar a terra arrasada que Cristina Kirchner deixa, será  como escalar  o Himalaia.”
O embaixador sabe o que diz. Não gosto de escrever com base em minhas impressões pessoais, que não possam ser bem fundamentadas, mas acredito que a Argentina acompanhará o Brasil, descendo ou subindo, pelo princípio dos vasos comunicantes, lembrando o que me dizia um diplomata, embaixador e ex-ministro argentino, Oscar Camilion, aqui em Brasília: “Os dois países estão ligados como vasos comunicantes."

domingo, 22 de novembro de 2015

Janela de Brasília (XXV)


1. Percebe-se certo desencanto da população de Brasília, em especial os moradores mais recentes, em relação ao clima político carregado de denúncias, desmandos e pessimismo. Os políticos locais e os federais estão devendo à Capital um desempenho à altura dos ideais de Juscelino Kubitscheck, que era do PSD e enfrentou a ferrenha oposição da UDN à transferência da capital do Rio de Janeiro para o Planalto Central. Os udenistas diziam que aqui a corrupção política aumentaria.

Brasília traz, em seus principais monumentos, a marca do PSD de Juscelino, Tancredo Neves e Ulysses Guimarães; a única coisa que faz lembrar a UDN é o “pregador-de-roupa” da Dona Eloá, que Jânio Quadros deixou construir para sua esposa na Praça dos Três Poderes.

2.  A profusão de jaqueiras nas áreas públicas de Brasília sugere que essa frutífera gosta muito do clima do cerrado. Todas elas muito carregadas de frutos nesta época do ano, podem ser observadas por quem percorre os eixos auxiliares e o Eixo Rodoviário Norte/Sul.

3. Tenho visto gaviões “carcarás” caçando entre as árvores das quadras de Brasília, o que não deixa de ser sinal de que a situação para eles no campo não é favorável, com tantos pesticidas usados na agricultura matando os insetos e a fauna. Alguns “carcarás” chegam a revirar os lixos das residências, prática antes privativa dos urubus.

4. Observei a empolgação de um grupo de jovens estudantes num supermercado de Brasília para coleta de donativos para as vítimas da lambança da Samarco no Vale do Rio Doce. Juventude ingênua mesmo...

A culpa é da riquíssima empresa, do governo de Minas Gerais e do Governo federal, que foram negligentes nos cuidados com as usinas de resíduos metálicos que se romperam em Mariana. Eles que tratem de providenciar ajuda aos flagelados. Há mais 315 barragens em Minas com fiscalização precária. O povo já vive suas dificuldades próprias para sobreviver.

5. Muitos queijosmineirossendo vendidos, nas ruas da Capital, sem a necessária fiscalização sanitária. Como os preços são acessíveis, o povo compra mesmo, mas a qualidade é duvidosa quanto aos procedimentos higiênicos na fabricação artesanal. O mesmo pode ser dito em relação ao mel nas garrafas, que sofre vários tipos de adulteração.

 

Demonização dos indicadores: metodologia para a contabilidade criativa

 
Aylê-Salassié F. Quintão* 
 
            Engana-se quem responsabiliza o excesso de endividamento do Estado , os  bilhões de reais desviados para o exterior e os especuladores da vez pelo desarranjo da economia brasileira. O descalabro é tão grande que os números parecem todos  absurdamente fora de propósito, dando margem a alternativa, sim,  da sua vulgarização ou ao surgimento de uma teoria da demonização dos indicadores e das avaliações das agências de risco.  
             Os culpados verdadeiros da inflação caberiam num palanque:  seriam os preços do fubá de milho e do feijão mulatinho. Eles estariam empurrando  a inflação e, consequentemente,  as taxas de  juros ladeira acima. Com o pãozinho subindo a cada dia, o brasileiro passou a comer  broa e feijoada em excesso. Nos últimos doze meses, o preço do fubá teve aumento de 41,24 % ;  e o feijão em 35,57 %. Mas a carne da feijoada também subiu 50%.
          
               Ora, por alegações como essas, todos caíram na gargalhada quando numa entrevista com os jornalistas, o ministro da Fazenda , do governo Geisel,  Mário Henrique Simonsen, culpou explicitamente o chuchu pela inflação daquele mês. A cucurbitácea era apenas um item entre quase mil produtos que compunham a fórmula de cálculo dos índices da inflação. O ridículo foi tamanho que depois disso nenhum ministro da Fazenda ou presidente do Banco Central caiu na tentação de atribuir a um produto, mesmo que básico, a responsabilidade pela disparada dos preços. Surpreendentemente, no primeiro semestre deste ano, alguém mais novo no pedaço tentou arriscar  ainda uma insinuação de que o preço do tomate puxava a inflação.
           
               De gargalhada em gargalhada , o brasileiro vive há tempos um espetáculo circense, fantasioso dos indicadores, do qual  é apenas um coadjuvante. Até o Real, balizador da política monetária, vem perdendo a expressão.  As metas macroeconômicas fixadas a partir da expansão e controle da moeda vão se transformando em mera panacéia. Tempos para cá virou  quase um conto de fadas amparando projeções sem correspondência efetiva no sistema produtivo.
 
