Gélio Fregapani(Membro da Academia Brasileira de Defesa)
Cada
país joga o seu jogo, mas os Grandes players são os EUA e aliados contra
Rússia, enquanto os “peões” servem a um ou outro lado, as vezes visando seus
próprios objetivos.
Num
lance do jogo, há anos atrás, já, tinha sido decidida pelos EUA uma guerra
contra a Síria para abrir o caminho para o Irã e controlar as reservas de
gás, momentaneamente impedido pela Rússia, a criação do ISIS( Estado Islamico)
afetou as prioridades, sem alterar o objetivo final.
Reconhecendo
o ISIS como um perigo maior do que um governo hostil na Síria, os EUA realizam
alguns ataques aéreos para conter o avanço do ISIS enquanto equipam
oposicionistas “moderados” para os combaterem e posteriormente derrubar o
governo sírio.
O
fanatismo dos combatentes do Estado Islâmico é um câncer e como tal se
alastrará. Não se pode vencê-lo com charges e piadinhas, como não se extirpa um
câncer com aspirinas, somente será contido com uma ação conjunta da
Cristandade, tal como aconteceu nas Cruzadas, mas aparentemente o Ocidente,
como um todo, não se deu conta do perigo representado pela atratividade de um
califado sobre os muçulmanos nem sobre a superioridade moral sobre um Ocidente
hedonista, descrente e efeminado. Menos ainda se deu conta da diferença da taxa
de crescimento demográfico que ameaça inundar de maometanos quase todos os
países ainda cristãos.
Entretanto,
no momento, o embate principal realiza-se na Ucrânia. Enquanto a OTAN procura se
aproximar da fronteira da Rússia e esta tenta afastá-la e proteger sua minoria
naquele país, talvez aproveitando para ampliar seu território. A Ucrânia
alia-se à OTAN para manter sua integridade territorial e a tentar (missão
impossível), dominar a força uma minoria hostil e reativa. Em curto prazo esse
é o único cenário onde um passo em falso pode desencadear uma guerra mundial.
Na
América Latina, os EUA maquiavelicamente incentivam a derrubada dos governos
hostis, aproveitando a indignação popular com a irrefreável corrupção; e estão,
aliás, com habilidade, mais próximos de controlar os recursos naturais que
ainda não controlam. Para isto contam com o inestimável auxílio dos movimentos
indianistas e ambientalistas orientados pelas suas ONGs.
Enquanto
isto a China, sorrateiramente acumula riqueza, poder, usando com perfeição os
métodos nacionalistas e protecionistas e tende a se transformar no principal
poder mundial.
Quanto
ao nosso País, mesmo sem armamento nuclear é uma peça chave no hemisfério Sul,
mas sem uma vontade unânime acaba por ser conduzido pelos interesses dos
outros. A hostilidade aos EUA do atual Governo não toca nos pontos importantes
que são a atuação das ONGs e o orgulho nacional que poderia ser criado pelos
altivos “desaforos” da Dilma que ficam anulados pela subserviência dela aos
“parceiros” da piada que é a UNASUL.
Para
os EUA o importante é evitar o fortalecimento dos laços de aproximação com os BRICS,
não tanto pelo Brasil mas para minar potencial econômico do bloco. Para a
Rússia e China, além dos recursos naturais interessam desmanchar o tabuleiro
geopolítico desenhado pelos EUA desde a II Guerra, contando com o Brasil como
um aliado quase incondicional.
A união faz a
força. Já a desunião...
Já
diziam os filósofos gregos que a democracia com corrupção degenera em demagogia
e que isto termina por exigir um governo forte que ponha ordem na sociedade. A
nossa História parece comprovar esta assertiva.
Foi só entregar o poder para os políticos e deu no que está aí.
Sucederam-se
ineptos, traidores e ladrões. Com Sarney teve impulso a compra de votos e com
Collor, mais do que a corrupção avultou a traição à Pátria na questão ianomâmi,
traição que, com FHC tomou um vulto nunca igualado.
Após,
com a eleição de indivíduo reconhecidamente inepto e demagogo – o Lula, a
corrupção se espalhou em todas as camadas da classe política e à sua sucessora,
ainda que melhor intencionada, faltou um mínimo de habilidade; ensaiou uma
faxina ética e teve que recuar em nome da “governabilidade”, ensaiou medidas
econômicas nacionalistas e recuou ante as pressões da oligarquia financeira
internacional, mas mesmo cedendo, aquela oligarquia decretou sua queda.
