terça-feira, 29 de novembro de 2016

Terça-feira negra, mas Temer avança

Hoje foi uma terça-feira negra no Brasil. Começou com a notícia da queda do avião que transportava a equipe de futebol da  Chapecoense na Colômbia, com 71 mortos, e terminou com o "badernaço" em Brasília de grupos de esquerda que protestaram contra a aprovação da proposta de emenda constitucional de congelamento de gastos nos próximos 20 anos. Houve violência e depredações, que obrigaram a polícia a agir com truculência contra 10 mil manifestantes na Esplanada dos Ministérios.
 
O Presidente Michel Temer, que condenou as manifestações violentas como contrárias à democracia, acabou saindo vitorioso obtendo a aprovação da matéria  em primeiro turno no Senado Federal, além de sancionar a lei que autoriza a participação de empresas estrangeiras na exploração do petróleo brasileiro na faixa do denominado "pré-sal".
 
A terceira medida a ser proposta por Temer, com vistas à recuperação da economia nacional, será a reforma da previdência social, cujo projeto deve ser apresentado ainda neste ano. O Presidente Temer tenta implementar uma agenda positiva para superar a atual crise política oriunda do combate à corrupção pela "Operação Lava Jato" e pela oposição da esquerda que ainda não se conforma com a perda do poder desde o impeachment de Dilma Rousseff.
 
Outro grande teste para o governo será no próximo dia 4 de dezembro, quando manifestações planejadas para tomar as ruas do Brasil inteiro, em defesa da "Operação Lava Jato", traduzirão o ânimo de milhões de brasileiros interessados em combater a corrupção e impedir que os parlamentares aprovem medidas de anistia aos que receberam propinas e fizeram caixa-dois nas eleições com auxílio das empreiteiras. Um terço do Congresso  está comprometido com as denúncias feitas pela empresa Odebrecht à "Operação Lava-Jato".

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Povo e Parlamento no Brasil à beira de um colapso

A "Operação Lava Jato", liderada pelo juiz Sérgio Moro, liberou delações premiadas de diretores  da empreiteira Odebrecht relacionando 300 nomes de políticos e empresários envolvidos com esquemas de propinas e caixa-dois no Brasil, causando um verdadeiro vendaval político e transtorno ao Presidente Michel Temer no seu projeto de aprovar medidas urgentes para a restauração da economia brasileira. Temer ainda corre o risco de perder mais oito ministros de sua equipe mencionados na lista  divulgada, completando assim quinze ministro demissionários desde que assumiu o governo substituindo Dilma Rousseff, que sofreu impeachment.
 
Há um jogo-de-braço entre o Congresso Nacional, que deseja aprovar projetos anistiando todos os acusados e punindo abusos judiciais, o que significaria  o esvaziamento da "Operação Lava Jato", e a sociedade brasileira, mobilizada pelas redes sociais para uma manifestação gigante no próximo dia 4 de dezembro para impedir a votação dessas matérias.
 
O Presidente Michel Temer disse que não apoiará a anistia aos nomes envolvidos e prometeu vetar as matérias que forem aprovadas nesse sentido, mas a sociedade, desconfiada de que se trata de manobra diversionista para esfriar as mobilizações, permanece ativa prometendo até mesmo invadir o Congresso Nacional se houver tentativas de votação das matérias. Pela primeira vez, o Brasil se encontra diante de ameaça de ruptura interna entre a representação política e os representados, com a sociedade clamando pelo combate à corrupção que infelicita o Brasil gerando ´miséria e desemprego nos últimos anos - um legado do Lulopetismo.
 
Aventa-se a possibilidade de que o presidente Michel Temer vete as matérias, se forem aprovadas, mas que seus vetos venham a ser derrubados adiante pelos parlamentares, ficando assim imunes às sanções penais pela aceitação de propinas da Odebrecht como caixa-dois. Os mobilizadores das redes sociais entendem que é preciso, a qualquer custo, impedir que se realize qualquer votação, simbólica ou nominal, e prometem ficar em rigorosa vigília cívica.
 