               Certo é que os indicadores, medidos cada um a seu modo, parecem  fantasmas a rondar os negócios . A disparidade dos números e das análises funcionam como a aritmética do velho professor Malba Tahan.  Os brasileiros não estão evidentemente  sós. Há tempos os argentinos e venezuelanos convivem com as mesmas evidências.
 
                 No Brasil, os ministros da área econômica  e a própria presidente, mesmo esforçando para serem realistas, tropeçam sistematicamente nas falas, nos discursos e, sobretudo, nas estatísticas e nos subterrâneos do preço da energia. Não se consegue tornar claro o tamanho do desacerto nas contas públicas, cujos efeitos arrastam a inflação e os juros infernizando a vida do cidadão, dos contribuintes e, sobretudo, das donas de casa.
 
                  As regras para o cumprimento da lei das responsabilidades fiscais pelos governantes  e as da equanimidade dos preços na economia popular estão cheios de omissões e lances espetaculosos de efeitos enganosos, estimulando a criatividade transgressora. As leis de mercado tornaram-se meros sofismas.
              
                Assim, o ano de 2015  deve fechar com o IPCA – Índice de Preços ao Consumo Amplo - próximo de 10 % e uma taxa de desemprego superior a 8 por cento, próximo de 8 milhões de desempregados, o que significa uma retração na demanda. Desestimulada, a produção industrial as agropecuária parecem em queda livre.
 
                  As vendas de automóveis novos caíram 37 %. A taxa básica de juros caminha para ultrapassar os 14,25% a.a nos empréstimos tomados pelo Estado. Para o cidadão comum a Selic empurra os juros para muito além dos 200 por cento. As exportações retraíram, mesmo com o cambio desvalorizado e as importações não sinalizam para futuras inovações.
           
                    Perdeu a credibilidade o milagre dos financiamentos fáceis de bens de consumo, ao endividara milhões de  assalariados  que se deixaram envolver pelos acenos do crédito fácil dos bancos. A teoria esgotou a sua capacidade de alimentar o crescimento. O endividamento familiar vem estourando em todas as frentes, particularmente entre as classes trabalhadoras, classe média e os  aposentados.    
     
                    Todo mundo está evitando comprar. Pelas estimativas otimistas do Governo, a economia deve encolher 1,5% em 2015. De tal forma que o Banco Central vem estimulando um abrandamento nas regras do Serasa. O pior é que não há nenhum sinal de bonança. Com os indicadores que aí estão o que de pode esperar das comemorações natalinas?
             
                   Se isso pode ser um problema , menos não se deve esperar para o ano de 2016,  quando os supostos excessos de arrecadação terão de cobrir os rombos das pedaladas. Virtude ou negligência, as projeções e estimativas para o próximo ano começam a perder  a sua credibilidade balizadora.  Há quem projete para 2016 um PIB de 0,9%. Vamos torcer.
 
                     O jornalista Hélio Gáspari forjou um belo axioma, ao dizer que  “Não existe ateu em trincheira, nem ideólogo em crise financeira”. Assim, mesmo defasados, a pergunta é quem o que sobreviverá aos indicadores?   Não será surpresa se as tentativas de   descredenciamento da lei da responsabilidade fiscal vier a ajudar  a contabilidade criativa, ensinada pelo ex-ministro Mantega, a demonizar ainda mais os indicadores  . Mesmo assim vai ser preciso muito fubá de milho e feijão com farinha, porque a panela ficou menor e a feijoada está se queimando.
 

*Jornalista e Professor, Dr. em História Cultural, consultor da Catalytica Empreendimentos e Inovações Sociais

Pílulas do Vicente Limongi Netto


A bocarra do PMDB
Quem esperava outra decisão seguramente não mora no planeta Terra ou não sabe nada dos bastidores do imundo Presidencialismo. Claro que o PMDB mais uma vez, cínica e cretinamente, armou o circo e jogou para a arquibancada, divulgando para a nação um documento bolorento e servil, de apoio ao governo Dilma.

Só os ingênuos ainda sonham que belo dia o PMDB rompa realmente os laços de amor eterno com quem esteja no Poder.  O latifúndio do PMDB no governo Dilma deixou de ser composto de boquinhas. São, isto sim, colossais e gulosas bocarras. As quais aumentarão ainda mais, depois da frustrada pantomima pelo impeachment presidencial. Para o povo, o de sempre, as migalhas.

Moralização das Medidas Provisórias
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou que, a partir de agora, a Casa irá apreciar também a pertinência dos temas abordados nas medidas provisórias, além dos pressupostos constitucionais de urgência e relevância.

“Vamos implementar essa decisão hoje e, em toda medida provisória, nós vamos primeiro avaliar a pertinência dos temas. A retirada de assuntos que efetivamente não tem nada a ver com a medida provisória já facilita bastante”, disse Renan.