A
Presidente, além de incompetente, acuada ao extremo, nada consegue fazer além
de tentar sobreviver, vendendo até a alma. Por sua história de guerrilheira não
soube pedir o apoio dos militares para que a garantissem contra as pressões
advindas da corrupta politicalha quando contrariada e das pressões
internacionais. Ao contrário, Dilma permitiu humilhações a eles como a Comissão
da ”falsa” Verdade e a colocação de um inimigo como Ministro da Defesa
afastando assim os únicos que poderiam protegê-la.
Na hora em que ela poderia amparar-se no
nacionalismo dos militares faltou-lhe a vontade viril transformadora inibida
por sua história esquerdista. Agora que até a opinião pública a repudia, está
perdida. Ou sofrerá um impeachment ou
será neutralizada e dominada pelas forças que ensaiou combater. Quanto ao Legislativo, que só pensa em tirar
vantagem, o sorvedouro de recursos é algo estarrecedor. O Poder Judiciário está
dobrado e corrompido em nível medular.
A
saúde econômica do País ingressa em um período difícil, em parte pela inépcia
governamental, em parte pela corrupção generalizada, mas principalmente pela
atuação da oligarquia internacional que, atuando maquiavelicamente no
complicado xadrez mundial, cria as condições para se apropriar do petróleo e
outras riquezas, pelas beiradas, de forma a dificultar uma possívell reação.
Tenta colocar no governo um novo FHC.
Por
último, mas não por fim, a insegurança no campo e nas cidades, o acovardamento
da população desarmada e ensinada a não resistir prepara a nação a ceder ante
qualquer ameaça, (Guerra de 4ª Geração), que nos deixa ainda mais vulneráveis
do que nossa debilidade militar.
O
merecido descrédito político ,somado à permanente sensação de insegurança, tirou
a esperança dos brasileiros. Não há
condições de mudar nada no nosso País.
Ninguém sabe de nada, ninguém quer nada, um autêntico carnaval
travestido de Semana Santa .O Governo, como está, não pode persistir, é clara a
aspiração de mudança, mas qual, se dentro da legalidade não se vê nada melhor?
Fosse
somente um problema interno ,terminaríamos por seguir a teoria do sábio grego e
resolver o problema com um governo forte, mas a orientação externa é de
impedir, a qualquer custo, o surgimento aqui de uma potência que possa agir com
independência e contam com o auxílio de legiões de compatriotas que, no afã de
derrubar um mau governo ,estão dispostos a prejudicar o País, o que é uma
tolice evidente.
Uma nação pode
sobreviver até aos gananciosos, mas terá dificuldade para superar os danos
causados pela tolice aproveitada pelo inimigo externo, se for grande o número
de ingênuos que não visem em primeiro lugar ao interesse nacional. Estamos em
dificuldades reais. Pior ainda, não acreditamos em nós e apreciamos falar mal
de nós mesmos. Ainda o pior de tudo, estamos desunidos. Já se disse que uma casa dividida não se
sustenta em pé.
Sem noção
1-
Rodrigo Janot, o Procurador Geral da República, está em Washington, para falar
mal da própria Pátria. Parece que o objetivo é ajudar seus colegas americanos a
ferrar a Petrobrás. Janot é o mesmo que, ao discursar na abertura do ano
legislativo, se referiu à revisão da lei da anistia, citando o parecer da
revanchista comissão.
2-
O Exército Brasileiro foi e é ainda um dos grandes culpados do desarmamento
civil, portanto, não somente do morticínio de cidadãos indefesos ,como do
acovardamento geral da nação pela cooperação com o incentivo a “não
resistência”. É muita ingenuidade. Na Amazônia ,fala em Estratégia da
Resistência, mas como com o povo acovardado? Que guerra ele quer ganhar? Que
tome consciência das consequências do
que faz”.
3-É
de uma ingenuidade de estarrecer o internacionalismo dos nossos governos.
Poderíamos ter construído a hidrelétrica de Itaipu totalmente em nosso
território, nas Sete Quedas. Optamos por ajudar o Paraguai com uma sociedade e
deu no que deu. Durante o governo tucano, optou-se por favorecer aos cartéis
norte-americanos e no governo petista a financiar obras em outros países. Agora
se pensa fazer uma hidrelétrica no rio Uruguai, juntamente com a Argentina.
Será que nunca aprenderemos?
4-Todos
reclamam da queda de preço das ações da Petrobras. Então por que não
recomprá-las? Parece que o George Soros as está comprando.
5-Todos
são iguais perante a Lei, mas os índio são melhores e tem mais direitos. Aliás
os negros também tem seus privilégios, mas os mais diferenciados são os gays.
Sobre esses talvez seja proibido até dizer que são privilegiados pela Lei.