As delações mencionam nomes do atual chanceler José Serra, do governador Geraldo Alckmin, de São Paulo, dos presidentes do Senado Federal,  senador Renan Calheiros, e da Câmara dos Deputados, deputado Rodrigo Maia, do senador Aécio Neves, presidente nacional do Partido da Social Democracia -PSDB- e ex-candidato à Presidência da República, nas últimas eleições presidenciais, do ex-ministro da Defesa, Aldo Rebelo, e do atual Raul Jungmann, do atual chefe do Gabinete Civil da Presidência, Eliseu Padilha, do ex-ministro(recém demitido sob suspeita de tráfico de influência) Secretário do Governo e um dos homens fortes de Temer, Geddel Vieira Lima, o ex-Presidente José Sarney, o ex-ministro das Minas e Energia, Edson Lobão, do atual ministro da Educação, Mendonça Filho, do atual ministro-Secretário do Programa de Parcerias de Investimentos e ex-governador do Rio de Janeiro, Moreira Franco, do ministro do Desenvolvimento Social e Agrário, Osmar Terra, do líder do governo no Senado, senador Romero Jucá, do ministro da Cultural, Roberto Freire, do ministro das Cidades, Bruno Araújo, do governador de Goiás, Marcone Perillo, do governador do Rio de Janeiro, Luis Fernando Pezão, do governador do Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja, do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel,  do líder do Partido dos Trabalhadores no Senado, do senador Jader Barbalho,senador Humberto Costa, dos senadores petistas Lindbergh Farias, Gleise Hoffman e Vanessa Graziotin, do senador Cássio Cunha Lima, do senador Ciro Nogueira,  do senador José Agripino, presidente do Democratas, do deputado Paulinho da Força, presidente Nacional do partido Solidariedade e da Força Sindical, do prefeito de Salvador, Antonio Carlos Magalhães Neto, e  muitos outros parlamentares, conselheiros e ex-parlamentares e detentores de cargos executivos. Segue a lista  dos mencionados nas delações:
NOMES CITADOSPARTIDOUFCARGO
Antônio Carlos Magalhães NetoDEMBAPrefeito de Salvador
Carlo Caiado, o CaiadinhoDEMRJVereador do Rio de Janeiro (RJ)
César MaiaDEMRJVereador do Rio de Janeiro
Demóstenes TorresDEMGOEx-senador
Jefferson MoraisDEMALEx-candidato a deputado estadual
João AlvesDEMSEPrefeito de Aracaju (SE)
José AgripinoDEMRNSenador e presidente nacional do DEM
José Carlos AleluiaDEMBADeputado federal
Leonardo PratesDEMBAVereador em Salvador (BA)
MandettaDEMMSDeputado federal
Mendonça FilhoDEMPEMinistro da Educação e deputado federal licenciado
Milton LeiteDEMSPVereador em São Paulo (SP)
Paulo SoutoDEMBAEx-governador da Bahia, secretário da Fazenda de Salvador (BA)
Rodney MirandaDEMESPrefeito de Vila Velha (ES)
Rodrigo MaiaDEMRJDeputado federal
Tião BocalonDEMACEx-prefeito de Acrelândia (AC) e ex-candidato ao governo do Acre pelo PSDB
Aldo RebeloPCdoBSPEx-ministro da Defesa
Atila JacomussiPCdoBSPDeputado estadual
Daniel AlmeidaPCdoBBADeputado federal
Isaac CarvalhoPCdoBBAPrefeito de Juazeiro (BA)
Jussara ConyPCdoBRSVereadora em Porto Alegre (RS)
Manuela D’Ávila, ou “Avião”PCdoBRSDeputada estadual
Marcelo MaltaPCdoBALEx-vereador em Maceió (AL)
Marcio Marques dos SantosPCdoBRJEx-candidato a deputado estadual (RJ)
Vanessa GraziotinPCdoBAMSenadora
Cid GomesPDTCEEx-governador do Ceará
Gilmar SossellaPDTRSDeputado estadual
Gustavo FruetPDTPRPrefeito de Curitiba
João Bosco VazPDTRSVereador em Porto Alegre (RS)
José FortunatiPDTRSPrefeito de Porto Alegre (RS)
Marcelo EssveinPDTRSEx-vereador em Triunfo (RS)
Mauro ZacherPDTRSSecretário de Obras em Porto Alegre (RS), onde é vereador licenciado
Patrícia SampaioPDTALSuplente de deputada estadual, cargo que exerceu por quatro meses
Paulo AzeredoPDTRSDeputado estadual
Pedro Serafim Jr.PDTSPEx-prefeito de Campinas (SP)
Ronaldo LessaPDTALDeputado federal
André PuccinelliPMDBMSEx-governador
Antônio CeronPMDBSCSecretário da Casa Civil do governo de Santa Catarina
Cristiano MatheusPMDBALPrefeito de Marechal Deodoro (AL)
Edson MouraPMDBSPEx-prefeito de Paulínia (SP)
Eduardo CunhaPMDBRJDeputado federal, atual presidente da Câmara dos Deputados
Eduardo Paes, o “Nervosinho”PMDBRJPrefeito do Rio de Janeiro (RJ)
Fabio BrancoPMDBRSSecretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia
Francisco Manoel de CarvalhoPMDBRJEx-candidato a deputado estadual (RJ)
Gabriel ChalitaPMDBSPSecretário municipal de Educação de São Paulo
Henrique Eduardo AlvesPMDBRJEx-ministro do Turismo
Jader BarbalhoPMDBPASenador
Jarbas Vasconcelos, ou “Viagra”PMDBPEDeputado federal
Jarbas Vasconcelos FilhoPMDBPECandidato a vereador em Recife (PE), filho do deputado federal homônimo
Jorge FelippePMDBRJVereador no Rio de Janeiro (RJ), onde preside a Câmara Municipal
Jorge Picciani, ou “Grego”PMDBRJDeputado estadual, presidente da Assembleia Legislativa do RJ
José PriantePMDBPADeputado federal
José Sarney, o “Escritor”PMDBAPEx-senador e ex-presidente da República
Leur Lomanto Jr.PMDBBADeputado estadual
Luis Fernando PezãoPMDBRJGovernador do Rio de Janeiro
Luiz Antônio GuaranáPMDBRJConselheiro do Tribunal de Contas do Município do Rio de Janeiro
Marcia MarquesPMDBMSEx-candidata a prefeita em Antônio João (MS)
Márcio BiolchiPMDBRSChefe da Casa Civil do governo gaúcho e deputado federal licenciado
Marco AlbaPMDBRSPrefeito de Gravataí (RS)
Mário KérteszPMDBBAEx-prefeito de Salvador (BA)
Mauro PoetaPMDBRSPrefeito de Triunfo (RS)
Moreira Franco , o “Gato Angorá”PMDBRJSecretário do Programa de Parcerias de Investimentos e ex-governador do RJ
Nelson BornierPMDBRJPrefeito de Nova Iguaçu (RJ)
Nilson BonomePMDBSPSecretário de Governo de São Caetano do Sul (SP)
Orlando TolentinoPMDBPESecretário de Governo de Petrolina (PE)
Osmar TerraPMDBRSMinistro do Desenvolvimento Social e Agrário e deputado federal licenciado
Pablo Mendes RibeiroPMDBRSEx-candidato a vereador em Porto Alegre (RS)
Paulo Cesar Melo de SáPMDBRJDeputado estadual
Pedro AugustoPMDBRJDeputado estadual
Pedro GodinhoPMDBBAEx-vereador em Salvador (BA)
Renan Calheiros, o “Atleta”PMDBALSenador, atual presidente do Senado
Romero JucáPMDBRRSenador
Roseana SarneyPMDBMAEx-governadora do Maranhão e ex-senadora
Sergio AquinoPMDBSPEx-candidato à prefeitura de Santos
Sérgio Cabral, o “Proximus”PMDBRJEx-governador do Rio de Janeiro
Silas BrasileiroPMDBMGDeputado federal
Vanessa DamoPMDBSPDeputada estadual
Chiquinho de ZairaPMNSPcandato a deputado federal por Santos (SP)
Afonso HammPPRSDeputado federal
Aguinaldo RibeiroPPPBDeputado federal
Ana Amélia LemosPPRSSenadora
Arnaldo JardimPPSPSecretário de Agricultura do estado de SP e deputado federal licenciado
Ciro NogueiraPPPISenador
Francisco DornellesPPRJVice-governador do Rio de Janeiro
Frederico AntunesPPRSDeputado estadual
Giovanni Ferreira DerricoPPBAEx-vereador e ex-candidato a prefeito de Camaçari (BA)
Jeferson AndradePPBAPrefeito de Madre de Deus (BA)
João Carlos NedelPPRSVereador em Porto Alegre (RS)
João Fischer, ou FixinhaPPRSDeputado estadual
José Camilo ZitoPPRJEx-prefeito de Duque de Caxias (RJ)
José Otavio GermanoPPRSDeputado federal
Julio LopesPPRJDeputado federal
Kevin KriegerPPRSVereador em Porto Alegre (RS)
Leonardo HoffPPRSEx-vereador de Novo Hamburgo (RS)
Luiz Fernando FariaPPMGDeputado federal
Mano ChangesPPRSDeputado estadual
Marquinho FiorellaPPSPVereador de Paulínia (SP)
Otomar VivianPPRSPrefeito de Caçapava do Sul (RS)
Renato MollingPPRSDeputado federal
Ricardo BarrosPPPRMinistro da Saúde e deputado federal licenciado
Toni ProençaPPLRSVereador em Porto Alegre (RS)
Arthur Oliveira MaiaPPSBADeputado federal
Luciano ResendePPSESPrefeito de Vitória (ES)
Raul Jungmann, ou “Bruto”PPSPEMinistro da Defesa e deputado federal licenciado
Roberto FreirePPSSPMinistro da Cultura e deputado federal licenciado
Soninha FrancinePPSSPEx-vereadora em São Paulo (SP)
Anthony GarotinhoPRRJSecretário de Governo na Prefeitura de Campos dos Goytacases (RJ)
Clarissa GarotinhoPRRJDeputada federal
Rosinha GarotinhoPRRJPrefeita de Campos dos Goytacases (RJ)
Tonha MagalhãesPRBAEx-deputada federal e ex-prefeita de Candeias (BA)
Beto MansurPRBSPDeputado federal
Celso RussomanoPRBSPDeputado federal
Joao PacificoPRBRJEx-vereador de Sumidouro (RJ)
Adalberto Souza GalvãoPSBBADeputado federal
Aidan RavinPSBSPEx-prefeito de Santo André (SP)
Beto AlbuquerquePSBRSEx-deputado federal
Eduardo CamposPSBPEEx-governador de Pernambuco e ex-ministro da Ciência e Tecnologia (falecido)
Ettore LabancaPSBPEPresidente da Agência de Regulação de Pernambuco
Fernando Bezerra Coelho, o “Charada”PSBPESenador
Geraldo JúlioPSBPEPrefeito de Recife (PE)
Heitor SchuchPSBRSDeputado federal
Heráclito FortesPSBPIDeputado federal
Jonas DonizettePSBSPPrefeito de Campinas (SP)
José Pavan JúniorPSBSPPrefeito de Paulínia (SP)
Luciano DucciPSBPRDeputado federal
Márcio LacerdaPSBMGPrefeito de Belo Horizonte
Marquinho da BolaPSBSPVereador de Campinas (SP)
Renato CasagrandePSBESEx-governador do Espírito Santo e ex-senador