Segundo o senador, da mesma forma que os parlamentares analisam os pressupostos constitucionais de relevância e urgência de cada medida provisória, também passarão a dar atenção ao tema tratado. “Toda vez que houver uma emenda que não tenha nada a ver com o tema, ela deve ser retirada”, ressaltou Renan.
No dia 15 de outubro, o Supremo Tribunal Federal (STF) declarou inconstitucional a inclusão, em medidas provisórias, de emendas parlamentares sobre assuntos diferentes do tema original da MP, os chamados “contrabandos” ou “jabutis”.

Zona Franca de Manaus
Novos rumos da economia da Amazônia Ocidental e a resistência histórica do modelo Zona Franca de Manaus (ZFM) às crises externas foram alguns temas enfocados na abertura da oitava edição da Feira Internacional da Amazônia (FIAM 2015).

A solenidade ocorreu quarta,  no Salão Nobre do Studio 5 Centro de Convenções, em Manaus (AM), e contou com a presença da superintendente da SUFRAMA, Rebecca Garcia, do secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Fernando Furlan, do governador do Amazonas, José Melo, do prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto e dos presidentes da Fieam, Antonio Silva e do Cieam, Wilson Périco.
 Gênios do futebol

Aqueles que gostam do bom e verdadeiro futebol - não é pieguice, nem tolo saudosismo, apenas constatação em forma de lembranças inesquecíveis - , aguardam com ansiedade o documentário "Ídolo", sobre  Nilton Santos, um dos monstros sagrados do futebol brasileiro e mundial. Nele, Nilton mostra porque era também respeitado pela forte personalidade, tão em falta, hoje, na maioria esmagadora dos jogadores, sobretudo quando vestem a camisa da seleção: "Nunca quis ser capitão porque não sei falar curvado com o juiz". Lição perfeita.
Nessa linha, enquadrava-se também Gerson, o cerebral "canhotinha de ouro". Gerson parou de jogar há mais de 50 anos e, até hoje, a seleção não tem um armador que faça com que não tenhamos mais saudades dele.
Falta de Educação

Dupla de senadores do Distrito Federal, não digo os nomes para não emporcalhar meu texto, recursou convite da presidenta Dilma para jantar no Alvorada. Na minha terra o gesto patético e grosseiro chama-se, também e, sobretudo, falta de educação.
CPI do Futebol
A CPI do Futebol ganhou mais seis meses de prazo para investigar a Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Por meio de requerimento do presidente, senador Romário (PSB-RJ), os trabalhos da comissão foram prorrogados até junho de 2016. A decisão foi anunciada em Plenário pelo presidente do Senado, senador Renan Calheiros.

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Destruição do meio-ambiente torna Marina Silva favorita ao Planalto em 2018


Duas figuras brasileiras eminentes emitiram, nestes dias, grave diagnóstico sobre a atual situação política do País: Não há governo, em decorrência dos desentendimentos entre os poderes Legislativo e Executivo, o que provoca o agravamento da crise política e econômica do País.
O ministro Marco Aurélio de Mello, do Supremo Tribunal Federal - STF-, durante palestra no Insper, faculdade de São Paulo, disse que “precisamos reconhecer, com desassombro, que hoje não há governo no Brasil”, e acentuou que se torna preocupante o aumento da inflação e do desemprego.
O ministro é defensor da renúncia coletiva da Presidente Dilma Rousseff, do vice-presidente Michel Temer e do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, os três situados na cadeia da sucessão presidencial. Marco Aurélio quer evitar soluções traumáticas como o impeachment, renúncia ou destituição presidenciais.
Marco Aurélio, que é primo do ex-presidente Fernando Collor de Mello, vem omitindo, nesta sugestão de renúncia coletiva, a sua posição sobre o presidente do Senado Federal, senador Renan Calheiros, que é terceiro na linha sucessória e que também é alvo de críticas nas redes sociais. O quinto na cadeia sucessória é o Presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Ricardo Lewandowski, que tem flertado com a área militar.
A ex-senadora  e ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva, da Rede Sustentabilidade, ainda virtual candidata à Presidência da República pelo seu novo partido, deu entrevista ao jornalista Roberto D´Ávila, na Globonews, afirmando que Dilma foi reeleita sem programa de governo e que só o marketing eleitoral não ajuda agora a governar o Brasil, que precisa resgatar a ética e a dignidade políticas.
A calamidade ocorrida em Mariana, Estado de Minas Gerais - maior tragédia ambiental no Brasil -, causada pelo rompimento da barragem de contenção de resíduos minerais do Fundão, da empresa Samarco, praticamente matando o Rio Doce e outros mananciais de abastecimento de água de uma região com população de mais de 300 mil habitantes, é considerada por Marina como produto da negligência das empresas mineradoras, a Vale do Rio Doce e a australiana BHP Billiton Ltd.
Ex-ministra do Meio-Ambiente, Marina Silva tem tudo para capitalizar, nas próximas eleições, a situação de descaso do governo federal e dos últimos governos de Minas Gerais com o meio ambiente, considerando-se que há mais de 317 barragens quase sem fiscalização em Minas. A própria Samarco considera em situação periclitante suas barragens de Santarém e Germano, próximas a Fundão.
Um discurso limpo  e bem articulado com a  plataforma de defesa do meio-ambiente torna Marina Silva uma candidata fortíssima – eu diria favorita - ao Palácio do Planalto, nas eleições de 2018, ou em qualquer disputa antecipada, concorrendo com Lula ou sem Lula e com Aécio Neves ou Geraldo Alkmin.