6-A
punição maior para os Juízes condenados por crime ou corrupção é a
aposentadoria imediata com vencimentos integrais
Dilma isolada
A
Presidente está sem noção de “o que fazer”. Isolada, encurralada, sem base
parlamentar nem apoio social, contestada até dentro do PT, com um novo
esqueleto no armário aflorando a cada dia, tudo tende a piorar. A rigor Dilma
teria uma chance: Fazer uma faxina radical, mas para isto precisaria de
decidido apoio militar para evitar que o Congresso a tire no mesmo dia que
começar a faxina. Esse apoio é difícil de conseguir mantendo um inimigo das Forças
Armadas no Ministério da Defesa.
Os apagões e a
Marina
Claro,
o setor elétrico tem outros problemas, mas o seu subdimensionamento e
vulnerabilidade à seca não teria a dimensão atual se sucessivos governos não
tivessem se curvado às pressões do aparato ambientalista-indigenista
internacional, em sua insidiosa campanha contra o desenvolvimento da
infraestrutura física do País, que se assemelha a uma virtual guerra econômica
permanente.
No
setor energético, esse aparato intervencionista é diretamente responsável por: 1)
atrasos, encarecimentos e até mesmo cancelamentos de numerosos projetos,
principalmente, de usinas hidrelétricas e 2) uma reorientação nos critérios de
projeto das usinas hidrelétricas, reduzindo drasticamente os seus
reservatórios, para privilegiar os chamados empreendimentos "a fio
d'água" - com a consequente redução da capacidade de armazenamento de
água, para fazer frente a secas prolongadas.
É
certo, estamos em meio de uma guerra econômica, mas o inimigo tem aliados
nacionais, uns enganados por uma propaganda eficiente, outros traidores mesmo,
comprados ou não. A principal é Marina
Silva, a queridinha da casa real britânica. Essa pessoa já causou mais dano ao
nosso País do que os corruptos somados e com a provável queda do Governo atual
pode vir a assumir uma posição onde cause ainda mais dano. Quem sabe em novas
eleições, com o apoio da imprensa internacional, venha a ser a nova presidente.
O interesse nacional
tem de falar mais alto.
A
situação é preocupante. Colocados ativistas políticos nos postos chave, estes
aproveitaram suas funções para roubar, roubar para o partido e para si mesmos.
Estes canalhas (a maioria do PT), merecem, sim, a pena capital, mas eles, não
as empresas, como a Petrobras, que já ficou muito prejudicada e para piorar a
situação o preço do petróleo segue em queda, provavelmente, respondendo também
a fatores geopolíticos. Se o preço cair abaixo de 45 US$ por barril o pré sal
deixa de ser lucrativo.
Com
a instabilidade política atual ,persiste o assédio para que se desnacionalizem
as poucas grandes empresas públicas e privadas que ainda lhe restam, sendo o
principal ataque, naturalmente, sobre a Petrobrás essa campanha encontra eco em pessoas que não
enxergam o prejuízo que isto significaria.
A Petrobrás é a espinha dorsal do
desenvolvimento industrial brasileiro. A cadeia produtiva e comercial do
petróleo e do setor naval representa mais de 10% do nosso produto interno
bruto, constituindo a principal ancora da indústria de bens de capital. É uma empresa criadora e difusora de
tecnologia, de investimentos e de produtividade que beneficiam toda a economia.
Foi
graças aos seus esforços que se descobriu as reservas do pré-sal e é ainda
graças à sua tecnologia original de produção que o Brasil já retira do pré-sal,
em tempo recorde 700 mil barris diários de petróleo, que brevemente alcançarão
mais de 2 milhões, assegurando autossuficiências e a exportação de excedente.
Entretanto, só o corte de investimentos previsto, da ordem de 30%, já provocará
impacto negativo de 1 ponto percentual no PIB, sem contar a queda na
arrecadação tributária, aumento do desemprego e outras consequências nefastas
para uma economia já combalida.
A
perda de know how já é difícil de
mensurar. O prejuízo que causaria a destruição da Petrobrás então seria
inimaginável. O desgaste e a
desnacionalização da Petrobrás interessam a muita gente, mas não ao Brasil.
Há
quem esteja convencido de que, sem ruptura institucional completa, não há
esperança de o Brasil deixar de continuar afundando, com a corrupção
desenfreada, mas mesmo para isto não é preciso acabar com a Petrobras e nem
derrubar a economia. Além disto os postulantes parecem ser da mesma laia, sendo
que alguns, para tomar o poder, se declaram simpáticos a certa privatização,
mesmo que os novos donos sejam estrangeiros. Esses são ainda mais perigosos do
que os corruptos.
Obs:
O mundo não para no carnaval
Deus
nos proteja!