Severino BranquinhoPSBPEPrefeito de Bezerris (PE)
Wilson MartinsPSBPIEx-governador do Piauí
Abelardo LeopoldinoPSCALVereador em Marechal Deodoro (AL), onde é o presidente da Câmara Municipal
Alcebíades SabinoPSCRJPrefeito de Rio das Ostras (RJ)
Leonice da PazPSCSPEx-vereadora em Campinas (SP)
Alexandre SilveiraPSDMG1º Suplente do senador Antônio Anastasia (PSDB-MG)
André CorrêaPSDRJDeputado estadual
Cesar Souza JuniorPSDSCPrefeito de Florianópolis
Coronel TeatiniPSDMGEx-candidato a vereador em Ipatinga (MG)
Dárcy VeraPSDSPPrefeita de Ribeirão Preto (SP)
Eduardo AlencarPSDBAPrefeito de Simões Filho (BA)
Edvaldo BritoPSDBAVereador em Salvador (BA)
Raimundo ColomboPSDSCGovernador de Santa Catarina
Ratinho JuniorPSDPRDeputado estadual
Roberto SantiagoPSDSPEx-deputado federal
Sergio ZveiterPSDRJDeputado federal
“Vereadores PSDB-SP”PSDBSPNão identificados
Ademir Lucas, ou “Demir”PSDBMGEx-prefeito de Contagem (MG) e ex-deputado federal
Aécio NevesPSDBMGSenador
Alexandre José Berardinelli ArraesPSDBRJEx-candidato a vereador no Rio de Janeiro (RJ)
Antero Paes de Barros NetoPSDBMTEx-senador
Arthur VirgílioPSDBAMPrefeito de Manaus (AM)
Arthur Virgílio BisnetoPSDBAMDeputado federal
Betinho GomesPSDBPEDeputado federal
Beto RichaPSDBPRGovernador do Paraná
Bruno AraújoPSDBPEMinistro das Cidades e deputado federal licenciado
Cássio Cunha LimaPSDBPBSenador
Cícero LucenaPSDBPBEx-senador
Cristina CarraraPSDBSPPrefeita de Sumaré (SP)
Daniel Coelho, o “Comuna”PSDBPEDeputado federal
DinhaPSDBGOEx-prefeito de Planaltina de Goiás (GO)
Duarte NogueiraPSDBSPSecretário de Transportes do Estado de SP e deputado federal licenciado
Dudu RonalsaPSDBALVereador em Maceió (AL)
Elias GomesPSDBPEPrefeito de Jaboatão dos Guararapes (PE)
Firmino FilhoPSDBPIPrefeito de Teresina
Geraldo AlckiminPSDBSPGovernador
Gláucia Brandão, ou “candidato Neves/MG”PSDBMGEx-candidata a prefeita de Ribeirão das Neves (MG)
Guilherme MalufPSDBMTDeputado estadual
Jaison CardosoPSDBSCPrefeito de Imbituba (SC)
João AlmeidaPSDBBAEx-deputado federal
Jorge ViPSDBALEx-candidato a deputado federal
José AníbalPSDBSPSuplente do senador José Serra (PSDB-SP) e ex-deputado federal
José SerraPSDBSPMinistro das Relações Exteriores e senador licenciado
Jutahy Magalhães Jr.PSDBBADeputado federal
Luis Paulo Correa da RochaPSDBRJDeputado estadual
Luiz Carlos HaulyPSDBPRDeputado federal
Luiz Paulo Veloso LucasPSDBESEx-deputado federal e ex-prefeito de Vitória (ES)
Marconi PerilloPSDBGOGovernador de Goiás
Mendes ThamePSDBSPDeputado federal
Nelson Marquezan Jr.PSDBRSDeputado federal
Otávio LeitePSDBRJDeputado federal
PablitoPSDBMGVereador em Belo Horizonte (MG)
Paulo Abi-AckelPSDBMGDeputado federal
Paulo BarbosaPSDBSPPrefeito de Santos (SP)
Paulo CâmaraPSDBBAVereador em Salvador (BA), onde preside a Câmara Municipal
Reinaldo AzambujaPSDBMSGovernador de Mato Grosso do Sul
Rita CamataPSDBESEx-deputada federal
Roberto Carlos de SouzaPSDBSCPrefeito de Navegantes (SC)
Rogério MarinhoPSDBRNDeputado federal
Romero RodriguesPSDBPBPrefeito de Campina Grande (PB)
Rui PalmeiraPSDBALPrefeito de Maceió (AL)
Tarsila CrusiusPSDBRSCandidata a vereadora em Porto Alegre, filha da ex-governadora Yeda Crusius (PSDB-RS)
Theotônio VilellaPSDBALEx-governador de Alagoas
Wambert Di LorenzoPSDBRSCandidato a prefeito em Porto Alegre (RS)
Marcelo NiloPSLBADeputado estadual, presidente da Assembleia Legislativa da Bahia
Milton TemerPsolRJEx-deputado federal
Adão VillaverdePTRSDeputado estadual
Adeli SellPTRSVereador em Porto Alegre (RS)
Ademar DelgadoPTBAPrefeito de Camaçari
Agnelo QueirozPTDFEx-governador do Distrito Federal e ex-ministro do Esporte
Alicia NevesPTRJEx-candidata a vereadora em Armazão dos Búzios (RJ)
Aloizio MercadantePTSPEx-ministro da Educação
Antonio DonatoPTSPVereador em São Paulo (SP)
Carlito MerssPTSCEx-deputado federal e ex-prefeito de Joinville
Carlos ComassettoPTRSVereador em Porto Alegre (RS)
Carlos GranaPTSPPrefeito de Santo André
Carlos MartinsPTBAEx-candidato a prefeito de Candeias (BA)
Carlos TodeschiniPTRSSecretário municipal do Meio Ambiente de Canoas (RS) e ex-vereador em Porto Alegre (RS)
Carlos ZarattiniPTSPDeputado federal
Carmen GandarelaPTBAEx-prefeita de Madre de Deus (BA)
Custódio CamposPTSPVereador de Paulínia (SP)
“Diversos vereadores”PTNão identificados
Donisete BragaPTSPPrefeito de Mauá (SP)
Edinho SilvaPTSPEx-ministro da Comunicação Social da Presidência da República
Elizabeth SiraquePTSPVereadora em Santo André (SP)
Fátima CleidePTROEx-senadora
Fernando HaddadPTSPPrefeito de São Paulo (SP)
Fernando MarroniPTRSSuplente de deputado federal e ex-prefeito de Pelotas
Fernando PimentelPTMGGovernador de Minas Gerais
Francisco ChagasPTSPEx-vereador de São Paulo (SP) e ex-candidato a deputado federal
Francisco Daniel CeleguimPTSPPrefeito de Franco da Rocha (SP)
Geraldo SimõesPTBAEx-deputado federal
Gilmar RinaldiPTRSPrefeito de Esteio (RS)
Gleise HoffmannPTPRSenadora
Heitor Luiz LermenPTRSEx-candidato a prefeito em Montenegro (RS)
Helen CabralPTRSEx-candidata a prefeita de Santa Maria (RS)
Humberto Costa, ou “Drácula”PTPESenador
Jacques PenaPTDFEx-presidente do Banco de Brasília (BRB)
Jairo JorgePTRSPrefeito de Canoas (RS)
Jaques WagnerPTBAEx-ministro do Gabinete Pessoal da Presidência da República
João Paulo CunhaPTSPEx-deputado federal
João Paulo RilloPTSPDeputado estadual
Jorge BittarPTRJEx-deputado federal
Jorge SamekPTPRDiretor-geral da Itaipu Binacional
Josimar Campos de Souza , ou MazinhoPTRJPresidente do Sindicato dos Trabalhadores na Construção de Duque de Caxias (RJ)
Jussara MárciaPTBAPrefeita de Dias D’Ávila (BA)
LessaPTBAVereador em Salvador (BA)
Lindbergh Farias, o “Lindinho”PTRJSenador
Luis TavaresPTBAEx-candidato a vereador em Camaçari (BA)
Luiz MarinhoPTSPPrefeito de São Bernardo do Campo (SP)
Luiz SergioPTRJDeputado federal
Marcelo SerenoPTRJEx-candidato a deputado federal
Marcia LopesPTPREx-candidata a prefeita de Londrina, irmã do ex-ministro Gilberto Carvalho
Marcia RosaPTSPprefeita de Cubatão
Márcio PochmannPTSPEx-candidato a prefeito de Campinas (SP)
Marco MaiaPTRSDeputado federal
Marcos Cláudio LulaPTSPVereador em São Bernardo do Campo (SP)
Marcos DaneluzPTRSEx-deputado estadual
Maria do Carmo LaraPTMGEx-deputada federal e ex-prefeita de Betim (MG)
Maria do RosárioPTRSDeputada federal
Nelson Pelegrino, o “Pelé”PTBASecretário de Turismo da Bahia, deputado federal licenciado
Patrus AnaniasPTMGDeputado federal e ex-ministro do Desenvolvimento Agrário
Paulo BernardoPTPREx-deputado federal e ex-ministro do Planejamento e das Comunicações
Paulo Garcia, ou “Pastor”PTGOPrefeito de Goiânia (GO)
Paulo TeixeiraPTSPDeputado federal
Pedro Eugênio PinheiroPTPEEx-deputado federal (falecido)
PH LagePTNão identificado
Pinheiro do SindicatoPTBAEx-candidato a vereador em Salvador (BA)
Ricardo BarbosaPTALEx-vereador em Maceió (AL)
Ronaldo ZulkePTRSDeputado federal
Sebastião AlmeidaPTSPPrefeito de Guarulhos (SP)
Tarcísio ZimmermannPTRSDeputado estadual
Tarso GenroPTRSEx-governador do Rio Grande do Sul e ex-ministro da Justiça
Thomaz BeltrãoPTALEx-candidato a vereador em Maceió (AL)
TitoPTSPDeputado estadual
Vanderlei SiraquePTSPEx-deputado federal
Vander LoubetPTMSDeputado federal
Vânia GalvãoPTBAVereadora em Salvador (BA)
Waldir PiresPTBAVereador em Salvador (BA)
Wellington DiasPTPIGovernador do Piauí
Zé GeraldoPTPADeputado federal
Oswaldo BarbaPTSPEx-prefeito de São Carlos (SP)
Armando MonteiroPTBPESenador e ex-ministro de Desenvolvimento
Neilton CostaPTBALVereador em Marechal Deodoro (AL)
Sergio ZambiasiPTBRSEx-senador
Ciro Tiziani MouraPTCSPEx-candidato a governador e a prefeito de São Paulo (SP)
Rosinha da AdefalPTdoBALSecretária de Defesa da Mulher do governo de Alagoas, ex-deputada federal
Alberto CastroPTNBADeputado estadual
Luiz Carlos RamosPTNRJDeputado federal
Mauricio BacellarPTNBAEx-candidato a prefeito de Camaçari (BA)
Aluízio dos Santos JúniorPVRJPrefeito de Macaé (RJ)
Aspásia CamargoPVRJDeputada estadual
Dr. PaulinhoPVSPEx-candidato a prefeito em Mogi Guaçu (SP)
Eduardo CanutoPVALVereador em Maceió (AL)
Humberto CarballalPVBAVereador em Salvador (BA)
Jovino CândidoPVSPEx-prefeito de Guarulhos (SP)
Paulo Magalhaes Jr.PVBAVereador em Salvador (BA)
Rodrigo NevesPVRJPrefeito de Niterói (RJ)
Sílvio CameloPVALVereador em Maceió (AL)
Randolfe RodriguesRedeAPSenador
Geraldo JuniorSDBAVereador de Salvador (BA)
Paulinho da ForçaSDSPDeputado federal e presidente nacional do Solidariedade e da Força Sindical
Alfredo Sirkissem partidoRJEx-deputado federal
Vado da Farmáciasem partidoPEPrefeito de Cabo do Santo Agostinho (PE)
Cleiber SantanaALNão identificado
Cacau GomesALNão identificado
“Candidato Valadares”MGNão identificado
“Candidato Porto Velho”RONão identificado
“Candidato Palmas”TONão identificado
Julio DamesaNão identificado