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Pílulas do Vicente Limongi Netto


Loucura coletiva
Realmente somos loucos. De internar. O trânsito caótico enlouquece. A violência e a insegurança, também. Loucos incuráveis, sórdidos e covardes são terroristas.  Ficamos mais loucos com a alta dos preços. De tudo, dos aluguéis aos alimentos. Somos todos loucos por continuar lutando. Mais loucos ainda são os funcionários públicos, que apanham da policia. Juiz de futebol é do tipo louco sádico. Irrecuperáveis são os loucos ministros, deputados, senadores e governadores, ansiosos e felizes para taxar inativos e aposentados.
Procuro classificação para loucos que correm risco de vida nas esburacadas rodovias. Os juros altos colaboram para a loucura coletiva. Pelo diagnóstico médico da insanável loucura do governo, constata-se que loucos varridos são aqueles que votam errado, em administradores incapazes, arrogantes e prepotentes. Delator não é louco. Apenas patife. Corrupto não é louco, mas se faz de louco.
Collor quer manter Dilma
Texto preciso, firme, isento, didático, oportuno e desprendido, de quem conhece as dificuldades do país. De quem viveu e sofreu na pele o desatino de perdedores e ressentidos.  Fernando Collor não escamoteia a verdade. Salienta que os tempos são outros. Não é quadra para fazer o Brasil andar para trás, como desejam irresponsáveis de plantão. Defende o mandato de Dilma porque respeita os fatos e a Constituição. Considera o excesso de astúcia de Lula o culpado de maus momentos vividos por Dilma (Tendências/Debates- "O tempo é outro"- 15/11).
Durante cerimônia em que foi homenageado com a inauguração de uma foto sua na Comissão de Infraestrutura da Câmara Alta, que presidiu por dois biênios, o senador Fernando Collor (PTB-AL) defendeu mudanças em pontos que considera cruciais no Estado brasileiro, visando ao incremento da infraestrutura e à retomada do crescimento.
Nessa linha, Collor defende mudança radical na lei de licitações, alegando que a norma se tornou um obstáculo ao desenvolvimento, devido ao seu "viés burocratizante". Collor também criticou o excesso de burocracia existente nas relações do governo com a sociedade e considera  excessivos "os poderes que o Tribunal de Contas da União tem se outorgado", os quais, a seu ver,  ultrapassam o que determina a Constituição". 
Para o senador, o TCU "não pode paralisar uma obra por causa de detalhes mínimos, o que infelizmente ocorre hoje. Correções devem ser feitas, mas sem paralisar os trabalhos". Com palavras de apoio, os senadores Fernando Bezerra, Wellington Fagundes e Garibaldi Alves, destacaram as duas gestões de Collor na presidência da Comissão de Infraestrutura do senado.
Crime de terrorismo
O presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL) conduziu, no dia 28 passado,  a votação do Projeto de Lei da Câmara (PLC) 101/2015, que tipifica o crime de terrorismo. Embora a Constituição Federal já considere o terrorismo um crime abominável e para o qual não há anistia, não existe definição na legislação infraconstitucional sobre o tema.
Após intensos debates, o plenário aprovou o texto substitutivo do relator, senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), que propôs considerar pressupostos para tipificar o terrorismo: O ato deve atentar contra a pessoa, mediante violência ou grave ameaça, com motivação (religiosa ou racismo, por exemplo) e objetivando pânico generalizado.
Servilismo
Quem muito se abaixa, o rabo aparece. Lição adequada para o engomado deputado Rubens Bueno (PPS-PR), que pretendia homenagear (ou bajular?) o Juiz Sérgio Moro, com a Medalha do Mérito Legislativo. O parlamentar, do timeco das mariposas dos holofotes, ouviu um sonoro, enxuto e definitivo NÃO de Moro. Francamente...
Fariseu
Considero uma tremenda injustiça a decisão de investigar o casto deputado Chico Alencar, no Conselho de Ética da Câmara. Chico Alencar é um poço de virtudes. Cidadão puro, certinho e engomado. O imaculado Chico não sai de casa sem consultar o horóscopo. Foi coroinha na paróquia do bairro.
Alguns juravam que Chico Alencar tinha vocação para padre.  Tanto que houve época que  carpideiras queriam indicar  Chico Alencar para ser beatificado pelo Vaticano. Seria a glória.  O crime de Chico Alencar foi pedir parte dos salários dos servidores do gabinete para ajudar na campanha eleitoral dele.
Chico é mesmo um doce. Acusar os outros é cômodo. Tônica da ação politica de Alencar. Garante migalhas na imprensa. Agora, o deputado sente o castigo bater forte no próprio couro.  Jamais esquecerá a lição: Pau que bate em Cunha, também sabe bater em Chico. E como. O ministro Armando Monteiro prometeu a superintendente da Suframa, Rebecca Garcia, acompanhada da bancada federal e dos presidentes da Fieam e do Cieam, que criará grupo de trabalho  que possibilite um novo momento à zona franca de Manaus, aproveitando a questão cambial e a queda do  mercado interno a partir do investimento às exportações.
Zona Franca de Manaus
O ministro Armando Monteiro prometeu a superintendente da Suframa, Rebecca Garcia, acompanhada da bancada federal e dos presidentes da Fieam e do Cieam, que criará grupo de trabalho  que possibilite um novo momento à zona franca de Manaus, aproveitando a questão cambial e a queda do  mercado interno a partir do investimento às exportações.
Monteiro pediu 30 dias para responder sobre os pedidos de 71 processos de produto básico da Suframa (PPBs), pendentes de análise no ministério do Desenvolvimento desde 2012, prejudicando a produção e os investimentos no polo de Manaus. Para diminuir a burocracia ministerial, os empresários pedem que parte dos projetos passem a ser avaliados na própria Suframa.

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Janela de Brasília (XXIV)

1. Não conheço nenhuma política de proteção dos mananciais que abastecem o Lago Paranoá em Brasília - os principais o rio Paranoá, riacho Fundo e os ribeirões do Gama, Bananal, Torto e Cabeça de Veado. Há muitos trechos do Lago que estão açoreados e cheios de lixo trazido pelos afluentes.
Como no resto do Brasil, a insensibilidade e o instinto predador do homem prevalecem. E assim o Brasil caminha liquidando com os seus recursos naturais, como acontece em Minas Gerais, com os rios São Francisco e Doce, e com os rios de todas as regiões brasileiras. Deus ainda vai deixar de ser brasileiro...
2. Outubro/Novembro são os meses de floração do jasmim-manga em Brasília. É uma flor pouco perfumada, mas bela pela variedade de cores que apresenta em sua árvore de galhos muito assimétricos.
3. Houve 13 homicídios no Distrito Federal, neste último final-de-semana, quando começou a chover de verdade. A polícia científica considera que os meses chuvosos tendem a reduzir as estatísticas de homicídios, porque os criminosos  e as vítimas saem menos às ruas.  Será? Neste final-de-semana, essa teoria não funcionou.
4. Todo cuidado é pouco nas tesourinhas das Asas Norte e Sul, quando a chuva é torrencial e inunda os túneis provocando acidentes os mais bizarros, como aqueles em que carros são transformados em barcos flutuantes com seus ocupantes.
5. Brasília começa a entrar no clima de Natal. Vários supermercados, para driblarem a crise econômica, já anunciam promoções de comidas e artigos natalinos com preços atraentes. Mas, quem tem experiência sabe a hora certa para compras promocionais, e não é agora, mas depois dos festejos, em especial os panetones, nozes, amêndoas e pernis.
6. O clima de comoção causado pelos atentados em Paris chegou a Brasília, mas veio junto com a comoção maior provocada pela destruição do Rio Doce, provocada pelo rompimento da barragem em Mariana, em Minas Gerais.
O governo brasileiro tem o dever de punir severa e imediatamente os responsáveis pela tragédia ambiental, ao contrário do que defende o senador Aécio Neves, ex-governador do estado, para quem não é hora de apontar culpados, mas, sim, de ajudar as vítimas. É por essa indigência e pelo descaso dos seus governantes para com o meio-ambiente que muitos mineiros, nas últimas décadas, vêm perdendo o orgulho por  terem  nascido nas Alterosas.

sábado, 14 de novembro de 2015

Atentados em Paris reforçam teoria do "choque de civilizações" de Huntington


Os atentados do último dia 13, em vários pontos de Paris, que resultaram, conforme as estatísticas até agora efetuadas, em 129 mortos e 352 feridos, foram assumidos pelo Estado Islâmico, grupo radical jihadista que tem pretensões de hegemonia sobre os muçulmanos do mundo inteiro.

O trágico acontecimento revela ao mundo que o terrorismo, como forma de pressão psicológica coletiva, assumiu dimensões globais e que nenhum país está livre de manifestações como a registrada em Paris, capital que o grupo radical adotou como um dos seus alvos preferidos. Mas essas dimensões globais se  consolidam com a onda migratória mundial, boa parte causada pelos conflitos regionais.

Quando alçado à condição de Imperador da França, em 1804, Napoleão Bonaparte anunciou que ambicionava fazer de Paris “não apenas a cidade mais bela do mundo, mas a mais bela que já existiu, e também a mais bela que jamais poderia existir.”

Hoje, Paris, com 2,24 milhões de habitantes, já não encanta tanto quanto encantava os turistas do mundo inteiro, até há algumas décadas. A cidade é misto de agonia e êxtase. Agonia com tantos imigrantes de várias partes do mundo, que imprimem um caráter multicultural que desfigura o ambiente francês, desde a culinária até outros hábitos mais peculiares. Dos cinco milhões de imigrantes recebidos pela França, a maioria africanos, conforme censo de 2010, cerca de 1,2 milhão vive em Paris, já dominando o subúrbio.