        
 
                      


 

terça-feira, 22 de novembro de 2016

De joelhos para a evasão fiscal

 
Aylê –Salassié  F. Quintão*         
  
     
            Alimentos, serviços de saúde, economia informal e até  mendigos, todos    pagam impostos no Brasil, e muito. Quem paga pouco são os ricos. A afirmação é do professor Paulo Dantas da Costa, do Conselho Federal de Economia (Cofecon), para quem, por aqui,   o Estado  parece que sempre esteve de joelhos para os desonerados, sonegadores, para os mais de  quinhentos diferentes  modelos de fraudes  e centenas de artifícios dos quais o sistema não consegue de livrar. Se a proposta de Temer “é consertar o País”, então deve-se entender que mais cedo do que se espera ele vai desencavar a reforma tributária, há 13 anos em tramitação no Congresso. Sem ela, o Governo terá dificuldades para reduzir os sucessivos  déficits  orçamentários que atormentarão aqueles que o sucederem e para assegurar novos investimentos.
 
             Somados, os impostos não recolhidos corresponderiam a um montante equivalente ao do orçamento federal. Num único exercício, 2009, a evasão somente na área da economia informal representou 18,4% do PIB  (R$ 578 bilhões).Na concepção do Estado Democrático  descrito no  Preâmbulo da Constituição, os   impostos destinam-se a assegurar o exercício  dos direitos sociais e individuais numa sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, garantindo e protegendo os cidadãos  do desemprego, da fome, da doença, na invalidez, na velhice e  até contra a violência.             Contudo, quase 40% do imposto é recolhido indiretamente nos produtos e serviços consumidos pela própria população.  No exercício de 1995, a arrecadação tributária brasileira era composta de 51% de tributos sobre produtos e apenas  20% sobre o capital, relação que pouco se alterou.
 
              Enquanto isso, explorando o desconhecimento do contribuinte sobre a questão fiscal e tributária, especialistas e a mídia fazem comparações grosseiras sobre o total dos impostos cobrados, tipo o “Brasil é o 14º país do mundo com a maior carga fiscal” ou “Você trabalha 4 meses e meio para pagar impostos”. Com explicações simplórias, estabelece-se um comportamento anômico (indiferente e conformista) com relação ao papel dos tributos. Na realidade, tributos antes de representarem encargos, são uma necessidade para dar conseqüência a uma política de redistribuição de renda e um privilégio para quem conscientemente pode dar essa contribuição .
 
              A rejeição aos impostos é fomentada ideologicamente pelo liberais, ou criminosamente, sem que alguém a conteste explicitamente.  O CARF - Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, de acompanhamentos  processuais no campo tributário, termina por confundir-se no julgamento dos interesses empresariais, que procuram claramente maximizar apropriação individual de parcelas da renda nacional , pela redução das despesas tributárias.  As  discussões são ,quase sempre, acompanhadas da descaracterização do papel do Estado.
           
            As perdas do Estado/sociedade  começam pela ineficiência fiscal e passa pela economia informal, considerada a fonte primária da sonegação. Gera-se uma cadeia de perversidade tributária contra a população nos municípios,  nos estados  e até em  produtos,  com renúncias fiscais destinadas a aliviar a carga de impostos sobre uma classe, atividade ou região econômica. Às vezes para beneficiar até os amigos.  Ninguém tem interesse em ensinar para que servem os impostos ou lembrar que as distorções no processo de arrecadação ou a omissão no pagamento dos tributos estão tipificadas criminalmente como delitos passiveis de cadeia, porque significam roubar da sociedade.
 
              Nos últimos dias  reuniu-se em Brasília, no espaço do Ministério Público Federal, um grupo de tributaristas franceses, canadenses, americanos e brasileiros, sob a coordenação do professor Maurim Falcão,  da Universidade Católica,  para discutir a Sociologia Fiscal, o Direito e o Humanismo Tributário, temas considerados pouco comuns. A discussão girou em torno do fato de que o “tributo é, acima de tudo, um direito da sociedade”, cujo fim é financiar a superação das carências das classes menos privilegiadas. Portanto, o sucesso de um sujeito ou de uma empresa beneficiada por uma desoneração ou as fraudes cometidas contra a receita tributária penalizaria indiretamente os mais pobres.  O tributo pertence à sociedade, e o Estado  é o único  ente competente para processá-lo e redistribuí-lo, atrelando-o sempre  aos efeitos sociais, entre eles o de também estimular o desenvolvimento equânime das regiões, bem como as exportações .
 
               Concordou-se que o sistema tributário no Brasil não transita religiosamente pelas suas concepções técnicas e constitucionais. Estudos comparativos demonstraram que apenas 9,5%  dos tributos voltam à sociedade sob a forma de investimento público em educação, saúde, segurança, habitação e saneamento. Parte significativa dos tributos é usada inclusive para financiar o funcionamento da máquina pública, essa mesma que anda fazendo greve para conseguir mais privilégios. Efetivamente, isso não tem relação direta com os compromissos de uma sadia política fiscal. “Consertar o País” passa, portanto, por uma reforma tributária, de maneira a tornar compulsórios dispositivos constitucionais e a restabelecer a moralidade tributária perdida já nos primeiros anos da Republica (1889) e que se arrasta no tempo.
*Jornalista, professor, doutor em Historia Cultural

Pílulas do Vicente Limongi Netto

 Donald Trump
Donald Trump fez o gênero mal-educado, debochado, estúpido e homofóbico e deu certo. Passou a perna nos analistas, nos triunfalistas e nos institutos de pesquisas. Eleito, usou do bom senso. Exortou união, prometendo ser presidente de todos os norte-americanos. Tirou a máscara de grosseiro e agora exibe a de craque em política. Trump poderia bater no peito e adotar o famoso desabafo do "Lobo" Zagallo: "Vão ter que me engolir".
Em campanha
Quando nasceu, Tostão recebeu a gloriosa missão de Carlos Drummond de Andrade: "Vai, Tostão, ser gente na vida".  E assim foi. Tostão veio ao mundo para salvar a humanidade e o futebol. Como aplicado aluno da praga dos politicamente corretos, Tostão não tem mágoas nem ódio no coração. A missão de Tostão no planeta Terra estará finalmente cumprida quando o ex-craque disputar e vencer as próximas  eleições na CBF, em 2019.
Mentes doentias e ordinárias, do timeco do quanto pior, melhor, que nunca ergueram um tijolo em benefício do futebol, usaram uma revistinha de quinta categoria (Isto É) para difamar o sucesso do campeonato do futebol brasileiro.Através  de declarações irresponsáveis e mentirosas de um   débil mental , que ,covardemente ,envolveu  o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero. As torpezas, infâmias e leviandades do acusador contra Del Nero  são cretinas e patéticas. Já nasceram mortas e desmoralizadas e com destino certo: a lata do lixo.
Atuação de gala
Show de bola. Atuação de gala. Espetáculo de futebol que honrou as tradições do "Mineirão", encantando, mais uma vez, o torcedor, que, definitivamente, volta a vibrar com a seleção pentacampeã do mundo.Pode-se discordar de algumas convocações do treinador.  Mas é inegável que Tite realiza  excelente trabalho.  Os jogadores mostram mais dedicação e respeito pela seleção. Os resultados aparecem e o mundo esportivo volta a levar a seleção de Neymar e companhia a sério. Nessa linha, a meu ver, creio que Paulo Henrique Ganso tem talento e qualidades técnicas para merecer uma chance nas próximas convocações.
Renan sob ataque
Quando a avassaladora mediocridade quer sair das trevas do anonimato, ataca Renan Calheiros. O presidente do senado e do congresso já está acostumado. Renan agora é alvo da fúria dos magistrados, porque decidiu combater os supersalários do Judiciário e do Legislativo.Veremos quem vence o jogo: o time dos paladinos de meia-pataca, que se julga inatacável ,ou  o audacioso Calheiros. Tudo indica que o oceano dos famosos penduricalhos vai secar.
72 anos
Caminho firme e forte em direção ao pódio dos 72 anos de idade. Meu 21 de novembro é sublime. Deus gosta de mim. Amo a vida com fervor. Como ensina Adélia Prado, "Não tenho tempo para mais nada/ser feliz me consome". Encaro os desafios da vida com altivez e dignidade. Erro.  Mas jamais me omito.  Não tenho dificuldades para admitir falhas e excessos. A exemplo de Carlos Lacerda,  costumo ser virulento e contundente porque não sou servil.
 
Gosto da polêmica. Encaro poderosos, prepotentes, arrogantes, venais e hipócritas.  Com as armas que quiserem. Tenho desprezo aos canalhas que pisam nos humildes. Morro de rir dos bucéfalos que se acham meus desafetos. São patéticos e sabujos de patifes e covardes que não têm coragem de me encarar de peito aberto. Dou o maior valor, aplaudo e incentivo quem luta com perseverança e obtém sucesso. Sou eterno apaixonado pela minha mulher, filhas e netos.
Gosto das pessoas sem criticar o que fazem ou deixam de fazer. Patrulheiro é rato de esgoto. Politicamente correto é uma praga de cretinos. Meus amigos são mais importantes do que os cargos que casualmente ocupam.  Preservo com carinho palavras a meu respeito do acadêmico da ABL e ministro aposentado do TCU, Marcos Vilaça, registradas na Tribuna da Imprensa, em 1992, pelo mestre Hélio Fernandes: "Parabéns pelo teu caráter. Um homem que não abandona os amigos é totalmente confiável".
Repatriamento de bens no exterior e delação
Alguns dos mais importantes escritórios de advocacia de São Paulo estão envolvidos na Operação Zelotes da Polícia Federal. Talvez o maior deles, que está atendendo a inúmeros clientes possuidores de valores duvidosos, se aproveitando da anistia de repatriação, estão abandonando o escritório após correr notícias de que o referido escritório, para ganhar imunidade junto à Operação Zelotes, se transformou em colaborador da Receita Federal delatando irregularidades de seus próprios clientes. Quem será? Futuramente saberemos.

Trump e as oportunidades na Amazônia

Wilson Périco
                                              (Presidente do Centro de Indústria do Amazonas)
Será longa e tortuosa a caminhada de superação desta recessão. As previsões de recomposição da economia do Brasil, com ou sem o novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recomendam paciência e expansão da criatividade. Entretanto, os reflexos da nova política externa do governo republicano - confirmada nos pronunciamentos pós-eleitorais - revelam  desafios e oportunidades para a América do Sul, para o país e, especialmente, para a Amazônia.
 
A melhor maneira de conservar o patrimônio natural é atribuir-lhe função econômica. Por isso, a diplomacia brasileira já se movimenta para aproveitar/ocupar os espaços que se ensaiam.  A China, confirmada as promessas, ou ameaças do futuro governo Trump, vai  olhar para os trópicos com mais interesse.
 
Sol combina com produção de alimentos e nenhum governo próspera com insegurança alimentar do povo. Este mercado, hoje familiar aos asiáticos, será a melhor saída para eventuais  barreiras  de exportações para os Estados Unidos.  Por que não flexibilizar e aceleração  da Transpacífico, e de quebra recompor os corredores logísticos internos, BR-319, BR 164, BR-74 de olho no Caribe e no México? Chances novas para a América do Sul, carta fora do baralho desde 1989, com o fim da bipolaridade e da Guerra Fria, entre soviéticos e americanos.
 
O subcontinente sul-americano pode voltar a ter relevância no novo desenho das relações multilaterais. Caso as ameaças de Trump se confirmem em relação ao México - ele vai governar para a reeleição - será natural um redirecionamento de investimentos e de fluxo comercial dos mexicanos com o Brasil e vizinhos.
 
Inserção da ZFM na política indústria do Brasil 
 
Para integrar este novo mosaico, a ZFM, Zona Franca de Manaus, a rigor, o Amazonas, precisa inserir-se no sumário de uma nova política industrial, ambiental e de ciência, tecnologia e inovação, cuja estruturação e definição são inadiáveis. Afinal, além da proteção da floresta, contribuição vital para o Acordo do Clima, a ZFM – para levar adiante seus polos de biotecnologia e tecnologia da comunicação e da informação - não pode seguir usurpada em 80% dos recursos para este fim.
 
O país gasta muito e gasta mal para manter sua ineficiência e compulsão perdulária. Chega! Do mesmo modo, não podemos congelar a expansão industrial da ZFM – atualmente com apenas  0,64% dos estabelecimentos industriais do Brasil -  por abuso de burocratas de Brasília - e seus interesses inconfessos - que alegam prejuízos fictícios a novos empreendimentos em outras regiões do país.
 
Reter na região as contribuições das empresas para pesquisa e desenvolvimento é essencial para diversificar, adensar-se regionalizar a economia. Como cumprir o dever constitucional de reduzir as desigualdades regionais, se o Brasil confisca, para fins obscuros, 80% dos recursos para pesquisa e regionalização da economia pagos pelas empresas de Manaus? E mais: suspender o confisco de suas verbas  é o único caminho para recompor a autonomia da Suframa, órgão responsável pelos acertos da ZFM, o melhor arranjo fiscal da história do Brasil para redução das desigualdades regionais.
 
Biotecnologia e Tecnologia da Informação e Comunicação
 
Desenvolvemos aqui tecnologia para propagação de espécies de alto valor comercial em laboratório - caminho inteligente do reflorestamento de áreas degradadas -  e dispomos de inteligência regional para agregar inovação tecnológica aos produtos fabricados no polo industrial de Manaus.
 
Às vésperas de completar 50 anos, e desfalcada de infraestrutura de comunicação, energia e logística de transportes, mortal para sua competitividade, a ZFM convida o Brasil para conhecer um mundo de oportunidades de acelerar os caminhos de recuperação da economia, com a consolidação e ampliação do polo industrial de Manaus, base das incontáveis promessas da bioeconomia sustentável, tanto no manejo florestal como prospecção de princípios ativos da floresta, para segurança alimentar  - a piscicultura -, a produção de fármacos e cosméticos, as oportunidades do polo mineral e turístico.
 
São caminhos que demandam um mutirão de parcerias tecnológicas, vontade política e integração de talentos em favor da proteção da floresta e de um novo projeto Brasil.
 
 
 

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

"Janela de Brasília XLV"

1. Hoje foi um dia de cão para a Câmara dos Deputados, com dezenas de manifestantes invadindo o Plenário em defesa da "Operação Lava Jato" e do juiz Sérgio Moro e pedindo punição aos que roubaram dinheiro público deixando o Brasil em situação econômica dramática. No Rio de Janeiro, a Assembléia Legislativa foi invadida pelos manifestantes que impediram a votação de medidas propostas pelo governador Pezão, todas jogando sobre os servidores o sacrifício pelas falcatruas dos políticos do Rio de Janeiro. É um absurdo, e até provocação, parcelar em oito vezes o pagamento do mês de outubro ao funcionalismo da ativa e aos inativos e pensionistas.
 
2. Essa situação transforma o Rio de Janeiro num barril-de- pólvora, agravada pela penúria de todos os estados, às vésperas dos festejos natalinos. Em Brasília, onde se encontram dezenas de políticos atormentados pelas delações no âmbito da "Operação Lava Jato", o clima é de indignação com a falta de punição de Lula, Dilma et caterva, além de políticos de outros partidos citados pelos delatores das empreiteiras. Evidentemente, as declarações do Presidente Temer sobre o risco de se criar um clima de instabilidade com eventual prisão de Lula deixou as redes sociais possessas. Mas, Temer queria mesmo é alertar as hostes petistas que a prisão de Lula é um risco real, pois o Presidente não tem condição de interferir nas decisões do Judiciário.
 
3. As chuvas chegaram e afastaram temporariamente o risco de racionamento de água no Distrito Federal, mas a campanha para uso racional do precioso líquido será mantida, porque educação para uso de água como recurso limitado nunca será demais num país que não respeita o meio-ambiente.
 
4. Meu fraterno amigo e colaborador deste blogspot, o jornalista Vicente Limongi Netto, de Brasília mas nascido em Manaus, comemora hoje 72 anos de idade. Limongi é corajoso e defensor da verdade, ainda que a elevado custo. Temido por muita gente, inaugurou no Brasil o "jornalismo de orelha", publicando suas denúncias e suas ideias nas colunas destinadas aos leitores pelos jornais, o que lhe garantiu sempre acesso aos principais órgãos de imprensa e admiração dos leitores e colegas.
 
5. Continuo chamando o Presidente Michel Temer como timoneiro e tecelão do Tietê...É o homem certo para recolocação do Brasil nos trilhos, depois de 13 anos de desgoverno lulopetista. Não consigo imaginar como estaria o Brasil sem os serviços que vem sendo prestados por Temer...
 
6. É preciso dar um basta nessa manipulação estudantil que vem tomando conta do País e prejudicando os estudantes de verdade. A União Nacional Estudantil -UNE- ficou 13 anos assistindo o Lulopetismo desviando verbas das políticas públicas, em especial da saúde e da educação, e agora quer cantar de galo? Borduna nesses arruaceiros!
 
7. Efeito Trump: Os jogos de azar serão regulamentados e cerca de 80 cassinos funcionarão no Brasil a partir do ano que vem.O Ministério do Turismo já vem fazendo propaganda desse roteiro para os amantes das apostas. Abaixo a hipocrisia e o falso pieguismo na área de entretenimento!
 
8. O Brasil está flertando com a desobediência civil...
 
 

Brasil busca no Parlamentarismo solução para crise

O Presidente Michel Temer concedeu entrevista ao programa "Roda Viva", da TV Cultura, e defendeu a adoção do sistema de governo parlamentarista como alternativa para a atual crise política e econômica vivida pelo Brasil.
 