O fenômeno da imigração na Europa é um fato decorrente de uma série de fatores, sendo o mais visível desses os conflitos existentes no Oriente Médio e na África subsaariana. Entre 2014 e 2015, mais de um milhão de imigrantes chegaram à Europa pelo Mediterrâneo, segundo dados da Organização das Nações Unidas. Os países mais visados são a Grécia e Itália.

Há 250 milhões de imigrantes no mundo, e o Brasil recebeu cerca de 1,8 milhão, segundo estatísticas da Polícia Federal. A Presidente Dilma Rousseff, recentemente, afirmou que o Brasil está de braços abertos para receber refugiados, como fez com cerca de dois mil sírios.

O “cadinho cultural” brasileiro original, formado por brancos, negros e índios, vem, há décadas, sendo miscigenado com asiáticos, europeus, africanos, árabes e americanos, transformando o Brasil na maior potência lusófona do mundo,  hoje com população de 200,4 milhões de habitantes. O tempo dirá se isso é bom ou ruim.

Oxalá o norte-americano Samuel Huntington, com a sua teoria do choque das civilizações, esteja enganado. Segundo essa teoria, formulada em 1993, as identidades culturais e religiosas dos povos serão a principal fonte de conflito no mundo pós-guerra-fria.

O acontece no mundo de hoje, de modo especial no Oriente Médio e na Europa, vem confirmando a teoria de Huntington, que esteve no Brasil na década dos 70, como consultor do Governo João Figueiredo, quando sugeriu a descompressão gradual do regime militar.

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Militares atentos aos auspícios políticos


Convoquem-se áugures, como na Grécia e Roma antigas, para interpretarem os sinais que apareceram no firmamento político do Brasil, nos últimos quinze dias, e que passaram quase despercebidos pela imprensa e pelos analistas políticos.

Primeiro Sinal: O general-de-exército da reserva Joaquim Silva e Luna foi nomeado, no dia 26 de outubro, para a secretaria- geral do Ministério da Defesa, cujo titular é o deputado Aldo Rebelo, estrela do Partido Comunista do Brasil. O cargo era ocupado por Eva Maria Cella Dal Chiavon, que foi demitida em setembro, quando houve a troca do ministro da Defesa.

Eva, bolivariana fanática, foi pivô do desgaste de Wagner junto às Forças Armadas e da sua substituição na Defesa, por ter induzido a Presidenta Dilma Rousseff a assinar, na ausência de Wagner, que viajava ao exterior, decreto retirando dos comandantes militares a competência para promover oficiais superiores e estabelecer os currículos dos cursos militares.
Um general-de-exército, mesmo na reserva, assumindo o segundo cargo em importância no Ministério da Defesa pode significar que o próximo ministro da Defesa será um militar, o que mudaria o protagonismo dos auspícios do processo de decisão política.

Segundo Sinal: No dia 29 de outubro, foi noticiado que o comandante do Exército, general-de-exército Eduardo Villas Bôas, decidiu exonerar o general-de-exército Antonio Hamilton Martins Mourão, do cargo de comandante militar do Sul, um dos mais estratégicos, porque Mourão criticou os políticos e os governos e conclamou seus colegas de farda para “o despertar de uma luta patriótica”. Do comando de tropas, Mourão foi nomeado para o cargo burocrático de Secretário de Economia e Finanças do Exército em Brasília. 

A exoneração de um general quatro estrelas, com assento no Alto Comando, é ato raro e causa impacto na área militar em geral. A última fora registrada durante o Governo João Figueiredo, quando o general-de-exército Antônio Carlos de Andrada Serpa, que então exercia a chefia do Departamento Geral de Pessoal do Exército, foi exonerado por tecer críticas à desnacionalização da economia brasileira e denunciar o que considerava uma infiltração comunista.

Terceiro Sinal: O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Ricardo Lewandowski, visitou ontem o 1º Regimento de Cavalaria de Guarda Dragões da Independência,- 1ª RCG-, unidade sediada em Brasília e que vai comemorar 208 anos, em 2016. Na foto abaixo, obtida no site do Comando do Exército (http://www.eb.mil.br/ ),parte do desfile das tropas do RCG:
 

Ali foi recebido com escolta de honra a cavalo acompanhado da sua esposa, pelo Comandante do Exército, General-de -Exército Eduardo Dias da Costa Villas Bôas; pelo Chefe do Estado-Maior do Exército (EME), General- de-Exército Sergio Westphalen Etchegoyen; pelo Chefe do Departamento-Geral do Pessoal, General-de-Exército Francisco Carlos Modesto; e pelo Comandante do Regimento, Tenente-Coronel Marcelo Teodoro de Siqueira.
 
Lewandowski, que também acumula a função de Presidente do Conselho Nacional de Justiça, viveu uma manhã diferente. De alguma maneira, ele voltou no tempo, mais precisamente a 1967, quando ingressou no Exército Brasileiro, por meio do Curso Preparatório de Oficiais da Reserva de São Paulo (CPOR/SP), e serviu, como Segundo-Tenente, no 17º Regimento de Cavalaria, de Pirassununga.