A defesa do parlamentarismo, sistema de governo em que o presidente da República é o chefe de Estado e o primeiro-ministro, eleito pelo Parlamento, é o chefe de Governo, foi feita por Temer após considerações sobre a necessidade de aprovação de medidas importantes para a recuperação econômica do País e superação da crise política, agravada pelo envolvimento de centenas de políticos e empresários  nas delações premiadas realizadas pela "Operação Lava Jato", liderada pelo juiz Sérgio Moro em Curitiba.
 
O presidente do Senado, Renan Calheiros, e o  ex-presidente Lula são citados por depoentes como recebedores de propinas de empreiteiras e desvios de recursos da Petrobrás e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. Outras importantes lideranças políticas estão sendo investigadas, a ponto de o juiz Sérgio Moro temer pelo impacto das delações que estão passando o Brasil a limpo.
 
Novas prisões são temidas, em meio a tentativas do Congresso de conter os avanços da "Operação Lava Jato" e diminuir a insatisfação de políticos inquietos com o rumo da crise econômica, que ameaça suas bases eleitorais nos estados, e das investigações da equipe de Moro.
 
O Presidente Michel Temer afirmou que a prisão de Lula agora geraria um clima de instabilidade que poderia prejudicar no Congresso a aprovação das medidas de urgência para o Governo. As redes sociais reagiram tomando como covardia a posição de Temer e querem a prisão dos responsáveis pela situação em que se encontra o País.
 
Há cartazes hoje, exibidos por manifestantes no Congresso brasileiro, defendendo a intervenção das Forças Armadas. O Plenário da Câmara dos Deputados chegou a ser invadido por 60 manifestantes com palavras de ordem em favor da "Operação Lava Jato" e a sessão teve que ser suspensa.

O clima se agrava com manifestações de funcionários públicos no Rio de Janeiro reclamando o pagamento de seus vencimentos, proventos e pensões e invadindo a Assembléia Legislativa para impedir a votação de medidas propostas pelo governo Pezão.

Todos os estados brasileiros se encontram sem recursos financeiros  e dependentes do governo federal para pagamento das despesas com custeio dos servidores. Sem solucionar de imediato essa crise dos estados, o  Brasil hoje está se transformando num barril de pólvora.

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Avaliações sobre Trump na presidência são difusas no Brasil

O Governo brasileiro, pela palavra do Presidente Michel Temer, já manifestou sua confiança em que as relações entre o Brasil e os Estados Unidos prosseguirão num clima de entendimento e cooperação, após a posse do novo presidente eleito, Donald Trump.
 
As promessas de campanha de Trump, uma delas expulsar os imigrantes ilegais nos Estados Unidos, ainda continuam sendo objetos de avaliação pelo governo brasileiro, através da Embaixada em Washington e do Ministério das Relações Exteriores.
 
O efeito Trump, no entanto, já se revela no Brasil. Uma comissão especial do Senado aprovou ontem mesmo projeto que legaliza todos os jogos-de-azar no Brasil e que permitirá ao governo faturar com impostos cerca de 72 bilhões de reais por ano, além de gerar cerca de 300 mil empregos diretos e indiretos. Obviamente, o fato de ser Trump empresário da área de cassinos estimulou o governo brasileiro a aprovar a nova medida, que aguarda votação no Plenário do Senado. Os cassinos  e bingos funcionarão a partir do próximo ano.
 
Em meio à perplexidade gerada pela vitória do candidato republicano, contra todos os prognósticos da grande mídia e dos institutos de pesquisas nos Estados Unidos, políticos e empresários brasileiros se manifestam de maneira difusa sobre o que será o Governo Trump, o mesmo ocorrendo entre os jornalistas e cientistas políticos. Mas, há um consenso no Brasil de que ele terá dificuldades para implementar aquela polêmica agenda de sua campanha.

terça-feira, 8 de novembro de 2016

Eleições,um paradigma ultrapassado?