Em seguida, o grupo assistiu uma demonstração na pista de treinamento do Esquadrão de Choque a Cavalo. Enfrentando explosivos, fogo e obstáculos, os cavalos demonstraram grande preparação em situações extremas. Antes de sair, o Ministro fez questão de cumprimentar o tenente que comandou a apresentação. “Para mim, a cavalaria foi um marco em minha vida e essa visita foi de grande emoção. Ainda guardo comigo os importantes valores que aprendi com o Exército, de respeito aos valores da Pátria, de disciplina e sentimento de servir ao País”, afirmou o Presidente do STF.
Foi a visita do chefe do Poder Judiciário a uma unidade militar, e a mídia não parece ter se impressionado com esse fato extremamente significativo, num momento em que diversos segmentos sociais manifestam sua confiança nas Forças Armadas em sintonia com a sua missão constitucional: A defesa da Pátria, a garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.
Em recente entrevista, o ex-ministro do STF, Célio Borja, afirmou que o único poder atualmente fora de conflito é o Judiciário, enquanto outro ministro do STF, Marco Aurélio Mello, vem pregando, através de entrevistas na mídia, a renúncia coletiva da Presidenta Dilma Rousseff e do Vice-Presidente Michel Temer, e do  presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha, os três  pertencentes à sequência da cadeia sucessória e engolfados diretamente na insatisfação popular. O presidente do Senado Federal, senador Renan Calheiros, quarto na linha sucessória, sofre as restrições do humor popular que fustigam o Poder Legislativo.
Numa semana em que a oposição e os defensores do impeachment de Dilma tentam paralisar o País através de uma greve geral dos caminhoneiros, a visita de Lewandowski a um quartel, onde exalta os valores castrenses, pode significar tanto um pré-aval do Poder Judiciário  às Forças Armadas para a ação que se fizer necessária para a salvaguarda  da ordem, quanto uma espécie de garantia de que o Judiciário não será leniente com os criminosos que infestam o País.
Os comandos militares aperfeiçoaram seu sistema de comunicação social e de informação para o público interno, publicando diariamente resenhas sobre os principais temas nacionais, resenhas estas elaboradas mediante critérios rigorosamente jornalísticos. Os militares acompanham, nos mínimos detalhes, os fatos e análises publicados na mídia impressa e eletrônica e nas redes sociais, solidificando seu senso crítico sobre a conjuntura nacional e internacional. Se convocados, por iniciativa de algum poder, estarão prontos para a ação.
 

 

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Janela de Brasília(XXIII)


1. As empresas de água e energia elétrica precisam ficar mais atentas às emissões das suas contas para os consumidores. A Companhia de Eletricidade de Brasília -CEB- emite a cobrança selando os dois lados do boleto em cima do código de barras. Ao abrir a conta, o consumidor danifica o código de barras tirando a opção de leitura ótica pela máquina bancária.
2. A BR-060, trecho que interliga Brasília e Goiânia, já tem pedágio funcionando, desde junho do corrente ano. Sempre foi uma rodovia em boas condições de tráfego, mas esse pedágio apenas confirma que os governos tucanos (do PSDB), no caso de Goiás o de Marcone Perillo, gostam mesmo de privatizar rodovias. Tudo começou no governo FHC. Novos pedágios devem ser implantados, como injeção dolorida na veia...
3. Said Barbosa Dib, analista politico, historiador e professor em Brasília, faz a seguinte comparação entre Miguel Arraes e o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, no blog do Limongi:
“Miguel Arraes deve estar se revirando no túmulo com os rumos do PSB aqui no DF, sob o “comando” de Rollemberg. Arraes foi bastião da resistência à Ditadura. Homem de postura e sensibilidade social. Rollemberg, como o tucano Beto Richa, no Paraná, mandou a polícia bater e humilhar professores em manifestação legítima e constitucional. Covarde, despreparado que se esconde atrás de discurso contábil-tecnocrático fácil e insustentável.
Brasília é o único ente federativo que tem fundo constitucional para segurança, saúde e educação. Mas, com Rollemberg, sempre mal assessorado, arrogante e perdido, o Estado nunca está presente quando a população precisa de auxílio, e o servidor, de condições de trabalho.
Onde você estava, governador, quando o  profissional de saúde, todo dia, lá na ponta, tinha que sentir a ira  legítima da população pela falta de condições de trabalho, insumos e  estrutura mínima?
Onde você estava, governador, quando professores e assistentes sociais trabalhavam com dedicação e coragem, noite e dia, sem qualquer segurança ou apoio, para educar e assistir crianças e  adolescentes já tragados pela droga e pela marginalidade? Sim! Aqueles mesmos profissionais da saúde e da educação que apanharam sob as suas ordens, governador!
Onde você estava, governador, quando os próprios policiais, antes de serem obrigados a cumprir suas ordens covardes e insanas de repressão, morriam enfrentando uma guerra insana, sem condições ideais, contra bandidos cada vez mais organizados e armados? É este o seu socialismo? É esta a sua contribuição para com Brasília?  
Desça do pedestal! Mire-se no exemplo de Miguel Arraes. Acorde! Tenha coragem para governar. Ou assuma suas responsabilidades ou abandone o cargo e volte para as trivialidades das festanças hedonistas do Parkway. Faria menos mal,  menos estragos para Brasília...”
4. Quando o Distrito Federal terá um serviço de limpeza urbana que combata de fato os lixões que se amontoam a céu aberto no Plano Piloto e nas cidades-satélites? Falta ação preventiva e punitiva do governo contra os porcalhões e campanha educativa para que se protejam a saúde humana e a população. O lixão da Cidade Estrutural é o maior da América Latina.
A Waste Atlas, uma das maiores empresas do mundo para reciclagem de resíduos, calcula que metade da população mundial não dispõe de coleta de lixo. Lixo está associado à pobreza material ou à miséria espiritual? Afinal, no plano social, tanto ricos quanto pobres produzem lixo. Estou pesquisando esse assunto.
5. Infestações de pernilongos infernizam moradores do campo e da cidade no Distrito Federal, tais a escassez de chuvas e o calor escaldante, atípicos em novembro. A solução mais prática é o uso de dossel de filó para proteção contra os ataques noturnos dos insetos.