José Everaldo Ramalho
Para muito além da derrota do PT nas eleições municipais de 2016, que evidenciou o acerto do impeachment da presidente Dilma Vana Rousseff e retirou-lhe trinta e dois dos cinquenta e quatro milhões de votos que a elegeram em 2014, incluindo-se até o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva que alegou a condição de septuagenário para não registrar seu voto neste pleito e ela própria, que declarou também não ter votado, emergiu das urnas a maior abstenção já vista em participações eleitorais brasileiras, cuja principal marca é a obrigatoriedade de comparecimento da cidadania para votar, acompanhada da ameaça de sofrer punições variadas, começando pelo pagamento de multas, que podem tornar mais difícil o seu cotidiano no país de bruzundangas.
Somados os números de abstenções, votos brancos e votos nulos, o resultado superou o número de votos que elegeram os prefeitos, primeiro de São Paulo, depois do Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre, ao final das apurações nestas capitais, no primeiro e no segundo turnos das eleições, comprovando-se, assim, o descrédito dos políticos e o desencanto do eleitorado com o desempenho descomprometido dos partidos políticos e seus dirigentes para com as verdadeiras demandas de necessidades afligindo as populações brasileiras.
No universo das abstenções, votos em branco e votos nulos destaca-se o Rio de Janeiro, com um volume de mais de quarenta por cento de cidadãos eleitores que rejeitam e desdenham da fórmula secular do sistema eleitoral como via democrática na escolha de seus representantes para comporem os Poderes Executivo e Legislativo, instituições expostas nos jornais, revistas semanais e televisões como antros de indivíduos corruptos, venais e defensores de legislação que os perdoa, seguidamente, do cometimento comprovado de ilicitudes destinadas a esvaziarem os cofres públicos em seu próprio proveito.
Os políticos, em expressiva maioria, parecem não enxergar o óbvio: vivenciamos uma Síndrome da Fadiga Eleitoral, que o crescente número de partidos políticos jamais resolverá, pois esses senhores e essas instituições se apropriam dos poderes Legislativo e Executivo e apenas se preocupam em tentar salvar um modelo esgotado, e nem mesmo a luta incessante e cotidiana do Poder Judiciário será capaz de reformar ou devolver aos trilhos do caminho responsável e justo, como esperam os cidadãos.
Um parênteses:  o que denominamos de Síndrome da Fadiga Eleitoral afeta o mundo inteiro, e é acompanhada de reações enraivecidas dos cidadãos em todo o espaço geográfico dos cinco continentes, basta prestar atenção no Brexit inglês, que apesar da importância da economia do Continente para as finanças inglesas abandonou a União Europeia, balizou o caminho de um Reino Unido desintegrado e cada vez mais dividido entre cidadãos empobrecidos e banqueiros muito ricos, e, por ironia, como diria Shakespeare: “Quem mais sofrerá,  senão a maioria que votou pela saída?”; no surgimento da candidatura vitoriosa do xenófobo Donald Trump nos EUA, mesmo que ele tenha confessado ser um hábil sonegador de impostos; nos dez meses sem governo, graças à indecisão do parlamento espanhol para eleger Mariano Rajoy primeiro-ministro; na indecisão de François Holande em buscar uma solução para abrigar a revoada, quem imaginaria, dos antigos povos colonizados sobre o território francês; no inaceitável drama venezuelano do desrespeito à Constituição pelo presidente Nicolás  Maduro, que se recusa em aceitar a convocação de um plebiscito revogatório inventado por Hugo Chaves e inserido no texto constitucional como pétrea cláusula democrática!; e, no caso brasileiro, além da enxurrada de abstenções de hoje, a enxurrada de cidadãos que ocuparam as ruas em 2013 para protestar contra as decisões políticas que lhes afetam o dia-a-dia sofrido, escudando-se no aumento de 20 centavos nas tarifas dos transportes coletivos, na verdade descontente com a  incapacidade política para encontrar soluções administrativas democráticas e enquadradas nos limites das finanças públicas, e tudo foi feito em meio ao anarquismo dos black blocs que acompanhavam a movimentação das ruas e aproveitavam, como sempre, para vandalizar vitrines bancárias, carros estacionados e latas de lixo.
Em 1762, Jean-Jacques Rousseau, na conhecida obra O Contrato Social, já denunciava: “O povo da Inglaterra engana a si mesmo quando imagina que é livre; de fato, ele é livre somente durante o período para a eleição dos Membros do Parlamento, porque, logo em seguida, tão logo um novo Parlamento é eleito, o povo é novamente acorrentado, e se transforma em nada”.
Em seguida, para comprovar o acerto da análise de Rousseau, surgiu Edmund Burke, filósofo e político britânico, famoso entre os estudiosos de Ciência Política, que se tornou célebre, entre tantos outros feitos pelo ensaio Reflexões sobre a Revolução Francesa, de 1790, por argumentar que, depois de eleito, os eleitores não podiam moldar-lhe a consciência política para o enfrentamento dos debates parlamentares, ou seja, tão logo empossado como representante dos cidadãos eleitores, ele exigia o devido respeito democrático à sua condição de aristocrata político que tomava decisões políticas de acordo com a posição que ocupava na hierarquia das classes sociais.
Aliás, da obra acima referida, podemos citar o pensamento aristocrático de Burke, traduzido do original em língua inglesa: “A ocupação de um cabeleireiro ou de um operário que produz velas não pode ser motivo de orgulho para ninguém – isto para não nos referirmos a outras profissões mais subservientes. Tais descrições de profissões humanas não devem sofrer discriminação da parte do Estado; mas o Estado sofrerá discriminação se a estes profissionais, individual ou coletivamente, for permitido legislar... Tudo deve estar aberto, mas não indiscriminadamente para qualquer homem. Nenhuma rotatividade, nenhuma indicação por sorteio: nenhuma espécie de eleição que funcione de acordo com o espírito de sorteio ou de rotatividade pode ser boa em um governo que tem que entender de assuntos múltiplos e tão variados”. Neste instante da história da política moderna se deu início ao descarte do modelo Ateniense bi-representativo de participação política, de se adotar a eleição e o sorteio para o preenchimento de cargos e funções públicas.
Ora, a raiva dos cidadãos de hoje comprova o argumento rousseauniano de outrora: depois das eleições, os eleitores passam a nada significar para os eleitos, que, na sua imensa maioria, tão logo empossados nas novas funções políticas, tratam de cuidar e de defender seus próprios interesses pessoais, como no recente exemplo da Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro, cujos integrantes estão tentando aprovar o direito de se aposentarem após três mandatos, recebendo vencimentos no total de R$ 15.000,00, e somarem a esta mais uma aposentadoria de R$ 12.000,00, no caso de desempenharem função pública por uma única vez, por mais uma legislatura, por exemplo, como secretários municipais, o que, para alguns deles, não seria muito difícil no contexto de negociações políticas com os ocupantes do cargo de prefeito. No caso de Brasília, este tipo de negociação espúria também acontece, pois o Tribunal de Contas local está infestado de ex-sindicalistas,  ex-políticos envolvidos em falcatruas e ex- administradores regionais todos buscando usufruir dos altos salários e aposentadorias oferecidos pelos tribunais de contas estatais, um porto seguro do qual não dispõem os eleitores que os fizeram seus representantes. E no Congresso Nacional, parlamentares apavorados com possíveis desdobramentos da redentora Operação Lava Jato, circula, sem que se possa identificar o pai, ou a mãe, uma proposta de perdão dos crimes de caixa-dois, desde que tenham sido cometidos antes da vigência da nova lei sobre crimes de corrupção política, prestes a ser aprovada por imposição da sociedade.
Um pouco antes de Rousseau, com a adoção do sistema dos três poderes pela Inglaterra, Charles de Secondat, Barão de Montesquieu, deixou como legado triunfal O Espírito das Leis, de 1748, ensaio que consagra e registra a vitória do modelo de separação dos poderes em Executivo, Legislativo e Judiciário, associado a um sistema eleitoral ungido como democrático porque fundado no conceito do sufrágio universal, em poucas palavras, no direito de cada cidadão representar um voto legítimo e intransferível. Bania-se, assim, o justíssimo modelo bi-representativo das cidades- Estado da antiga Grécia, pelo qual cargos e funções públicas se efetivavam por eleição e também por sorteio.
Eleições por sorteio? Isso deve ser coisa de mentes enlouquecidas que querem destruir o democrático sistema eleitoral vigente há pelo menos dois séculos. Sim, como denunciou Jean-Jacque Rousseau, há dois séculos e meio, um sistema eleitoral cada vez mais influenciado pelos modernos meios de comunicação de massas que se rende prazerosamente ao poder do dinheiro que flui aos borbotões dos bolsos e dos Departamentos de Corrupção dos conglomerados empresariais da Dona Zelite, que, por sua vez, se associa aos políticos para o assalto aos cofres públicos em nome da inclusão social, uma galinha-dos-ovos-de-ouro que não se pretende matar, pelo menos no Brasil e nos demais países do cinturão bolivariano que respira o ar enganador da democracia ungida pelas urnas, que se esgota no próprio instante da deposição do voto na urna ou do registro eletrônico da vontade popular.
Mas, como era mesmo que funcionava o sistema bi-representativo das calendas gregas, misturando eleições e sorteio para a ocupação de cargos públicos?
No decorrer do quinto e do quarto séculos antes de Cristo, na antiga cidade grega de Atenas, de 30.00 a 60.000 cidadãos atenienses disputavam, na ágora, cargos e funções no Conselho dos 500, na Corte do Povo, nas Assembleias do Povo e nas Magistraturas, os mais importantes órgãos de governo, e validavam ocupações públicas preenchidas por meio de sorteio e de eleições.
Vale a pena descobrir, por exemplo, que o Conselho dos 500 era formado por quinhentos cidadãos escolhidos por sorteio, e esse órgão constituía o corpo central de governo da democracia ateniense, sendo responsabilizado pela criação da legislação, pela organização da agenda das Assembleias do Povo, pelo controle das Magistraturas, pelos negócios estrangeiros ou diplomacia, e, finalmente, pela fiscalização das finanças e das políticas públicas. E tudo isso sem contar com a parafernália que a telemática põe à disposição dos senhores governantes do mundo moderno.
Nas Assembleias do Povo, abertas a todo cidadão que dela quisesse participar, desde que não fosse criança, escravo, meteco ou mulher, formadas por mais ou menos 6.000 indivíduos, eram votadas as leis propostas pelo Conselho dos 500, observada a sua legalidade, e selecionados os servidores públicos de alto nível que se inscreviam para serem escolhidos por eleição majoritária para cargos públicos.
A Corte do Povo era também composta por mais ou menos 6.000 cidadãos, e escolhia seus membros por sorteio, todas as manhãs, selecionando dentre aqueles cidadãos presentes e inscritos por iniciativa própria quem responderia pelos julgamentos do dia, transformando-os em magistrados que se responsabilizavam pelo pronunciamento de sentenças, mas antes certificando-se da legalidade das decisões, de acordo com as leis aprovadas pelas Assembleias do Povo, e sua imediata implementação de acordo com cada caso. Vale observar que se era juiz apenas por um dia.
As Magistraturas permanentes eram formadas por 700 magistrados, dos quais 600 eram escolhidos por sorteio entre candidaturas que se apresentavam por sua própria iniciativa, e as cem vagas remanescentes eram preenchidas pela via eleitoral.
Os cidadãos eleitos para o Conselho dos 500 e aqueles que se tornavam Magistrados permaneciam no cargo por um ano, e recebiam pagamento pelo serviço prestado. O tempo máximo de permanência no Conselho dos 500 era de dois períodos não consecutivos, e o modelo de participação democrática permitiu que entre 50 a 70% dos cidadãos com idade acima de trinta anos se sentasse pelo menos uma vez no Conselho. Modelo mais democrático nunca mais foi visto, ou melhor, foi reproduzido, com alterações circunstanciais apenas em Veneza (1268 -1797) e em Florença (1328 – 1530), na Itália, e em Aragão (1350-1715), na Espanha.