Cristiana Lôbo compara Estado brasileiro a "elefante muito grande"



"O Estado brasileiro virou um elefante muito grande", diz Cristiana Lôbo no 16º Congresso da Facesp
Comentarista política do Grupo Globo explicou como os acontecimentos de Brasília contribuem para agravar a crise econômica pela qual passa o País
Guarujá, 6 de novembro de 2015. O 16º Congresso da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp) recebeu, na tarde de ontem (5/11), a jornalista política da Globo News e da TV Globo Cristiana Lôbo. Acompanhada do presidente da Facesp, Alencar Burti, ela comandou o painel "Cenário político atual e futuro".
No início de sua apresentação, Cristiana comentou que adoraria trazer boas notícias aos participantes, mas lamentou que a realidade não permite, evidenciando sua análise pouco otimista dos fatos.
De acordo com a apresentadora - que desde 1982 cobre os bastidores de Brasília - não é possível separar a crise política da econômica, uma vez que "uma sempre contamina a outra". Mais do que isso, afirmou que o atual momento é agravado pela sobreposição de outras tantas crises, como a ética e a de confiança.
O resultado desse acúmulo de dificuldades é o distanciamento cada vez maior dos representantes em relação a seus representados. "Em quem vocês votaram para deputado nas últimas eleições?", Cristiana perguntou à plateia. As respostas se alternaram entre silêncios e negativas, confirmando a teoria da palestrante.
"Superar crise não é uma novidade para o brasileiro, que já está acostumado a vê-las e a superá-las. A principal crise é de autoridade, de liderança.  Estamos vendo pouco sentimento de conjunto para o País. Cada um está olhando para um lado, mas quem olha para o conjunto da nação?", provocou.
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PT
Ao analisar o comportamento do governo, Cristiana explicou que o Partido dos Trabalhadores chegou ao poder defendendo as empresas nacionais e a indústria brasileira. "O que vemos, porém, são estatais quebradas, como a Petrobrás e a Eletrobrás", apresentou em contraponto.
Em outro momento, foi enfática ao dizer que "o sistema presidencialista de coalizão faliu", referindo-se ao fato de, atualmente, nenhum partido conseguir fazer maioria no Congresso. "Descemos para a política do toma lá dá cá", acrescentou.
Para ela, o Brasil precisa discutir o papel do Estado e realizar ajustes na máquina pública. Porém, afirmou não ver o PT com condições políticas de enfrentar esse desafio.
Durante toda sua palestra, Cristiana reconheceu diversas qualidades da presidente Dilma Rousseff, a quem não disparou críticas. Sugeriu que, uma vez que ela não pode mais concorrer à reeleição, faça um gesto à nação no sentido de implementar uma melhor governança. "A Dilma não tem rabo preso. Pelo menos não que saibamos. Mas ela precisa ter a convicção do que é preciso fazer", disse a analista política, para logo depois emendar: "Mas provavelmente vamos ver tudo isso se arrastar pelos próximos três anos. Ela poderia fazer esse gesto à nação, mas é barrada pelo seu partido".
Superação
Por repetidas vezes, a comentarista da TV Globo reafirmou sua confiança na capacidade de o Brasil superar a crise, mas que para isso é preciso realizar mudanças estruturais. Ela citou o caso da carga tributária brasileira. "Todo mundo já está no limite. Ninguém aguenta mais pagar impostos, e o governo quer cobrar mais", disse, seguida por aplausos da plateia.
A jornalista ressaltou que o País tem um mercado interno altamente atrativo, um povo criativo, unidade nacional e recursos naturais. Em outras palavras, os ingredientes para uma receita de crescimento e prosperidade. "Mas aí você tem um governo que nos levou a essa encalacrada em que estamos agora", avaliou, de forma incrédula.
Cristiana encerrou sua apresentação com uma mensagem de esperança seguida de um alerta. "Há um ditado chinês que diz que, se cada um varrer a porta de casa, no fim do dia a cidade toda vai estar limpa. O problema é que o Estado brasileiro virou um elefante tão grande que não consegue se movimentar e fazer sua parte", frisou. 
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Texto: Renato Santana de Jesus
Fotos do evento: www.facebook.com/FACESP