A fórmula democrática da antiga Atenas, de dois séculos e meio passados, deixa-nos entender que o Conselho dos 500 controlava o Poder Executivo, enquanto a Corte do Povo preenchia o papel de Poder Judiciário. No entanto, nem tudo eram flores na Grécia berço da democracia: não podemos esquecer o julgamento de Sócrates, símbolo maior da miserável condição humana que está sempre sujeita a imperdoáveis conflitos ideológicos, nesse caso, maculando o modelo democrático ateniense.
A experiência da antiga Grécia foi transformada pela burguesia revolucionária do final do século XVIII, graças à ação dos filósofos e rebeldes americanos e franceses, que não queriam admitir a participação popular nas esferas governamentais, uma tradição que permanece até os dias de hoje: James Madison, considerado o pai intelectual da Constituição americana, argumentava estar convencido, como se descobre no seu ensaio número 10 de O Federalista, que as democracias que antecederam o movimento revolucionário contra a Inglaterra tinham sido “espetáculos de turbulência e desentendimento”, e, em geral, “têm vida curta e se mostram violentas pelo número de mortes causadas”.
Argumentos contra a participação popular, extremamente incentivada no nascedouro do que os gregos chamavam de democracia e, a partir dessa ideia, construíram e puseram em funcionamento o modelo ateniense de governo, em outras palavras, as falas de Edmundo Burke e James Madison, entre tantas outras, criaram o contexto para que, dessa vez, fosse fortalecido e escolhido o termo “república” em substituição ao vocábulo “democracia”, e dentre as duas formas básicas de escolha dos representantes daqueles que se multiplicavam em velocidade progressiva, em grande parte graças a uma mais adequada organização da sociedade, deu-se preferência ao sistema de eleições em detrimento do seu par inseparável, o sistema de sorteios.
E assim as lideranças revolucionárias, nos Estados Unidos e na França, contando com o apoio da tipologia da separação tripartite dos poderes anunciada por Montesquieu, adotaram a república democrática de fato e de direito, solução política que tomou conta da maior parte dos espaços geográficos nacionais no mundo inteiro, uma aristocrática escolha de quem empalma o poder, seja ele um ungido da direita ou um revolucionário da esquerda política, e que serve até para justificar o bolivarianismo do ex-presidente Hugo Chávez, o “socialismo do século XXI” que se encontra acossado nas ruas de uma Venezuela à beira de uma guerra civil.
James Adams, no ano da independência norte-americana, 1776, escreveu Thoughts on Government (Reflexões sobre o Governo), ensaio em que afirma que “a América é muito grande e muito populosa para ser governada diretamente, e este fato impede que se adote simplesmente o modelo de Atenas ou o de Florença, porque eles não funcionariam nessa realidade”, uma análise da qual não se pode discordar. Adams, que se elegeu presidente dos Estados Unidos, nessa mesma época, argumentou que o passo mais importante a ser dado, de acordo com a realidade norte-americana, seria “delegar o poder da maioria para uns poucos dos cidadãos mais sábios e melhores”, pois estes representantes “pensariam, sentir-se-iam, raciocinariam e agiriam como o resto da sociedade”, em resumo, constituiriam “uma miniatura, um retrato exato da maioria do povo”. Hoje sabemos que, em qualquer espaço geográfico desse vasto mundo, um banqueiro não entende as necessidades e as reclamações do povo como a esposa de um pobre padeiro, por exemplo. Um banqueiro é um especialista em dinheiros, fabricar lucros e cobrar juros, cada vez mais altos, a esposa do padeiro entende da luta pela sobrevivência cotidiana, cada vez mais difícil.
Na sequência desta toada, em fevereiro de 1788, no Federalista número 57, James Madison escreveu: “O objetivo de qualquer Constituição é - ou deve ser – antes de tudo escolher como dirigentes as pessoas mais capacitadas para discernir e mais eficientes para assegurar o bem-estar da sociedade; depois, tomar as mais seguras precauções no sentido de conservá-las eficientes enquanto desfrutarem a confiança pública. O processo eletivo para escolher dirigentes é a norma característica do governo republicano. Os meios com que conta esta forma de governo para evitar sua degeneração são numerosos e variados. O mais eficaz consiste na limitação do período dos mandatos, visando a manter uma adequada responsabilidade perante o povo”.
E assim, compreendemos que Adams e Madison se entendiam perfeitamente, mas também compreendemos que, para a mente dos gregos dos tempos de Sócrates e Aristóteles, devia haver a mínima distinção possível entre os governantes e os governados, enquanto para o grande líder e pensador James Madison tal distinção era obrigatória.
Além dos pensadores norte-americanos, o francês Alexis de Tocqueville observou, na prática do dia-a-dia, a democracia republicana imaginada pelos pais fundadores, um novo país em funcionamento, e escreveu uma obra fundamental para se tentar entende-la: A Democracia na América, um livro que tem sua primeira parte publicada em 1835 e a segunda apenas em 1840, tendo seu autor permanecido nos Estados Unidos de maio de 1831 a fevereiro de 1832. É impressionante a capacidade de Tocqueville para captar os detalhes da movimentação dos norte-americanos e seu esforço para construir uma nova sociedade, livre do comando da aristocracia que acompanhava a realeza europeia. Além de observador perspicaz da sociedade que se construía na América, Tocqueville também se debruçou sobre os escritos dos grandes líderes norte-americanos, e de Thomas Jefferson, ele cita: “O poder executivo, em nosso governo, não é o único, não é talvez o principal objeto de minha preocupação. A tirania dos legisladores realmente é e será durante muitos anos ainda, o perigo mais temível. A do poder executivo virá por sua vez, mas num período mais remoto.”
Quanto à participação popular, Tocqueville relata como política e religião se misturavam na construção da nova sociedade: “Vivi temporariamente numa das maiores cidades da União, tendo sido convidado a assistir a uma reunião política cuja finalidade era prestar socorro aos poloneses e fazer chegar a eles armas e dinheiro. Assim, encontrei três mil pessoas reunidas numa sala enorme, que fora preparada para recebê-las. Logo depois, um sacerdote, vestindo os hábitos religiosos, adiantou-se à borda do estrado destinado aos oradores. Os assistentes, depois de terem-se descoberto, puseram-se de pé em silêncio, e ele falou nestes termos: Deus Todo-Poderoso! Deus dos exércitos! Vós que destes forças e guiastes o braço de nossos pais quando defendiam os direitos sagrados de sua independência nacional...”.
Porém, o que Tocqueville presenciou em 1831 não era mais a participação popular como na Grécia antiga de antes de Cristo, era o abandono das idealizações primeiras do que significava democracia, fazendo-a repousar no princípio da representação que, por muito tempo, cerca de dois séculos, faria dos Estados Unidos o mais poderoso país do mundo, um republicanismo que o tempo transformou em um modelo eleitoral que se mostra esgotado, que se sustenta em marqueteiros, os novos ilusionistas de multidões, capazes, com sua arte, de eleger um poste para presidente da República.
Aristocracia, em grego, tem o significado de “governo conduzido pelos melhores”, que o mundo moderno mudou, em especial no caso brasileiro, para “governo dos mais espertos e mais cínicos”, de “governo dos caras- de- pau, dos mentirosos”, dos que “conduzem o desvio dos recursos públicos em proveito próprio”, enfim, “dos ladravazes que assaltam as finanças públicas”, sem dó nem piedade, e que se danem os pobres e os eleitores da República Democrática, de fato e de direito. A propósito, os norte-americanos de hoje se referem a Washington, a capital dos Estados Unidos, como “o brejo, a capital que abriga uma elite voraz, corrupta e indiferente à sorte dos humildes”, uma apreciação que não difere do que pensam os brasileiros de sua capital, Brasília.  
Com a adoção do republicanismo, surgem, a partir de 1850, os partidos políticos, a ferramenta ideal para se alcançar o poder através do voto, e no referido início eram temidos pela aristocracia ocupante dos palácios símbolos do governo, basta lembrar a fala de Odilon Barrot, um senador francês, registrada por Karl Marx em passagem do O 18 de Brumário de Luís Bonaparte: “A legalidade nos mata”, porque a luta na época era pelo direito de votar estendido a todas as classes sociais.
Mas, para que servem os partidos políticos, hoje? A lei de ferro das oligarquias, de Robert Michels, o sociólogo alemão, mostra que servem para abrigar e enriquecer seus “donos”, criaturas que se apresentam como Adolf Hitler, com o seu Partido Nacional Socialista, que fez-se milionário com a venda do seu livro Mein Kampf, ou como Luís Inácio Lula da Silva, com o seu Partido dos Trabalhadores, também milionário com a venda de suas empolgantes palestras, políticos populistas que encantam as multidões carentes de rumo ou de comida, e falando de pureza racial ou de inclusão social permanecem por longas temporadas com as rédeas do poder nas mãos, para cujo exercício democrático não estão preparados. Para tais criaturas, vale qualquer desculpa para a tomada do poder político, seja a ocupação do espaço vital defendida pelo líder alemão, ou a necessária Bolsa Família, copiada pelo líder brasileiro.
Em resumo, os partidos políticos servem para qualquer coisa, para tudo ou para nada. Por exemplo, para defenderem um naco do fundo partidário ou ideias como a do orçamento participativo, que de participação popular e democrática tem muito pouco, servindo muito mais como propaganda enganosa de uma forma de democracia direta: põe-se o povo para discutir a alocação de 5% a 10% dos recursos orçamentários à disposição dos governantes e considera-se que tal ilusionismo é a mais pura democracia.
Enfim, cansados estamos todos, os eleitores iludidos pelo republicanismo sem a participação cidadã direta,  que não pode ser copiada exatamente da Atenas grega de quatro mil anos atrás, mas que está reagindo, na Europa e nos Estados Unidos, e buscando formas de democracia direta e indireta que os políticos encastelados nos poderes Executivo e Legislativo repudiam, tanto lá como em nossas plagas, por saberem que a descoberta, invenção e adoção de práticas que lhes coíbam as atitudes ilícitas não permitirão a continuidade descarada do assalto indiscriminado às finanças do Estado, as administrações viciadas em ultrapassadas visões ideológicas que enganam não apenas as multidões de despossuídos, mas, em especial, os líderes políticos, os dirigentes de sua graça, e, por fim, os milhares de militontos que os seguem com fanatismo absoluto.
Para concluir este ensaio sobre o ultrapassado sistema único eleitoral, lembramos que é chegada a hora de resgatarmos a possibilidade de adoção de um sistema bi-representativo, em que o sorteio de cidadãos livres da submissão de vínculos partidários se torne uma realidade, cidadãos que se apresentem voluntariamente para o trabalho político, e, se em tempo integral, um trabalho até remunerado, uma atividade política em paralelo às casas de representantes eleitos.
Que esta não seja uma ideia ignorada, nem ridicularizada, porque o tempo, senhor da razão, mostrará que, com certeza, é uma sábia ideia em tempos tão desmoralizados pela constante malversação dos dinheiros públicos.
José Everaldo Ramalho, 76, graduado em Direito, tem especialização em Parlamento e Direito e em Ciência Política, foi CNE na Comissão do Mercosul e Secretário Parlamentar na Câmara dos Deputados, em Brasília, por duas décadas, além de servidor público concursado por 35 anos.
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